10 de mai. de 2008

Mãe...(eu prometo) Semíramis Alencar

Mãe, eu prometo
prometo ter você sempre como meu maior exemplo
meu recanto, meu alento
meu regato, meu fomento
da alma feminina que pretendo encarnar

Mãe, eu prometo
me arrepender de cada tropeço
se você me magoar, eu esqueço
não foi por querer
não foi por mal.

Mãe, cada palavra sua é meu maior elogio
mesmo que a verdade seja dura demais
e grande demais meu desafio
tenho sua voz terna, seu ombro amigo
para quando eu cair de chorar
você me reerguer me amar
como somente você pode fazer.

Mãe, eu prometo não esquecer de manter viva a chama
de ser a mãe que acalma e inflama
o coração dos filhos para a vida.
Mãe, mais do que teu fruto
tu és minha amiga
orgulho de minha vida
pedra verdeira, minha verdadeira guia
Por isso mãe, prometo ser por toda minha vida, o que eu sou
pois por ti, mãe, não existiria maior amor
como o que Deus cultivou.

29 de abr. de 2008

História do Trabalho - 1º de maio - Dia do Trabalho

A importância do trabalho em prol da dignidade humana sempre esteve presente na história da civilização.

Desde as primeiras manifestações de trabalho manual, pasando pelas relações de escambo, escravidão, ao trabalho formal dos séculos VIII e XIX, até o contrato de trabalho do século XX, o homem luta para serem asseguradas suas necessidades e dos seus, principalmente em relação à moradia, saúde e alimentação.

Cabe ressaltar que o trabalho feminino e o trabalho infantil estão presentes nessa sociedade. As necessidades de sobrevivência e as obrigações servis contribuem para isso. As crianças ingressam no mundo do trabalho para auxiliar na economia familiar. Nessa lógica, quanto mais filhos, maior poderia ser o aproveitamento produtivo. Na Inglaterra industrial, mulheres, crianças e idosos trabalhavam em conjunto para garantir a sobrevivência da família como um todo. A preferência por mulheres e crianças nas tarefas que não exigiam força braçal tinha explicação no preconceito industrial burguês de que estes dois grupos de trabalhadores seriam mais facilmente domesticados, ou seja, mais fáceis de serem disciplinados e intimidados.

Com o contrato de trabalho, em início do século XX, foram regulamentadas regras que regem os direitos e deveres entre patrões e empregados. Assim, foram criadas as primeiras classes trabalhadoras, com a classificação em cargos, funções, atribuições e salários.

No Brasil de Getúlio Vargas, foi instituída a maior legislação trabalhista do País, a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, representada pela popular carteira de trabalho, onde o trabalhador brasileiro passou a ser reconhecido pelos seus direitos, além de receber benefícios como férias, décimo-terceiro salário, FGTS, aposentadoria, entre outros.

Foi uma solução para garantir um sustento mínimo para as necessidades do trabalhador e de sua família, frente ao capitalismo selvagem, voltada a vida de consumo crescente.

Entretanto, à partir de 1980, diante de um mercado competitivo, as empresas passaram a atuar com foco dirigido tão somente ao negócio. As outras atividades, consideradas de apoio, foram transferidas aos poucos para empresas externas, começava aí o processo de terceirização.

Desta forma, começaram a surgir consultorias externas, ou seja, micro empresas especializadas em prestação de serviços,resultantes de um deslocamento da mão-de-obra, por esta razão, as obrigações empregatícias das empresas passam a ser de competência destas prestadoras.

Diante de um mercado recessivo, com muito mais demissões que contratações, surgiu o trabalho informal, através de serviços sem documentação ou qualquer tipo de registro.

Embora sem direitos ou garantias de um futuro empregatício seguro, para muitos foi a única saída.

As cooperativas de trabalho surgiram devido ao aumento da classe trabalhadora sem registro em carteira, muitos contratados sob os entitulados "contratos de gaveta", com vínculo informal.

A cooperativa de trabalho é uma forma de contratação oficial, através da própria carteira de trabalho, onde o trabalhador contratado por uma determinada cooperativa, fica lotado na empresa contratante dos serviços desta. Todo tipo de vínculo, sejam documental, direitos, deveres ou benefícios se dá apenas entre o trabalhador e a cooperativa. Uma forma de trabalhadores defenderem conjuntamente seus direitos.

Outra forma de manter esses direitos trabalhistas em conjunto é a filiação em sindicatos de categorias. O surgimento dos sindicatos contemporâneos se deu pelo empresário britânico Robert Owen, na segunda década do século XIX, incentivando "a agremiação dos operários em sindicatos (trade unions)", o que transformou o movimento sindical no mais poderoso instrumento de conquista dos direitos sociais-trabalhistas. Aos poucos, a luta de classes foi sendo substituída pelo entendimento entre trabalhadores e empresários, tendo o êxito de tais negociações fortalecido as entidades sindicais.

