25 de abr. de 2013

Aula 12 - O Pensamento Comunicativo de Habermas

O pensamento comunicativo de Jürgen Habermas

Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo alemão. Advindo da Escola de Frankfurt (uma das principais correntes do marxismo cultural) procurou superar  o pessimismo dos fundadores da escola quando adota o paradigma comunicacional, assim ele tem como ponto de partida:
  1.         A ética comunicativa de Otto Von Apel
  2.        O Conceito de ação objetiva – T. Adorno
  3.        Ética de Platão e a lógica de Aristóteles
  4.        Idealismo Alemão (Hegel)
  5.       Reconhecimento intersubjetiva
  • Razão Comunicativa / Ação Comunicativa
Habermas apresenta a comunicação livre, racional e crítica como alternativa à razão instrumental e superação da razão iluminista, aprisionada pela lógica instrumental, que encobre a dominação.

Razão instrumental – Segundo Aurélio Buarque Ferreira de Holanda, teria uma das conotações como “Sistema de princípios a priori cuja verdade não depende de experiência.”
Convém já explicitar sobre a “A noção de razão instrumental” no dizer de Chauí “[que] nos permite compreender”

  • a transformação de uma ciência em ideologia e mito social, isto é, em senso comum cientificista;
  • que a ideologia da ciência não se reduz à transformação de uma teoria cientifica em ideologia, mas encontra-se na própria ciência, quando esta é concebida como instrumento de dominação, controle e poder sobre a Natureza e a sociedade;
  • que as idéias de progresso técnico e neutralidade cientifica pertencem ao campo      da ideologia cientificista.
 Razão iluminista – a razão iluminista é uma razão independente das verdades religiosas e das verdades inatas dos racionalistas. Assim, a noção de autonomia iluminista se refere a uma razão que se dobra a evidências empíricas e matemáticas. 
O iluminismo proclama tanto para a natureza quanto para o conhecimento o princípio da imanência (Imanência – Filosofia: Diz-se da atividade ou casualidade cujos efeitos não passam do agente). Filosofia. Diz-se de um ser que se identifica a outro ser. (Na filosofia de Spinoza, Deus é imanente ao mundo.) A natureza e o espírito são concebidos como plenamente acessíveis, não como algo obscuro e misterioso.
     
     Lógica Instrumental – Adequação dos meios aos fins.


Habermas explica que a teoria crítica precisa romper com Marx em três dimensões:
  1.    Deixar de lado a tendência evolucionista inserida no marxismo- as sociedades passariam por estágios de desenvolvimento bastante específicos, o qual teria início com o capitalismo e culminaria num modelo de organização social comunista;
  2.    O viés economicista observado na obra de Marx se consagra uma evidência de forças produtivas e de trabalho em relação às outras esferas da sociedade
  3.    Considera uma perspectiva reducionista a tendência de olhar o sistema social através da separação da dominação.


A sobreposição da burocratização e da monetarização das esferas do cotidiano social em detrimento da argumentação e participação pública; interfere no processo de interações sociais.
Habermas observa que na segunda metade do século XX, o que é visível é uma privatização e mercantilização do espaço público. A argumentação pública cede lugar aos interesses administrativos e econômicos. O mesmo pode ser observado  em relação às instituições privadas, as quais são invadidas gradativamente e cada vez regulamentadas pelo Estado ou pelo dinheiro. Assim as atividades culturais, científicas ou educacionais passam a ser mediadas por instrumentos e normas que desconstroem as formas tradicionais dos laços sociais.

A ética do discurso
As fundamentações morais dependem da efetiva realização das argumentações, não por razões pragmáticas relativas ao equilíbrio de poder, mas por razões internas relativas à possibilidade de discernimentos morais.
As interações nas quais as pessoas envolvidas se põem de acordo para coordenar seus planos de ação são denominadas comunicativas – é o acordo alcançado em cada caso medindo-se pelo reconhecimento intersubjetivo das pretensões de validez.
Enquanto que no agir estratégico um atua sobre o outro para dar ensejo à continuação desejada de uma interação, no agir comunicativo um é motivado racionalmente pelo outro para uma ação de adesão  - e isso em virtude do efeito ilocucionário de comprometimento que a oferta de um ato de fala suscita - Que um falante possa motivar racionalmente um ouvinte à aceitação de semelhante oferta [se explica] pela garantia assumida pelo falante, tendo um efeito de coordenação, de que se esforçará, se necessário, para resgatar a pretensão erguida... Tão logo o ouvinte confie na garantia oferecida pelo falante, entram em vigor aquelas obrigações relevantes para a sequência da interação que estão contidas no significado do que foi dito2...

