17 de jun. de 2008

EducaCamp - As discussões já começaram!!!!


Oi, Gente!!!


Gostaram do nosso logo? Graças ao Nick Ellis, do Digital Drops (votado pela Cybele e pela Ceila), foi eleita a versão do lápis. O jpeg já está aí para a gente fazer uma grande corrente pró-educação. (gentilmente postado pela Lúcia Freitas)


As discussões no EducaCamp já começaram!! estamos aquecendo as turbinas desse encontro de blogueiros da Educação com temas marcantes para nossas desconferências. Confiram o que já apareceu de idéia boa através dos comentários postados no site do próprio EducaCamp :


Cybele: O uso das TICs como ferramenta de aprendizagem e o seu uso no cotidiano da sala de aula.


Aracnus (nosso colega Fred): - Wiki como ferramenta para projetos colaborativos e Uso educacional de recursos gratuitos da Web.



Lilian Starobinas:
Tecnologias: o que esperam os alunos?


Semíramis - a redatora que vos fala - também tem dois temas:1) O papel do novo professor no contexto das tecnologias de informação - como propôr atividades integradas às demais disciplinas e 2) Como acrescentar cultura e informação ao cotidiano dos educandos, de forma a integrá-lo às tecnologias sem perder de foco a aquisição do conhecimento.


Barbara Dieu (Bee) tem duas propostas: levantamento dos problemas/dificuldades mais comuns encontrados quando usamos TICs em sala de aula e sugestões de como resolvê-los. Outro assunto seria o desenvolvimento profissional continuado usando as novas tecnologias.


Jenny Horta: uso de recursos 2.0 na educação (não dependem de SO, apenas de conexão)


Sérgio F Lima: Como as TICs podem contribuir para a “reinvenção do cotidiano escolar”?


Wolney: blog e formação de professores


Suzana Gutierrez: Penso que seria um bom tema refletir sobre a cultura que as tecnologias constroem (que é parte da cultura maior onde estamos inseridos e não uma dimensão separada) e suas implicações para o trabalho dos professores e para a educação de um modo geral.


Caso alguém deseje participar desse encontro, faça a inscrição clicando aqui . Comentem dando suas opiniões e suas colaborações também!!!!


Ah, antes que eu me esqueça confira o meu blog pessoal, com dicas de eventos e atualidades - o Ne quid nimis... ! A gente se vê no EducaCamp!!!!

12 de jun. de 2008

Como Chegar Ao EducaCamp - 28/6 das 10h às 16h

Inscrições para o EducaCamp Clique Aqui!!


Como chegar Ao EducaCamp


O lugar:


Desde março de 2007, quando hospedou o BarCamp São Paulo, o Espaço Gafanhoto, criado por Cazé Peçanha, é lugar de encontro e debate de quem está na Internet. Lá já aconteceram BlogCamp, NewsCamp, StartupCamps e muitos outros eventos (como a Sessão YouTube) em que os geeks - e nem tanto - se reúnem.

Com ar condicionado, wi-fi, tomadas, projetor, alto-falantes, suas salas não muito grandes permitem boas conversas.

Quando? 28/6 das 10h às 16h

O Endereço: Av. Rebouças, 3181 - São Paulo - SP - Tel. 11 3816-2857



Exibir mapa ampliado


Como chegar?

Para ter informações sobre o transporte público em S. Paulo, acesse o site da SPTrans. Lá você consegue trajetos de ônibus, trem e metrô com alguma confiança. Quando um paulistano disser: “É pertinho”, desconfie. Ninguém nesta cidade parece ter o menor senso de dimensão…

Do Aeroporto de Congonhas:

Segundo a SPTrans o melhor itinerário:

5701-10 ESTACAO BERRINI
Embarque R. JOAQUIM NABUCO, 2003 REF.: 2002 R EMBOABAS
Tarifa R$ 2,30
Percurso 5,71 Km Tempo 00:11
Desembarque AV. ENG. LUIZ CARLOS BERRINI, 1751 REF.: R JAMES WATT
Percurso a Pé 0 m
Linha 637C-10 PINHEIROS
Embarque AV. ENG. LUIZ CARLOS BERRINI, 1751 REF.: R JAMES WATT
Tarifa R$ 0,00
Percurso 5,06 Km Tempo 00:14
Desembarque AV. BRIG. FARIA LIMA, 1795 PARADA: PARADA BENEDITO CHAVES REF.: R BENEDITO CHAVES

Desconsiderem, os de fora, a tarifa zero para a segunda condução. Custa R$ 2,30 (o site fica com a minha configuração e acredita que todo mundo tem Bilhete Único…)

Do Aeroporto de Guarulhos:

Tome o ônibus (linha Augusta/Paulista, custa R$ 28,00) e desça no Hotel Ibis. Caminhe duas quadras até o ponto na rua da Consolação. Lá você pode tomar qualquer ônibus (direção bairro) que passe pelo Shopping Eldorado. Um exemplo é a linha 7545-10 JD. JOAO XXIII, mas existem muitas, muitas outras, confiem.