No Brasil, o movimento sindical se inicia no início da década de 1920. O movimento sindical efetivou-se basicamente no século XX, em decorrência do processo de industrialização, e esteve ligado a correntes ideológicas como o positivismo, o marxismo, o socialismo, o anarquismo, o anarco-sindicalismo, o trabalhismo vanguardista, e o populismo.

O movimento sindical mais forte no Brasil ocorreu em São Paulo, onde os imigrantes integravam a massa de trabalhadores das fábricas e indústrias. Os sindicalistas ativos eram os anarquistas italianos que, surpreendendo os governantes, desencadearam uma onda de rebeliões, que foi contida por uma violenta repressão policial.

Atualmente, o sindicalismo brasileiro passa por um momento de renovação por conta das novas demandas, como a empregabilidade, a globalização dos serviços e cada vez mais, a luta por condições dignas de trabalho.

Quanto à educação, os professores e funcionários de escolas públicas e privadas podem contar, além das garantias trabalhistas,com o apoio dos sindicatos e cooperativas de profissionais da educação em cada estado brasileiro. Por exemplo cito a atuação do SINPRO-Rio - Sindicato Municipal dos Professores do Rio de Janeiro http://sinpro-rio.org.br. ().

Há 73 anos lutando pelos direitos dos professores e funcionários da Educação Básica, Ensino Superior, cursos livres e de idiomas,o Sinpro-Rio,oferece, segundo as disposições do Estatuto do Sinpro-Rio, em seu Art 4º:

Art. 4.º - São deveres do Sindicato:
a) defender o regime democrático e a liberdade de manifestação e de expressão;
b) defender a melhoria do ensino, da formação e das condições de vida e trabalho do magistério;
c) promover a solidariedade intersindical;
d) defender o ensino público, gratuito e de qualidade para todos;
e) editar publicações e promover cursos, palestras e conferências;
f) manter atividades de lazer, assistência judiciária e convênios em benefício de seus associados.


Apesar dessas garantias e inúmeros serviços oferecidos aos sindicalizados em prol de seu aprimoramento, saúde e lazer, poucos ainda são os professores que se se unem à essa bandeira, pois temem serem banidos ou não aceitos nos estabelecimentos de ensino. No entanto, se cada um de nós trabalhadores, lutássemos por melhores garantias de emprego e renda, unindo-nos aos diversos sindicatos e participando das convocaçôes, certamente seríamos levados mais a sério, pois o passado das relações trabalhistas foi de luta, por essa razão, a luta continua!

Abraços sinceros

Semíramis

18 de abr. de 2008

19/04 - Um dia para lembrar...

19/04, Dia do Índio. Um dia para lembrar. Esta minha postagem era para ter ido ao ar ontem, mas devido à imprevistos familiares, somente hoje pude postá-la. Mesmo assim, faço hoje minha homenagem aos nossos irmãos indígenas, com meu respeito.
Semíramis

Criado pela FUNAI em 1967, o dia do Índio foi criado como uma homenagem aos indígenas, nativos de nossas terras, quase que dizimados pelos colonizadores.

E só. Até bem pouco tempo atrás, eu costumava ver as crianças saindo de suas escolas enfeitadas com cocares, arco e flechas, rostinhos pintados... Hoje em dia, nem tanto. O que aconteceu com as datas cívicas?

Há quem abomine as datas cívicas por considerá-las uma forma de imposição do patriotismo pelo regime militar, porém o que dizer de um povo que aos poucos vai perdendo sua cultura? O que dizer de um povo que aos poucos vai se esquecendo de suas tradições?

Índios, hoje são poucos os que mantêm suas tradições. Peles pintadas e ornamentos plumários pouco ou nada são usados em virtude das “vestes de branco”. Os índios estão deixando de lado suas raízes para viver a comezinha vida dos brancos: suas diversões, seus remédios e vícios – como se salvarão? Se o próprio governo não designa pessoal capacitado para orientá-los (e não deixá-los à sua própria sorte).

Por outro lado, alguns membros das comunidades indígenas estão saindo das aldeias para lutarem por seus direitos. Começam pela educação: muitos ingressam nas universidades a fim de poderem repassar, dentro de sua própria cultura, linguagem e pensamento as virtudes, soluções, prós e contras do mundo dos brancos. São professores, advogados, médicos e enfermeiros indígenas.
Estes profissionais acreditam que, se ampliadas as condições de estudo, emprego e renda, sua tribo pode viver harmoniosamente com o restante da população, produzindo, negociando, partilhando o conhecimento e auxiliando nas pesquisas que favorecerão a humanidade como um todo, sem com isso desprezar seu passado histórico, antes, revivê-lo a cada dia, mantendo vivas suas tradições, costumes, ritos e sabedoria. Conceitos Morais e Religiosos.

