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3 de out. de 2015

Infância e Adolescência: quando buscar ajuda?

Infância e Adolescência: quando buscar ajuda?


disponível em : http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=27

Às vezes há grande dúvida sobre a necessidade de se recomendar ou procurar um tratamento psiquiátrico.
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quando tratar

Não se sabe exatamente quando a criança deixa de lado a chupeta e adota o laptop, antes passando pelo celular. Antes parecia possível ver a criança passar serenamente para a pré-adolescência, desta para a adolescência e, paulatinamente, para o adulto jovem. Hoje o desenvolvimento da infância e adolescência é mais turbulento.
Entre a infância e adolescência existe a criança adolescentóide – arremedando o adolescente – com batom, celular e preocupado com grifes, cortes de cabelo fashion, bem como o adolescente com (ir)responsabilidades infantis. Participando desse desenvolvimento complicado existem no Brasil cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes demonstrando problemas emocionais, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Associação Brasileira de Psiquiatria realizou, em parceria com o instituto Ibope, promoveu uma pesquisa nacional que estimou a prevalência de sintomas dos transtornos mentais mais comuns na infância e na adolescência (de 6 a 17 anos). Para essa pesquisa foram entrevistadas 2002 pessoas, em 142 municípios de todas as regiões do Brasil em outubro de 2007.
Aproximadamente 12,6% das mães entrevistadas relataram ter um filho com sintomas emocionais suficientes para necessitar tratamento (vem daí o número de 5 milhões). Dessas mães, 28,9% delas não conseguiram ou não tiveram acesso a atendimento público; 46,7% obtiveram tratamento no SUS e 24,2% através de convênio ou profissional particular. Em geral as crianças que não conseguem tratamento se desenvolvem mal e podem se tornar adultos vulneráveis e com dificuldades emocionais.
Segundo a pesquisa, a maior parte das crianças e adolescentes apresenta sintomas que somam mais de um transtorno emocional. Resumindo, são mais de 3 milhões (8,7%) com sinais de hiperatividade ou desatenção; mais de 2,5 milhões (7,8%) com dificuldades de leitura, escrita e contas (sintomas que correspondem ao transtorno de aprendizagem), mais de 2 milhões com sintomas de irritabilidade e comportamentos desafiadores e igual número com dificuldade de compreensão e atraso em relação a outras crianças da mesma idade.
Sinais importantes de depressão típica também aparecem em aproximadamente 1,5 milhão (4,2%) das crianças e adolescentes e mais 1,5 milhão delas apresenta transtornos ansiosos importantes. Mais de 1 milhão das crianças e adolescentes (2,8%) apresenta problemas significativos com álcool e outras drogas. Esta população parece ter enfrentado uma dificuldade ainda maior para conseguir tratamento. Na área de problemas de conduta, como mentir, brigar, furtar e desrespeitar, 1,2 milhão (3,4%) de crianças apresenta problemas.

SINTOMAS DE PROBLEMAS EMOCIONAIS MAIS FREQÛENTES*   -   %
Hiperatividade/Desatenção
8.7
Tristeza/desânimo/choro
4.2
Ansiedade com separação da figura de apego
5.9
Dificuldades com leitura, escrita e contas
7.8
Medos específicos (insetos, trovão, etc)
6.4
Ansiedade em situações sociais
4.2
Ansiedade com coisas rotineiras (provas, o futuro, etc)
3.7
Comportamentos desafiadores, opositivos/irritabilidade
6.7
Dificuldades de compreensão/atraso escolar
6.4
Problemas com o uso de álcool e/ou drogas
2.8
Mentiras/brigas/furtos/desrespeito
3.4
* - Dados da pesquisa da ABP coordenada pela Dra. Tatiana Moya - Release da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) de 10/10/2008, disponível em http://www.abpbrasil.org.br/sala_imprensa/releases/exibRelease/?release=115.

