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28 de mai. de 2013

Durkheim e a Educação

Èmile Durkheim viveu num período em que a sociedade estava inteiramente ligada às transformações sociais advindas da Revolução Industrial.

Tais transformações foram tão fortes que Durkheim acreditava ser necessário criar um novo método, um novo sistema científico e moral que marchasse em harmonia com a nova ordem social instaurada, tarefa essa da ciência.

Posterior à Marx, Durkheim preocupava-se em combinar pesquisa empírica com teoria sociológica.
Durkheim entendia que a educação era um fator de coesão social.

Acreditava que a educação era elemento principal que recuperaria a ordem social e os professores teriam como função a constituição de uma moral quase que inexistente na sociedade de então.

Considerava que a educação em cada sociedade possuia aspectos múltiplos e uno ao mesmo tempo - pois em cada sociedade haveria um tipo específico de educação com múltiplos aspectos inerentes à ela mesma e aos costumes daquele povo.

A educação deveria de suscitar na criança

1- Um certo número de estados físicos e mentais, indispensáveis para a sua própria sociedade;
2- Um certo número de estados físicos e mentais que o grupo social particular (casta, classe, família, profissão) tenha como certo e indispensáveis á sua própria sociedade.

Assim, para Durkheim não havia um único tipo de educação. varia de acordo com as sociedades e suas necessidades e interesses em jogo.

Nas sociedades em que havia pouca divisão do trabalho e mais solidariedade mecânica coletiva era maior, atingindo um maior número de pessoas, posto que quando as pessoas desempenham as mesmas atividades, os indivíduos tendem a pensar de forma similar.

O conjunto de regras nas primeiras sociedades era melhor introjetado na sociedade por conta do maior compartilhamento dessas regras - até pelo número menor de pessoas envolvidas. Nas segundas sociedades, os conjuntos de regras ficam restritos a grupos mais específicos, variando de lugar e de grupos de pessoas. Nessas sociedades é maior a busca de satisfação social e individualismo, o que se fortaleceu com o capitalismo.

Em sociedades mais diversas, com acentuadas divisões do trabalho, a Solidariedade Orgânica, há um enfraquecimento dos laços sociais e da consciência coletiva, pois há maior distancia entre as pessoas e maior margem para interpretações pessoais.

Para essas sociedades, onde os laços sociais são mais frouxos, há uma perda de sentimentos de união, co-participação e de respeito às normas sociais, a educação assume a condição de mantenedora da moral, elemento imprescindível de coesão social. Através da educação, a sociedade alcançaria a homogeneidade, de forma a fixar na criança os valores sociais e morais desejáveis na sociedade, ainda que as sociedades sejam muito diversas, sempre há valores e crenças básicas comuns à todos os membros.

Se uma sociedade visa preparar uma criança para uma determinada função a que será chamada a desempenhar, a educação não pode ser a mesma, deve ser diferenciada e comum à todos. Durkheim apontava para um tipo de educação diversificada e especializada, cada vez mais precoce. Para ele não haveria maneira de se obter uma educação totalmente igualitária e homogênea, uma vez que, para isso, deveria de se remontar desde os primórdios da humanidade, no seio das classes pré-históricas nas quais não houvesse nenhuma diferenciação. Dessa forma, a educação ( escola) seria a responsável por presidir e organizar o conhecimento direcionado a formar os indivíduos.

Durkheim acreditava que nem todos os seres humanos eram designados a ter o mesmo grau de importância ou desempenhar as mesmas funções (assim ter os mesmos gêneros de vida). Assim, se cada um de nós tem uma destinação diferente, funções diferentes à desempenhar, seria importante se atribuir estudos e capacitações inerentes à cada profissão.

Ou em suas próprias palavras:
"A educação não é, pois, para a sociedade, senão o meio pelo qual ela prepara, no íntimo das crianças, as condições essenciais da própria existência".

DURKHEIM, Èmile. Definição de Educação. In:. Educação e Sociologia, 3. Ed. Tradução de Lourenço Filho. São paulo, Melhoramentos, 1952.

9 de fev. de 2011

Aula 2 - Sociologia da educação - O Desenvolvimento da Sociologia

Aula 1

O que é Sociologia?


Sabemos que o comportamento humano é de grande diversidade e complexidade. Cada pessoa influencia e é influenciada pelo seu meio, 

transforma-se e transforma o seu meio segundo suas ação social, agindo no contexto social, mediante sua formação






Há comportamentos individuais - ações individuais - como andar, comer, dormir, respirar, beber - logo, o indivíduo, o ator social. Outros são comportamentos são considerados sociais - quando colocamos o outro para contracenar conosco.