A foto do Gafanhoto é do Flickr do Tiago Dória

Esta página é dedicada ao Prof. Wolney Filho, que vem de Goiânia.


Conteúdo retirado do blog do EducaCamp - http://www.educacamp.wordpress.com

10 de jun. de 2008

Educando com Poesia - Para Educandos e Educadores 3




APRENDER A ESTUDAR
José Carlos Ary dos Santos


Estudar é muito importante, mas pode-se estudar de várias maneiras...
Muitas vezes estudar não é só aprender o que vem nos livros.

Estudar não é só ler nos livros que há nas escolas.
É também aprender a ser livres, sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante, às vezes, urgente.
Mas os livros não são o bastante para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever, mas também a viver, mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer, aprender a estudar.

Aprender a crescer quer dizer:
aprender a estudar, a conhecer os outros, a ajudar os outros, a viver com os outros.
E quem aprende a viver com os outros aprende sempre a viver bem consigo próprio.
Não merecer um castigo é estudar.
Estar contente consigo é estudar.
Aprender a terra, aprender o trigo e ter um amigo também é estudar.

Estudar também é repartir, também é saber dar o que a gente souber dividir para multiplicar.
Estudar é escrever um ditado sem ninguém nos ditar;
e se um erro nos for apontado é sabê-lo emendar.
É preciso, em vez de um tinteiro, ter uma cabeça que saiba pensar, pois, na escola da vida, primeiro está saber estudar.

Contar todas as papoilas de um trigal é a mais linda conta que se pode fazer.
Dizer apenas música, quando se ouve um pássaro, pode ser a mais bela redacção do mundo...

Estudar é muito
mas pensar é tudo!

Cedido pela amiga Cybele Meyer



ELOGIO DO APRENDIZADO

B. Brecht


Aprenda o mais simples! Para aqueles

Cuja hora chegou

Nunca é tarde demais!

Aprenda o ABC; não basta, mas

Aprenda! Não desanime!

Comece! É preciso saber tudo!

Você tem que assumir o comando!

Aprenda, homem no asilo!

Aprenda, homem na prisão!

Aprenda, mulher na cozinha!

Aprenda, ancião!

Você tem que assumir o comando!

Freqüente a escola, você que não tem casa!

Adquira conhecimento, você que sente frio!

Você que tem fome, agarre o livro:é uma arma.

Você tem que assumir o comando.

Não se envergonhe de perguntar, camarada!

Não se deixe convencer

Veja com seus olhos!

O que não sabe por conta própria

Não sabe.

Verifique a conta

É você que vai pagar.

Ponha o dedo sobre cada item

Pergunte: O que é isso?

Você tem que assumir o comando.

Cedido pelo amigo José Antonio Küller

Educando com poesia - parte 2 - Estudo Errado - Gabriel, O Pensador


Observação: Este texto explicita uma visão comum a maioria de nossos alunos.
Pode ser um alerta à nossa própria capacidade de lecionar, inovando e nos mantendo jovens, sem perder a seriedade e a capacidade de sonhar
Abraços fraternos,
Semíramis


Estudo Errado - Gabriel O Pensador

Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então, eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Refrão

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade professora!
Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego.

Conheça o Blog Oficial do Gabriel, O Pensador -

29 de mai. de 2008

EducaCamp - Um encontro pra fazer pensar



Oi gente!!!!

O EducaCamp - Encontro de Blogeiros da Educação acontece no dia 28 de junho, no Espaço Gafanhoto, localizado na Av. Rebouças, 3181 - Jardim Paulista, São Paulo, das 10h às 17h. É uma oportunidade valiosa para nos encontrarmos, nos conhecermos (reconhecermos) ao vivo e estreitar os laços. Neste encontro, poderão ser abordados o uso das TICs, conteúdos, avanços, dificuldades e vivências educacionais, em discussões abertas e desconferências.

Esta é uma experiência, que conta coma organização da Ceila do Desabafo de Mãe, da Lúcia Freitas e da Cybele Meyer para que todos os professores, educadores e interessados por educação na internet se encontrem e produzam conhecimento.