Quando se deve buscar tratamento psiquiátrico em crianças e adolescentesGeralmente as pessoas têm muitas dúvidas sobre a necessidade de uma criança ou adolescente procurar um tratamento psiquiátrico. E não se excluem muitos médicos desse público desorientado. Às vezes são os familiares ou amigos os primeiros a suspeitar que a criança ou adolescente precisa de cuidados psiquiátricos, outras tantas vezes são os professores quem primeiro observa a necessidade dessas crianças e adolescentes. Detectar precocemente eventuais problemas emocionais na criança ou adolescentes é fundamental para o sucesso do tratamento.
Entre aquilo que deve ser observado incluem-se os comportamentos, os problemas nas relações sociais e no trabalho (ou escola), as alterações do sono, da atenção, da adaptação e da alimentação, o abuso de álcool ou drogas, expressão exagerada das emoções, dificuldades em lidar com questões cotidianas. Perceber precocemente alterações no modo de vida ou na adaptação das crianças e adolescentes pode contribuir na identificação de problemas psiquiátricos no momento em que o tratamento seria mais eficaz.
A maneira de ser dessa criança ou adolescente deve ser especialmente valorizada, principalmente quando se estabelecem comparações com outras pessoas nas mesmas circunstâncias (importante ver também a página O Diagnóstico em Psiquiatria, na seção Temas Livres).
Na idade pré-escolar, em torno dos 6 anos, algumas patologias podem ser bem identificadas. Os quadros ansiosos, por exemplo, quando se manifestam através do quadro de Ansiedade de Separação da Infância são facilmente identificados. Esta situação se caracteriza por extrema recusa em separar-se da figura de maior ligação afetiva – geralmente a mãe. As características principais da Ansiedade de Separação da Infânciasão:
Relutância em se separar da pessoa de vínculo afetivo (em geral a mãe)
Preocupação excessiva em perder esse vínculo afetivo
Recusa ou grande dificuldade em ir para a escola
Medo exagerado de ficar sozinho
Pesadelos que envolvem separação
A depressão, por outro lado, não é facilmente diagnosticada na primeira infância ou na idade pré-escolar. Embora existam quadros depressivos nessa faixa etária, as classificações de doenças (DSM.IV e CID.10) não enfatizam esse diagnóstico, pois o quadro clínico de depressão na infância em geral é bastante atípico. Entretanto, existem outros sintomas psicoemocionais que podem ser indícios indiretos de um transtorno afetivo depressivo.
Os freqüentíssimos casos de Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são mais facilmente diagnosticados em crianças um pouco mais velhas, em torno dos 7-8 anos, embora eles já estejam presentes precocemente. Os principais sintomas a serem observados em relação ao TDAH são:
Desatenção em todos os níveis
Dificuldade em terminar tarefas
Dificuldade em seguir orientações
Perda de coisas, desorganização e esquecimento
Distraibilidade, inquietação (cadeira, mãos, pés)
Fala excessiva
Pouca sensação de dor
(Veja mais sobre o TDAH)
Quadros psiquiátricos mais graves, como por exemplo, o Autismo Infantil, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, a Deficiência Mental, também podem ser identificados nessas crianças mais novas, em torno dos primeiros 30 meses.
Os sintomas indicativos de possível problema emocional, de comportamento ou de desenvolvimento em uma criança em idade escolar que necessita avaliação psiquiátrica podem incluir qualquer dos itens abaixo:
1. - Redução significativa no rendimento escolarNeste caso pode estar em jogo alterações do interesse e da atenção. Problemas domésticos que causam preocupação excessiva à criança podem comprometer fortemente o grau de interesse e de atenção, assim como também as dificuldades na adaptação ao ambiente escolar que ocorrem em mudanças de escola.
A partir dos sete anos os problemas emocionais podem ser suspeitados principalmente em função do rendimento escolar e dos transtornos de aprendizado. A Depressão costuma estar associada ao declínio visível no rendimento escolar com início definido. O Déficit de Atenção, embora também se relacione ao desempenho, este se mostra contínuo e cronicamente baixo. A Deficiência Mental deve ser pensada principalmente quando se acompanha de uma série de outros sintomas.