Assim, ações como participar de reuniões, trabalhar numa repartição, frequentar aulas, casar, reunir-se em família são considerados Comportamentos Sociais, porque se desenvolvem no meio da sociedade.





Vivemos em grupo desde os primórdios de nossa história. Dessa forma, as ciências sociais, entre elas está a Sociologia, analisam e estudam o comportamento e as ações sociais humanas e as diversas formas que estas se manifestam. 





A Sociologia é o estudo das relações sociais e as formas de associação, considerando todas as interações e que ocorrem em sociedade.





O estudo da sociedade é algo dinâmico e suscita a análise desapaixonada dos fatos, isentos de interesses, analisando apenas os fatos sociais em si, a mobilidade social, o processo de cooperação, competição, conflitos sociais e a divisão da sociedade, de forma a encontrar soluções para seus possíveis problemas.





Aula 2

Nessa segunda aula de sociologia vamos conhecer um pouco sobre as primeiras idéias dessa ciência, seus principais estudiosos e suas primeiras aproximações com a educação através do pensamento de Émile Durkheim.




3 – O Desenvolvimento da sociologia
O estudo dos fatos sociais é muito antigo. Com o surgimento dos primeiros grupos humanos, surge também a necessidade de se organizar para sobreviver.
No século XIX, a sociologia torna-se uma ciência autônoma, ao lado das ciências modernas (física, química, biologia) como reflexo das transformações européias nos séculos XVIII e XIX.
Tanto a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII) quanto a Revolução Francesa (1789) provocaram transformações radicais na sociedade da época. Com isso surge a sociologia como ciência.

Sociologia: Ciência, objeto de estudo e análise
A sociologia é uma ciência, ou seja, trata-se de um conjunto de conhecimentos sistematizados, organizados, baseados na observação e na pesquisa objetiva dos fatos sociais e não em crenças pré-concebidas ou sentimentos subjetivos a respeito dos mesmos fatos.
"Um sociólogo pode ter sentimentos e crenças bem determinados a cerca de como a sociedade deve organizar-se ou tratar a alguns de seus membros, porém não são estes sentimentos ou crenças que definem essa pessoa como sociólogo. Como profissional, um sociólogo tem a obrigação de relatar e analisar objetivamente tudo o que constitui a vida em grupo (como a vida em família, as classes sociais ou as comunidades) e seus derivados (valores, tradições e costumes)." COHEN, Bruce. Sociologia Geral. São Paulo, McGraw-Hill, pag. 1, 1980.
A sociologia estuda a sociedade humana, sua estrutura básica, a coesão e a desintegração dos grupos, a transformação da vida social. Um grupo de indivíduos não basta para haver vida social: é necessário que esse grupo interaja, se relacionam uns com os outros, convivam , tenham interesses em comum, vivam de acordo com as normas em comum.
Nessas 2 vertentes sociológicas, uma defende a concepção de que o fato social seja algo proto e acabado, com ênfase na estrutura  social, a ordem social existente, etc. Na outra vertente é possível observar que o fato social é algo dinâmico, impulsionador dos aspectos que produzam a transformação social.
Se por um lado é possível compreender a sociologia através dos fatos sociais que revolucionaram a transformação da sociedade, por outro lado é viável entender a sociedade através dos fatos sociais que são responsáveis pela manutenção da ordem, como a família, o governo, as leis, etc.

Alguns filósofos e sociólogos essenciais para a construção da sociologia
Auguste Comte (1798-1857) foi um filósofo francês, pai do Positivismo,  o primeiro a empregar a palavra "sociologia" na sua obra "Filosofia Positiva" em 1838. Para ele, a sociologia deveria ter seus estudos pautados na observação e classificação sistemáticas e não baseada na especulação e autoridade, como a ciência antiga (monarcas, governantes, sacerdotes) .
Herbert Spencer (1820-1903) foi um filósofo inglês que publicou em 1876, a obra "Princípios de Sociologia" na qual ele utilizou a Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin , desenvolvendo sua teoria da Evolução Social, segundo a qual a sociedade evolui naturalmente do estado primitivo ao industrial.
Lester Ward (1841-1913) foi um sociólogo norte-americano que em 1883, em seu livro "Sociologia Dinâmica" defendeu o progresso social sob a orientação de sociólogos. Ou seja, esses sociólogos vêem na sociedade política o produto da luta pela vida, e nos governantes a sobrevivência dos mais aptos e na estrutura jurídica dos Estados a organização da concorrência.
Dessa forma podemos observar que os primeiros sociólogos estavam imbuídos da idéia de progresso, de evolução. Seguindo essa idéia, buscavam fatos que lhes dessem sustentação como as grandes mudanças sociais projetadas pelas descobertas científicas, revoluções ou pelas guerras, tendo importante papel na difusão da idéia de progresso.


