17 de mar. de 2011

Aula 5 - Interação Social

Aula 5 - Interação Social

São as mútuas relações que são estabelecidas e desenvolvidas entre os indivíduos e os grupos sociais

1.Isolamento Social
Há mais ou menos 700 anos, Frederico II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, efetuou um experimento para descobrir que língua as crianças falariam quando crescessem se jamais tivessem ouvido uma única palavra falada. Falariam hebraico?  grego?  latim? aramaico? Ou a mesma língua que os pais? Então, Frederico deu as instruções para que as mães apenas higienizassem e alimentassem sem, no entanto, emitirem qualquer som ou falassem perto delas. O experimento fracassou, pois todas as crianças morreram.

É praticamente impossível uma criança viver em completo isolamento: morreria de fome. No caso de terem apenas suas necessidades fisiológicas atendidas, até poderia sobreviver, porém enfrentariam enormes problemas de adaptação social.
Harry F. Harlow (1905-1981), psicólogo, pegou 5 macacos filhotes e os isolou de sua mãe natural e dos outros macacos. Estes 5 filhotes foram criados numa estrutura metálica coberta com um tecido, funcionando como uma "mãe substituta", dando-lhes mamadeira e a que se agarravam quando assustados.
Até ficarem jovens, pareciam satisfeitos, mas ao crescerem e colocados com outros macacos alguns se mostraram agressivos, insociáveis. Outros , apáticos, retraídos, incapazes de manterem contato.  Dessa forma  , podemos perceber que crianças rejeitadas e carentes de afeto podem manifestar os mesmos comportamentos anti-sociais.

Há casos de adultos que conseguiram sobreviver a longos períodos de isolamento nas florestas sem saber que a Segunda Guerra  Mundial havia terminado ou criados nas florestas desde pequenos com símios, no entanto sem ter aprendido a socializar-se novamente.

O isolamento social ocorre com maior freqüência com pessoas consideradas indesejáveis pela sociedade como criminosos e deficientes mentais, que são confinados á presídios ou manicômios em condições de vida sub-humanas. Essa segregação social ao invés de corrigir esses indivíduos os produz efeitos psicologicamente nocivos, o que pode agravar seus problemas de adaptação social, os tornando mais violentos.

Isolamento Cultural
Ocorre quando o indivíduo sai de um grupo social e vai viver em outro lugar com hábitos e costumes diferentes. Há um período inicial de isolamento e adaptação, no qual se apresentam inúmeras dificuldades, como problemas de comunicação, em caso de línguas diferentes, problemas alimentares, de convivência humana, condições de trabalho, etc.


Isolamento Psíquico

Mais comum do que podemos imaginar, o isolamento psíquico para Durkheim seria a principal causa de suicídios: o indivíduo está física e culturalmente  integrado ao grupo, mas sente-se só, não confia seus problemas, aflições ou alegrias à ninguém, tampouco partilha a convivência com outrem, não tem amigos, se esquiva de aventuras amorosas, tornando assim sua vida insuportável.


2- Processos Sociais

São mecanismos através dos quais se dá a interação entre os indivíduos e grupos na vida social. São inúmeros os processos sociais, uns colaborando para manter os grupos sociais unidos, outros que podem provocar a separação entre os indivíduos e grupos. Entre os principais processos sociais estão a cooperação, a competição, o conflito, a acomodação e a assimilação.

- COOPERAÇÃO – É o trabalho em conjunto – pode existir tanto em pequenos grupos quanto em grandes organizações mundiais como a ONU (Organização das Nações Unidas) O menor de todos os grupos se chama díade – formado por duas pessoas.
 A cooperação pode ser deliberada ou não-deliberada, por exemplo: Os índios caçam e pescam em conjunto, pois sempre fizeram dessa forma, essencial para sobrevivência do grupo. Já numa organização como a ONU procura-se deliberadamente promover a cooperação – a cooperação é sugerida, acordada.
Embora a cooperação implique a consideração dos desejos dos outros e pressupõe que seja desinteressada, na maioria dos casos. As pessoas e grupos podem cooperar pois vêem nesse processo a melhor forma a seus interesses.
Na sala de aula o professor deve zelar pela cooperação dos alunos através de tarefas que possibilitem a convivência social, o bem da coletividade e o interesse individual.

- COMPETIÇÃO – Consiste em tentar superar os outros. Pressupõe a existência de apenas uma ou de poucas recompensas aos vencedores.
Na sala de aula quando as primeiras classificações são muito valorizadas ou quando o professor dá muita importância a nota, gera um clima de competição entre os alunos, onde alguns tendem a superar, vencer os outros.
Geralmente a competição leva os competidores a desenvolverem atitudes hostis entre si. A competição é um desestímulo a quem perde. A competição tende a transformar-se em conflito.  

- CONFLITO – recompensas pela eliminação ou enfraquecimento dos rivais, acarretando prejuízos materiais ou sociais aos oponentes, como a demissão do emprego, expulsão do País, perda de direitos políticos, etc. De forma mais violenta o conflito pode custar a vida de indivíduos e grupos: assassinato, extermínio de grupos e comunidades, guerras são alguns exemplos de conflitos que uma vez iniciados, tende a tornarem-se cada vez mais intensos.
Na sala de aula podemos observar o conflito através de divergências entre alunos, aluno e professor – o chamado bullying que acarreta problemas de convívio pelo resto da vida

- ACOMODAÇÃO – Processo mais adotado quando se pretende superar o conflito. Ajustamento, acordo temporário entre indivíduos e grupos que visam a superação do problema.
Entretanto, a acomodação é um processo temporário, pois o conflito pode voltar a qualquer momento.
A tolerância é um exemplo de acomodação. Quando um grupo perde um conflito é obrigado a aceitar um acordo.

