30 de abr. de 2011

Isto dá certo - Torne-se um aliado da escola do seu filho

Isto dá certo

Torne-se um aliado da escola do seu filho

por: Marina Pastore
No dia 28 de abril é celebrado o Dia Nacional da Educação. É um bom momento para refletirmos sobre o papel que cada um tem na formação dos futuros cidadãos do Brasil. Por isso, a equipe do Educar separou algumas dicas para que você seja um aliado da escola na educação do seu filho:
1) Incentive a leitura. Ler para seus filhos e deixar livros sempre à mão é importante para desenvolver o hábito da leitura, que facilitará o aprendizado na escola mais tarde. Veja neste link 10 dicas para incentivar seu filho a ler.
2) Acompanhe a lição de casa do seu filho. É importante reservar uma parte do seu dia para ver o que está sendo abordado na escola e como seu filho lida com o conteúdo, se tem dificuldades, se precisa de reforço em alguma matéria. Saiba mais sobre a importância da lição de casa nesta matéria.
3) Conheça a escola do seu filho. Sempre que possível, é bom conversar com os professores e coordenadores da escola, não apenas para saber mais sobre o desempenho de seu filho, mas também para entender o projeto pedagógico da escola e perceber se ele está de acordo com as suas ideias. Veja nesta matéria 15 dicas para ajudar a escolher a escola do seu filho.
4) Se seu filho tirar notas baixas, não o pressione. Um boletim vermelho nem sempre é resultado de falta de esforço: ele pode indicar dificuldades de aprendizagem ou outros problemas relacionados à escola. Para saber mais sobre como lidar com as notas baixas do seu filho, leia esta matéria.
5) Motive o gosto pelo estudo. Querer aprender e estar na escola são valores que devem ser passados pelos pais, exemplos das crianças, e pelas próprias instituições de ensino. Leia aqui mais sobre atividades que garantem o gosto pela aprendizagem a partir do ensino integral nas escolas.

22 de abr. de 2011

Tiradentes - O Protomártir da Independência

Tiradentes, o protomártir da Independência

 

      

 

 

Cronologia

1746: Nasce em Pombal, distrito de S. José d'El Rei (hoje Tiradentes), Minas Gerais; os pais são Domingos da Silva Santos, nascido em Portugal, e Maria Antônia da Encarnação Xavier, nascida na Vila de São José d'El Rei (Brasil).

1755: Morre Maria Antônia; o viúvo e os órfãos mudam-se de vez para a Vila de São José.

1757: Órfão de pai.

1780: Arregimenta-se como soldado.

1781: É promovido a Alferes.

1786: A mando do Governador da capitania de Vila Rica, leva brilhantemente a cabo estudos demográficos, geográficos, geológicos, mineralógicos - quer de aplicação civil, quer militar.

1788: Envolve-se na Inconfidência contra a Coroa portuguesa.

1789: Como conspirador, é preso no Rio de Janeiro.

1792: É enforcado em praça pública e depois esquartejado.

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1789 - Rio de Janeiro.

A 1º de Maio aparece na cidade o coronel Joaquim Silvério. Logo trata de visitar - e com que freqüência – o conde de Resende. No dia 2, grande correria. Cubículos especiais são mandados construir nalgumas das piores prisões. A sua guarda pessoal passa a ser constituída exclusivamente por portugueses. Dois granadeiros são encarregados de vigilância extraordinária. Informações sobre as origens de todos os seus soldados são solicitadas com urgência – estes são portugueses, aqueles são
brasileiros...

 

Os granadeiros vigiam Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, por causa do ofício que aprendera com o padrinho. Agora é Alferes do Regimento pago por Vila Rica, Minas Gerais. Andava a procurar gente que o ajudasse a libertar o Brasil através duma conspiração abominável. Sabedor de tal crime, o governador de Minas havia encarregado o Coronel, amigo do suspeito, de seguir seus movimentos e comunicar seus achados diretamente ao Vice-Rei.

Tiradentes sonha. Ao ajudante de artilharia Nunes Cardoso, proclama:

 

Esta terra há ser um dia maior que a Nova Inglaterra! Mas, as suas riquezas só as poderemos alcançar no dia em que nos libertarmos do jugo dos portugueses para sermos os senhores da terra que é nossa.

Nunes Cardoso empalidece. Roga-lhe que nunca mais se refira a tais assuntos…

 

Mas Tiradentes não desiste. Pede a várias pessoas que lhe traduzam livros políticos ingleses, também a Declaração da Independência americana. Alguns dos livros têm até referências elogiosas à República… Em Vila Rica, na casa de João Rodrigues de Macedo, chegara mesmo a exibir a lista, por ele levantada, dos habitantes da capitania e comentara: Têm Vossas Mercês aqui todo este povo açoitado por um só homem, e nós todos a chorarmos como negros – ai, ai... E de três em três anos vem um, e leva um milhão; e os criados levam outro tanto; e como hão de passar os pobres filhos da América? Se fosse outra nação já se tinha levantado!

 

Os amigos pedem-lhe que pare. Além disso, tens estado a ser seguido por dois granadeiros, informam-no. Tiradentes primeiro pensa liquidá-los. Depois opta por regressar mais depressa a Minas, quem sabe se na mira de precipitar o golpe... Pede um bacamarte emprestado e inicia os preparativos para a fuga. Mas, vigiado como anda logo se apercebe que é impossível fugir. Esconde-se.

 

Em anterior viagem, havia curado a chaga cancerosa no pé da filha duma viúva. Pede-lhe ajuda. O decoro manda que não alberguem homem em casa. Tiradentes, por sua recomendação, vai para casa do ourives Domingos Fernandes, guiado pelo Padre Inácio Nogueira, sobrinho da viúva. Aí entra no dia sete de Maio pelas dez da noite.