2. - Redução significativa no interesse escolarDepressão Infantil é particularmente acompanhada de desinteresse geral, tanto nos adultos quanto nas crianças e adolescentes. Ambiente escolar estressante, tenha origem nos colegas ou nos professores, também pode ocasionar aversão à escola e prejuízo do interesse. A falta de empatia com professores, eventual situação vexatória diante dos colegas ou bullying podem resultar em severo desinteresse (veja Dificuldades de Aprendizagem, na seção Infância e Adolescência).
As crianças portadoras de Déficit de Atenção, com ou sem hiperatividade, podem proporcionar grave desarmonia ambiental, seja por desentendimento com professores ou com colegas e, conseqüentemente, criar uma convivência estressante o suficiente para produzir desinteresse.
3. - Abandono de certas atividades antes desejadasAbandonar por desinteresse as atividades que antes davam prazer é outro sinal deDepressão Infantil. O sintoma de anedonia – incapacidade para sentir prazer – aparece tanto nas depressões dos adultos quanto das crianças.
O desânimo e o desinteresse levam a criança ou adolescente deprimido a um comportamento de retraimento, apatia e isolamento social. O desânimo é físico, como uma perda da energia global geralmente confundida com preguiça e responsável por muitos exames de sangue em busca de uma anemia que não se confirma. O desinteresse é emocional, é a perda do prazer ou gosto em fazer as coisas.
4. - Distanciamento de amigos ou familiaresO retraimento social, juntamente com a recusa em participar de compromissos familiares pode significar muitas coisas, desde a Depressão Infantil, Fobia Social, insegurança, até mesmo sentimentos de vergonha quando os pais brigam muito, quando um deles bebe, quando estão para se separar...
As crianças vítimas de abuso sexual ou de violência causada por babás, além de outros sintomas, podem apresentar distanciamento de amigos ou familiares, abandono de certas atividades, perturbações do sono com insônia inicial (causada geralmente por medo), inquietação, mudança de comportamento em relação ao agressor, irritabilidade...
5. - Perturbação do sonoOs exemplos de alterações do sono incluem o terror noturno, pesadelos, insônia e/ou hipersonia, sonambulismo, enurese (xixi na cama) noturna, bruxismo, etc. Essas alterações têm valor quando consideradas em conjunto com outras alterações de qualquer um dos demais itens apontados aqui.
6. Hiperatividade, inquietação, irritabilidade e/ou agressividadeQualquer uma dessas alterações acima pode representar um indício de depressão ou ansiedade infantil, cujos quadros, geralmente, são bem diferentes dos adultos. As manifestações atípicas da depressão na criança são tão comuns que boa parte dos casos diagnosticados como Déficit de Atenção com Hiperatividade é, de fato, reflexo de quadros depressivos infantis.
A alteração mais grave que apresenta agressividade infantil é o Transtorno de Conduta. Todo esforço deve ser empenhado para excluir esse diagnóstico, principalmente por se tratar de um problema de caráter e não ter cura (veja Transtorno de Conduta na seção Infância e Adolescência).
7. - Reações emocionais mais violentasAqui, como em outros itens, pode tratar-se de sinais de Depressão Infantil ou deTranstorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, porém, a irritabilidade é também comum em crianças portadoras de disritmia cerebral, embora os neurologistas insistam em dizer que não. Também podemos pensar em Transtorno de Conduta, como no item acima.
Se as explosões emocionais começaram de um determinado tempo para cá, ou seja, se não fazem parte da maneira de ser da criança ou adolescente, podem representar problemas vivenciais atuais, conflitos, medos, traumas.
8. - Rebeldia, birra e implicância, atitudes de oposiçãoExiste um quadro denominado Transtorno de Oposição na Infância ou Transtorno Desafiador Opositivo, onde a criança confronta qualquer tipo de autoridade, seja doméstica, social ou na escola. Felizmente a maioria desses casos não reflete umTranstorno de Conduta, como seria de se esperar, mas sim uma autoestima bastante baixa, necessidade de chamar atenção, sentimento de inferioridade.
9. - Preocupação e/ou ansiedade excessivasQuando crianças anteriormente bem adaptadas passam a apresentar preocupações de adultos, como por exemplo, questionamentos sobre a morte, saúde dos pais, segurança econômica, sobre o que fariam sem seus pais, insegurança com a economia doméstica, pode ser indício de depressão infantil.