A jornada só está começando. Você vem? veja maiores informações e inscrições no blog do EducaCamp

Abraços e a gente se encontra lá!!!!!

Semíramis

25 de mai. de 2008

Educando com Poesia - Para Educandos e Educadores - parte 1

A Escola É - Paulo Freire


"Escola é...

o lugar onde se faz amigos

não se trata só de prédios, salas, quadros,

programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente,

gente que trabalha, que estuda,

que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente,

O coordenador é gente, o professor é gente,

o aluno é gente,

cada funcionário é gente.


E a escola será cada vez melhor

na medida em que cada um

se comporte como colega, amigo, irmão.


Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir

que não tem amizade a ninguém

nada de ser como o tijolo que forma a parede,

indiferente, frio, só.


Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

é também criar laços de amizade,

é criar ambiente de camaradagem,

é conviver, é se ‘amarrar nela’!

Ora , é lógico...

numa escola assim vai ser fácil

estudar, trabalhar, crescer,

fazer amigos, educar-se,

ser feliz."




A Escola

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

Eu queria uma escola que cultivasse

a curiosidade de aprender

que é em vocês natural.



Eu queria uma escola que educasse

seu corpo e seus movimentos:

que possibilitasse seu crescimento

físico e sadio. Normal



Eu queria uma escola que lhe

ensinasse tudo sobre a natureza,

o ar, a matéria, as plantas, os animais,

seu próprio corpo. Deus.



Mas que ensinasse primeiro pela

observação, pela descoberta,

pela experimentação.



E que dessas coisas lhes ensinasse

não só o conhecer, como também

a aceitar, a amar e preservar.


Eu queria uma escola que lhes

ensinasse tudo sobre a nossa história

e a nossa terra de uma maneira viva e atraente.


Eu queria uma escola que lhes

ensinasse a usarem bem a nossa língua,

a pensarem e a se expressarem

com clareza.


Eu queria uma escola que lhes

ensinassem a pensar, a raciocinar,

a procurar soluções.


Eu queria uma escola que desde cedo

usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!...

fazendo vocês aprenderem brincando...


Oh! Meu Deus!

Deus que livre vocês de uma escola

em que tenham que copiar pontos.


Deus que livre vocês de decorar

sem entender, nomes, datas, fatos...


Deus que livre vocês de aceitarem

conhecimentos "prontos",

mediocremente embalados

nos livros didáticos descartáveis.


Deus que livre vocês de ficarem

passivos, ouvindo e repetindo,

repetindo, repetindo...


Eu também queria uma escola

que ensinasse a conviver, a cooperar,

a respeitar, a esperar, a saber viver

em comunidade, em união.


Que vocês aprendessem

a transformar e criar.


Que lhes desse múltiplos meios de

vocês expressarem cada sentimento,

cada drama, cada emoção.


Ah! E antes que eu me esqueça:


Deus que livre vocês

de um professor incompetente.

19 de mai. de 2008

Brasil sem memória - Critica ao texto da Jornalista Sandra Cavalcanti

À princípio este seria o título de um texto sobre a saída da ministra Marina Silva, porém hoje de manhã recebi um e-mail contendo o artigo
O Brasil Nunca Pertenceu aos Ìndios da jornalista e política Sandra Cavalcanti http://brasilacimadetudo.lpchat.com/index.php?option=com_content&task=view&id=4442&Itemid=223 ,o qual fiquei estarrecida.

Portanto, proponho neste espaço uma análise sócio-cultural do texto dessa autora, pois não consigo entender como a classe média desse País pode proferir verdades fabricadas, se esquecendo da verdade histórica presentes em qualquer livro de Ensino Fundamental ou de Ensino Médio sobre o período da colonização.

Enfatizo que o presente artigo leva em conta apenas os aspectos históricos sociais. Eu, particularmente, respeito e considero muito a cultura e a nação portuguesa e sua inegável contribuíção à nossa cultura e a construção da nação brasileira. No entanto, não posso, enquanto educadora, ocultar o papel do colonizador português enquanto explorador de nossas terras. Um abraço fraterno aos colegas d´Além Mar que participam das leituras desse blog.

É muito fácil atenuar a conquista dos colonizadores portugueses, que por mais que tivessem a vontade de permanecer nestas terras, antes havia por parte deles a obrigação de defender os interesses da coroa, ou seja, beneficiar um Portugal tão escasso em alimentos quanto o restante da Europa. A Terra de Vera Cruz, oferta, de graça, alimentos e riquezas no chão para quem quiser. A autora se esquece das milhares de famílias indígenas e suas culturas que foram dizimadas pela colonização, pelo extrativismo e exploração dos nativos como escravos.