 

O desaparecimento de Tiradentes provoca pânico entre os adversários. Na manhã do dia oito pede ao Padre que visite o coronel Joaquim Silvério, que continua a julgar seu amigo. O delator, que periodicamente envia relatórios escritos ao Vice-Rei sobre as atividades do amigo, finge-se preocupado. Quer saber do paradeiro de Tiradentes para poder ajudá-lo... Mas o Padre é jesuíta, contorna a inquirição, afirma não morar na Corte. Silvério não desarma e, ao encontrar na rua, no dia seguinte, outro clérigo, pergunta pelo Padre Inácio.

- Tenho bom negócio a propor-lhe.

O outro cai na esparrela e eis o Padre Inácio arrastado para o palácio do Vice-Rei. Pessoa comum, não resiste às ameaças, inclusivamente de morte. A teia começa a ser tecida.

 

 

A prisão

Os vultos assomam às janelas. Os mais afoitos saem à rua, timidamente, olham de longe, falam baixinho. Uma centena de soldados comandados pelo Alferes Francisco Pereira Vidigal, impede o trânsito no quarteirão onde fica a casa do ourives Domingos Fernandes, contratador e marcador de prata.

 

O cerco aperta-se. A casa parece deserta. Um soldado informa que um homem se escondeu no sótão com uma arma na mão. Vidigal, incerto, acaba por mandar forçar a entrada. Irrompe no sótão, rodeado por dezenas de soldados. O homem olha-os de frente, mas não reage, não fala. Entrega-se.

- Que pretendia fazer com o bacamarte?

- Resistir, mas são tantos…

 
                      


A execução

 

No dia 21 de Abril de 1792 Tiradentes é enforcado no Largo do Lampadário, no Rio de Janeiro. Dos Inconfidentes, é o único executado, serve de exemplo. O seu corpo é esquartejado. Pedaços dele são espalhados pela estrada que vai para Vila Rica. Uma gaiola com a sua cabeça é alçada a um poste cravado no centro de Vila Rica. (POSTE DE IGNOMÍNIA - na Praça central de Ouro Preto - onde hoje existe uma estátua de bronze em sua homenagem )

De morte assim matada, Tiradentes morre solteiro. Deixa, porém dois filhos menores, Joaquina e João.

 

Apesar de terem declarado infame o nome do pai e o da família, João é adotado por um comerciante. Seguirá a carreira militar.

Joaquina vive com a mãe até a maioridade. Portanto, pobre, afastada do mundo e de todos, privada de auxílio pelo clima de terror.

 

Eugênia Maria de Jesus, a companheira de Tiradentes, dizem que é bonita, despretensiosa, clara, de olhos azuis. Mas a pobreza tudo mata.

Tiradentes será um herói e lenda, elas de nada saberão.

                        

A inconfidência

A insurreição está marcada para quando começar a derrama. É até desenhada uma bandeira, um triângulo e os dizeres em latim LIBERTAS QUAE SERA TAMEM (Liberdade ainda que tardia). Mas os Inconfidentes começam a ficar inquietos. O Governador parece mandar indiretas a Alvarenga. O Padre Carlos de Toledo apercebe-se que se alguma coisa correu mal só pode ser por denúncia.

- Mas de quem, homem de Deus?

- Só pode ter sido Joaquim Silvério, por alguma razão lhe chamam Joaquim Sallieri... (evocação do Sallieri que traíra Mozart).

E de fato, o Coronel Joaquim Silvério, crivado de dívidas perante a Coroa, trai os seus companheiros na Inconfidência e tudo vai delatar às autoridades portuguesas.

 

Para suprimir o sinal para a revolta, o Governador não executa a derrama. Um vulto vestido de mulher, cabeça coberta por grande chapéu vai de casa em casa. Todos os conspiradores são avisados que Tiradentes foi preso no Rio.

Um a um, são todos presos e enviados para o Rio, maltratados. Ficam por três anos presos, incomunicáveis. O desembargador e poeta Tomás António Gonzaga acabará desterrado em Moçambique. Em versos à sua musa Marília escrevera, premonições: "...mil inocentes / Nas cruzes pendentes, / Por falsos delitos, / Que os homens lhes dão."

 

O advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa, sessenta anos, espera menos tempo. Aparece misteriosamente morto no cubículo infecto onde o encerraram e aviltantemente interrogaram. Suicídio, dizem...

Presos, uns resistem e outros não. Os três anos de sofrimento e a perspectiva da morte revelam personalidades inesperadas entre os Inconfidentes.

 

Maciel, o teórico do movimento, depõe várias vezes e em todas elas tenta passar por inocente e atribuir todas as culpas aos outros conjurados. Que o instigador de tudo fora Tiradentes...

O mesmo afirma em carta ao Governador o Tenente-Coronel Francisco de Paula. Comandante da tropa mais importante em terra brasileira, sua pena será decerto das mais severas.

Alvarenga, esse, inventa. Afirma que Tiradentes é estúpido, que as reuniões dos Inconfidentes eram cenas depravadas. Em latim, lança elogios ao Governador.

Como podem fazer parte da mesma história que Tiradentes?

"Está mais ou menos generalizada no Brasil a idéia de que a Inconfidência foi só um movimento de protesto contra a derrama que o governo português mandou fazer em 1789, a fim de recolher na capitania, dum modo violento, as quinhentas e vinte e oito arrobas de ouro de que se julgava credor. Isso não é verdade. A notícia de que a derrama se aproximava contribuiu, é claro, para agravar a situação e apressar o trabalho dos conspiradores, mas a idéia da conspiração - ou da revolução, pode-se mesmo dizer - vinha de mais longe e tinha razões mais complexas.

