14 de jul. de 2014

Aprendendo sobre os surdos - 1

Resumo-histórico sobre o INES 
O Ines- Instituto Nacional de Surdos - foi criado em meados do século XIX, por iniciativa do francês surdo E. Huet, através de uma proposta ao imperador D. Pedro II. Ele também apresenta sua experiência como diretor do o Instituto dos Surdos-Mudos de Bourges, uma instituição francesa de ensino. 
Tal iniciativa de E. Huet se deu graças ao norte-americano Thomas Hopkins Gallaudet (1781-1851)que realizou estudos no Instituto Nacional dos Surdos de Paris. Ao concluí-los, convidou o ex-aluno dessa instituição, Laurent Clérc, surdo, professor, para fundar o que seria a primeira escola para surdos na América, ou seja, essa ideia era uma tendência na Europa.
Dessa forma, o projeto de E. Huet foi aprovado e o imperador convocou o Marques de Abrantes para acompanhar o processo de criação do INES, que começou a funcionar em meados de 1856.
À partir do artigo 7º do decreto nº. 6.892 de 19 de março de 1908, a educação dos surdos passa a ser de obrigação do Estado, através do 1890/1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos.
 Em quase dois séculos de existência, o Instituto respondeu pelas seguintes denominações: 1856/1857 – Collégio Nacional para Surdos-Mudos 1857/1858 – Instituto Imperial para Surdos-Mudos 1858/1865 – Imperial Instituto para Surdos-Mudos 1865/1874 – Imperial Instituto dos Surdos-Mudos 1874/1890 – Instituto dos Surdos-Mudos 1890/1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos 1957/atual – Instituto Nacional de Educação de Surdos
Por ser uma das únicas instituições desse tipo no país e nos países vizinhos, durante muito tempo o INES recebeu alunos de diversos estados brasileiros, bem como do exterior.
No Instituto era disseminado o uso da língua de sinais francesa, por influência de Huet, essa foi espalhada por todo Brasil pelos alunos que regressavam aos seus Estados quando o curso terminava. Em  1875, um ex-aluno do Instituto, Flausino José da Gama, desenha o livro "Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos" com cópias distribuídas para várias localidades do Brasil, era uma forma de divulgar e tornar popular o meio pelo qual os surdos se comunicavam. Nas décadas iniciais do século XX, o Instituto oferecia além da instrução clássica, o ensino profissionalizante. O término do ensino no INES estaria associado a conclusão de um curso profissionalizante, dentre os quais, oferecidos segundo a vocação de cada aluno, seriam as oficinas de sapataria, alfaiataria, gráfica, marcenaria e também artes plásticas, além de bordado para as meninas em regime de externato.
No entanto, as questões de educação para os surdos sempre foram muito complexas e repletas de controvérsias, uma vez que no congresso de Milão em 1880, considerou que a linguagem oralizada era a melhor forma para se educar os alunos surdos. Tal iniciativa foi adotada em algumas instituições posteriores no país e ao mesmo tempo muito criticada por professores e alunos que reconheciam a importância e a legimitidade da comunicação sinalizada. Esse descontentamento gerou, na década de 80 do século XX, uma necessidade de se discutir sobre os novos rumos da educação para surdos, através de estudiosos do tema, pesquisadores, linguistas, educadores e sociológos que conferiram status de língua à comunicação gestual, com o movimento pela oficialização da Lingua Brasileira de Sinais -  LIBRAS, a qual o projeto de lei da Senadora Benedita da Silva, em 1993, deu início a uma longa batalha de legalização e regulamentação da LIBRAS, em âmbito federal.
O INES - Instituto Nacional de Educação dos Surdos é o único em âmbito federal, o qual promove discussões, debates, publicações, seminários, pesquisas e assessorias em todo o Brasil.
O INES conta também com um grande acervo multimedia, de material didático-pedagógico, fonoaudiológico e vídeos em linguagem de sinais.
Oferece atualmente o
Colégio de Aplicação,
Educação Precoce (de zero a três anos),
Ensino Fundamental e Médio,
Ensino Superior através do Curso Bilíngue de Pedagogia, experiência pioneira na América Latina. 
O Site do INES tem uma interface inteligente que facilita bastante a navegação por qualquer pessoa, sendo ela surda ou não. O site também oferece informações precisas sobre comportamento, eventos, cursos e políticas públicas tanto voltadas para o público surdo, tanto para os profissionais que atuam ou que desejem atuar em prol dos surdos, pois o site oferece cursos de libras e extensões, fóruns de discussão e formação e Capacitação de RH. 
O que mais me chamou a atenção no site do INES foi o Dicionário de LIbras, a TV INES e a divisão de estudos e pesquisas. É muito gratificante ver como tem pessoas engajadas em oferecer uma melhoria na qualidade de comunicação e de  educação aos surdos em nosso país.


Profª Semíramis F. Alencar Moreira, para curso de especialização em Atendimento Educacional Especial para Surdos - Universidade Federal de Uberlândia - UFU-MG

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