- ASSIMILAÇÃO – conjunto de mudanças psíquicas e culturais qye resultam tanto da transferência de um grupo para outro diferente, quanto do encontro e convivência de grupos diferentes – processo de difusão cultural mútua através do qual grupos e pessoas passam a partilhar de uma cultura em comum.


3 - MOTIVOS SOCIAIS

São motivos que fazem com que as pessoas queiram viver/precisem viver em sociedade. Já constatamos que as pessoas são diferentes umas das outras, assim os motivos que as levam a buscar grupos e organizações também podem ser diferentes.
Realizações, fazer algo, atuar, sentirem-se uteis socialmente, estudar, trabalhar... outros podem estar mais motivados pela necessidade de conviver, participar como membros de algum grupo, de mesmos ideais – a afiliação – outros ainda podem se sentir na pretensão de influenciar pessoas e grupos, de se sobrepor aos demais – a necessidade de Poder.

- MOTIVO DE REALIZAÇÃO – As pessoas com alto motivo de realização revelam confiança em si, preferem assumir responsabilidades individuais, gostam de ver resultados concretos de seus trabalhos; obtém boas notas, participam de atividades estudantis e comunitárias; escolhem técnicos de preferência a amigos para compor suas equipes; resistem a pressões sociais e aos incentivos externos; aceitam riscos moderados em situações que dependem suas habilidades.
As pessoas que agem pelo motivo de realização procuram fazer sempre o melhor: obter a melhor nota, correr mais, inventar novas coisas, alcançar o ponto mais alto da carreira.

- MOTIVO DE AFILIAÇÃO – Consiste no desejo de estar com outras pessoas e com elas se relacionar de forma afetuosa e amiga. Mais do que com tarefas e produção, os indivíduos motivados pela necessidade de afiliação se preocupam com a pessoa humana e buscam restabelecer relações amistosas rompidas, consolar e ajudar outras pessoas, participando de encontros e festas.
Pessoas com alto motivo de afiliação preferem estar junto a outras pessoas que sozinhas, preocupam-se mais com os aspectos interpessoais do trabalho do que com as tarefas. Buscam a aprovação dos outros e produzem mais quando trabalham em cooperação.
Como desejam ser bem-quistos, prestam atenção aos sentimentos alheios. Ao participarem de grupos, procuram estabelecer um clima de amizade, dando apoio.
 O sentimento de isolamento, rejeição e mal querer é o pior que pode ocorrer com a pessoa que tem a necessidade de afiliação. Prefere ter amizades do que ter sucesso na carreira. Discussões e conflitos são altamente frustrantes.
Pessoas com necessidade de afiliação preferem colocações as quais possam estabelecer boas relações. Tal necessidade atualmente se torna indispensável ao status de liderança, ao bom desenvolvimento executivo, de forma a valorizar o lado humano de funcionários e colegas de trabalho, conduzindo-os a um melhor entendimento e melhores comunicações.
Num primeiro momento a necessidade de afiliação está relacionada com uma educação familiar paternalista, cultivadora de dependência e laços familiares. Também é observada a correlação entre afiliação e ansiedade: pessoas com alto motivo de afiliação se revelariam mais ansiosas.

- MOTIVO DE PODER - O líder é alguém que sabe ouvir e interpretar as necessidades e aspirações dos liderados e orientar sua realização. A necessidade de poder se caracteriza pelo desejo de exercer influência e impacto sobre os outros. Revela-se também que o poder tem duas faces: uma negativa e outra positiva. A negativa ou pessoal se caracteriza pela equação "domínio-submissão", ou seja na fórmula "eu ganho, tu perdes"  "tu ganhas, eu perco" . A vida em sociedade é um jogo onde os mais fortes sobrevivem (a lei da selva).
 A face positiva ou socializada  do poder se caracteriza pela preocupação em classificar os objetivos do grupo, em prover os meios para alcançar esses objetivos e em fazer com que o grupo se sinta forte e competente para realizar o que deseja.  



Questões propostas

1-Qual a diferença entre a organização social do ser humano e das outras espécies de animais?
2-Qual a importância da convivência social para o ser humano? Exemplos.
3-- o que se entende por isolamento social? Exemplo.
4-O que se entende por isolamento cultural? Exemplo.
5-Defina com exemplos o isolamento os psíquico.
6-O que é processo social?
7-O que é cooperação e de que formas pode se expressar?
8-Defina competição e como ela pode se manifestar na escola.
9-O que se entende por conflito? Como ele pode se manifestar nos grupos escolares?
10-Defina acomodação
11-Em que consiste a assimilação?
12-O que são motivos sociais?
13-Em que consiste o motivo de realização? Exemplos.
14-Como age a pessoa que é levada pelo motivo de afiliação?
15- Analise a face negativa do motivo de poder.
16-Comente a face socializada do motivo de poder.
17-Qual dos três motivos é o mais forte em você? Por que?

15 de fev. de 2011

Aula 4. - Sociologia da Educação - o que é?

Aula 4

A escola não está isolada da comunidade e da sociedade a que está inserida. A escola é um reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, no sentido mais amplo e pela comunidade no sentido mais restrito.