 

A Inconfidência não pretendia apenas libertar Minas e o Brasil do jugo da Metrópole. Queria - e isto é o que precisa ficar bem claro - formar aqui uma grande nação republicana, com suas indústrias e possuindo um corpo de leis moderníssimas, de acordo com os postulados revolucionários que agitavam a França e por influência inglesa e francesa tinham já sido vitoriosos nos Estados Unidos."

 

(Brasil Gerson, in "História Popular de Tiradentes")

 

FONTE: http://claudiomarinofdias.blogspot.com/2009/04/tiradentes-o-protomartir-da.html

21 de abr. de 2011

Propaganda irlandesa anti bullying homofóbico.

Stand Up! - Don't Stand for Homophobic Bullying
Mobilize-se! Não pare para o bullying homofóbico.
Propaganda irlandesa anti bullying homofóbico.
A campanha promove a amizade entre os jovens, como forma de combater o bullying homofóbico.

Para obter mais informações sobre a campanha consulte: http://www.belongto.org/campaign.aspx

5 de abr. de 2011

Texto de Apoio - O que é Cultura

Texto de apoio a aula 6 - Cultura e Organização Social

Cultura




Cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana

No senso comum, cultura adquire diversos significados: grande conhecimento de determinado assunto, arte, ciência, "fulano de tal tem cultura".

Aos olhos da Sociologia, cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social.

Só o homem possui cultura.

Seja a sociedade simples ou complexa, todas possuem sua forma de expressar, pensar, agir e sentir, portanto, todas têm sua própria cultura, o seu modo de vida.

Não existe cultura superior ou inferior, melhor ou pior, mas sim culturas diferentes.

As funções da cultura são:

  • satisfazer as necessidades humanas;
  • limitar normativamente essas necessidades;
  • implica em alguma forma de violação da condição natural do homem. Por exemplo: paletó e gravata são incompatíveis com clima quente; privar-se de boa alimentação em prol da ostentação de um símbolo de prestígio, como um automóvel; pressão social para que tanto homens quanto mulheres atinjam o ideal de beleza física.

O que é belo numa sociedade poderá ser feio em outro contexto cultural.

Já o conceito de cultura de massa pode ser definido como padrões compartilhados pela maioria dos indivíduos, independente da renda, instrução, ocupação etc.

Cultura de massa é produto da indústria cultural, tipicamente de sociedades capitalistas; refere-se aspectos superficiais de lazer, gosto artístico e vestuário.

A indústria cultural está sempre "fabricando" modas e gostos, a cultura de massa só é viável em razão da invenção da comunicação em massa.

Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

4 de abr. de 2011

Aula 6 - Cultura e Organização Social

 
Aula 6 - Cultura e Organização Social

Cultura é a herança que o grupo social transmite a seus membros através da aprendizagem e da convivência social.
Cada geração e cada indivíduo também contribuem para ampliar e modificar a cultura que recebem. É isso que explica o progresso, as mudanças que ocorrem nas sucessões das gerações.
A cultura abrange a maneira de viver (ser, pensar e sentir) de um povo. A forma de organização social de um povo também faz parte da cultura.

A cultura pode ser material ou não-material.

Cultura Material – objetos manufaturados, os artefatos: ferramentas, prédios, móveis, meios de transportes, estradas, pontes, cadernos, etc. Ou seja, todo e qualquer objeto resultante da transformação da natureza pelo homem.

Cultura Não-Material – a linguagem, as idéias, as músicas, poesias, rituais, os costumes e hábitos de um povo. Ou seja, todo o ideário que permeiam as tradições de cada povo.

No futebol – a cultura material do futebol são as traves, os uniformes, a bola, chuteiras, caneleiras, o escudo, gramado, luvas, joelheiras, apito. A cultura não-material é o hino do time, o grito da torcida, as regras de arbitragem, os jargões dos comentaristas esportivos.

O futebol deixando de existir, sua cultura deixa de ter o significado e antes: a bola, passa a ser um enfeite; o gramado, pasto para o gado; o uniforme, luvas e joelheiras, meras peças de vestuário; as traves, pedaços de madeira.

A Cultura como sistema de normas

A cultura mostra como deve ser o padrão de comportamento do indivíduo – um padrão de comportamento é uma norma, ou seja, uma expectativa ou uma determinação de como o indivíduo deve agir dentro de um grupo. Uma norma social ou cultura resulta da própria história do povo ou do grupo social que a adota.

  • O que é norma numa sociedade pode não ser na outra;


  • A norma só cabe em comportamentos possíveis e não-necessários. A norma pode estabelecer maneiras de comer e tipos de alimentos que possam ser ingeridos; modo conveniente de andar, vestir, relacionar-se.
  • As normas podem ser mais ou menos coercitivas, mais ou menos obrigatórias. Assim, podemos ter hábitos, tradições populares, instituições e leis.


  • Hábitos e Tradições

    As novas gerações absorvem costumes e hábitos das anteriores. Porém, costumes e hábitos podem ser modificados e sua não-observância pode não implicar sanções sociais mais sérias.

    Instituições – conjuntos organizados de normas, que obrigam mais do que simples hábitos e costumes, mas relacionamentos sociais que incorporam certos valores e procedimentos comuns e atendem a certas necessidades básicas da sociedade.
    As principais instituições são : Religião, governo, educação (escolas e universidades), ONG ou grupos menores como os grupos de trabalho, de agremiações de futebol, de escolas de samba, Folia de Reis, etc.