Pretensões de validez - significa coisas diferentes segundo o tipo de ato de fala de que se trate. Nos atos de fala constatadores (afirmar, narrar, referir, explicar, prever, negar, impugnar e etc.), o falante pretende que o seu enunciado (aquilo que é pronunciado) seja verdadeiro. Portanto, se eu narro alguma coisa, ou explico algo para alguém eu pretendo que aquilo que narro, ou explico seja considerado verdadeiro, o que para Habermas só ocorre se houver o assentimento potencial de todos aqueles que estão me ouvindo. Sendo assim, se um dos meus ouvintes não aceitar o que falo por não acreditar no que digo, ou por outro motivo qualquer, o conteúdo que é transmitido não poderá ser tido como verdadeiro, pois não houve o consentimento de todos sobre a veracidade de meu ato de fala1.

Ação comunicacional
No início de sua obra principal, Teoria do agir comunicativo, Habermas afirma que “o pensamento filosófico se originou na reflexão sobre a razão encarnada na cognição, fala e ação; e a razão permanece sendo seu tema básico”. Não seria uma surpresa, então, descobrir que o conceito de racionalidade é o fio condutor para sua análise de processos de aprendizagem3.

A esfera pública para Habermas não pode ser confundido como a oposição clássica entre sociedade civil e Estado; ao contrário, a esfera pública representa nesta perspectiva metodológica  um terceiro momento das sociedades modernas, não podendo ser confundida nem com o Estado nem com o Mercado, ou seja, “Uma esfera composta de sujeitos privados com opinião própria, o que assegura a possibilidade da contraposição coletiva a decisões discricionárias do poder público” (Souza,2000:60).

Assim, o agir comunicacional representa todas as interações em que os membros de uma determinada sociedade discutem coletiva e publicamente questões relativas a seus planos de ação. Tais decisões tomadas em conjunto, constituem o princípio de universalização, para que tal aconteça é necessário a obtenção de um consenso, não que os indivíduos pensem da mesma forma, mas baseadas na ideia do debate democrático e dessa forma, construir um conjunto de regras legitimadas socialmente.
Portanto, são “comunicativas as interações nas quais as pessoas envolvidas se põem de acordo para coordenar os seus planos de ação, o acordo alcançado em cada caso medindo-se pelo reconhecimento intersubjetivo das pretensões de validez” (Habermas:2003:78-9)

O Projeto da Modernidade
Outra característica marcante do pensamento de Habermas é sua defesa do “projeto da modernidade” diante das críticas feitas pelos pensadores pós-modernos. Por mais que a modernidade tenha trazido problemas para a humanidade, Habermas tenta analisar, no que ele chama (seguindo Weber) “o processo da racionalização da sociedade moderna”, um potencial para a emancipação humana. 

Esse projeto necessita de ser completado sem abrir mão do que já  foi alcançado, não apenas no conhecimento, mas também de liberdade subjetiva, da autonomia ética e da autorrealização, do direito igual de participação na formação de uma vontade política e do “processo formativo que se realiza através da apropriação de uma cultura que se tornou reflexiva”. 

É esse processo, compreendido como processos de aprendizagem desencadeados ao longo da História, mas especificamente na modernidade, que poderia ser considerado um dos fios condutores do pensamento desse filósofo e teórico social3.

Assim, o projeto da Modernidade tem por objetivo compreender as normas válidas em uma sociedade e suas consequências a partir da análise de uma ética discursiva, ou seja, através da discussão pública sobre os valores, as normas e suas consequências, constituindo assim uma ética laica, fundamentada em uma sociedade centrada na ciência.

Habermas se diferencia de Durkheim por ver a síntese fundada em valores e não em elementos empíricos, não como uma verdade positiva, mas como uma verdade definida pelo uso argumentativo da razão.

Muito embora a teoria da solidariedade de Durkheim ofereça a Habermas uma teoria social que relaciona integração social e integração do sistema. Durkheim vê no conceito de "obrigação" um dos traços constitutivos da norma moral

Entretanto, a sanção é apenas um aspecto da aceitação da norma; é preciso levar em conta também o desejo de obedecer. Estas duas características do fato moral - o desejo e o dever - levam Durkheim a propor uma analogia entre esfera da moralidade e a do sagrado. Desse modo, a antropologia durkeiminiana oferece a Habermas um modelo para integrar à sua análise as ações rituais, que se movem em um nível pré-linguístico, expressando um consenso normativo atualizado regularmente.