Os colonizadores pilharam estas terras como à outras e tentaram fazer deste território uma nova Àfrica, onde com lucro poderiam obter mão de obra escrava, com o acréscimo dos produtos por aqui obtidos ("Que nesta terra em si plantando tudo dá").

Primeiro esclarecimento: Tribo é um termo utilizado para definir os povos indígenas (ocidentais ou orientais)antes de seu desenvolvimento, de sua descoberta. Nação indígena não é um termo cunhado por ongs internacionais, é o termo sociologicamente correto para designar os povos que possuem cultura, crença, código moral e estrutura social definidos)Não entendo qual o problema de denominar os grupos de ìndios como Nação, se denominamos nação cada grupo que tenha sua própria linguagem, cultura, modo de governar, ritos e códigos morais? por que ainda as pessoas têm o pensamento medieval de acreditar que os índios eram um bando de silvícolas desprovidos de almas? e por acaso os colonizadores não eram violentos? o que dizer de Estácio e Mem de Sá?

Não consigo admitir que a história de nosso país seja tirada de seu contexto real sob fins de atenuar a ação dos colonizadores exploradores. Não digo que estas terras deveriam de ser entregues aos indios e tampouco desfaço das contribuíções que os imigrantes nos deixaram, com suor e sofrimento para o crescimento da nação em troca de refúgio para suas almas. Não. No entanto, relativizar o papel dos colonizadores portugueses, erguendo-os ao patamar de heróis da construção do Brasil é no mínimo uma inversão de papéis - de algozes à heróis; de sacrificados à endemoniados.

Vale lembrar que o tipo de posicionamento colocado pela autora apenas poderá promover ódio às diferentes crenças e grupos sociais. O que faz de mal um índio Pataxó que não teve como retornar para sua tribo, dormir no banco da praça? o que fez esse ser de tão grave para ser Queimado Vivo?

Não desvalorizo também o papel das Ongs estrangeiras pois o Brasil, infelizmente, devido à herança mesquinha de nossos colonizadores, carece desse tipo de apoio para que sobrevivam o índios que sobraram e as populações ribeirinhas mais reclusas ao norte e nordeste desse país, lugares onde o governo nem se lembra de existir. Estas Ongs internacionais fornecem alimentos, roupas, remédios e educação à populações que antes ingeriam mato e terra para se alimentarem.

Eu costumava criticar muito o papel das ongs internacionais e a inserção de suas culturas no seio nacional. Todavia vejo que esta pode ser nossa única solução para que possamos nos reerguer enquanto nação, uma vez que nossos governantes à cada mandato, apenas visam seus próprios lucros, tal como os colonizadores. Agora, se os representantes das Ongs crêem que os representantes indígenas tenham assento na ONU, nada mais justo, afinal se o governo não cuida destas nações, eles têm mais é que se defenderem sozinhos, como os grupos excluídos que sempre foram.

Vale lembrar que estes tipos de artigos apenas estão aparecendo de uns meses para cá. Como o Brasil é uma nação sem memória mesmo, cabe ressaltar que pelo advento do bi-centenário da vinda da Família Real as pessoas se encantam pela riqueza e luxo ostentatório das monarquias e tomam para si o desejo de pertencerem à uma também, se esquecendo de todas as mazelas, intrigas, jogos de poder e autoritarismo que as mesmas impunham em nome de seu próprio bem-estar. É lamentável que se esqueçam que do sangue de milhares de brasileiros conquistamos a democracia, que por mais desigual que possa ser, é a voz do povo, o que não acontece nos sistemas monárquicos.



Abraços fraternos,

Profª Semíramis Alencar

10 de mai. de 2008

Mãe...(eu prometo) Semíramis Alencar

Mãe, eu prometo
prometo ter você sempre como meu maior exemplo
meu recanto, meu alento
meu regato, meu fomento
da alma feminina que pretendo encarnar

Mãe, eu prometo
me arrepender de cada tropeço
se você me magoar, eu esqueço
não foi por querer
não foi por mal.

Mãe, cada palavra sua é meu maior elogio
mesmo que a verdade seja dura demais
e grande demais meu desafio
tenho sua voz terna, seu ombro amigo
para quando eu cair de chorar
você me reerguer me amar
como somente você pode fazer.