Quais são os sintomas de um problema potencial em adolescentes?A entrada na adolescência traz mudanças significativas na pessoa, tanto do ponto de vista físico quanto emocional. O adolescente começa a valorizar o pensamento abstrato, nascendo daí a possibilidade fascinante do jovem estabelecer suas próprias hipóteses, teorias, opiniões e pontos de vista. Essas hipóteses permitem ao adolescente fazer suas escolhas.
Por outro lado, surgem as crises de liberdade e de responsabilidade. Infelizmente, é nessa idade também que podem surgir quadros delirantes e alucinatórios, depressões e tentativas de suicídio, bem como comportamentos delinqüenciais e outras patologias emocionais.
Vejamos abaixo os sintomas mais comuns e sugestivos de possível problema emocional em uma criança de mais idade ou adolescente. Muito embora os sintomas a serem observados sejam os mesmos da infância, o significado deles pode ser diferente nos adolescentes.
1. - Redução significativa no rendimento escolarDepressão do Adolescente proporciona, tal como na criança e nos adultos, importante desinteresse geral. Ao invés da importância do ambiente e a falta de empatia com professores, como ocorre na infância, para o adolescente pesa muito os conflitos íntimos, os sentimentos de inferioridade, a baixa auto-estima, ou seja, os sintomas clássicos da depressão (veja Depressão na Adolescência, na seção Infância e Adolescência).
Entre os conflitos intrapsíquicos contam as frustrações com o sexo oposto, a exposição ao bullying, dificuldades de adaptação às mudanças de escola, cidade, país, cultura. É comum a queda do rendimento escolar quando o adolescente toma contacto com drogas, notadamente da maconha ou uso abusivo de álcool.
Outro fator que pode comprometer o rendimento escolar na adolescência são os surtos psicóticos, comuns nessa faixa etária. Nesse caso, muitos outros sintomas além do baixo rendimento escolar farão parte do quadro (veja Psicose na Adolescência, na seção Infância e Adolescência).
2. - Abandono de certas atividades, amigos ou familiaresMudança no grupo de amigos, afastamento repentino das atividades familiares e sociais habituais, abandono de atividades antes prazerosas, enfim, esse tipo de mudança brusca no comportamento do adolescente merece toda atenção. Tanto os quadros psicóticos quanto o uso de drogas podem resultar em afastamento das atividades habituais, dos amigos e familiares.
Por ordem de freqüência, o uso de drogas como causa dessas mudanças bruscas nas atitudes dos adolescentes é muito mais comum que o desenvolvimento de surtos psicóticos ou eclosão de depressão grave. Quando o problema é o uso de drogas, não há isolamento social, como acontece nas psicoses ou depressões, há sim, mudanças na conduta, no grupo de amigos...
Na Depressão, embora possa haver desânimo e desinteresse suficientes para que o jovem abandone algumas atividades, além do isolamento social percebe-se importante componente de tristeza e angústia, o que nem sempre acompanha as mudanças de comportamento no uso de drogas e nas psicoses.
3. - Alterações do sonoNa Depressão pode haver insônia. É comum, por exemplo, o adolescente ficar até altas horas ouvindo músicas em seu quarto. Pode haver também o contrário, ou seja, a hipersonia. Dormir demais pode ser uma tentativa de fugir de uma realidade angustiante.
Nos quadros afetivos bipolares, onde a depressão é intercalada de episódios de euforia, o jovem dorme muito pouco ou quase nada. Ele fica inquieto, agitado, hiperativo, falante e exageradamente animado. Nos casos de Psicose o sono pode desaparecer completamente. Surgem outros sintomas, tais como desleixo pessoal, apatia, estranheza e mudanças significativas dos hábitos.
4. - Alterações do ApetiteNas meninas adolescentes a falta de apetite ou anorexia tem sido o quadro mais freqüente de alteração alimentar. Podem surgir ainda crises de voracidade alimentar com bulimia ou não (veja Anorexia, Compulsão Alimentar e Bulimia, na seção Transtornos Alimentares).