A Funai registra a existência de 206 povos indígenas, alguns com apenas uma dúzia de indivíduos. Somente dez povos têm mais de 5 mil pessoas. As 547 áreas indígenas cobrem 94.091.318 ha, ou 11% do país. Há indícios da existência de 54 grupos de índios isolados, ainda não contatados pelo homem branco.

Pois, a história dos primeiros habitantes dessas terras milenares necessita de bem mais do que um dia para serem lembradas. São mais de 600 tribos, cada qual com sua história: Kaiapós, Pataxós, Arawêtes, Ticunas... Todas com um modo diferente de ver sua existência, sua criação e a criação do mundo.

O que essa existência pode nos trazer, além de um retorno com nossas próprias origens é o aprendizado para a vida, o respeito aos ancestrais e a construção da vida em comunidade.

Que esta seja uma data para ser lembrada a figura do índio, não somente neste dia, mas um diálogo reflexivo para todo o ano.




Fontes: Institut Arara - http://www.arara.fr/BBTRIBOS.html
FUNAI - http://www.funai.gov.br/index.html
Desvendar.com - http://www.desvendar.com/especiais/indio/tribos.asp

O que fazer para combater o Analfabetismo no Brasil, então?



Enquanto professores, sabemos que nosso cotidiano não é fácil: cadernos e livros para corrigir, provas, avaliações e trabalhos para analisar. Porém, nada nos impede de tentar novas atitudes, que não são trabalhosas e nem nos ocupa tanto tempo.

1- Para alunos de EF - incentivar os cantinhos da leitura - num canto da sala de aula, disponha de umas duas esteiras ou tapetes e alguns livros, revistas e gibis dispostos num baú ou numa pequena estante. Gente, serve até um caixote de madeira, desses de frutas! chamem as crianças para a elaboração desse espaço. Elas se sentirão felizes se puderem participar da organização e isso as incentiva ao uso do espaço.

2- Outra estratégia interessante para este segmento é trazer esta experiência para dentro de suas casas. Ao incentivarmos a família a ler, criamos um laço de leitura e escrita familiar, o que reforça a tese de que "aprendemos uns com os outro e por isso aprendemos sempre" (Paulo Freire). Ao criar o cantinho de leitura, aproveitem para comunicar este feito aos pais, sob forma de bilhetinhos ou cartinhas, pois essas ações favorecem a comunicação e a integração da família com a escola.

3- Outro recurso que pode ser utilizado, não apenas no segundo segmento do EF, mas no EM e no EJA é a criação de um jornal da turma. Tarefa simples que pode ainda ser utilizada como instrumento de avaliação de aprendizagem. Considero que a avaliação deva ser formativa, ou seja, aquela que parte do princípio que a aprendizagem é um processo contínuo. O jornal poderá ser mensal ou bimestral, conforme a necessidade de cada professor. Este recurso fornece variadas formas de leitura e escrita e ainda a possiblidade do educando reelaborar seu conhecimento. Geralmente, se formam grupos para elaborar as tarefas, ou mesmo a criação de 2 ou três jornais onde cada um dos participantes são incumbidos de tarefas distintas, porém sempre com a redação de um artigo.

4- Criação de blogs e fotologs - para os alunos de EM, a criação de blogs e fotologs poderá, à um só tempo, favorecer tanto a leitura e escrita de artigos, quanto à criatividade e desenvolvimento do senso estético. Essas ferramentas, àlem de permitirem um contato maior do aluno com diversos artigos relativos às disciplinas do currículo, poderão consistir numa metodologia de aprendizado eficaz nos estudos aos exames vestibulares. Cabe ao professor, a proposição e a distribuição das tarefas, identificando os elementos necessários à consecução das mesmas, bem como os temas a serem tratados.

Essas abordagens, das mais simples às mais complexas, consistirão num desafio tanto aos alunos, pelos quais devemos orientar à não deixarem de lado suas aspirações e seus estudos, como também num desafio ao professor, no qual ele estará continuamente se aperfeiçoando e adequando o seu saber às questôes sociais, à aproximação da escola com as famílias e com as inovações tecnológicas presentes em nosso cotidiano.

Abraços aos educadores e educandos

Semíramis

14 de abr. de 2008

Uma Reflexão

Há de se pensar no amor em educar, cito Freire (81:1979*)
"Não se pode falar de educação sem amor".

Há aqueles que amam a ciência que escolheram para estudar e que acabaram por ingressar no magistério dessa, o que não significa que gostem ou amem lecioná-la.