No interior da escola multiplicam-se os grupos sociais: são grupos de alunos, de professores, de funcionários, de administradores, etc. Esses grupos têm enorme influência no comportamento dos alunos e sobre sua educação. Mesmo dentro da sala de aula, apesar do controle exercido pelo professor, a influência das condições sociais do aluno e dos grupos que ele participa dentro e fora da sala de aula não pode ser menosprezada, antes aproveitada como fator de aprendizagem.

Dois aspectos principais da Sociologia da Educação

· Procedências e influências sociais na atividade educativa, em especial na escola – interação dos indivíduos, organização social, influências exercidas pela sociedade, comunidade e grupos pela educação.

· Aplicação dos conhecimentos e descobertas da sociologia à atividade educativa, através de seus métodos, conceitos e análises de modo a tornar a educação escolar mais eficiente.

Os aspectos teóricos e práticos serão abordados nessa disciplina de modo a promover o conhecimento da realidade educacional e da transformação dessa mesma realidade a partir dos conhecimentos sociológicos.

Portanto, a sociologia da educação deve dar atenção a três grandes áreas de estudo.

- Em nível mais geral – a educação em relação a sociedade em seu sentido mais amplo.

- Intermediário – interação entre a escola e a comunidade a que está inserida.

- Particular – condições sociais da sala de aula.


Questões propostas:

Com suas palavras defina os conceitos de: fato social, interação social, grupo social, estratificação social, classe social.

Como se deu o início dos estudos sociológicos? E no Brasil?

Com base no que foi estudado, qual o papel da sociologia na educação

Qual o papel de Émile Durkheim para a sociologia da educação?

Em que consiste o método experimental em sociologia? Dê exemplos.

O que é observação em sociologia? Dê exemplos.

Defina questionário e entrevista.

Em sua concepção quais seriam os principais assuntos a serem estudados durante esse curso de sociologia da educação?


Pensamento:
“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver”.
Mahatma Gandhi

Aula 3 - Métodos utilizados pelos sociólogos

Aula 3

4 - Métodos utilizados pelos sociólogos

Método experimental - Modifica-se uma das variáveis que influem no comportamento de um grupo; mantendo as outras constantes. Por exemplo, vamos supor que a abolição das provas bimestrais pudesse aumentar a cooperação entre os alunos – teoricamente,  as provas aumentam a competitividade e diminuem a cooperação. Para isso divide-se a turma em dois grupos: 1 normalmente com provas bimestrais (grupo de controle)  o outro sem provas bimestrais (grupo experimental) com as mesmas características (idade, grau de instrução, série), sendo só modificada por uma variável – provas que um grupo tem e o outro não.
O grupo que ficou sem as provas não poderá saber porque essas foram abolidas.
Ao final de um primeiro período (1 ou 2 anos) se faz um teste, uma observação segundo o que foi abordado ao longo do período – os episódios de comportamento de cooperação – dessa forma pode-se constatar se a hipótese foi confirmada ou não. 
O experimento em sociologia enfrenta uma série de obstáculos – há diversos fatores (variáveis) que podem contribuir para esse ou aquele resultado.

Observação – Observar e registrar, com o maior número possível de detalhes o comportamento dos grupos.

Há dois tipos de observador:
Participante – O observador participa da vida do grupo observado.
Não-participante – O observador não se mistura, não influi na vida do grupo observado.

·         Questionário e entrevista - Questionário são perguntas elaboradas por escrito de forma a serem respondidas pelo maior número de pessoas (tipo pesquisas de opinião). Depois de respondidas são devolvidas ao pesquisador, que tabula os resultados para obter uma determinada conclusão.
A entrevista é realizada de forma oral, objetiva, pessoal com um entrevistador, um entrevistado e um gravador para que as respostas do entrevistado não sejam distorcidas. Após esse processo são transcritas as entrevistas, tabuladas as respostas e  analisadas de maneira a se chegar a uma hipótese. (entrevistas de emprego, pesquisas de opinião, de censo).
·         Estudo de caso – O pesquisador deve levantar o maior número possível de dados sobre o fato em estudo através dos outros métodos de pesquisa. Alguns desses métodos consistem na observação, tanto participante como a não-participante, entrevista, entrevista familiar, em resumo, levantar informações necessárias para alcançar um resultado.
Pensamento:

"A fim de viver livre e feliz você precisa sacrificar o tédio. Nem sempre o sacrifício é fácil."

Richard Bach - Ilusões, As aventuras de um messias indeciso.

Harlow e os macacos Rhesus (1963-1968)

 
Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências sobre a privação maternal e social em macacos Rhesus, e que demonstraram a importância dos cuidados, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.

As suas experiências laboratoriais consistiram na criação de duas "mães" artificiais (imitação de uma macacos Rhesus), uma era feita apenas com armação de arame enquanto a outra, era também de armação de arame, porém, forrada com pano felpudo e macio.

Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as "mães" mais confortáveis. Esta preferência mantinha-se independentemente de qual a mãe que fornecia o alimento. Outras observações mostraram que o que estava em causa não era só a procura de conforto.

O contacto parecia ser essencial ao estabelecimento de uma relação que transmitia segurança. Perante um estímulo gerador de medo, os macaquinhos agarravam-se à "mãe" macia tal como o fariam a uma mãe real. Este comportamento nunca era observado com as "mães" de arame, mesmo em macaquinhos criados só com ela.

Além disso, perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da "mãe" confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à "mãe" para recuperar a segurança.