No entanto, o consenso normativo garantido pelo rito e mediado pelo símbolo constitui o "núcleo arcaico" da solidariedade coletiva. Em contextos modernos de ação os símbolos religiosos não são mais capazes por si só de expressar o coletivo. O consenso normativo que era garantido pelo rito, ancorado nos símbolos religiosos e interpretado pela "semântica do sagrado" se dissolve e dá lugar à "verbalização do sagrado”, isto é, estruturas de ação orientadas para a intercompreensão. A autoridade do sagrado é, assim, gradualmente substituída pela autoridade do consenso 4.

Portanto, a autoridade moral, apenas se torna válida quando possui uma “... pretensão a uma validez universal que vem a conferir a um interesse, uma vontade ou uma norma”(Habermas 2003:68)
  

Fontes pesquisadas

Sandalowki. Mari Cleise – Guia de estudos Sociologia III  - Universidade Federal de Santa Maria

23 de abr. de 2013

Maldade Acadêmica (desabafo de uma profissional de Ensino Superior)

Jurei, mas bem juradinho, que nunca mais ia criticar quem me dá o sagrado pão de cada dia, porém hoje, simplesmente me senti injuriada. Não por mim, mas por centenas de estudantes universitários, em especial dos cursos de Licenciatura nesse Brasil tupiniquim, que pensa ter o maior celeiro de cérebros jamais visto em nenhum lugar desse vasto mundo.

Doce engano, caríssimos gestores de universidade pública! O que vocês fazem é simplesmente exportar, eu diria mais, expulsar, jovens talentos diretamente para os braços das grandes universidades internacionais. MIT, Oxford, Yale, Princeton, Havard just waits for the young "bananas" to bright up theirs consciences...

O que se tornou "Ensino Superior público" no Brasil é uma grande piada - de mau gosto - com jovens recém-ingressos nas universidades: adentram suas mentes com artigos dificílimos, mal escritos, confusos, tal como a mente dos doutores que os escreveram. Não oferecem nenhuma aplicabilidade prática aos que estão se preparando para elevar as mentes em formação.

Encastelados em seus departamentos frios e desconectados totalmente da realidade das escolas de educação básica, vocês não formam professores ou pedagogos para nossas escolas - a universidade pública se tornou uma fábrica de robôs, determinados à repetir tudo, na íntegra, o que seu mestre mandar. Muitas vezes, o aluno repete um sem número de teorias, buscando atender o enunciado proposto e sequer entende o que o mesmo quer dizer, tamanha a pretensão de quem dita as regras. É uma maldade.

Crueldade maior é colocar teorias que os futuros professores - seja de filosofia, de educação infantil, de ensino fundamental, de matemática, física, etc - realmente nunca darão nas salas de aula. Vocês não discutirão o existencialismo fundamentalista nem com seus colegas de trabalho, tampouco com os alunos de 6 a 17 anos, na média.

Vejo diariamente, textos e mais textos indicados pelas universidades que não atendem nem  em 10% do que um professor de educação infantil,. ensino fundamental ou médio deveria de saber na prática.

Dessa forma, fico me perguntando o que dizer a um aluno que me pergunta "Professora, em que esse conhecimento nessa disciplina vai me ajudar a compreender a dinâmica do dia a dia da escola?" dá vontade de parar de mentir, de tentar contemporizar e dizer com todas as letras "Em nada, meu amigo. Só se aprende a lecionar, lecionando"

Acredito que a universidade deveria de reavaliar seus conceitos. Algumas atividades que um aluno recém-formado em um curso de licenciatura não sabe fazer:



1. Plano de aula,
2. planejamento anual da disciplina,
3. desconhecem a matriz curricular de sua própria disciplina,
4. não sabe se posicionar no quadro negro;
5. não sabe criar materiais didáticos; (pedagogia)
6. não sabe desenvolver sistemas pedagógicos;
7. não compreende a dinâmica da escola; (pedagogia)
8. desconhece seus direitos como profissional de educação;
9. não sabe diagnosticar problemas de aprendizagem/necessidades especiais dos alunos;(pedagogia tb)
10. não sabe como lidar com os alunos;
11. não sabe trabalhar em equipe; (pedagogia)
12. não sabe ornamentar a sala de aula  (pedagogia!!!!)
13. não sabe alfabetizar uma criança (pedagogia)
14. Desconhecem os métodos de alfabetização (pedagogia)
15. Elaborar uma prova;
16. analisar o programa do colega de trabalho e traçar estratégias multi, trans e interdisciplinares;
17. desenvolver sistemas de avaliação;
18. desenvolver propostas pedagógicas; (Pedagogia)
19. desenvolver novas formas de ensinar;
20. desconhecem como se elabora um projeto temático
21. não sabem fazer a média das notas;
22. Não sabem preencher um diário
etc.etc.etc...