Há aqueles que se dedicam à prática docente em elaborar novos métodos de ensino, mas que não se sentem à vontade em testá-los. Se prendem às minúcias burocráticas ou à repetição da teoria dos grandes pesquisadores.

Há aqueles que, poucos, amam o que escolheram como ciência, filosofia, magistério e método a que se dedicam, se sentem totalmente à vontade para se soltarem das teias impostas ao longo dos tempos, encorajando outros a ousarem a se soltar também.

Esse é o educador de fato, aquele que ama educar.


Fraternalmente,

Semíramis

*Educação e Mudança, Paz e Terra, 1979 12ª edição - p.81 (on line UFPE)


PS: Ao sair da página, deixe um recado no Livro de Visitas - Vou gostar de saber que você veio!!!

9 de abr. de 2008

Dia do Livro 18 de Abril - O que fazer para acabar com o analfabetismo?




Numa sala de aula diversas atividades e atitudes podem consistir em elementos de grande valor para os alunos, principalmente para os jovens que prematuramente abandonaram as salas de aula e hoje buscam as salas de EJA para poderem concluir seus estudos.

Partindo de uma perspectiva Freireana, eu procuraria saber a história de vida desses educandos: o lugar onde vivem, suas necessidades, suas alegrias, seus gostos, seus objetivos e ocupações. Nesse todo compreensível para todos nós, alfabetizados ou não, partiria para atividades que são bem vindas para todos aqueles que, curiosos em saber a visão do outro sobre determinado assunto, trazem para a aula e descrevem as cenas de seu rodo cotidiano.

Na comunidade judaica há uma expressão: conte-me sua história que eu te conto a minha. É uma espécie de voto de confiança para se iniciar um diálogo franco, uma forma de aprendermos uns com as histórias dos outros. Acredito que esse poderia ser um canal para a humanização das relações professor-aluno, sobretudo no EJA, onde essas relações já foram desgastadas em um passado traumático, por parte de alguns alunos.

Certa vez eu conversava com uma senhora que havia deixado a escola aos 12 anos, na sexta série. Ela era uma senhora bem inteligente e gostava de ler, embora o fizesse com certa dificuldade e assim a peguntei o porque dela ter se afastado da escola, ter deixado de estudar. Ela, num suspiro desses que a gente tem vontade de chorar, me contou que saíra da escola porque as professoras a maltratavam. Rasgavam seus desenhos coloridos e a colocava de castigo.

Perguntei-a sobre seu rendimento escolar e ela disse que costumava ser boa aluna, mas a irritabilidade com que as professoras se referiam à ela e aos demais alunos, a deixava e aos pais, apavorados. Dessa forma, um dia, tomados pelas dificuldades da vida, ela deixou os bancos escolares e começou a labuta da sobrevivência. Trabalhava para ajudar à família e logo depois se casou. O marido alfabetizado a ensinara as letras e a convidara a leitura de jornais e revistas.

No cuidado diário da casa, ela aprendera a somar, a ler e a escrever, embora com certa dificuldade, mas a lembrança de tempos difíceis e traumas escolares a faziam hesitar em voltar ao estudo formal. Estava ela ali, num curso supletivo de EF, lendo com vagar uma apostila que ela confessava, com lágrimas nos olhos, a felicidade de estar estudando outra vez, sem o temor de ser retaliada ou ofendida como antes.

Portanto, acredito que a erradicação do analfabetismo somente se dará se houver uma maior consciencientização dos professores no sentido de trazer às salas de aula, não somente novas técnicas didáticas, métodos de ensino, cartilhas coloridas... não, é necessário trazer para dentro de sala de aula o afeto, a preocupação com a vida do aluno, com a história social deste ser em formação. A leitura que o aluno faz é a leitura de vida.Ele se identifica com o que está acontecendo em seu bairro, em sua cidade, na política e nos acontecimentos que envolvem sua gente.

Antes de tudo, o aluno, fruto de nossas observações e estudos, tem seu próprio rítmo. Se faz necessário que o auxiliemos a encontrar soluções para suas dificuldades e, principalmente, auxiliá-los no gosto pela leitura.

Os veículos para os aproximar não só da leitura, mas da troca de informções e da escrita estão aí: a interconectividade da internet, as ferramentas de pesquisa, os sites de relacionamento, os fotologs, blogs, e-mails e salas de bate-papo. tudo isso e mais toda a tecnologia e veículos de informação podem dar aos alunos o poder da voz, da opinião e da troca de experiências, tendo como base a leitura.

Que não sejamos apenas uns poucos a lutar por este poder. Com a leitura obtemos não apenas o prazer de obter conhecimento, mas o de partilhá-lo com outros e lutar pela democracia.