Mãe, eu prometo não esquecer de manter viva a chama
de ser a mãe que acalma e inflama
o coração dos filhos para a vida.
Mãe, mais do que teu fruto
tu és minha amiga
orgulho de minha vida
pedra verdeira, minha verdadeira guia
Por isso mãe, prometo ser por toda minha vida, o que eu sou
pois por ti, mãe, não existiria maior amor
como o que Deus cultivou.

29 de abr. de 2008

História do Trabalho - 1º de maio - Dia do Trabalho

A importância do trabalho em prol da dignidade humana sempre esteve presente na história da civilização.

Desde as primeiras manifestações de trabalho manual, pasando pelas relações de escambo, escravidão, ao trabalho formal dos séculos VIII e XIX, até o contrato de trabalho do século XX, o homem luta para serem asseguradas suas necessidades e dos seus, principalmente em relação à moradia, saúde e alimentação.

Cabe ressaltar que o trabalho feminino e o trabalho infantil estão presentes nessa sociedade. As necessidades de sobrevivência e as obrigações servis contribuem para isso. As crianças ingressam no mundo do trabalho para auxiliar na economia familiar. Nessa lógica, quanto mais filhos, maior poderia ser o aproveitamento produtivo. Na Inglaterra industrial, mulheres, crianças e idosos trabalhavam em conjunto para garantir a sobrevivência da família como um todo. A preferência por mulheres e crianças nas tarefas que não exigiam força braçal tinha explicação no preconceito industrial burguês de que estes dois grupos de trabalhadores seriam mais facilmente domesticados, ou seja, mais fáceis de serem disciplinados e intimidados.

Com o contrato de trabalho, em início do século XX, foram regulamentadas regras que regem os direitos e deveres entre patrões e empregados. Assim, foram criadas as primeiras classes trabalhadoras, com a classificação em cargos, funções, atribuições e salários.

No Brasil de Getúlio Vargas, foi instituída a maior legislação trabalhista do País, a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, representada pela popular carteira de trabalho, onde o trabalhador brasileiro passou a ser reconhecido pelos seus direitos, além de receber benefícios como férias, décimo-terceiro salário, FGTS, aposentadoria, entre outros.

Foi uma solução para garantir um sustento mínimo para as necessidades do trabalhador e de sua família, frente ao capitalismo selvagem, voltada a vida de consumo crescente.

Entretanto, à partir de 1980, diante de um mercado competitivo, as empresas passaram a atuar com foco dirigido tão somente ao negócio. As outras atividades, consideradas de apoio, foram transferidas aos poucos para empresas externas, começava aí o processo de terceirização.

Desta forma, começaram a surgir consultorias externas, ou seja, micro empresas especializadas em prestação de serviços,resultantes de um deslocamento da mão-de-obra, por esta razão, as obrigações empregatícias das empresas passam a ser de competência destas prestadoras.

Diante de um mercado recessivo, com muito mais demissões que contratações, surgiu o trabalho informal, através de serviços sem documentação ou qualquer tipo de registro.

Embora sem direitos ou garantias de um futuro empregatício seguro, para muitos foi a única saída.

As cooperativas de trabalho surgiram devido ao aumento da classe trabalhadora sem registro em carteira, muitos contratados sob os entitulados "contratos de gaveta", com vínculo informal.

A cooperativa de trabalho é uma forma de contratação oficial, através da própria carteira de trabalho, onde o trabalhador contratado por uma determinada cooperativa, fica lotado na empresa contratante dos serviços desta. Todo tipo de vínculo, sejam documental, direitos, deveres ou benefícios se dá apenas entre o trabalhador e a cooperativa. Uma forma de trabalhadores defenderem conjuntamente seus direitos.

Outra forma de manter esses direitos trabalhistas em conjunto é a filiação em sindicatos de categorias. O surgimento dos sindicatos contemporâneos se deu pelo empresário britânico Robert Owen, na segunda década do século XIX, incentivando "a agremiação dos operários em sindicatos (trade unions)", o que transformou o movimento sindical no mais poderoso instrumento de conquista dos direitos sociais-trabalhistas. Aos poucos, a luta de classes foi sendo substituída pelo entendimento entre trabalhadores e empresários, tendo o êxito de tais negociações fortalecido as entidades sindicais.

No Brasil, o movimento sindical se inicia no início da década de 1920. O movimento sindical efetivou-se basicamente no século XX, em decorrência do processo de industrialização, e esteve ligado a correntes ideológicas como o positivismo, o marxismo, o socialismo, o anarquismo, o anarco-sindicalismo, o trabalhismo vanguardista, e o populismo.