Deixei esse item básico por último de propósito, por ser o instrumento de trabalho que acompanha o professor ano após ano. Longe de mim querer desestimular meus alunos do curso de pedagogia, mas na realidade, é triste constatar a grande mentira que são os cursos de licenciatura pública no Brasil. Porém, ser professor é uma ciência que um dia, num mundo melhor e regenerado, será reconhecida e honrada, pois verão que nossos esforços não se limitam às frias teorias impostas por quem está preso no academicismo titular. Ser professor de educação básica é persistir num ideal e estudar sempre.

Ps. isso não é um texto acadêmico. Encarem como um desabafo de uma professora indignada com a atual situação depois de anos de estudos sobre o tema. Porém ainda tenho a esperança que tudo um dia pode mudar, pelo menos estou tentando... a essência de um bom educador é sonhar!


Abraços
Semíramis F. Alencar Moreira

22 de abr. de 2013

Aula 11 - Anthony Giddens e o estruturalismo Social - parte 2

  • Em que consiste a dualidade do estrutural?
A constituição dos agentes e a constituição de estruturas não são fenômenos isolados, únicos, mas uma dualidade. A dualidade do estrutural dita que as propriedades estruturais dos sistemas sociais são ao mesmo tempo o médium (meio) e o resultado das práticas que se organizam de modo recursivo, ou seja, um fato que acontece repetidas vezes, sempre com um novo resultado até que se atinja um resultado satisfatório.
  • O que são competências?
A competência baseia-se nas capacidades individuais dos trabalhadores, de ser ou não ser capaz de exercerem um determinado trabalho.
“A competência é, assim, uma parte da profissionalidade: as qualidades de responsabilidade, de autonomia, saber trabalhar em equipa caracterizam a mobilização própria da competência” (1996, Dubar - "La sociologie du travail face à la qualification et à la competénce". In Sociologie du Travail).
É uma noção centrada, em particular, no conjunto de saberes que são mobilizados no quadro definido de uma atividade/emprego e cuja avaliação se centra nos resultados finais dessa atuação, sendo independente do lugar e da duração da aprendizagem: quando se fala de competências, sabe-se que não se está falando do trabalho, mas unicamente dos indivíduos.
É, neste sentido, uma construção individual, que pode ser definida por dois traços: ela é uma "arte" e exige uma "mobilização" do indivíduo.
  • O que é sistema social?
Para Giddens, o sistema social é a formação, no espaço e no tempo, de modelos regularizados de relações sociais concebidas como práticas reproduzidas que ele religa à interação social. A reciprocidade de práticas entre atores em circunstâncias de co-presença concebidas como encontros que se fazem e se desfazem. (Riutort, 2008;341 in Sandalowski, 2008, 31.)
  • Qual a crítica que Giddens faz a Durkheim?
A crítica que Giddens faz à Durkheim é relativa à comparação que Durkheim faz do sistema social a um organismo vivo(biológico), entendendo a sociedade como uma extensão do corpo humano, negligenciando a competência dos indivíduos e suas atividades intencionais. Ou seja, para Giddens, o individuo é um sujeito com capacidades de ação, tais capacidades adquiridas pela ação (agência) humana. Não são os indivíduos que criam os sistemas sociais, mas os sistemas sociais são os responsáveis pela sua própria criação. São atemporais, enquanto que os indivíduos são temporais.
  • O que é modernidade para Giddens?
Para Giddens, a modernidade consiste em um estilo de vida, um costume ou organização social que surgiu na Europa, em meados do século XVII – XVIII e que, depois se tornou mais ou menos mundial em sua influência. A modernidade é associada à determinados traços históricos surgidos com o capitalismo, segundo ele um sistema social e econômico.
A modernidade apresenta três aspectos:


  1.  Separação tempo-espaço – onde a difusão do relógio e a padronização dos calendários tornaram o tempo uma construção social artificial.
  2. Mecanismos de desencaixe -  quando se é observado um deslocamento das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação através de extensões indefinidas de tempo-espaço. Essas organizações modernas podem conectar o local e o global de modo impensável nas sociedades mais tradicionais, afetando o cotidiano de milhares de pessoas, direta ou indiretamente (como o advento da internet na vida dos indivíduos e as mudanças de comportamento dela provenientes) Assim, Giddens ressalta dois tipos:
       1.    As fichas simbólicas – que são meios de troca impessoais (crédito), como o     dinheiro, num valor padrão;
       2.    Sistemas peritos - sistemas especializados conhecimento aos quais os leigos não tem acesso e por essa razão confiam nos indivíduos que possuem esse conhecimento especializado

3. Reflexividade – Para o autor seria pensar e repensar as relações sociais  pois esse processo permitiria a descoberta e o desenvolvimento de novos conhecimentos sobre essas relações. A utilização constante desses conhecimentos permitiria que os indivíduos ordenassem e reordenassem suas relações sociais.