Abraços,

Semíramis

31 de mar. de 2008

Nascimento do Planeta Itamonte




Oi, Pessoal

Nasceu ontem o blog do Fernando, o Planeta Itamonte

http://www.planetaitamonte.blogspot.com


Confiram o crescimento dessa aventura de viver, crescer e sonhar em Itamonte-MG

O Paraíso Ecológico do Terceiro Milênio!!!!

Comentem!!

Abraços Fraternos,

Professores Fernando e Semíramis


27 de mar. de 2008

Afinal, somos apenas outro tijolo no muro...


Esta semana deixei fluir minha alma roqueira-reflexiva para lavrar algumas idéias pedagógicas sobre as formas de educação durante boa parte do século XX, antes (e mesmo bastante tempo depois) dos mais importantes estudos pedagógicos e psico-sociológicos já cientificamente comprovados.

Estava revendo o clássico filme The Wall de Alan Parker e Roger Waters (Pink Floyd). Lembro-me da primeira vez que o vi e, tal como na música tema, Another brick in the wall, lembro-me de alguns professores de minha vida escolar: como as relações entre professores e alunos podiam ser tão distantes? Eu e muitos colegas, tal como o protagonista Pink, também tivemos nossos poemas e redações ridicularizados na sala de aula (isso no Brasil dos anos 80 onde a recém descoberta teoria construtivista estava anos-luz das escolas públicas) não havia diálogo, mas gritos de "ô diabo!" ou a crescente incapacidade de ter a profissão (missão) professor como algo mais do que sobreviver.

O engraçado é que ainda hoje, com todas as teorias educacionais, inovadoras propostas pedagógicas e revolucionárias técnicas didáticas, encontro relatos desse tipo. Professores inconformados com sua função que encontram na escola apenas uma fonte insuficiente ou temporária de recursos financeiros, fazendo com que seus alunos sejam alvo de sua ira e frustração por não conseguirem atingir suas metas sonhadas.

Em pleno século XXI encontramos alunos amordaçados pelo medo de dizer o que pensam. Algemados na imobilidade condicionante de uma desconfortável carteira, sem atividades extra-classe ou mesmo de uma aula ao ar livre, recursos interessantes que poderiam proporcionar enriquecedores momentos de aprendizagem para ambos - professores e alunos - porém, me esqueci, estamos falando de professores que mal disfarçam seu desgosto por suas próprias vidas, presos às pesadas bigornas do cumprimento ipsis literis de seu currículo, no cansativo cuspe e giz que faz muita gente dormir sono pesado.

E para quem pensa que eles estão apenas nas salas da Educação Básica, se enganou. Alguns desses baluartes da educação estão respeitosamente sentados nas grandes mesas das universidades federais, estaduais e particulares, usando a armadura reluzente de seus títulos empoeirados de stricto e lato sensu, desrespeitando o livre pensamento e a capacidade de aprendizagem de seus graduandos. São senhores e senhoras sinistros, de linguagem complexa e erudita que, se bem analisada, não passa da simples constatação do óbvio.

Ao verem um aluno trazer uma experiência ou um questionamento proveniente de uma observação própria, esses senhores do saber se põem a rechaçar a questão e o ato questionador do aluno. Se este apresenta um argumento plausível, emaranham-se em explicações complexas e verborrágicas, onde dão por encerradas qualquer sombra de razão à questão, vindo mais tarde promover suas teses e fabulosos artigos em cima deste ou daquele questionamento formulados por seus pupilos. Muito conveniente, não?

Claro que nem todos os professores, sejam eles de Educação Básica ou de Ensino Superior adotam essa conduta sarcástica. Muitos são verdadeiros representantes da educação libertadora que sonhamos, empenham-se ao máximo para trazerem às salas de aula, elementos enriquecedores, atuais, práticos e inovadores que tragam, à um só tempo, liberdade de exprimir as idéias de acordo com o seu próprio entendimento, por sua visão de mundo, em diálogos e trocas de informações com outros colegas. Esses educadores não revolucionam só o saber de sua disciplina em si, antes promovem a inovação e o interesse destes educandos no curso como um todo.

No entanto, minha análise parte do pressuposto de que os senhores do saber são os que melhores colocações têm nas diversas universidades e escolas, posto que com seus títulos e sua fluência verborrágica, conseguem iludir aos coordenadores e diretores dessas IE´s. Não, não quero crer que tudo esteja baseado no mesquinho jogo de interesses, onde só haja a contratação desses detentores do saber, em nome de uma pseudo-seriedade de suas instituíções.

Não. Prefiro acreditar que os educadores de fato estão saindo da educação por pura falta de oportunidades... quem ama ensinar, ensina por qualquer salário acima do mínimo (R$450, 00 não dá para nada, não é?) ou mesmo porque perderam a esperança no sistema educacional brasileiro.

