16 de ago. de 2008
Educar para a vida
Como faz parte do processo social a confrontação de opiniões e os conflitos de gerações, nada mais justo. Porém, o que fazer com a questão do "socializar"?
Frequentemente, os pais recorrem aos especilistas para sanar suas dúvidas à respeito do comportamento introvertido dos filhos, das rixas e desavenças entre colegas e do problema da liderança (até os alunos mais populares e os mais intelectuais já tiveram esse tipo de problema). Não há nada de mal nisso, a não ser que o problema persista ou se agrave. Nessas horas, procuro apelar para o remédio caseiro mais eficaz que já foi criado: a conversa.
Insito na conversa, pois, nos tempos atuais, onde predominam os video games, sites de relacionamento, msns, BBBs entre outra babás eletrônicas, pais e filhos, que teoricamente teriam tanto para conversar, são tomados por um mutismo inexplicável.
Desde os tempos primitivos, quando a gente era primata, com todos o "uhuhs" e grunhidos próprios, a comunicação era fator de desenvolvimento e sobrevivência. Qual a comunicação que temos com nossos filhos hoje? O processo de socialização é procedente do grau de relacionamento que temos com nossos filhos. A criança será mais ou menos extrovertida, será mais ou menos propensa à leitura, aos esportes, aos estudos ou á qualquer coisa de acordo com o exemplo e grau de aceitação de suas famílias.
Baseando que, em essência, toda criança, queiramos ou não, aprende pelo exemplo, elas irão tomar pra si costumes, filosofias de vida, trejeitos, vícios de linguagem, gírias, sotaques ou expressões com as quais conviverem mais. Daí a crença de que tão logo as crianças estejam na escola, o problema cultural estará resolvido. Mas será que está mesmo? pense que na escola há milhares de crianças para alguns professores passar-lhes algumas noções durante 4 ou 5 horas que lá estejam.
Na maior parte do tempo, os alunos ficam em contato direto com seus semelhantes, ora estudando, ora se divertindo, ora fazendo ambos (quem nunca brincou na sala de aula atire a primeira pedra!!!)O que esperar da criança que retorna à casa, não encontra seus pais (ou similares) para trocar idéias sobre o que foi seu dia? Muitas vezes, a troca sadia de informações sobre a vida pela família vale mais do que muitas aulas enfadonhas ou mesmo uma estrassante ou chata troca de e-mails vazios.
É certo que não devemos moldar a criança ao nosso desejo, podando-lhes os sonhos, mas é essencial corrigir-lhes o pensamento com brandura para aspectos que a vida costuma nos ensinar desde pequenos, para que não soframos constrangimentos maiores enquanto adultos, eis o papel da família: o de educar para a vida. Esse ato só pode ser desempenhado no convívio diário, na troca de informações, sensações, olhares... ainda me lembro do olhar de reprovação de meu pai quando eu deixava comida no prato, sob o pretexto de que não gostava disso ou daquilo. Pode parecer bobagem, entretanto a expressão no olhar, o calor da mão e o tom de voz facilitam bastante o processo de convivência e isso a criança e o adolescente passam para o seu cotidiano. É como os antigos já diziam: os modos de casa vão à rua.
Regras simples para uma vida feliz, as receitas são mais simples ainda: Uma mesa de jantar, um assunto animado, sobre seu dia de trabalho, uma manchete no telejornal ou um comentário sobre as matérias na escola, consistem em diferentes formas de aprendizado. Deixe a criança se expressar, pondere seus posicionamentos, reflita sobre seus motivos e explique com objetividade e exatidão, sempre levando em conta o respeito e a sinceridade. É nesses momentos de união e debates em família que são propícios para se corrigir, ampliar e trocar o conhecimento. Uma maneira de se conhecer melhor àqueles que geramos, que não educamos para nós, mas educamos para a vida.
1 de ago. de 2008
Ler para quê mesmo, hein?
Eu poderia seguir por dois caminhos: responder como professora e pedagoga ou como mãe. Vou fazer diferente, vou apontar possíveis soluções, baseadas em dificuldades próprias. Tenho dois filhos, uma de 13 anos e um de 8 anos, ambos são bons alunos. O menino apresentou pequena dificuldade para aprender à ler, mas hoje o faz muito bem, no entanto, preferem ver televisão, ouvir música, ficar horas na internet, sem, entretanto, pegar num livro para ler.
Todavia, penso que, apesar deles não lerem o bom e velho livro, seja este uma enciclopédia ou um livro de contos, me supreendo com os achados que eles fazem na internet. Acho que muitas vezes nós professores escolhemos a leitura que o nosso alunado vai ter que fazer. Eu costumo oferecer uma gama de títulos baseando-me nos assuntos que despertem maior interesse de meu aluno ou de meus filhos. Acho que essa atitude dá mais liberdade, essa palavra que nossa educação tanto fala, mas pouco aplica.
Essa história de empurrar livro nos alunos goela abaixo nunca deu certo e nem nunca vai dar. Certa vez, eu tinha 12 anos (e lá se vão 20 anos...) uma professora muito "gentil" indicou para a nossa turma de 5ª série ler, o livro era "O Menino de Asas", de Homero Homem. Minha mãe comprou o livro e eu, até então compulsiva leitora, empombei: detestei o livro desde o primeiro capítulo!!! Seria bem melhor se ela tivesse me indicado um outro livro daqueles inúmeros títulos que havia na biblioteca (como o lindíssimo "Açúcar Amargo" do mesmo autor, dado no ano seguinte). Como detestei o livro, minha prova foi um desastre e sempre que alguma professora indicava algum livro para se fazer prova de interpretação de texto, eu ficava bastante apreesiva.