Os adolescentes com Transtornos Alimentares normalmente apresentam obsessão pela forma física e podem, em casos mais graves, distorcer a auto-imagem corporal. Isso se observa quando se sentem gordos, apesar de estarem com peso bem abaixo do normal e, mesmo ainda, quando todas as outras pessoas não concordam com a opinião de excesso de peso.
Um sinal que chama a atenção para eventual Transtorno Alimentar é quando a adolescente faz uso abusivo, geralmente escondido, de laxantes e diuréticos. Na bulimia é comum a adolescente sair sempre da mesa e ir ao banheiro logo depois de comer.
O resultado da anorexia ou bulimia é a progressiva deterioração física e mental, começando com sintomas leves como queda dos cabelos, aftas, atraso menstrual, etc., até complicações cardiovasculares, renais e endócrinas graves e que podem levar a morte.
Comer Compulsivo também pode ser uma alteração do apetite que acompanha transtornos emocionais na adolescência. Nesse caso a pessoa come compulsivamente grandes quantidades de comida, geralmente calóricas. Estados ansiosos geralmente resultam em compulsão alimentar.
5. - Agressões freqüentes, rebeldia, atitudes de oposição ou reações violentasA agressividade na adolescência é um problema complexo. O comportamento agressivo e violento pode ser um traço da personalidade. Neste caso a pessoa É agressiva. A agressividade pode surgir como uma mudança na atitude da pessoa que não era agressiva. Neste caso a pessoa ESTÁ agressiva. Em psiquiatria as mudanças do comportamento têm mais valor.
O comportamento rebelde, agressivo e violento pode resultar de modismo ou como um comportamento desejável no meio social do adolescente. Isso pode ser reflexo de um apelo de seu meio, do grupo social que pertence.
O comportamento agressivo pode, não obstante, refletir um conflito emocional íntimo e/ou um quadro depressivo, ou ainda, um sinal de abuso de drogas. Comportamentos destrutivos envolvendo vandalismo, incendiarismo, destruição de propriedades, normalmente acontecem na sociopatia, a qual, no adolescente, recebe o nome Transtorno de Conduta.
6. - Provocar dano a si mesmoIsso pode acontecer nos Transtornos do Controle dos Impulsos, por exemplo, naTricotilomania (arrancar cabelos e pelos), na Auto-Escoriação da pele, na Auto-Mutilação, nas atitudes de vômito da Bulimia. Esses comportamentos auto-prejudiciais fazem parte dos transtornos classificados no Espectro Obsessivo-Compulsivo.
Transtornos de Personalidade graves, como por exemplo, o transtorno histérico e o transtorno borderline, ambas com início na infância e adolescência, proporcionam comportamento teatral de auto-agressividade e ferimentos auto provocados com propósitos de manipulação do entorno.
7. - Pensamentos de morte e/ou suicidasPensar na morte não é mesma coisa que pensar em suicídio. Pessoas deprimidas podem pensar que preferiam estar mortas, embora não pensem em se matar. O suicida, por sua vez, pensa em se matar.
Depressão é a principal patologia relacionada à idéia de morte ou pensamento suicida. Não obstante, as psicoses também podem levar ao suicídio, geralmente decorrente de um delírio bizarro.
8. - Comportamento sexualizado excessivo e/ou precoceA expressiva maioria dos casos de atividade sexual precoce, notadamente nas meninas, parece ser estimulada pelas próprias mães. Estas, talvez devido a alguma fantasia íntima, acabam por estimular suas filhas a parecerem atrizes de novela, apresentadoras de TV ou outras personagens da mídia com notória atuação sexual. Esse fenômeno tem sido relacionado ao aumento na incidência de Puberdade Precoce e na precocidade da idade de iniciação sexual.
Fora esses casos de conotação cultural, o Transtorno de Conduta é a condição mórbida mais associada ao comportamento hipersexualizado em meninas e meninos. Em segundo lugar vem o Transtorno Afetivo Bipolar do adolescente, durante a fase de euforia, fortemente relacionado ao aumento da libido. Finalmente, alguns casos de Retardo Mental são também associados ao comportamento hipersexualizado.
10. - Mentiras, fugas, embusteEssas atitudes costumam aparecer nos transtornos do caráter, como por exemplo, no Transtorno de Conduta e, em alguns casos, nas depressões com prejuízo da autoestima.