Entretanto, a questão continua não sendo o salário (se pago) e sim a crescente falta de colocação dos bons professores no mercado. Tal como nossos alunos, estamos acuados, sendo silenciados e brutalmente condenados a implodir o muro de nossos próprios ideais.
Um abraço aos educadores do Brasil

Semíramis

23 de mar. de 2008

Super blogagem de Páscoa - Dia Mundial da Água 22/03





Feliz Páscoa, que a vida e ressurreição de Jesus possam renovar nosso espírito e nossos corações, hoje e sempre!!!!

Olá, visitantes desse meu espaço educacional:

Como eu havia registrado aqui na blogagem anterior, o prefeito do Rio finalmente viu que o município está tomado pela dengue e, nesta semana mencionou pela primeira vez a palavra epidemia. Isso me preocupa. A tendência é de que a doença se alastre e não há muito que se possa fazer para combatê-la.

Na quinta-feira fui convidada a conhecer o projeto Teia da Vida, no qual pretendo ingressar aqui em Itamonte apresentando projetos de educação ambiental. É um projeto interessante que visa capacitar pessoas como agentes comunitários em várias áreas. Essa pode ser a marca de um novo momento para o crescimento da cidade.

A Páscoa vem aí e com ela desejo-nos uma época de renovação de nossas idéias e de nossas convicções. Brincadeiras à parte, páscoa é tempo de reflexão, de pensar em novas metas e de traçar novos paradigmas.

Creio que este foi o maior exemplo de Jesus, a cada novo dia sermos perfeitos como o Pai, nos renovando, nos aceitando a nós mesmos como seres transformadores.

Ao saírem não se esqueçam de deixar um comentário. Isso faz um bloggeiro feliz mesmo. É a certeza de que nosso trabalho está sendo reconhecido. Uma feliz Páscoa, com votos de alegria, paz, prosperidade e harmonia em nossos corações.



Não dá para se esquecer que ontem, dia 22 de março, foi o dia Mundial da Água: um bem natural que tem que ser preservado. Elemento essencial à vida, essencial ao futuro da humanidade.

História do Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

A ONU se preocupou com a água, uma vez que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido. Porém, apesar de sua abundância, apenas uma pequena porção, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável. Grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial.

Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema. No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”. Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural.


Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.


Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Portanto, se você se preocupa com sua vida, saiba que cerca de 70% de nosso corpo é constituído de água. Assim, ela é imprescindível à sobrevivência do planeta e à manutenção da vida humana. Sem água não há vida.
Abraços Fraternos,
Semíramis.

18 de mar. de 2008

Depois do susto - Valorizando a vida

Este texto é dedicado aos médicos, enfermeiros e funcionários do Hospital Salgado Filho


Andei sumida por esses idos de março pois minha filha esteve com dengue. Senti meu chão se abrir no dia 10 quando nossa médica verificou que ela contava com 33.000 plaquetas no sangue (o normal é 200.000) e corria risco de vida - era a dengue hemorrágica. Corremos para o Hospital Salgado Filho, onde fomos prontamente atendidas. Não preciso dizer a confusão de sentimentos, pensamentos e medos que tomaram conta de mim naqueles momentos.

Lamentavelmente, o Rio de Janeiro vive uma das mais assustadoras epidemias dos últimos tempos. O número de mortos pela doença, só na capital, já chega a 28. A Secretaria municipal confirmou também que são 2.275 casos da doença apenas no mês de março. Desde o início do ano foram registrados cerca de 19.000 casos de dengue (fora aqueles que não deram entrada nos hospitais e postos de saúde).

Os hospitais, públicos e privados, têm estado lotados, não há vagas para atender a grande demanda de pessoas que os procuram diariamente. E não é por falta de engajamento e boa vontade do corpo hospitalar: sua dedicação é tão intensa que estes médicos e enfermeiros chegam a emendar dois plantões seguidos e ainda são agredidos, incompreendidos, por uma situação caótica que ainda não teve uma solução efetiva.

Nestes 4 dias que fiquei dentro do hospital Salgado Filho vi o grande carinho com que médicos, enfermeiras e funcionários tratam à cada paciente. Presenciei as lágrimas de médicas que estão próximas de se aposentar, lamentando-se do estado lástimável em que a saúde se encontra. Exaustos, estes profissionais não medem esforços para ajudar, seja na coleta de um hemograma, na colocação de um soro, numa palavra amiga ou num breve sorriso. Ali, aprendi a compreender verdadeiramente o valor do profissional de saúde.