Pelo contrário, na ausência da "mãe" confortável, os macaquinhos ficavam paralisados pelo medo e não exploravam o ambiente. Isto acontecia também na presença da "mãe" de arame, mesmo em macaquinhos criados sempre na sua presença. Ou seja, uma "mãe" desconfortável é incapaz de transmitir segurança.

O resultado desta e de outras experiências, permitiram Harlow concluir que a variável contacto reconfortante suplementava a variável amamentação.

Harlow observou ainda que os macacos Rhesus com mães reais, demonstravam comportamentos social e sexual mais adiantados dos que os criados com mães substitutas de pano, e que estes últimos apresentavam comportamentos sociais e sexuais normais se diariamente tivessem oportunidade de brincar no ambiente estimulador dos outros filhotes.


Originalmente publicado em Psicologia Experimental

14 de fev. de 2011

Educaedu desembarca no Brasil

Educaedu desembarca no BrasilO portal Educaedu, o maior e mais completo diretório global online de educação, decidiu investir forte no mercado brasileiro e acaba de inaugurar um novo escritório em São Paulo. O objetivo da sede na capital paulista é estar mais próximo de seus clientes e usuários.
Fundada em 2001, a empresa de origem espanhola, vem registrando grande crescimento nos últimos anos. Presente em 20 países e com versões em nove idiomas, o site reúne mais de 103 mil ofertas de cursos em diversas áreas e níveis de ensino.
Em 2010, Educaedu registrou mais de cinco milhões e 200 mil acessos somente no Brasil. Atualmente a versão brasileira do portal tem cadastrados mais de 14 mil cursos de pós-graduação, graduação e extensão universitária ministrados em mais de 950 instituições de ensino.
A sede brasileira soma-se a outros quatro países onde a empresa já possui escritórios: Argentina (Buenos Aires), Espanha (Madri e Bilbao), Colômbia (Bogotá), México (Cidade do México) além de representantes no Chile (Santiago).



Lenice Laflor
Assessoria de Imprensa
lenice@educaedu.com

9 de fev. de 2011

Aula 2 - Sociologia da educação - O Desenvolvimento da Sociologia

Aula 1

O que é Sociologia?


Sabemos que o comportamento humano é de grande diversidade e complexidade. Cada pessoa influencia e é influenciada pelo seu meio, 

transforma-se e transforma o seu meio segundo suas ação social, agindo no contexto social, mediante sua formação






Há comportamentos individuais - ações individuais - como andar, comer, dormir, respirar, beber - logo, o indivíduo, o ator social. Outros são comportamentos são considerados sociais - quando colocamos o outro para contracenar conosco.

Assim, ações como participar de reuniões, trabalhar numa repartição, frequentar aulas, casar, reunir-se em família são considerados Comportamentos Sociais, porque se desenvolvem no meio da sociedade.





Vivemos em grupo desde os primórdios de nossa história. Dessa forma, as ciências sociais, entre elas está a Sociologia, analisam e estudam o comportamento e as ações sociais humanas e as diversas formas que estas se manifestam. 





A Sociologia é o estudo das relações sociais e as formas de associação, considerando todas as interações e que ocorrem em sociedade.





O estudo da sociedade é algo dinâmico e suscita a análise desapaixonada dos fatos, isentos de interesses, analisando apenas os fatos sociais em si, a mobilidade social, o processo de cooperação, competição, conflitos sociais e a divisão da sociedade, de forma a encontrar soluções para seus possíveis problemas.





Aula 2

Nessa segunda aula de sociologia vamos conhecer um pouco sobre as primeiras idéias dessa ciência, seus principais estudiosos e suas primeiras aproximações com a educação através do pensamento de Émile Durkheim.




3 – O Desenvolvimento da sociologia
O estudo dos fatos sociais é muito antigo. Com o surgimento dos primeiros grupos humanos, surge também a necessidade de se organizar para sobreviver.
No século XIX, a sociologia torna-se uma ciência autônoma, ao lado das ciências modernas (física, química, biologia) como reflexo das transformações européias nos séculos XVIII e XIX.
Tanto a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII) quanto a Revolução Francesa (1789) provocaram transformações radicais na sociedade da época. Com isso surge a sociologia como ciência.

Sociologia: Ciência, objeto de estudo e análise
A sociologia é uma ciência, ou seja, trata-se de um conjunto de conhecimentos sistematizados, organizados, baseados na observação e na pesquisa objetiva dos fatos sociais e não em crenças pré-concebidas ou sentimentos subjetivos a respeito dos mesmos fatos.
"Um sociólogo pode ter sentimentos e crenças bem determinados a cerca de como a sociedade deve organizar-se ou tratar a alguns de seus membros, porém não são estes sentimentos ou crenças que definem essa pessoa como sociólogo. Como profissional, um sociólogo tem a obrigação de relatar e analisar objetivamente tudo o que constitui a vida em grupo (como a vida em família, as classes sociais ou as comunidades) e seus derivados (valores, tradições e costumes)." COHEN, Bruce. Sociologia Geral. São Paulo, McGraw-Hill, pag. 1, 1980.
A sociologia estuda a sociedade humana, sua estrutura básica, a coesão e a desintegração dos grupos, a transformação da vida social. Um grupo de indivíduos não basta para haver vida social: é necessário que esse grupo interaja, se relacionam uns com os outros, convivam , tenham interesses em comum, vivam de acordo com as normas em comum.
Nessas 2 vertentes sociológicas, uma defende a concepção de que o fato social seja algo proto e acabado, com ênfase na estrutura  social, a ordem social existente, etc. Na outra vertente é possível observar que o fato social é algo dinâmico, impulsionador dos aspectos que produzam a transformação social.
Se por um lado é possível compreender a sociologia através dos fatos sociais que revolucionaram a transformação da sociedade, por outro lado é viável entender a sociedade através dos fatos sociais que são responsáveis pela manutenção da ordem, como a família, o governo, as leis, etc.