O movimento sindical mais forte no Brasil ocorreu em São Paulo, onde os imigrantes integravam a massa de trabalhadores das fábricas e indústrias. Os sindicalistas ativos eram os anarquistas italianos que, surpreendendo os governantes, desencadearam uma onda de rebeliões, que foi contida por uma violenta repressão policial.

Atualmente, o sindicalismo brasileiro passa por um momento de renovação por conta das novas demandas, como a empregabilidade, a globalização dos serviços e cada vez mais, a luta por condições dignas de trabalho.

Quanto à educação, os professores e funcionários de escolas públicas e privadas podem contar, além das garantias trabalhistas,com o apoio dos sindicatos e cooperativas de profissionais da educação em cada estado brasileiro. Por exemplo cito a atuação do SINPRO-Rio - Sindicato Municipal dos Professores do Rio de Janeiro http://sinpro-rio.org.br. ().

Há 73 anos lutando pelos direitos dos professores e funcionários da Educação Básica, Ensino Superior, cursos livres e de idiomas,o Sinpro-Rio,oferece, segundo as disposições do Estatuto do Sinpro-Rio, em seu Art 4º:

Art. 4.º - São deveres do Sindicato:
a) defender o regime democrático e a liberdade de manifestação e de expressão;
b) defender a melhoria do ensino, da formação e das condições de vida e trabalho do magistério;
c) promover a solidariedade intersindical;
d) defender o ensino público, gratuito e de qualidade para todos;
e) editar publicações e promover cursos, palestras e conferências;
f) manter atividades de lazer, assistência judiciária e convênios em benefício de seus associados.


Apesar dessas garantias e inúmeros serviços oferecidos aos sindicalizados em prol de seu aprimoramento, saúde e lazer, poucos ainda são os professores que se se unem à essa bandeira, pois temem serem banidos ou não aceitos nos estabelecimentos de ensino. No entanto, se cada um de nós trabalhadores, lutássemos por melhores garantias de emprego e renda, unindo-nos aos diversos sindicatos e participando das convocaçôes, certamente seríamos levados mais a sério, pois o passado das relações trabalhistas foi de luta, por essa razão, a luta continua!

Abraços sinceros

Semíramis

18 de abr. de 2008

19/04 - Um dia para lembrar...

19/04, Dia do Índio. Um dia para lembrar. Esta minha postagem era para ter ido ao ar ontem, mas devido à imprevistos familiares, somente hoje pude postá-la. Mesmo assim, faço hoje minha homenagem aos nossos irmãos indígenas, com meu respeito.
Semíramis

Criado pela FUNAI em 1967, o dia do Índio foi criado como uma homenagem aos indígenas, nativos de nossas terras, quase que dizimados pelos colonizadores.

E só. Até bem pouco tempo atrás, eu costumava ver as crianças saindo de suas escolas enfeitadas com cocares, arco e flechas, rostinhos pintados... Hoje em dia, nem tanto. O que aconteceu com as datas cívicas?

Há quem abomine as datas cívicas por considerá-las uma forma de imposição do patriotismo pelo regime militar, porém o que dizer de um povo que aos poucos vai perdendo sua cultura? O que dizer de um povo que aos poucos vai se esquecendo de suas tradições?

Índios, hoje são poucos os que mantêm suas tradições. Peles pintadas e ornamentos plumários pouco ou nada são usados em virtude das “vestes de branco”. Os índios estão deixando de lado suas raízes para viver a comezinha vida dos brancos: suas diversões, seus remédios e vícios – como se salvarão? Se o próprio governo não designa pessoal capacitado para orientá-los (e não deixá-los à sua própria sorte).

Por outro lado, alguns membros das comunidades indígenas estão saindo das aldeias para lutarem por seus direitos. Começam pela educação: muitos ingressam nas universidades a fim de poderem repassar, dentro de sua própria cultura, linguagem e pensamento as virtudes, soluções, prós e contras do mundo dos brancos. São professores, advogados, médicos e enfermeiros indígenas.
Estes profissionais acreditam que, se ampliadas as condições de estudo, emprego e renda, sua tribo pode viver harmoniosamente com o restante da população, produzindo, negociando, partilhando o conhecimento e auxiliando nas pesquisas que favorecerão a humanidade como um todo, sem com isso desprezar seu passado histórico, antes, revivê-lo a cada dia, mantendo vivas suas tradições, costumes, ritos e sabedoria. Conceitos Morais e Religiosos.