Então o que fazer? não dar prova de livro? não, não vou por aí. Acho que é importante a gente incentivar os alunos a ler, porém o mais importante é se informar primeiro dos gostos da turma e apresentar títulos que os despertem a curiosidade. Por exemplo: minha filha adora astrologia, música, romances do século XIX, biografia de cantores e livros de auto-estima e esses, geralmente, são os títulos que a presenteio ou faço com ela uma "leitura amiga" cada uma lê um trecho ou um capítulo para a outra. lindo, né?
Será que não é isso que falta então? maior aproximação dos pais leitores? não sei. Eu cresci rodeada de livros e informações, meus filhos também o são, mas já conheci colegas e alunos que não tinham nenhum livro em casa, com pais analfabetos e que, no entanto, eram assíduos freqüentadores da biblioteca escolar.
Acho que a questão é saber qual o tipo de leitura que nosso aluno prefere. Meu filho adora notícias de jornal, mas não liga nem um pouquinho para os contos clássicos infantis. A gente deve se lembrar que antes da leitura da palavra, o aluno deve saber reconhecer a leitura de seu tempo e de seu mundo. Como? incentivando-o a conhecer os problemas de seu bairro, de seu mundo, através das pesquisas em jornais, revistas, periódicos e, principalmente, na Internet, esse veículo de informação e conhecimento que se bem orientado pode trazer aos futuros cidadãos base intelectual para atuar num mundo onde as relações entre as pessoas no mundo estarão cada vez mais globalizadas.
Incentivar o aluno a reescrever o que viu, o que aprendeu com aquela pesquisa, relatar o que mais o chamou a atenção podem valer bem mais do que a simples interpretação do que determinado autor quis dizer com determinada frase, parágrafo ou descrição de paisagem feita. O aluno ao lavrar o registro de algo que ele presenciou ou de suas impressões, registra também o conhecimento que ele apreendeu, ou seja, reelabora e transmite aos interlocutores fatos que podem ser reelaborados e trabalhados posteriormente, numa ação menos didática, mais prática e pasível de transformação no campo social. Educar é um ato transformador da própria realidade social. Não deveríamos fazer de conta que ensinamos!
A leitura do mundo, mais do que a leitura meramente didática, será imprescindível ao aprendizado e às relações profissionais. Afinal de contas a gente lê mesmo não é para fazer bonito na escola e sim para que façamos bonito no mundo!
17 de jun. de 2008
EducaCamp - As discussões já começaram!!!!
Oi, Gente!!!
Gostaram do nosso logo? Graças ao Nick Ellis, do Digital Drops (votado pela Cybele e pela Ceila), foi eleita a versão do lápis. O jpeg já está aí para a gente fazer uma grande corrente pró-educação. (gentilmente postado pela Lúcia Freitas)
As discussões no EducaCamp já começaram!! estamos aquecendo as turbinas desse encontro de blogueiros da Educação com temas marcantes para nossas desconferências. Confiram o que já apareceu de idéia boa através dos comentários postados no site do próprio EducaCamp :
Cybele: O uso das TICs como ferramenta de aprendizagem e o seu uso no cotidiano da sala de aula.
Aracnus (nosso colega Fred): - Wiki como ferramenta para projetos colaborativos e Uso educacional de recursos gratuitos da Web.
Lilian Starobinas: Tecnologias: o que esperam os alunos?
Semíramis - a redatora que vos fala - também tem dois temas:1) O papel do novo professor no contexto das tecnologias de informação - como propôr atividades integradas às demais disciplinas e 2) Como acrescentar cultura e informação ao cotidiano dos educandos, de forma a integrá-lo às tecnologias sem perder de foco a aquisição do conhecimento.
Barbara Dieu (Bee) tem duas propostas: levantamento dos problemas/dificuldades mais comuns encontrados quando usamos TICs em sala de aula e sugestões de como resolvê-los. Outro assunto seria o desenvolvimento profissional continuado usando as novas tecnologias.
Jenny Horta: uso de recursos 2.0 na educação (não dependem de SO, apenas de conexão)
Sérgio F Lima: Como as TICs podem contribuir para a “reinvenção do cotidiano escolar”?
Wolney: blog e formação de professores
Suzana Gutierrez: Penso que seria um bom tema refletir sobre a cultura que as tecnologias constroem (que é parte da cultura maior onde estamos inseridos e não uma dimensão separada) e suas implicações para o trabalho dos professores e para a educação de um modo geral.
Caso alguém deseje participar desse encontro, faça a inscrição clicando aqui . Comentem dando suas opiniões e suas colaborações também!!!!
Ah, antes que eu me esqueça confira o meu blog pessoal, com dicas de eventos e atualidades - o Ne quid nimis... ! A gente se vê no EducaCamp!!!!
23 de mar. de 2008
Super blogagem de Páscoa - Dia Mundial da Água 22/03
Como eu havia registrado aqui na blogagem anterior, o prefeito do Rio finalmente viu que o município está tomado pela dengue e, nesta semana mencionou pela primeira vez a palavra epidemia. Isso me preocupa. A tendência é de que a doença se alastre e não há muito que se possa fazer para combatê-la.
Na quinta-feira fui convidada a conhecer o projeto Teia da Vida, no qual pretendo ingressar aqui em Itamonte apresentando projetos de educação ambiental. É um projeto interessante que visa capacitar pessoas como agentes comunitários em várias áreas. Essa pode ser a marca de um novo momento para o crescimento da cidade.
Ao saírem não se esqueçam de deixar um comentário. Isso faz um bloggeiro feliz mesmo. É a certeza de que nosso trabalho está sendo reconhecido. Uma feliz Páscoa, com votos de alegria, paz, prosperidade e harmonia em nossos corações.
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
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