Minha filha se recuperou bem e já retornou às suas atividades rotineiras, graças à Deus, mas me pergunto sobre as outras crianças, adolescentes e adultos que passam pelo mesmo tormento. Me pergunto ainda: e aquelas que se foram? por que será que o Governo Federal ou o Governo do Estado do Rio de Janeiro ainda não procuraram uma forma mais ativa de prevenção e combate à dengue?
Fazer campanha publicitária para que não deixemos caixas d´água descobertas, plantas em vasinhos com terra, limpeza e organização de garrafas, pneus e recipientes onde se possa acumular água da chuva, é fácil e é de grande ajuda. Porém, se observarmos bem, no Rio há um sem número de construções e piscinas abandonadas, terrenos baldios, onde a água se acumula da mesma forma. Também podemos observar a falta de canalização de rios e canais, o que acaba se tornando ambiente propício à dengue e à uma série de doenças.

Autoridades estaduais e federais decidiram em uma reunião a portas fechadas criar uma central de regulação de leitos para pacientes com dengue. A partir desta segunda, já estão disponíveis para a população 164 vagas em hospitais estaduais e, nos próximos dias, mais 85 leitos em nove unidades federais, mas ainda é muito pouco, perto do grande número de pacientes que chegam diariamente aos hospitais.
Enquanto ações eficazes não forem postas em prática, enfrentaremos o risco do aparecimento de novas epidemias, bem como a mutação das doenças já existentes. Apenas ontem o Governo do Rio convocou o Corpo de Bombeiros para uma ação emergencial no combate e prevenção à Dengue. O Governador e o Prefeito negam que haja uma epidemia, mas não foi o que o Secretário de Saúde mencionou. Neste jogo de esconde-esconde, esquecem-se que têm telhados de vidro.
Aprendi, nas noites insones em que a incerteza era dominante em mim muito mais do que os livros me ensinaram sobre a caridade e o amor. Aprendi a dor de amar e ver sofrer ali, calada e adormecida, minha estrela radiante. Aprendi mais ainda como a gente pode converter nossa angústia, nossa amargura no auxílio aos irmãos. Isso para mim foi um grande aprendizado.
Abraços

8 de mar. de 2008

08 de Março - Dia Internacional da Mulher - Homenagem


Homem e Mulher

O Homem é a mais elevada das criaturas
A Mulher, o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o Homem um Trono; para a Mulher, um Altar.
O Trono exalta, o Altar santifica.

O Homem é o cérebro, a Mulher o coração.
O cérebro produz a Luz, o coração produz Amor.
A Luz fecunda, o Amor ressuscita.

O Homem é o Gênio, a Mulher o Anjo.
O Gênio é imensurável, o Anjo indefinível.

A aspiração do Homem é a Suprema Glória.
A aspiração da Mulher é a Virtude Extrema.
A Glória promove a Grandeza; a Virtude, a Divindade.

O Homem tem a Supremacia; a Mulher a Preferência.
A Supremacia representa a Força; a Preferência, o Direito.

O Homem é forte pela Razão; a Mulher é invencível pela emoção.
A Razão convence; a Emoção comove.

O Homem é capaz de todo Heroísmo; a Mulher, de todo Sacrifício.
O Heroísmo enobrece; o Sacrifício, purifica.

O Homem pensa; a Mulher sonha.
Pensar é ter uma lavra no cérebro; Sonhar é ter na fronte uma aureola.

O Homem é Águia que voa; a Mulher o Rouxinol que canta.
Voar é dominar o Espaço, cantar é conquistar a Alma.

Enfim, o Homem está colocado onde termina a Terra;
a Mulher, onde começa o Céu.