A Funai registra a existência de 206 povos indígenas, alguns com apenas uma dúzia de indivíduos. Somente dez povos têm mais de 5 mil pessoas. As 547 áreas indígenas cobrem 94.091.318 ha, ou 11% do país. Há indícios da existência de 54 grupos de índios isolados, ainda não contatados pelo homem branco.

Pois, a história dos primeiros habitantes dessas terras milenares necessita de bem mais do que um dia para serem lembradas. São mais de 600 tribos, cada qual com sua história: Kaiapós, Pataxós, Arawêtes, Ticunas... Todas com um modo diferente de ver sua existência, sua criação e a criação do mundo.

O que essa existência pode nos trazer, além de um retorno com nossas próprias origens é o aprendizado para a vida, o respeito aos ancestrais e a construção da vida em comunidade.

Que esta seja uma data para ser lembrada a figura do índio, não somente neste dia, mas um diálogo reflexivo para todo o ano.




Fontes: Institut Arara - http://www.arara.fr/BBTRIBOS.html
FUNAI - http://www.funai.gov.br/index.html
Desvendar.com - http://www.desvendar.com/especiais/indio/tribos.asp

O que fazer para combater o Analfabetismo no Brasil, então?



Enquanto professores, sabemos que nosso cotidiano não é fácil: cadernos e livros para corrigir, provas, avaliações e trabalhos para analisar. Porém, nada nos impede de tentar novas atitudes, que não são trabalhosas e nem nos ocupa tanto tempo.

1- Para alunos de EF - incentivar os cantinhos da leitura - num canto da sala de aula, disponha de umas duas esteiras ou tapetes e alguns livros, revistas e gibis dispostos num baú ou numa pequena estante. Gente, serve até um caixote de madeira, desses de frutas! chamem as crianças para a elaboração desse espaço. Elas se sentirão felizes se puderem participar da organização e isso as incentiva ao uso do espaço.

2- Outra estratégia interessante para este segmento é trazer esta experiência para dentro de suas casas. Ao incentivarmos a família a ler, criamos um laço de leitura e escrita familiar, o que reforça a tese de que "aprendemos uns com os outro e por isso aprendemos sempre" (Paulo Freire). Ao criar o cantinho de leitura, aproveitem para comunicar este feito aos pais, sob forma de bilhetinhos ou cartinhas, pois essas ações favorecem a comunicação e a integração da família com a escola.

3- Outro recurso que pode ser utilizado, não apenas no segundo segmento do EF, mas no EM e no EJA é a criação de um jornal da turma. Tarefa simples que pode ainda ser utilizada como instrumento de avaliação de aprendizagem. Considero que a avaliação deva ser formativa, ou seja, aquela que parte do princípio que a aprendizagem é um processo contínuo. O jornal poderá ser mensal ou bimestral, conforme a necessidade de cada professor. Este recurso fornece variadas formas de leitura e escrita e ainda a possiblidade do educando reelaborar seu conhecimento. Geralmente, se formam grupos para elaborar as tarefas, ou mesmo a criação de 2 ou três jornais onde cada um dos participantes são incumbidos de tarefas distintas, porém sempre com a redação de um artigo.

4- Criação de blogs e fotologs - para os alunos de EM, a criação de blogs e fotologs poderá, à um só tempo, favorecer tanto a leitura e escrita de artigos, quanto à criatividade e desenvolvimento do senso estético. Essas ferramentas, àlem de permitirem um contato maior do aluno com diversos artigos relativos às disciplinas do currículo, poderão consistir numa metodologia de aprendizado eficaz nos estudos aos exames vestibulares. Cabe ao professor, a proposição e a distribuição das tarefas, identificando os elementos necessários à consecução das mesmas, bem como os temas a serem tratados.

Essas abordagens, das mais simples às mais complexas, consistirão num desafio tanto aos alunos, pelos quais devemos orientar à não deixarem de lado suas aspirações e seus estudos, como também num desafio ao professor, no qual ele estará continuamente se aperfeiçoando e adequando o seu saber às questôes sociais, à aproximação da escola com as famílias e com as inovações tecnológicas presentes em nosso cotidiano.

Abraços aos educadores e educandos

Semíramis

14 de abr. de 2008

Uma Reflexão

Há de se pensar no amor em educar, cito Freire (81:1979*)
"Não se pode falar de educação sem amor".

Há aqueles que amam a ciência que escolheram para estudar e que acabaram por ingressar no magistério dessa, o que não significa que gostem ou amem lecioná-la.

Há aqueles que se dedicam à prática docente em elaborar novos métodos de ensino, mas que não se sentem à vontade em testá-los. Se prendem às minúcias burocráticas ou à repetição da teoria dos grandes pesquisadores.