    17 de mar. de 2011

    Aula 5 - Interação Social

    Aula 5 - Interação Social

    São as mútuas relações que são estabelecidas e desenvolvidas entre os indivíduos e os grupos sociais

    1.Isolamento Social
    Há mais ou menos 700 anos, Frederico II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, efetuou um experimento para descobrir que língua as crianças falariam quando crescessem se jamais tivessem ouvido uma única palavra falada. Falariam hebraico?  grego?  latim? aramaico? Ou a mesma língua que os pais? Então, Frederico deu as instruções para que as mães apenas higienizassem e alimentassem sem, no entanto, emitirem qualquer som ou falassem perto delas. O experimento fracassou, pois todas as crianças morreram.

    É praticamente impossível uma criança viver em completo isolamento: morreria de fome. No caso de terem apenas suas necessidades fisiológicas atendidas, até poderia sobreviver, porém enfrentariam enormes problemas de adaptação social.
    Harry F. Harlow (1905-1981), psicólogo, pegou 5 macacos filhotes e os isolou de sua mãe natural e dos outros macacos. Estes 5 filhotes foram criados numa estrutura metálica coberta com um tecido, funcionando como uma "mãe substituta", dando-lhes mamadeira e a que se agarravam quando assustados.
    Até ficarem jovens, pareciam satisfeitos, mas ao crescerem e colocados com outros macacos alguns se mostraram agressivos, insociáveis. Outros , apáticos, retraídos, incapazes de manterem contato.  Dessa forma  , podemos perceber que crianças rejeitadas e carentes de afeto podem manifestar os mesmos comportamentos anti-sociais.

    Há casos de adultos que conseguiram sobreviver a longos períodos de isolamento nas florestas sem saber que a Segunda Guerra  Mundial havia terminado ou criados nas florestas desde pequenos com símios, no entanto sem ter aprendido a socializar-se novamente.

    O isolamento social ocorre com maior freqüência com pessoas consideradas indesejáveis pela sociedade como criminosos e deficientes mentais, que são confinados á presídios ou manicômios em condições de vida sub-humanas. Essa segregação social ao invés de corrigir esses indivíduos os produz efeitos psicologicamente nocivos, o que pode agravar seus problemas de adaptação social, os tornando mais violentos.

    Isolamento Cultural
    Ocorre quando o indivíduo sai de um grupo social e vai viver em outro lugar com hábitos e costumes diferentes. Há um período inicial de isolamento e adaptação, no qual se apresentam inúmeras dificuldades, como problemas de comunicação, em caso de línguas diferentes, problemas alimentares, de convivência humana, condições de trabalho, etc.


    Isolamento Psíquico

    Mais comum do que podemos imaginar, o isolamento psíquico para Durkheim seria a principal causa de suicídios: o indivíduo está física e culturalmente  integrado ao grupo, mas sente-se só, não confia seus problemas, aflições ou alegrias à ninguém, tampouco partilha a convivência com outrem, não tem amigos, se esquiva de aventuras amorosas, tornando assim sua vida insuportável.


    2- Processos Sociais

    São mecanismos através dos quais se dá a interação entre os indivíduos e grupos na vida social. São inúmeros os processos sociais, uns colaborando para manter os grupos sociais unidos, outros que podem provocar a separação entre os indivíduos e grupos. Entre os principais processos sociais estão a cooperação, a competição, o conflito, a acomodação e a assimilação.

    - COOPERAÇÃO – É o trabalho em conjunto – pode existir tanto em pequenos grupos quanto em grandes organizações mundiais como a ONU (Organização das Nações Unidas) O menor de todos os grupos se chama díade – formado por duas pessoas.
     A cooperação pode ser deliberada ou não-deliberada, por exemplo: Os índios caçam e pescam em conjunto, pois sempre fizeram dessa forma, essencial para sobrevivência do grupo. Já numa organização como a ONU procura-se deliberadamente promover a cooperação – a cooperação é sugerida, acordada.
    Embora a cooperação implique a consideração dos desejos dos outros e pressupõe que seja desinteressada, na maioria dos casos. As pessoas e grupos podem cooperar pois vêem nesse processo a melhor forma a seus interesses.
    Na sala de aula o professor deve zelar pela cooperação dos alunos através de tarefas que possibilitem a convivência social, o bem da coletividade e o interesse individual.

    - COMPETIÇÃO – Consiste em tentar superar os outros. Pressupõe a existência de apenas uma ou de poucas recompensas aos vencedores.
    Na sala de aula quando as primeiras classificações são muito valorizadas ou quando o professor dá muita importância a nota, gera um clima de competição entre os alunos, onde alguns tendem a superar, vencer os outros.
    Geralmente a competição leva os competidores a desenvolverem atitudes hostis entre si. A competição é um desestímulo a quem perde. A competição tende a transformar-se em conflito.  

    - CONFLITO – recompensas pela eliminação ou enfraquecimento dos rivais, acarretando prejuízos materiais ou sociais aos oponentes, como a demissão do emprego, expulsão do País, perda de direitos políticos, etc. De forma mais violenta o conflito pode custar a vida de indivíduos e grupos: assassinato, extermínio de grupos e comunidades, guerras são alguns exemplos de conflitos que uma vez iniciados, tende a tornarem-se cada vez mais intensos.
    Na sala de aula podemos observar o conflito através de divergências entre alunos, aluno e professor – o chamado bullying que acarreta problemas de convívio pelo resto da vida

    - ACOMODAÇÃO – Processo mais adotado quando se pretende superar o conflito. Ajustamento, acordo temporário entre indivíduos e grupos que visam a superação do problema.
    Entretanto, a acomodação é um processo temporário, pois o conflito pode voltar a qualquer momento.
    A tolerância é um exemplo de acomodação. Quando um grupo perde um conflito é obrigado a aceitar um acordo.