O ritmo de mudança acelerado do último século, gera um dinamismo próprio da modernidade. A sociedade moderna se torna mais reflexiva no contexto pós-tradicional, pois é o próprio indivíduo que reflete e reconstrói incessantemente o seu mundo (Sandaloswki, 2008; 34 )

A perspectiva teórico metodológica enfatiza o caráter ativo, reflexivo da conduta humana. Giddens, com essa proposta atribui um papel central para a linguagem e capacidade de entendimento individuais na explicação da vida social,ou seja, seu foco se dá basicamente nas ações do indivíduo.

______________________________________________________________

Resumo de ideias baseado em Sandalowski. Mary C. Guia de Estudos de Sociologia III - Centro de Ciências Sociais e Humanas - Depto de Ciências Sociais. UFSM. 2008.

19 de abr. de 2013

Aula 11 - Anthony Giddens e o Estruturalismo Social



Anthony Giddens 

Breve biografia

Sociólogo britânico, Anthony Giddens nasceu em 1938. Contribuiu largamente para a interpretação da teoria sociológica clássica desenvolvendo críticas àquilo que identificou como limitações teóricas do materialismo histórico.
Giddens designou o termo "estruturação"  de forma à denominar a dependência mútua entre a  agência humana (capacidade de realizar coisas) e a estrutura social.
As estruturas sociais não são barreiras repressoras da ação humana tampouco impedem a capacidade de ação do agente social, estão intimamente implicadas na produção da ação, uma vez que fornecem os meios pelos quais os atores sociais agem, bem como os resultados dessa ação.
Giddens, critica a pós-modernidade pois prefere pensar e analisar sobre a reflexividade da modernidade (incorporação contínua novos conhecimentos e informação em ambientes assim organizados) e na modernidade tardia, a radicalização e globalização de traços básicos da modernidade.
A reflexividade, para Giddens, é um importante princípio no desenvolvimento do self.
Outros pontos fortes de seus estudos foram luta de classes, o impacto dos conflitos internacionais nas relações sociais e a sociologia das emoções.

Obras principais:
-Capitalism and Modern Social Theory (1971)
-New Rules of Sociological Method (1976)
-Sociology (1982)
-The Consequences of Modernity (1990)
-Modernity and Self-Identity (1991)
-The Third Way (1998)

A Reflexão sobre a importância da sociologia contemporânea em transpor determinadas oposições clássicas do pensamento sociológico.

·       Teoria da estruturação – a obra de Giddens é basicamente teórica (ao contrário de Bourdieu que se remete à prática e aos casos de estudo)
·       Reformular a teoria social e re-estudar como o desenvolvimento e a modernidade são compreendidos pela sociedade.
·       Principais temas tratados por Giddens:
1.    A história do pensamento social
2.    A família;
3.    As nações e os nacionalismos;
4.    A identidade pessoal e social;
5.    Um dos primeiros pensadores sociais que analisaram o fenômeno da Globalização através da Sociologia.
Estruturação – Consiste em explicar o real não apenas a partir dos seus elementos, mas sobretudo a partir da sua estrutura, na qual se vê uma realidade independente. Nas ciências sociais, essa estrutura será o sistema de relações que está na base da unidade dos grupos humanos. Como sistema, qualquer alteração que se produza num dos seus elementos implicará alterações em todos os outros. Cada transformação na estrutura corresponderia a um modelo, o que pressupõe a possibilidade de prever o modo de reação do modelo quando se altera um dos seus elementos.

Elementos teóricos e metodológicos da teoria de Anthony Giddens.
Giddens propõe uma profunda renovação das análises estruturalistas. Para ele, a sociedade existe à partir de dois níveis eu se reforçam mutuamente na prática, por meio das ações sociais dadas através de rotinas, que se tornam sólidas: são as estruturas sociais e as representações dos agentes.
O processo de relações sociais é estruturado no tempo e no espaço, assim quando Giddens propõe o conceito de estruturação sobe o ângulo do movimento, essa construção se dá de forma circular. Como fundamento, as dimensões estruturantes da vida social correspondem tanto às condições que antecipam quanto aos produtos dessa ação.
Os agentes sociais são dotados de competências posto que estes conhecem o mundo em que estão inseridos sendo capazes de estabelecer ações racionais e intencionais, explicando os atos realizados.
Agente Social - designa um indivíduo ou agrupamento organizado que, em determinadas situações, desempenha um papel ativo numa sociedade ou espaço social. A ênfase é assim colocada no desempenho e não tanto no papel atribuído ao indivíduo ou grupo no sistema social em que está integrado.
Todavia, essas ações cotidianas
Se veem capturadas nas redes múltiplas e difíceis de dominar no inconsciente e nas consequências não-intencionais de ação. Além disso, (...) a atividade social mais corriqueira de todos os dias é menos determinada por motivações diretas do que pela rotina que é um meio de se reduzir as fontes de angústia
(Lallement, 2204 p177)
As regras sociais são ao mesmo tempo coercitivas e habilitantes, ou seja, ao mesmo tempo que a estrutrura social impede uma determinada ação dos atores, baseada em pontos de apoio pode também autorizar outras práticas sociais  Os indivíduos recorrem às suas competências, às quais correspondem à existência de uma consciência prática, agindo  e fundando retiradas do apoio tanto da realidade  quanto das experiências passadas.