Há aqueles que, poucos, amam o que escolheram como ciência, filosofia, magistério e método a que se dedicam, se sentem totalmente à vontade para se soltarem das teias impostas ao longo dos tempos, encorajando outros a ousarem a se soltar também.

Esse é o educador de fato, aquele que ama educar.


Fraternalmente,

Semíramis

*Educação e Mudança, Paz e Terra, 1979 12ª edição - p.81 (on line UFPE)


PS: Ao sair da página, deixe um recado no Livro de Visitas - Vou gostar de saber que você veio!!!

9 de abr. de 2008

Dia do Livro 18 de Abril - O que fazer para acabar com o analfabetismo?




Numa sala de aula diversas atividades e atitudes podem consistir em elementos de grande valor para os alunos, principalmente para os jovens que prematuramente abandonaram as salas de aula e hoje buscam as salas de EJA para poderem concluir seus estudos.

Partindo de uma perspectiva Freireana, eu procuraria saber a história de vida desses educandos: o lugar onde vivem, suas necessidades, suas alegrias, seus gostos, seus objetivos e ocupações. Nesse todo compreensível para todos nós, alfabetizados ou não, partiria para atividades que são bem vindas para todos aqueles que, curiosos em saber a visão do outro sobre determinado assunto, trazem para a aula e descrevem as cenas de seu rodo cotidiano.

Na comunidade judaica há uma expressão: conte-me sua história que eu te conto a minha. É uma espécie de voto de confiança para se iniciar um diálogo franco, uma forma de aprendermos uns com as histórias dos outros. Acredito que esse poderia ser um canal para a humanização das relações professor-aluno, sobretudo no EJA, onde essas relações já foram desgastadas em um passado traumático, por parte de alguns alunos.

Certa vez eu conversava com uma senhora que havia deixado a escola aos 12 anos, na sexta série. Ela era uma senhora bem inteligente e gostava de ler, embora o fizesse com certa dificuldade e assim a peguntei o porque dela ter se afastado da escola, ter deixado de estudar. Ela, num suspiro desses que a gente tem vontade de chorar, me contou que saíra da escola porque as professoras a maltratavam. Rasgavam seus desenhos coloridos e a colocava de castigo.

Perguntei-a sobre seu rendimento escolar e ela disse que costumava ser boa aluna, mas a irritabilidade com que as professoras se referiam à ela e aos demais alunos, a deixava e aos pais, apavorados. Dessa forma, um dia, tomados pelas dificuldades da vida, ela deixou os bancos escolares e começou a labuta da sobrevivência. Trabalhava para ajudar à família e logo depois se casou. O marido alfabetizado a ensinara as letras e a convidara a leitura de jornais e revistas.

No cuidado diário da casa, ela aprendera a somar, a ler e a escrever, embora com certa dificuldade, mas a lembrança de tempos difíceis e traumas escolares a faziam hesitar em voltar ao estudo formal. Estava ela ali, num curso supletivo de EF, lendo com vagar uma apostila que ela confessava, com lágrimas nos olhos, a felicidade de estar estudando outra vez, sem o temor de ser retaliada ou ofendida como antes.

Portanto, acredito que a erradicação do analfabetismo somente se dará se houver uma maior consciencientização dos professores no sentido de trazer às salas de aula, não somente novas técnicas didáticas, métodos de ensino, cartilhas coloridas... não, é necessário trazer para dentro de sala de aula o afeto, a preocupação com a vida do aluno, com a história social deste ser em formação. A leitura que o aluno faz é a leitura de vida.Ele se identifica com o que está acontecendo em seu bairro, em sua cidade, na política e nos acontecimentos que envolvem sua gente.

Antes de tudo, o aluno, fruto de nossas observações e estudos, tem seu próprio rítmo. Se faz necessário que o auxiliemos a encontrar soluções para suas dificuldades e, principalmente, auxiliá-los no gosto pela leitura.

Os veículos para os aproximar não só da leitura, mas da troca de informções e da escrita estão aí: a interconectividade da internet, as ferramentas de pesquisa, os sites de relacionamento, os fotologs, blogs, e-mails e salas de bate-papo. tudo isso e mais toda a tecnologia e veículos de informação podem dar aos alunos o poder da voz, da opinião e da troca de experiências, tendo como base a leitura.

Que não sejamos apenas uns poucos a lutar por este poder. Com a leitura obtemos não apenas o prazer de obter conhecimento, mas o de partilhá-lo com outros e lutar pela democracia.

Abraços,

Semíramis

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