    - ASSIMILAÇÃO – conjunto de mudanças psíquicas e culturais qye resultam tanto da transferência de um grupo para outro diferente, quanto do encontro e convivência de grupos diferentes – processo de difusão cultural mútua através do qual grupos e pessoas passam a partilhar de uma cultura em comum.


    3 - MOTIVOS SOCIAIS

    São motivos que fazem com que as pessoas queiram viver/precisem viver em sociedade. Já constatamos que as pessoas são diferentes umas das outras, assim os motivos que as levam a buscar grupos e organizações também podem ser diferentes.
    Realizações, fazer algo, atuar, sentirem-se uteis socialmente, estudar, trabalhar... outros podem estar mais motivados pela necessidade de conviver, participar como membros de algum grupo, de mesmos ideais – a afiliação – outros ainda podem se sentir na pretensão de influenciar pessoas e grupos, de se sobrepor aos demais – a necessidade de Poder.

    - MOTIVO DE REALIZAÇÃO – As pessoas com alto motivo de realização revelam confiança em si, preferem assumir responsabilidades individuais, gostam de ver resultados concretos de seus trabalhos; obtém boas notas, participam de atividades estudantis e comunitárias; escolhem técnicos de preferência a amigos para compor suas equipes; resistem a pressões sociais e aos incentivos externos; aceitam riscos moderados em situações que dependem suas habilidades.
    As pessoas que agem pelo motivo de realização procuram fazer sempre o melhor: obter a melhor nota, correr mais, inventar novas coisas, alcançar o ponto mais alto da carreira.

    - MOTIVO DE AFILIAÇÃO – Consiste no desejo de estar com outras pessoas e com elas se relacionar de forma afetuosa e amiga. Mais do que com tarefas e produção, os indivíduos motivados pela necessidade de afiliação se preocupam com a pessoa humana e buscam restabelecer relações amistosas rompidas, consolar e ajudar outras pessoas, participando de encontros e festas.
    Pessoas com alto motivo de afiliação preferem estar junto a outras pessoas que sozinhas, preocupam-se mais com os aspectos interpessoais do trabalho do que com as tarefas. Buscam a aprovação dos outros e produzem mais quando trabalham em cooperação.
    Como desejam ser bem-quistos, prestam atenção aos sentimentos alheios. Ao participarem de grupos, procuram estabelecer um clima de amizade, dando apoio.
     O sentimento de isolamento, rejeição e mal querer é o pior que pode ocorrer com a pessoa que tem a necessidade de afiliação. Prefere ter amizades do que ter sucesso na carreira. Discussões e conflitos são altamente frustrantes.
    Pessoas com necessidade de afiliação preferem colocações as quais possam estabelecer boas relações. Tal necessidade atualmente se torna indispensável ao status de liderança, ao bom desenvolvimento executivo, de forma a valorizar o lado humano de funcionários e colegas de trabalho, conduzindo-os a um melhor entendimento e melhores comunicações.
    Num primeiro momento a necessidade de afiliação está relacionada com uma educação familiar paternalista, cultivadora de dependência e laços familiares. Também é observada a correlação entre afiliação e ansiedade: pessoas com alto motivo de afiliação se revelariam mais ansiosas.

    - MOTIVO DE PODER - O líder é alguém que sabe ouvir e interpretar as necessidades e aspirações dos liderados e orientar sua realização. A necessidade de poder se caracteriza pelo desejo de exercer influência e impacto sobre os outros. Revela-se também que o poder tem duas faces: uma negativa e outra positiva. A negativa ou pessoal se caracteriza pela equação "domínio-submissão", ou seja na fórmula "eu ganho, tu perdes"  "tu ganhas, eu perco" . A vida em sociedade é um jogo onde os mais fortes sobrevivem (a lei da selva).
     A face positiva ou socializada  do poder se caracteriza pela preocupação em classificar os objetivos do grupo, em prover os meios para alcançar esses objetivos e em fazer com que o grupo se sinta forte e competente para realizar o que deseja.  



    Questões propostas

    1-Qual a diferença entre a organização social do ser humano e das outras espécies de animais?
    2-Qual a importância da convivência social para o ser humano? Exemplos.
    3-- o que se entende por isolamento social? Exemplo.
    4-O que se entende por isolamento cultural? Exemplo.
    5-Defina com exemplos o isolamento os psíquico.
    6-O que é processo social?
    7-O que é cooperação e de que formas pode se expressar?
    8-Defina competição e como ela pode se manifestar na escola.
    9-O que se entende por conflito? Como ele pode se manifestar nos grupos escolares?
    10-Defina acomodação
    11-Em que consiste a assimilação?
    12-O que são motivos sociais?
    13-Em que consiste o motivo de realização? Exemplos.
    14-Como age a pessoa que é levada pelo motivo de afiliação?
    15- Analise a face negativa do motivo de poder.
    16-Comente a face socializada do motivo de poder.
    17-Qual dos três motivos é o mais forte em você? Por que?

    15 de fev. de 2011

    Aula 4. - Sociologia da Educação - o que é?

    Aula 4

    A escola não está isolada da comunidade e da sociedade a que está inserida. A escola é um reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, no sentido mais amplo e pela comunidade no sentido mais restrito.

    No interior da escola multiplicam-se os grupos sociais: são grupos de alunos, de professores, de funcionários, de administradores, etc. Esses grupos têm enorme influência no comportamento dos alunos e sobre sua educação. Mesmo dentro da sala de aula, apesar do controle exercido pelo professor, a influência das condições sociais do aluno e dos grupos que ele participa dentro e fora da sala de aula não pode ser menosprezada, antes aproveitada como fator de aprendizagem.

    Dois aspectos principais da Sociologia da Educação

    · Procedências e influências sociais na atividade educativa, em especial na escola – interação dos indivíduos, organização social, influências exercidas pela sociedade, comunidade e grupos pela educação.