Alguns filósofos e sociólogos essenciais para a construção da sociologia
Auguste Comte (1798-1857) foi um filósofo francês, pai do Positivismo,  o primeiro a empregar a palavra "sociologia" na sua obra "Filosofia Positiva" em 1838. Para ele, a sociologia deveria ter seus estudos pautados na observação e classificação sistemáticas e não baseada na especulação e autoridade, como a ciência antiga (monarcas, governantes, sacerdotes) .
Herbert Spencer (1820-1903) foi um filósofo inglês que publicou em 1876, a obra "Princípios de Sociologia" na qual ele utilizou a Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin , desenvolvendo sua teoria da Evolução Social, segundo a qual a sociedade evolui naturalmente do estado primitivo ao industrial.
Lester Ward (1841-1913) foi um sociólogo norte-americano que em 1883, em seu livro "Sociologia Dinâmica" defendeu o progresso social sob a orientação de sociólogos. Ou seja, esses sociólogos vêem na sociedade política o produto da luta pela vida, e nos governantes a sobrevivência dos mais aptos e na estrutura jurídica dos Estados a organização da concorrência.
Dessa forma podemos observar que os primeiros sociólogos estavam imbuídos da idéia de progresso, de evolução. Seguindo essa idéia, buscavam fatos que lhes dessem sustentação como as grandes mudanças sociais projetadas pelas descobertas científicas, revoluções ou pelas guerras, tendo importante papel na difusão da idéia de progresso.


Émile Durkheim
Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo francês que contribuiu decisivamente para tornar mais rigoroso o método cientifico em sociologia. Em seu livro "Regras do Método Sociológico" (1895) Durkheim explica como procedeu em sua pesquisa sobre o suicídio, que seria publicada em 1897.
1º Planejou o esquema da pesquisa.
2º coletou grande quantidade de dados sobre os suicidas.
3º Elaborou uma "Teoria do Suicídio" na qual ele apontou como fator principal o Isolamento Social. 
Principio fundamental da sociologia para Durkheim é "Considerar os fatos sociais como coisas", implica tomar os fatos sociais em seus aspectos exteriormente observáveis, utilizando métodos de estudo apropriados, como a estatística.


Para ler e resumir para a aula dia 18/02

Émile Durkheim, o criador da sociologia da educação
Para o sociólogo francês, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social


Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) chamou de individual. Tal porção do sujeito – o jovem bruto – segundo ele é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século 19. Principalmente por meio da psicologia, entendida então como a ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim. "Ele ampliou o foco conhecido até então, considerando e estimulando também o que concebeu como o outro lado dos alunos, algo formado por um sistema de idéias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte", explica Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas.
Dessa forma, Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.
Nessa concepção durkheimiana – também chamada de funcionalista –, as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana. "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios – sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento – que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela", escreveu Durkheim.
Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo. "Todo o passado da humanidade contribuiu para fazer o conjunto de máximas que dirigem os diferentes modelos de educação, cada uma com as características que lhe são próprias. As sociedades cristãs da Idade Média, por exemplo, não teriam sobrevivido se tivessem dado ao pensamento racional o lugar que lhe é dado atualmente", exemplificou o pensador.


Ensino público e laico
Durkheim não desenvolveu métodos pedagógicos, mas suas idéias ajudaram a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista, sempre limitada pelo psicologismo idealista – influenciado pelas escolas filosóficas alemãs de Kant (1724-1804) e Hegel (1770-1831). "Segundo Durkheim, o papel da ação educativa é formar um cidadão que tomará parte do espaço público, não somente o desenvolvimento individual do aluno", explica José Sérgio Fonseca de Carvalho, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Nas palavras de Durkheim, "a educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". Tais exigências, com forte influência no processo de ensino, estão relacionadas à religião, às normas e sanções, à ação política, ao grau de desenvolvimento das ciências e até mesmo ao estado de progresso da indústria local.
Se a educação for desligada das causas históricas, ela se tornará apenas exercício da vontade e do desenvolvimento individual, o que para ele era incompreensível: "Como é que o indivíduo pode pretender reconstruir, por meio do único esforço da sua reflexão privada, o que não é obra do pensamento individual?" E ele mesmo respondeu: "O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-lo sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada". Por tudo isso, Durkheim é também considerado um dos mentores dos ideais republicanos de uma educação pública, monopolizada pelo Estado e laica, liberta da influência do clero romano. Autoridade do professor.
Durkheim sugeria que a ação educativa funcionasse de forma normativa. A criança estaria pronta para assimilar conhecimentos – e o professor bem preparado, dominando as circunstâncias. "A criança deve exercitar-se a reconhecer [a autoridade] na palavra do educador e a submeter-se ao seu ascendente; é por meio dessa condição que saberá, mais tarde, encontrá-la na sua consciência e aí se conformar a ela", propôs ele. "Em Durkheim, a autonomia da vontade só existe como obediência consentida", diz Heloísa Fernandes, da Faculdade de Ciências Sociais da USP. O sociólogo francês foi criticado por Jean Piaget (1896-1980) e Pierre Bourdieu (1930-2002), defensores da idéia de que a criança determina seus juízos e relações apenas com estímulos de seus educadores, sem que estes exerçam, necessariamente, força autoritária sobre ela.
A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)foi uma grande conquista para a educação brasileira. Houve padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para o professor Dermeval Saviani, da Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os currículos são sugeridos para todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A idéia de fundo é colocar as pessoas certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz.
Para Pensar: Durkheim dizia que a criança, ao nascer, trazia consigo só a sua natureza de indivíduo. "A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a qual é necessário construir novamente", escreveu. Os professores, como parte responsável pelo desenvolvimento dos indivíduos, têm um papel determinante e delicado. Devem transmitir os conhecimentos adquiridos, com cuidado para não tirar a autonomia de pensamento dos jovens. A proposta de Durkheim levará o aluno a avançar sozinho? Esse modelo de formação externa contraria a independência nos estudos? Ou será uma condição para que a educação cumpra seu papel social e político?