Competências – A competência baseia-se explicitamente nas capacidades individuais dos trabalhadores, de ser ou não ser capaz de exercer um determinado trabalho.
A competência é, assim, uma parte da profissionalidade: as qualidades de responsabilidade, de autonomia, saber trabalhar em equipa caracterizam a mobilização própria da competência (1996, Dubar - "La sociologie du travail face à la qualification et à la competénce". In Sociologie du Travail).
É uma noção centrada, em particular, no conjunto de saberes que são mobilizados no quadro definido de uma atividade/emprego e cuja avaliação se centra nos resultados finais dessa atuação, sendo independente do lugar e da duração da aprendizagem: quando se fala de competências, sabe-se que não se está a falar do trabalho, mas unicamente dos indivíduos.
É, neste sentido, uma construção individual, que pode ser definida por dois traços: ela é uma "arte" e exige uma "mobilização" do indivíduo.



11 de abr. de 2013

Como fazer uma Wiki Colaborativa - Semíramis Alencar

Como fazer uma wiki colaborativa:

A wiki é uma tarefa colaborativa, ou seja, um texto elaborado em conjunto de forma sucinta e objetiva.

Cada participante traz uma contribuição e interliga esse texto colaborativo no mesmo espaço.

Na wiki não é necessário colocar citações e não é aconselhável o recorte de fragmentos de texto advindo de outros autores sem os devidos créditos.

1. Em primeiro lugar, atentem para o tema proposto. Pesquisem em fontes idôneas, fatos, imagens, sínteses e recolham as infos necessárias.

2. Coloquem essas informações com suas próprias palavras, visando maior objetividade possível. Você pode recorrer à tabelas, gráficos, infográficos ou desenhos para ajudar na exposição de seus argumentos, mas lembre-se de mencionar os devidos créditos. As wikis também permitem links e formatações diversas, use a criatividade!

3. Cada participante da Wiki deverá usar uma cor para diferenciar sua participação. Isso é bastante importante pois assim cada um dos participantes terá sua ação destacada.

4. É imprescindível a divisão do trabalho na Wiki. Procurem discutir sobre a divisão das tarefas nos fóruns e chats. Ao final, cada um deixe sua parte definida, por exemplo:





Ou seja, cada integrante deverá falar sobre um determinado tema com a cor escolhida, mas também pode consertar alguma coisa que o outro participante deixou de fazer.

5. Quando todos tiverem escrito suas partes, com as cores escolhidas e os temas objetivamente elaborados, deverá ser feita a postagem na atividade Wiki no AVA. Primeiro cada participante posta suas contribuições em suas cores; depois todos analisam o conteúdo, para checarem se não há mais nenhuma contribuição à realizar.

6. A escolha de um revisor é muito importante. O revisor é o integrante que irá avaliar o conteúdo, verificar se não há erros de ortografia, gramática, concordância ou de formatação. É o responsável por dar o acabamento final na wiki, definindo o layout, o tamanho e as fontes utilizadas, etc. O revisor também tem a função de formatar o texto final.

7. Observação - Há algumas wikis tão bem elaboradas que nem necessitam de um texto final. Não tem importância se estiverem coloridas, mas dentro de uma formatação bem elaborada, com infográficos, tabelas e outros elementos gráficos. Para isso, o acompanhamento do revisor e a participação de todos os integrantes é o ideal.

8. Como se trata de um texto informativo é necessário que as fontes pesquisadas sejam mencionadas. Isto é, tudo o que o grupo pesquisou, leu e condensou para elaborar a wiki deve ser colocado no final da wiki  com o título FONTES PESQUISADAS é uma forma de justificar o que fora escrito ali, dando credibilidade ao trabalho.