    · Aplicação dos conhecimentos e descobertas da sociologia à atividade educativa, através de seus métodos, conceitos e análises de modo a tornar a educação escolar mais eficiente.

    Os aspectos teóricos e práticos serão abordados nessa disciplina de modo a promover o conhecimento da realidade educacional e da transformação dessa mesma realidade a partir dos conhecimentos sociológicos.

    Portanto, a sociologia da educação deve dar atenção a três grandes áreas de estudo.

    - Em nível mais geral – a educação em relação a sociedade em seu sentido mais amplo.

    - Intermediário – interação entre a escola e a comunidade a que está inserida.

    - Particular – condições sociais da sala de aula.


    Questões propostas:

    Com suas palavras defina os conceitos de: fato social, interação social, grupo social, estratificação social, classe social.

    Como se deu o início dos estudos sociológicos? E no Brasil?

    Com base no que foi estudado, qual o papel da sociologia na educação

    Qual o papel de Émile Durkheim para a sociologia da educação?

    Em que consiste o método experimental em sociologia? Dê exemplos.

    O que é observação em sociologia? Dê exemplos.

    Defina questionário e entrevista.

    Em sua concepção quais seriam os principais assuntos a serem estudados durante esse curso de sociologia da educação?


    Pensamento:
    “Temos de nos tornar na mudança que queremos ver”.
    Mahatma Gandhi

    Aula 3 - Métodos utilizados pelos sociólogos

    Aula 3

    4 - Métodos utilizados pelos sociólogos

    Método experimental - Modifica-se uma das variáveis que influem no comportamento de um grupo; mantendo as outras constantes. Por exemplo, vamos supor que a abolição das provas bimestrais pudesse aumentar a cooperação entre os alunos – teoricamente,  as provas aumentam a competitividade e diminuem a cooperação. Para isso divide-se a turma em dois grupos: 1 normalmente com provas bimestrais (grupo de controle)  o outro sem provas bimestrais (grupo experimental) com as mesmas características (idade, grau de instrução, série), sendo só modificada por uma variável – provas que um grupo tem e o outro não.
    O grupo que ficou sem as provas não poderá saber porque essas foram abolidas.
    Ao final de um primeiro período (1 ou 2 anos) se faz um teste, uma observação segundo o que foi abordado ao longo do período – os episódios de comportamento de cooperação – dessa forma pode-se constatar se a hipótese foi confirmada ou não. 
    O experimento em sociologia enfrenta uma série de obstáculos – há diversos fatores (variáveis) que podem contribuir para esse ou aquele resultado.

    Observação – Observar e registrar, com o maior número possível de detalhes o comportamento dos grupos.

    Há dois tipos de observador:
    Participante – O observador participa da vida do grupo observado.
    Não-participante – O observador não se mistura, não influi na vida do grupo observado.

    ·         Questionário e entrevista - Questionário são perguntas elaboradas por escrito de forma a serem respondidas pelo maior número de pessoas (tipo pesquisas de opinião). Depois de respondidas são devolvidas ao pesquisador, que tabula os resultados para obter uma determinada conclusão.
    A entrevista é realizada de forma oral, objetiva, pessoal com um entrevistador, um entrevistado e um gravador para que as respostas do entrevistado não sejam distorcidas. Após esse processo são transcritas as entrevistas, tabuladas as respostas e  analisadas de maneira a se chegar a uma hipótese. (entrevistas de emprego, pesquisas de opinião, de censo).
    ·         Estudo de caso – O pesquisador deve levantar o maior número possível de dados sobre o fato em estudo através dos outros métodos de pesquisa. Alguns desses métodos consistem na observação, tanto participante como a não-participante, entrevista, entrevista familiar, em resumo, levantar informações necessárias para alcançar um resultado.
    Pensamento:

    "A fim de viver livre e feliz você precisa sacrificar o tédio. Nem sempre o sacrifício é fácil."

    Richard Bach - Ilusões, As aventuras de um messias indeciso.

    Harlow e os macacos Rhesus (1963-1968)

     
    Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências sobre a privação maternal e social em macacos Rhesus, e que demonstraram a importância dos cuidados, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.

    As suas experiências laboratoriais consistiram na criação de duas "mães" artificiais (imitação de uma macacos Rhesus), uma era feita apenas com armação de arame enquanto a outra, era também de armação de arame, porém, forrada com pano felpudo e macio.

    Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as "mães" mais confortáveis. Esta preferência mantinha-se independentemente de qual a mãe que fornecia o alimento. Outras observações mostraram que o que estava em causa não era só a procura de conforto.

    O contacto parecia ser essencial ao estabelecimento de uma relação que transmitia segurança. Perante um estímulo gerador de medo, os macaquinhos agarravam-se à "mãe" macia tal como o fariam a uma mãe real. Este comportamento nunca era observado com as "mães" de arame, mesmo em macaquinhos criados só com ela.

    Além disso, perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da "mãe" confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à "mãe" para recuperar a segurança.

    Pelo contrário, na ausência da "mãe" confortável, os macaquinhos ficavam paralisados pelo medo e não exploravam o ambiente. Isto acontecia também na presença da "mãe" de arame, mesmo em macaquinhos criados sempre na sua presença. Ou seja, uma "mãe" desconfortável é incapaz de transmitir segurança.

    O resultado desta e de outras experiências, permitiram Harlow concluir que a variável contacto reconfortante suplementava a variável amamentação.

    Harlow observou ainda que os macacos Rhesus com mães reais, demonstravam comportamentos social e sexual mais adiantados dos que os criados com mães substitutas de pano, e que estes últimos apresentavam comportamentos sociais e sexuais normais se diariamente tivessem oportunidade de brincar no ambiente estimulador dos outros filhotes.