4 de fev. de 2011

Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA

DISCIPLINA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO - CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA
AULA 1
1- O QUE É SOCIOLOGIA?
A Sociologia é uma das Ciências Sociais, cujo objetivo mais amplo é descobrir a estrutura básica da sociedade humana, identificar as principais forças quemantêm os grupos unidos ou que os enfraquecem e verificar que condições transformam a vida social.

CONCEITOS BÁSICOS
FATO SOCIAL - São fatos exteriores e anteriores a existência do indivíduo e continuariam existindo mesmo que este não existisse ou deixasse de existir. São fatos que exercem coação ao indivíduo, ou seja, ao deixar de praticá-los o indivíduo sofreria pressão por parte da sociedade até que se enquadrasse nos padrões vigentes.
INTERAÇÃO SOCIAL - Uma ação coletiva entre dois ou mais indivíduos com objetivos em comum, que os faça conviver ou trabalhar juntos.
GRUPO SOCIAL - Conjuntos de indivíduos que interagem uns com os outros durante certo período de tempo. Se dividem em :
Grupos primários - família, amigos, amigos de infância, de escola, ou seja, pessoas com quem o indivíduo interaja mais pessoalmente.
Grupos Secundários - Colegas em geral, vizinhos, professores, patrões, motoristas, secretárias, ou seja, pessoas que o indivíduo trata de maneira impessoal por não ter pouco ou nenhum contato íntimo, restrito.
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Processo que coloca as pessoas de uma sociedade em camadas (estratos) sociais diferentes, segundo suas condições econômicas, sob a forma de uma pirâmide: no alto, os mais ricos (minoria) ; na base, os mais pobres (maioria).  
CLASSE SOCIAL
Cada um dos estratos (camadas) da pirâmide, que constituem a sociedade. Cada classe tem seus valores, crenças, ideais que as distinguem de outras classes.
COMUNIDADE E SOCIEDADE
COMUNIDADE –  Grupo local, bastante integrado, com predominância de grupos primários: pessoais, informais, sentimentais, tradicionais, que envolvem o indivíduo como um todo. A cultura de uma comunidade é geralmente tradicional e homogênea, passada de pai para filho e resistente a influências externas.
SOCIEDADE –  Conjunto de grupos de indivíduos e instituições cujos relacionamentos são impessoais, formais, utilitários, especializados e geralmente baseados em contratos escritos.

STATUS SOCIAL E PAPEL SOCIAL
STATUS SOCIAL - Posição que o individuo ocupa num grupo social ou na sociedade (filha, aluna, funcionária)
PAPEL SOCIAL – Conjunto de funções que cada indivíduo desempenha em conseqüência do status que ocupa – o PAPEL SOCIAL é o papel dinâmico do status. Se não desempenhado satisfatoriamente acarretará pressões, coerções.

23 de jan. de 2011

Educação em Tempos de Sorriso Azul


Educação em Tempos de Sorriso Azul
Profª Semíramis Franciscato Alencar Moreira

A importância dos Cursos a Distância no País e novas perspectivas educacionais
A primeira expressão do cosmonauta russo Yuri Gagarin em órbita na Terra deve ter agradado o espírito do unificador da Dinamarca -  Harald Blåtand, conhecido por Bluetooth; "A Terra é azul" disse pelo rádio, em russo, o precursor da era da comunicação, quando só os militares podiam botar a mão em computadores...Não sei como dizer isso em russo ou se ele sorriu ao dizer outras coisas quando passava sobre as cabeças dos americanos que, por sua vez, provavelmente torciam para a nave explodir naqueles tempos de guerra fria.
Dois anos depois, os valentes soviéticos, ateus convictos graças a Deus, puseram uma mulher em órbita – talvez porque falasse demais na Terra ou para testar se falaria menos em órbita – jamais saberemos, mas com certeza o marketing político e o espírito crítico são os pólos opostos que somente a educação, de maneira continuada, integrada ao dia a dia de uma sociedade complexa, pode esclarecer.
Eis aí uma armadilha: Se os políticos, dependentes químicos do poder, serviçais prestimosos da máquina econômica que não patrocina cursos de formação, que escolhe funcionários na medida inversa de suas responsabilidades sociais, como, então, confiar nos diversos ministérios e políticas de educação? Como esconder o sexo da mulher? Ela ganha menos pelo potencial maternal, dos meses que se afastará para renovar nossos quadros sociais... Como renovar, mesmo "à distância", conhecimentos que farão um empregado exigir mais por sua mão de obra? Sorria... "A Terra é azul!"
-" Coloca três turnos aí, encarregado, revezando a cada semana uma turma! Senão algum peão vai tomar seu lugar ou o meu com essa moda de estudar para melhorar de vida!". O verniz do crescimento econômico, principalmente no Brasil, está sobre, camarada Gagarin, um moedor de carne, daquele tipo que o Pink Floyd mostrou moendo crianças no pós guerra europeu; quem mandou aqueles órfãos perderem seus pais na guerra?
Quem mandou nascer no Brasil, país de propaganda premiada? Feita pela elite, onde uns poucos ganham bolsas universitárias federais para trabalhar a serviço do grande capitalismo de consumo e das contas oficiais do Governo Federal. Aliás, este é o ABCDE do mundo contemporâneo: Armas, Bancos, COMUNICAÇÃO, Drogas e Energia. Não raro, o verniz tem que ser passado também nos governos; estes sim, são o viés, de alto a baixo, dólar e bolsa na pechinchada política de educação que recebe muito menos recursos que os setores "produtivos", quando comparamos o orçamento brasileiro por setores; se comparamos o célebre "dólar/aluno/ano" também ficamos abaixo de muitos, muitos países, até mesmo vizinhos mais "pobres" como Argentina e Chile. Por quê? Qual é nossa percepção de riqueza? Quanto vale a vida?
Terá nossa educação, ou melhor, a falta dela, efeitos no "jeitinho" corrupto e impune – brasileiro – de julgar ricos e pobres? Será a educação um dos pilares de uma libertação que não interessa aos bancos que cobram juros escorchantes dos superendividados para darem dividendos aos acionistas dos países de origem? "Ora, que isso?" dirá você em um sorriso azul, "você está sério demais... Relaxa senão não encaixa!"