Émile Durkheim
Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo francês que contribuiu decisivamente para tornar mais rigoroso o método cientifico em sociologia. Em seu livro "Regras do Método Sociológico" (1895) Durkheim explica como procedeu em sua pesquisa sobre o suicídio, que seria publicada em 1897.
1º Planejou o esquema da pesquisa.
2º coletou grande quantidade de dados sobre os suicidas.
3º Elaborou uma "Teoria do Suicídio" na qual ele apontou como fator principal o Isolamento Social. 
Principio fundamental da sociologia para Durkheim é "Considerar os fatos sociais como coisas", implica tomar os fatos sociais em seus aspectos exteriormente observáveis, utilizando métodos de estudo apropriados, como a estatística.


Para ler e resumir para a aula dia 18/02

Émile Durkheim, o criador da sociologia da educação
Para o sociólogo francês, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social


Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) chamou de individual. Tal porção do sujeito – o jovem bruto – segundo ele é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século 19. Principalmente por meio da psicologia, entendida então como a ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim. "Ele ampliou o foco conhecido até então, considerando e estimulando também o que concebeu como o outro lado dos alunos, algo formado por um sistema de idéias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte", explica Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas.
Dessa forma, Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.
Nessa concepção durkheimiana – também chamada de funcionalista –, as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana. "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios – sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento – que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela", escreveu Durkheim.
Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo. "Todo o passado da humanidade contribuiu para fazer o conjunto de máximas que dirigem os diferentes modelos de educação, cada uma com as características que lhe são próprias. As sociedades cristãs da Idade Média, por exemplo, não teriam sobrevivido se tivessem dado ao pensamento racional o lugar que lhe é dado atualmente", exemplificou o pensador.


Ensino público e laico
Durkheim não desenvolveu métodos pedagógicos, mas suas idéias ajudaram a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista, sempre limitada pelo psicologismo idealista – influenciado pelas escolas filosóficas alemãs de Kant (1724-1804) e Hegel (1770-1831). "Segundo Durkheim, o papel da ação educativa é formar um cidadão que tomará parte do espaço público, não somente o desenvolvimento individual do aluno", explica José Sérgio Fonseca de Carvalho, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Nas palavras de Durkheim, "a educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". Tais exigências, com forte influência no processo de ensino, estão relacionadas à religião, às normas e sanções, à ação política, ao grau de desenvolvimento das ciências e até mesmo ao estado de progresso da indústria local.
Se a educação for desligada das causas históricas, ela se tornará apenas exercício da vontade e do desenvolvimento individual, o que para ele era incompreensível: "Como é que o indivíduo pode pretender reconstruir, por meio do único esforço da sua reflexão privada, o que não é obra do pensamento individual?" E ele mesmo respondeu: "O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-lo sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada". Por tudo isso, Durkheim é também considerado um dos mentores dos ideais republicanos de uma educação pública, monopolizada pelo Estado e laica, liberta da influência do clero romano. Autoridade do professor.
Durkheim sugeria que a ação educativa funcionasse de forma normativa. A criança estaria pronta para assimilar conhecimentos – e o professor bem preparado, dominando as circunstâncias. "A criança deve exercitar-se a reconhecer [a autoridade] na palavra do educador e a submeter-se ao seu ascendente; é por meio dessa condição que saberá, mais tarde, encontrá-la na sua consciência e aí se conformar a ela", propôs ele. "Em Durkheim, a autonomia da vontade só existe como obediência consentida", diz Heloísa Fernandes, da Faculdade de Ciências Sociais da USP. O sociólogo francês foi criticado por Jean Piaget (1896-1980) e Pierre Bourdieu (1930-2002), defensores da idéia de que a criança determina seus juízos e relações apenas com estímulos de seus educadores, sem que estes exerçam, necessariamente, força autoritária sobre ela.
A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)foi uma grande conquista para a educação brasileira. Houve padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para o professor Dermeval Saviani, da Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os currículos são sugeridos para todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A idéia de fundo é colocar as pessoas certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz.
Para Pensar: Durkheim dizia que a criança, ao nascer, trazia consigo só a sua natureza de indivíduo. "A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a qual é necessário construir novamente", escreveu. Os professores, como parte responsável pelo desenvolvimento dos indivíduos, têm um papel determinante e delicado. Devem transmitir os conhecimentos adquiridos, com cuidado para não tirar a autonomia de pensamento dos jovens. A proposta de Durkheim levará o aluno a avançar sozinho? Esse modelo de formação externa contraria a independência nos estudos? Ou será uma condição para que a educação cumpra seu papel social e político?


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