    Originalmente publicado em Psicologia Experimental

    14 de fev. de 2011

    Educaedu desembarca no Brasil

    Educaedu desembarca no BrasilO portal Educaedu, o maior e mais completo diretório global online de educação, decidiu investir forte no mercado brasileiro e acaba de inaugurar um novo escritório em São Paulo. O objetivo da sede na capital paulista é estar mais próximo de seus clientes e usuários.
    Fundada em 2001, a empresa de origem espanhola, vem registrando grande crescimento nos últimos anos. Presente em 20 países e com versões em nove idiomas, o site reúne mais de 103 mil ofertas de cursos em diversas áreas e níveis de ensino.
    Em 2010, Educaedu registrou mais de cinco milhões e 200 mil acessos somente no Brasil. Atualmente a versão brasileira do portal tem cadastrados mais de 14 mil cursos de pós-graduação, graduação e extensão universitária ministrados em mais de 950 instituições de ensino.
    A sede brasileira soma-se a outros quatro países onde a empresa já possui escritórios: Argentina (Buenos Aires), Espanha (Madri e Bilbao), Colômbia (Bogotá), México (Cidade do México) além de representantes no Chile (Santiago).



    Lenice Laflor
    Assessoria de Imprensa
    lenice@educaedu.com

    9 de fev. de 2011

    Aula 2 - Sociologia da educação - O Desenvolvimento da Sociologia

    Aula 1

    O que é Sociologia?


    Sabemos que o comportamento humano é de grande diversidade e complexidade. Cada pessoa influencia e é influenciada pelo seu meio, 

    transforma-se e transforma o seu meio segundo suas ação social, agindo no contexto social, mediante sua formação






    Há comportamentos individuais - ações individuais - como andar, comer, dormir, respirar, beber - logo, o indivíduo, o ator social. Outros são comportamentos são considerados sociais - quando colocamos o outro para contracenar conosco.

    Assim, ações como participar de reuniões, trabalhar numa repartição, frequentar aulas, casar, reunir-se em família são considerados Comportamentos Sociais, porque se desenvolvem no meio da sociedade.





    Vivemos em grupo desde os primórdios de nossa história. Dessa forma, as ciências sociais, entre elas está a Sociologia, analisam e estudam o comportamento e as ações sociais humanas e as diversas formas que estas se manifestam. 





    A Sociologia é o estudo das relações sociais e as formas de associação, considerando todas as interações e que ocorrem em sociedade.





    O estudo da sociedade é algo dinâmico e suscita a análise desapaixonada dos fatos, isentos de interesses, analisando apenas os fatos sociais em si, a mobilidade social, o processo de cooperação, competição, conflitos sociais e a divisão da sociedade, de forma a encontrar soluções para seus possíveis problemas.





    Aula 2

    Nessa segunda aula de sociologia vamos conhecer um pouco sobre as primeiras idéias dessa ciência, seus principais estudiosos e suas primeiras aproximações com a educação através do pensamento de Émile Durkheim.




    3 – O Desenvolvimento da sociologia
    O estudo dos fatos sociais é muito antigo. Com o surgimento dos primeiros grupos humanos, surge também a necessidade de se organizar para sobreviver.
    No século XIX, a sociologia torna-se uma ciência autônoma, ao lado das ciências modernas (física, química, biologia) como reflexo das transformações européias nos séculos XVIII e XIX.
    Tanto a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII) quanto a Revolução Francesa (1789) provocaram transformações radicais na sociedade da época. Com isso surge a sociologia como ciência.

    Sociologia: Ciência, objeto de estudo e análise
    A sociologia é uma ciência, ou seja, trata-se de um conjunto de conhecimentos sistematizados, organizados, baseados na observação e na pesquisa objetiva dos fatos sociais e não em crenças pré-concebidas ou sentimentos subjetivos a respeito dos mesmos fatos.
    "Um sociólogo pode ter sentimentos e crenças bem determinados a cerca de como a sociedade deve organizar-se ou tratar a alguns de seus membros, porém não são estes sentimentos ou crenças que definem essa pessoa como sociólogo. Como profissional, um sociólogo tem a obrigação de relatar e analisar objetivamente tudo o que constitui a vida em grupo (como a vida em família, as classes sociais ou as comunidades) e seus derivados (valores, tradições e costumes)." COHEN, Bruce. Sociologia Geral. São Paulo, McGraw-Hill, pag. 1, 1980.
    A sociologia estuda a sociedade humana, sua estrutura básica, a coesão e a desintegração dos grupos, a transformação da vida social. Um grupo de indivíduos não basta para haver vida social: é necessário que esse grupo interaja, se relacionam uns com os outros, convivam , tenham interesses em comum, vivam de acordo com as normas em comum.
    Nessas 2 vertentes sociológicas, uma defende a concepção de que o fato social seja algo proto e acabado, com ênfase na estrutura  social, a ordem social existente, etc. Na outra vertente é possível observar que o fato social é algo dinâmico, impulsionador dos aspectos que produzam a transformação social.
    Se por um lado é possível compreender a sociologia através dos fatos sociais que revolucionaram a transformação da sociedade, por outro lado é viável entender a sociedade através dos fatos sociais que são responsáveis pela manutenção da ordem, como a família, o governo, as leis, etc.