Muito tem sido falado sobre as novas metodologias de ensino, em especial, os cursos a distância, cada vez mais atraentes no que consiste à flexibilidade de tempo, baixo custo e qualidade de ensino. O número de cursos a distância oferecidos no Brasil cresceu quase 20 vezes entre 2002 e 2009, saltando de 46 graduações abertas para 844 no mesmo intervalo. Em porcentagem, representa 1.834% de crescimento em sete anos. As universidades, faculdades e outras instituições de ensino particular respondem pela maior oferta, segundo informações do MEC (Ministério da Educação), tendo reunido 444 cursos ou 52% do total da oferta em 2009. Os dados são do Censo do Ensino Superior, do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Vale lembrar que o ensino a distância (EAD),  fechou 2010 com cerca de 973 mil alunos, 30% de todos os universitários de instituições particulares, e movimentou cerca de R$ 2,2 bilhões em 2010. Para 2011, a expectativa, de acordo com a Associação Brasileira de Ensino a Distancia (Abed) é obter um crescimento de 8%, o que representaria uma injeção de R$ 176 milhões na movimentação do segmento.
 A chegada de uma nova geração, criada em meio a equipamentos eletrônicos, também é um grande diferencial para o EAD em 2011. "Este ano marca a chegada à universidade de crianças que já cresceram em contato com o computador, seja em lan houses ou em casa; esse aluno chegou à faculdade e já vem livre de preconceito para com qualquer contato virtual", afirma Renato Bulcão, diretor da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância).
Assim sendo, essa modalidade de ensino pode ser abrangente, o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente, conectados, interligados por meio das tecnologias– desde as telemáticas como a Internet até mesmo às mais simples, como o telefone, o fax, a vídeo-conferência, o rádio, entre outras formas.
A modalidade de ensino a distância EAD não é nova. O que tem mudado primordialmente  são as tecnologias que são utilizadas em diferentes projetos e cursos a distância. Esta modalidade de educação surgiu no final do século XIX, onde instituições particulares nos EUA e na Europa ofereciam cursos por correspondência destinados ao ensino de temas vinculados a ofícios de escasso valor acadêmico. Muitos não acreditavam no seu potencial, pois parecia que era um estudo para os que fracassaram na vida escolar convencional. Somente na década de 60, com a criação de universidades à distância que competiam com a modalidade presencial, foi possível superar muitos preconceitos da EAD. (LITWIN, 2001, p. 15).
Os cursos a distância tem como principal mediador o professor, responsável pela integração do aluno às atividades propostas; sua atuação deve ser dinâmica, cedendo estímulos e materiais de apoio diversos para que o aluno possa aprender e desenvolver suas atividades com a maior gama de informações possíveis, além do suporte constante do professor. Segundo dados dos REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA, definidos pelo MEC, em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de 2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007, consta que:
"Não há um modelo único de educação à distância, os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de linguagens, recursos educacionais e tecnológicos. A natureza do curso e as reais condições do cotidiano e necessidades dos estudantes são os elementos que irão definir a melhor tecnologia e metodologia a ser utilizada, bem como a definição dos momentos presenciais necessários e obrigatórios, previstos em lei, estágios supervisionados, práticas em laboratórios de ensino, trabalhos de conclusão de curso, quando for o caso, tutorias presenciais nos pólos descentralizados de apoio presencial e outras estratégias". (MEC, Brasília, agosto de 2007)