Aula 10 - Pierre Bourdieu - Construtivismo estruturalista ou genético - parte 1

Foto: As pesquisas de Bourdieu exerceram forte influência na Educação durante os anos 70 e 80Breve Biografia 

Pierre Félix Bourdieu (Denguin - França 1 de agosto de 1930  Paris - França, 23 de janeiro de 2002) foi um importante sociólogo francês.
De origem campesina, filósofo de formação, foi docente na École de Sociologie du Collège de France. Desenvolveu, ao longo de sua vida, diversos trabalhos abordando a questão da dominação e é um dos autores Um dos autores mais lidos, em todo o mundo, nos campos da Antropologia e Sociologia, cuja contribuição alcança as mais variadas áreas do conhecimento humano, discutindo em sua obra temas como educaçãocultura,literaturaartemídialingüística e política. Também escreveu muito sobre a Sociologia da Sociologia. 
Para Bourdieu, o mundo social deve ser compreendido à luz de três conceitos fundamentais: campohabitus e capital.
Por Campo entende-se um espaço simbólico, no qual as lutas dos agentes determinam, validam, legitimam representações. É o poder simbólico. Nele se estabelece uma classificação dos signos, do que é adequado, do que pertence ou não a um código de valores. No campo da arte, por exemplo, a luta simbólica determina o que é erudito, ou o que pertence à indústria cultural. 
Determina também quais valores e quais rituais de consagração as constituem, e como elas são delineadas dentro de cada estrutura. No campo, local empírico de socialização, o habitus constituído pelo poder simbólico surge como todo e consegue impor significações datando-as como legítimas. Os símbolos afirmam-se, assim, na noção de prática, como os instrumentos por excelência de integração social, tornando possível a reprodução da ordem estabelecida.
O Habitus por sua vez relaciona-se à capacidade de uma determinada estrutura social ser incorporada pelos agentes por meio de disposições para sentir, pensar e agir. O termo Habitus foi criado por Bourdieu com o objetivo de pôr fim à antinomia indivíduo/sociedade dentro da sociologia estruturalista.
Já o Capital é um conceito que discute a quantidade de acúmulo de forças dos agentes em suas posições no campo. Ele distingue, no decorrer de sua obra, quatro principais tipos de capital: o social, o cultural, o econômico e o simbólico (no qual se inclui o científico, entre outros). 
Fonte - Wikipedia.

Bourdieu e a Sociologia da Educação
Bourdieu não acreditava numa escola salvacionista. Bourdieu investigara sociologicamente acerca do conhecimento e percebeu um jogo de dominação e reprodução de valores no âmbito escolar. Muito embora a maioria dos grandes pensadores tenha desenvolvido suas teorias numa visão crítica da escola, apenas na segunda metade do século XX surgiram questionamentos bem embasados sobre a neutralidade da instituição. 
Suas pesquisas exerceram forte influência nos ambientes pedagógicos nas décadas de 1970 e 1980 Entretanto, as opiniões de Bourdieu, apesar de serem muito pertinentes no momento atual, nesse período não foram adotadas pois as teorias de reprodução começam a ser criticadas por exagerar a visão pessimista sobre a escola. Ao mesmo tempo dessas restrições acadêmicas, Bourdieu se ganha notoriedade pelas críticas à mídia, aos governos de esquerda da Europa e à globalização. Está ao lado de grandes expoentes do pensamento francês como o escritor Émile Zola (1840-1902) e  o filósofo Jean Paul Sartre (1905-1980).

Construtivismo Estruturalista ou Genético
Esta postura adotada por Bourdieu consiste em admitir que existe no mundo social estruturas objetivas que podem dirigir, ou melhor, coagir a ação e a representação dos indivíduos, dos chamados agentes. No entanto, tais estruturas são construídas socialmente assim como os esquemas de ação e pensamento, chamados por Bourdieu de habitus. Bourdieu tenta fugir da dicotomia subjetivismo/objetivismo dentro das ciências humanas. 
Por estruturalista se entende que no próprio mundo social existem estruturas independentes da consciência e da vontade dos indivíduos, capazes de orientar ou limitar suas práticas ou representações. 
Por construtivista conclui-se que haja uma gênese social - um início da sociedade, dos esquemas perceptivos, do pensamento e da ação pertencentes ao habitus e das estruturas sociais (do campo).