    Alguns filósofos e sociólogos essenciais para a construção da sociologia
    Auguste Comte (1798-1857) foi um filósofo francês, pai do Positivismo,  o primeiro a empregar a palavra "sociologia" na sua obra "Filosofia Positiva" em 1838. Para ele, a sociologia deveria ter seus estudos pautados na observação e classificação sistemáticas e não baseada na especulação e autoridade, como a ciência antiga (monarcas, governantes, sacerdotes) .
    Herbert Spencer (1820-1903) foi um filósofo inglês que publicou em 1876, a obra "Princípios de Sociologia" na qual ele utilizou a Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin , desenvolvendo sua teoria da Evolução Social, segundo a qual a sociedade evolui naturalmente do estado primitivo ao industrial.
    Lester Ward (1841-1913) foi um sociólogo norte-americano que em 1883, em seu livro "Sociologia Dinâmica" defendeu o progresso social sob a orientação de sociólogos. Ou seja, esses sociólogos vêem na sociedade política o produto da luta pela vida, e nos governantes a sobrevivência dos mais aptos e na estrutura jurídica dos Estados a organização da concorrência.
    Dessa forma podemos observar que os primeiros sociólogos estavam imbuídos da idéia de progresso, de evolução. Seguindo essa idéia, buscavam fatos que lhes dessem sustentação como as grandes mudanças sociais projetadas pelas descobertas científicas, revoluções ou pelas guerras, tendo importante papel na difusão da idéia de progresso.


    Émile Durkheim
    Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo francês que contribuiu decisivamente para tornar mais rigoroso o método cientifico em sociologia. Em seu livro "Regras do Método Sociológico" (1895) Durkheim explica como procedeu em sua pesquisa sobre o suicídio, que seria publicada em 1897.
    1º Planejou o esquema da pesquisa.
    2º coletou grande quantidade de dados sobre os suicidas.
    3º Elaborou uma "Teoria do Suicídio" na qual ele apontou como fator principal o Isolamento Social. 
    Principio fundamental da sociologia para Durkheim é "Considerar os fatos sociais como coisas", implica tomar os fatos sociais em seus aspectos exteriormente observáveis, utilizando métodos de estudo apropriados, como a estatística.


    Para ler e resumir para a aula dia 18/02

    Émile Durkheim, o criador da sociologia da educação
    Para o sociólogo francês, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social


    Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) chamou de individual. Tal porção do sujeito – o jovem bruto – segundo ele é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século 19. Principalmente por meio da psicologia, entendida então como a ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim. "Ele ampliou o foco conhecido até então, considerando e estimulando também o que concebeu como o outro lado dos alunos, algo formado por um sistema de idéias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte", explica Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas.
    Dessa forma, Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.
    Nessa concepção durkheimiana – também chamada de funcionalista –, as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana. "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios – sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento – que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela", escreveu Durkheim.
    Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo. "Todo o passado da humanidade contribuiu para fazer o conjunto de máximas que dirigem os diferentes modelos de educação, cada uma com as características que lhe são próprias. As sociedades cristãs da Idade Média, por exemplo, não teriam sobrevivido se tivessem dado ao pensamento racional o lugar que lhe é dado atualmente", exemplificou o pensador.


    Ensino público e laico
    Durkheim não desenvolveu métodos pedagógicos, mas suas idéias ajudaram a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista, sempre limitada pelo psicologismo idealista – influenciado pelas escolas filosóficas alemãs de Kant (1724-1804) e Hegel (1770-1831). "Segundo Durkheim, o papel da ação educativa é formar um cidadão que tomará parte do espaço público, não somente o desenvolvimento individual do aluno", explica José Sérgio Fonseca de Carvalho, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
    Nas palavras de Durkheim, "a educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". Tais exigências, com forte influência no processo de ensino, estão relacionadas à religião, às normas e sanções, à ação política, ao grau de desenvolvimento das ciências e até mesmo ao estado de progresso da indústria local.
    Se a educação for desligada das causas históricas, ela se tornará apenas exercício da vontade e do desenvolvimento individual, o que para ele era incompreensível: "Como é que o indivíduo pode pretender reconstruir, por meio do único esforço da sua reflexão privada, o que não é obra do pensamento individual?" E ele mesmo respondeu: "O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-lo sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada". Por tudo isso, Durkheim é também considerado um dos mentores dos ideais republicanos de uma educação pública, monopolizada pelo Estado e laica, liberta da influência do clero romano. Autoridade do professor.
    Durkheim sugeria que a ação educativa funcionasse de forma normativa. A criança estaria pronta para assimilar conhecimentos – e o professor bem preparado, dominando as circunstâncias. "A criança deve exercitar-se a reconhecer [a autoridade] na palavra do educador e a submeter-se ao seu ascendente; é por meio dessa condição que saberá, mais tarde, encontrá-la na sua consciência e aí se conformar a ela", propôs ele. "Em Durkheim, a autonomia da vontade só existe como obediência consentida", diz Heloísa Fernandes, da Faculdade de Ciências Sociais da USP. O sociólogo francês foi criticado por Jean Piaget (1896-1980) e Pierre Bourdieu (1930-2002), defensores da idéia de que a criança determina seus juízos e relações apenas com estímulos de seus educadores, sem que estes exerçam, necessariamente, força autoritária sobre ela.
    A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)foi uma grande conquista para a educação brasileira. Houve padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para o professor Dermeval Saviani, da Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os currículos são sugeridos para todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A idéia de fundo é colocar as pessoas certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz.
    Para Pensar: Durkheim dizia que a criança, ao nascer, trazia consigo só a sua natureza de indivíduo. "A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a qual é necessário construir novamente", escreveu. Os professores, como parte responsável pelo desenvolvimento dos indivíduos, têm um papel determinante e delicado. Devem transmitir os conhecimentos adquiridos, com cuidado para não tirar a autonomia de pensamento dos jovens. A proposta de Durkheim levará o aluno a avançar sozinho? Esse modelo de formação externa contraria a independência nos estudos? Ou será uma condição para que a educação cumpra seu papel social e político?


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