Com essa nova abordagem, o conceito de curso a distância, bem como o de aula, também muda. O tempo e espaço da aula poderão se tornar cada vez mais flexíveis. O professor continuará sendo o agente mediador e impulsionador da aprendizagem, e poderá enriquecer esse processo com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: através de e-mails, listas de discussão, alunos e professores podem fomentar debates e discussões através de textos e artigos provenientes de diversos sites de informação, transmissões ao vivo de seminários e palestras via streaming (o que possibilita imagem e som em tempo real com possibilidade de interação); poderá também ampliar seu foco através das redes sociais, desenvolvimento de blogs e vídeos sobre determinado aprendizado.
A partir dos acontecimentos em seu cotidiano, não apenas no horário da aula, poderá manter-se estudando, até mesmo nos momentos de lazer, ou seja, transformando seu aprendizado, escolar ou acadêmico, num aprendizado, constante, para a vida. Tenho, para esses objetivos, ferramentas pré-desenvolvidas à base de blogs coletivos.
Assim, os cursos a distância promovem a idéia de que tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Com isso o papel do professor se redimensiona, onde ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante jornada da aprendizagem. Tudo vai depender do espírito crítico que cada um de nós, educadores, individual e sinergicamente fizermos, nesse novo ciclo que se inicia.
Em tempos de aquecimento global, as máscaras podem cair e, de repente, a educação estará a bordo de uma sonda governamental, mundial, como o Nautilus do Capitão Nemo..."Humanos, bemvindos ao educado mundo novo"! "Bem Be Bês e mentirosos estão fora", isso inclui, claro, quase todos os políticos e grandes capitalistas da atual "civilização".




FONTES BIBLIOGRÁFICAS




MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA – Brasília, agosto de 2007

Ensino a distância prevê crescer 8% em 2011 e passar dos R$ 2,2 bilhões - http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=7&id_noticia=357023&editoria

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Profª Semíramis Franciscato Alencar Moreira - Janeiro de 2011 

Internet, infância e juventude

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com  

Brasília, DF (Brasil)
 

Internet, infância e juventude

 
Muitas invenções e descobertas do ser humano modificaram a sua vida cotidiana de forma irreversível. A lâmpada elétrica, o avião, a propulsão a vapor, a pílula anticoncepcional..., somente para apresentar as mais relevantes no campo da tecnologia.
A última década inseriu com grande capilaridade em nossas vidas uma outra descoberta – a Internet – que, pela sua capacidade de vencer distâncias e a interação entre os componentes dessa rede, trouxe mudanças significativas em nossos hábitos, em especial das crianças e jovens atuais, que cresceram à luz deste mundo multiconectado.
Para além da questão da habilidade em operá-la, onde jovens e crianças manuseiam os computadores com destreza e naturalidade, a Internet mexeu diretamente com o contato destes com o mundo, sendo esta uma relação mediada. Conversam os nossos jovens com seus amigos por meio de teclados, monitores e programas. Os encontros, as brigas, o lazer, tudo se faz por intermédio da máquina, em jornadas de horas a fio, em dias e madrugadas, conversando, navegando e interagindo.
Além da mediação, a Internet cria no jovem e na criança o hábito de realizar várias coisas ao mesmo tempo, a similitude do ambiente multitarefa dos computadores, com múltiplas janelas abertas, disputando a atenção dos sentidos sobre-excitados, entre sons e imagens.
Por fim, a Internet traz ao jovem e à criança uma lógica programática, de seguir um rumo pré-determinado pelos sistemas, à maneira dos "IF-THEN-ELSE" da programação, atingindo os níveis pelo seu esforço e dedicação e pouco pela sua criatividade, no perigoso "efeito RESET", onde, não gostou, reinicia tudo. O amigo máquina pode servir de substituto do convívio, do abraço e do "bom-dia". O jovem vê tudo pela lente, escravo daquela forma de se relacionar com o mundo, como uma muleta para ser ele mesmo.
Essa vivência mediatizada pela máquina esconde o jovem dos outros, dos seus próximos, em máscaras de "nick-names". As ações múltiplas que trazem movimento, ao mesmo tempo impingem pouca profundidade nas relações. A visão programática favorece o individualismo, a competitividade e o desapego. Pequenos exemplos de pontos negativos na personalidade e que necessitam ser trabalhados, entendendo a Internet como algo irreversível, que trouxe avanços, mas como tudo, demanda cuidados.
Entretanto, como tudo na vida, a Internet guarda em si grandes possibilidades, latentes, que precisam ser exploradas. As construções colaborativas (WIKI), as possibilidades de pesquisa e, ainda, a imensa capacidade de mobilização da rede, agindo no mundo virtual para operar mudanças no mundo real são exemplos dessa atuação que enriquece. A Internet, bem dosada, é ferramenta de desenvolvimento e de amadurecimento da infância e da juventude, para as construções do reino de Deus sobre a Terra.
Como realidade inconteste e sem volta, cabe a nós, no movimento espírita, que labutamos na seara infanto-juvenil, propiciar a orientação adequada ao uso dessa potencialidade, incentivando nessa rede as opções de crescimento, de troca de material, de divulgação de artigos, de reencontro dos amigos, de debates virtuais, blogs, coberturas on-line, campanhas fraternas e uma gama de boas práticas que mostram que usar essa rede é muito mais que isolar-se no seu mundinho em jogos e movimentos superficiais.
Não adianta torcer o nariz para essa inovação tecnológica que diariamente bate à porta de nossas residências. Importa enxergar nesse instrumento um caminho de fraternidade e de união entre os Espíritos encarnados, na realização do grande sonho da comunicação global, do respeito às diferenças e na construção da almejada fraternidade universal entre os povos, que depende muito mais de nossa transformação moral do que de equipamentos eletrônicos.
Faz-se necessário incluir a Internet em nossas aulas, atividades e discussões com os jovens, aproveitando essa dádiva. Negá-la é isolar-se do mundo dos jovens e das crianças, afastando-os da mesma forma.

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