Autor Desconhecido

21 de fev. de 2008

Educação na Era da Inclusão


Falar ou agir? Eis a questão. O ano 2000 seria a era da inclusão, disseram. Muito já foi falado, discutido, aprovado e principalmente, reprovado.
Tem sido prática comum deliberar e discutir acerca da inclusão de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência: mencionando direitos inerentes a uma necessidade específica, abrangendo todos os direitos de forma generalizada, embrulhando-os, sem maiores cuidados em mostrar detalhadamente estes direitos.
A integração social foi a idéia que guiou a elaboração de políticas e leis e na criação de programas e serviços voltados ao atendimento das necessidades especiais de deficientes nos últimos 50 anos. Este parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptem os deficientes aos sistemas sociais comuns e, em caso de incapacidade por parte de alguns deles, criar-lhes sistemas especiais separados.
Assim a sociedade continua basicamente a mesma em suas estruturas e serviços oferecidos, cabendo aos portadores de necessidades serem capazes de se adaptar a sociedade. Todavia, este parâmetro, apesar de protetor, promove a discriminação e a segregação na sociedade. O portador de necessidades especiais passa a ser visto com piedade e não como um ser humano, portador de outras inteligências e aptidões.
Desta forma é proposto o paradigma da inclusão social. Não somente a de portadores de necessidades especiais, mas todos aqueles indíviduos que estão, de alguma forma, excluidos da sociedade. Este consiste em tornar toda a sociedade um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades.
Por este motivo, os inclusivistas (adeptos e defensores do processo de inclusão social) trabalham para mudar a sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns e atitudes em todos os aspectos : educação, trabalho, saúde, lazer, etc...
Sobretudo, a inclusão social é uma questão de políticas públicas, pois cada política pública foi formulada e basicamente executada por decretos e leis, assim como em declarações e recomendações de âmbito internacional .
Falamos de Inclusão Social: seria com programas sociais que apenas dão ao povo a sensação de saciedade em ter seus filhos na escola pública, recebendo dinheiro por aquilo que deveria de ser um direito natural?
Falamos de Inclusão Digital: quantas escolas ainda não têm computadores para uso de seus alunos? quantos professores têm um computador que os possibilite melhorar sua prática docente, ou melhor, quantos professores estão realmente preparados para a aplicação dessa veículo que poderia ser a estrutura-base de uma educação renovadora?
Por estas razões, surge a necessidade de uma atualização das diversas políticas sociais. Ora se sobrepondo em alguns pontos, ora apresentando lacunas históricas, muitas das atuais linhas de ação estão em conflito ideológico com as novas situações, parecendo uma colcha de retalhos.
É necessário mudar o prisma pelo qual são observados os direitos já ordenados e os que precisam ser acrescentados, substituindo totalmente o paradigma que até então é utilizado, até mesmo inconscientemente, em debates e deliberações.

12 de fev. de 2008

Coisas do Brasil...



As boas iniciativas em nosso país são desprezadas enquanto que as enganações persistem. Ô Brasil, terra de aparências e interesses... quantos ainda terão que morrer para que possamos compreender a nossa própria ignorância...

Este não é um texto escrito por mim. Desconheço a autoria da reportagem, mas denuncia o monopólio das grandes indústrias e a falta de apoio do Governo Federal nas ações simples que poderiam resgatar nossa cidadania e dignidade


Abraços Sinceros


Semíramis





PIONEIRA Há mais de três décadas Clara Brandão criou um composto alimentar que revolucionou a nutrição infantil.

A cena foi comovente. O vice-presidente José Alencar preparava-se para plantar uma árvore em Brasília quando foi abordado por uma nissei de 65 anos e 1,60 m de altura. Era manhã da quinta-feira 6. A mulher começou a mostrar fotografias de crianças esqueléticas, brasileiros com silhueta de etíopes, mas que tinham sido recuperadas com uma farinha barata e acessível, batizada de MULTIMISTURA. Alencar marejou os olhos.

Pobre na infância no interior de Minas, o vice não conseguiu soltar uma palavra sequer.
Apenas deu um longo e apertado abraço naquela mulher, a pediatra Clara Takaki Brandão. Foi ela quem criou a MULTIMISTURA, composto de farelos de arroz e trigo, folha de mandioca e sementes de abóbora e gergelim. Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio.

E o que a pediatra foi pedir ao vicepresidente? Que não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças. Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo. Clara já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros. "O Temporão disse que não é obrigado a adotar a multimistura", lamenta Clara.

Há duas semanas a energia elétrica da sala de Clara dentro do prédio do Ministério da Saúde foi cortada. Hoje, ela trabalha NO ESCURO. "Já me avisaram que agora eu estou clandestina dentro do governo", ironiza a pediatra. Mas ela nem sempre viveu na escuridão. Prova disso é que, na semana passada, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004 - período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País.
Desde 1973, quando chegou à fórmula do composto, Clara já levou sua Multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança, reduto do PT.

Os compostos da Multimistura têm até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializados. Sem contar a economia: "Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca", compara Clara.
Quando ela começou a distribuir a Multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco. Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos. Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava. Com a Multimistura, um mês depois, Joice começou a sorrir e a bater palmas. Hoje, a Multimistura é adotada por 15 países. No Brasil só se transformou em política pública em Tocantins.
Clara acredita que enfrenta adversários poderosos . Segundo ela, no governo, a Multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon e a Farinha Láctea (da Nestlé). Este mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble . "É uma política genocida substituir a Multimistura pela comida industrializada", ataca a pediatra.

A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, reconhece que a Multimistura foi importante para diminuir os índices de desnutrição infantil. "A multimistura ajudou muito", diz. "Mas só ela não é capaz de dizimar a anemia; também se deve dar importância ao aleitamento materno." A revista "ISTO É" procurou as autoridades do Ministério da Saúde ao longo de toda a semana, mas nenhuma delas quis se pronunciar. "A Multimistura é um programa que não existe mais", limitou-se a informar a assessoria de imprensa.

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