Aspectos Objetivista e Subjetivista da Sociologia
O aspecto subjetivista é um modo de conhecimento que não consegue ir além de uma simples descrição do que caracteriza a experiência vivida do mundo social, apreendendo-o  como "mundo natural e evidente". Bourdieu exclui a questão das condições da produção dessa experiência de familiaridade, ou seja, coincidem as estruturas objetivas e as que são incorporadas pelos agentes.
Assim, a ação das estruturas sociais sobre o comportamento individual se dá preponderantemente de dentro para fora e não inversamente. A formação inicial em um ambiente social e familiar estão situadas em uma posição na estrutura social, os indivíduos incorporariam um conjunto de disposições para a ação típica dessa posição (habitus familiar ou de classe) que os conduziriam pelo decorrer dos anos em diversos ambientes de ação.
O caráter coercitivo determinante de certa posição na estrutura social não se daria de forma individual, não seria uma ação pessoal, mas do grupo a que o individuo pertencesse. Dessa forma, a estrutura social se perpetuaria porque os próprios indivíduos a atualizariam, para agir de acordo com o conjunto de leis e ações típicas da posição estrutural na qual foram socializados.


10 de abr. de 2013

10 erros que os pais cometem ao colocar os filhos para dormir

10 erros que os pais cometem ao colocar os filhos para dormir

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Na hora do desespero, mães e pais topam qualquer estratégia para os filhos pegarem no sono. Nem todas são recomendáveis
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Como todos os comportamentos do ser humano, o sono precisa ser ensinado ou condicionado. Criar certos hábitos pode acostumar mal a criança ou aumentar sua dependência dos pais. Listamos os principais erros que os casais cometem quando o assunto é hora de dormir:

Não ter rotina

Criança gosta e precisa de repetição para se sentir segura. O ideal é que a hora de ir para a cama seja precedida pelas mesmas ações, todos os dias.

Atividades agitadas

O ideal é que essa rotina não inclua atividades que vão deixar o pequeno ainda mais desperto, como brincadeiras que envolvem movimentação física e programas de televisão que deixam a criança agitada ou com medo. Entre as atividades relaxantes, estão tomar banho e ler um livro.

Colo

Um dos erros mais comuns é ninar o filho e deixá-lo adormecer no colo dos pais. As crianças devem dormir diretamente onde vão acordar, porque ao despertarem na madrugada, há grande chance de estranharem o berço e chamarem a pessoa que as fez dormir. O mais indicado é dar um beijo de boa-noite e levar a criança ainda acordada para o berço. Os pais deixam o quarto e, se ouvirem choro, voltam alguns minutos depois para que ela percebe que ninguém a abandonou. Aos poucos, o bebê se acalma e aprende a dormir sozinho.
Ninar pela casa

Nada de perambular com a criança pela casa no carrinho de bebê, colocar o bebê-conforto sobre a máquina de lavar ou passear de carro com o pretexto de fazer a criança dormir. Ela não precisa ser chacoalhada para pegar no sono. A dica é dar uma fraldinha ao seu filho, que ele se auto ninará.

Levar para dormir na cama dos pais

Se a criança acorda assustada ou chama pelos pais de madrugada, os adultos precisam dar atenção. Mas, no quarto dela. Isso porque ceder aos pedidos em um dia transmitirá a mensagem de que a criança pode insistir sempre. Se seu filho for direto para sua cama, você até pode deixá-lo ficar um pouquinho, mas leve-o de volta para o quarto dele quantas vezes forem necessárias. Compartilhar a cama com frequência atrapalha o sono da família, não incentiva a independência da criança e prejudica a intimidade do casal.

Luz acesa

É comum crianças terem medo do escuro, mas deixar a luz acesa altera a produção do hormônio melatonina, que induz o sono. Se seu filho estiver com medo, converse sobre os motivos da insegurança, explicando que não há razão para temer. Para acalmá-lo, deixe uma tomada de luz baixa, que ilumina o caminho, caso ele acorde de madrugada. Luz de cor azul tem efeito calmante. Para as crianças que não se importam, o melhor é apagar todas as luzes.

Deixar a TV ligada

Além de o som e a luz prejudicarem a qualidade do sono, ele precisa aprender a pegar no sono sozinho.

Dar comida de madrugada 
Os médicos dizem que a alimentação durante a noite é uma das coisas que mais atrapalham o sono. Se a criança tem fome, os pais devem verificar se a alimentação no restante do dia ou na última mamada da noite está sendo suficiente.

Irritação

Nada de inventar situações negativas em relação ao sono, como bicho-papão. Ficar bravo ou irritado na hora de colocar os filhos para dormir também é ruim, pois eles começarão a associar esse momento a algo negativo.

Evitar as sonecas diurnas para melhorar o sono da noite

As sonecas diurnas são necessárias até um período da vida da criança (veja tabela). Normalmente, esse sono se divide em duas etapas: de manhã e depois do almoço. À medida que seu filho cresce, a necessidade de dormir enquanto o sol está no céu diminui.  

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