Os pais, muitas vezes por conta do natural envolvimento afetivo, podem não perceber, não reconhecer ou não aceitar os problemas emocionais em seus filhos. Mas isso não exclui a existência de tais problemas, apenas retarda seu tratamento. Quanto aos educadores, muitas vezes são eles os primeiros a observar os sintomas iniciais de um problema psiquiátrico na infância e adolescência. Essa facilidade se deve, entre outras razões, ao fato de poderem ter uma crítica mais desapaixonada da conduta da criança ou do adolescente.
Uma doença psiquiátrica na criança ou no adolescente quando diagnosticada e tratada a tempo pode evitar importantes seqüelas na vida adulta. É fundamental detectar o problema e consultar com um especialista.




para referir:
Ballone GJInfância e Adolescência: quando tratar, in. PsiqWeb, Internet, disponível emwww.psiqweb.med.br, revisto em 2010.

19 de dez. de 2012

Natal segundo o Espiritismo

Natal segundo o Espiritismo

Demétrio Pavél Bastos
Retornando o pensamento aos dias de criança, que já se colocam algo distantes, revejo as cenas dos natais que meus queridos pais me ofereceram: o necessário presépio, a árvore com os presentes e o indispensável Papai Noel... Eram expressões de seu amor para comigo; e como se esmeravam para que nenhum colorido faltasse ao mundo de fantasias de minha infância ! A proporção que o peso dos anos me vai vergando os ombros, mais e mais admiro o quanto representaram para mim.
Eles nunca esperavam gestos meus, ou palavras, de reconhecimento, pelo bem que me faziam; a recompensa de quem ama é a felicidade—e não a gratidão - dos entes queridos. Mesmo assim, rudemente intelectualizado, uma espécie de remorso me sobe à garganta, a se expressar nos olhos úmidos. A sabedoria dos pais consiste na paciência da espera de que o fruto-filho amadureça e compreenda, de forma tal que a paternidade termina por ser um prêmio por antecipação que o Pai Maior outorga a cada ser-filho, a exercitá-lo para tarefas de maior envergadura.
Mais tarde, espírita já, meus filhos não conheceram nem o presépio, nem a árvore de Natal, nem o velhinho Noel; só os presentes e as guloseimas persistiram. Em compensação, subiam morro acima comigo, juntamente com a "Mocidade Espírita João de Deus", a distribuir com "os menos afortunados da sorte", como se diz, um pouco do que nos sobrava... Aquela magia que minha infância conheceu, eles não viveram; forjavam-se noutra têmpera, de acordo com os talentos que recebi. Te-los-ei plantado bem ?
E, no escoar dos anos que se sucedem, vou acompanhando, de um lado, a progressiva massificação do conceito de que festejar o Natal é dar presentes (geralmente inúteis), é fazer festas; por outro lado, no seio do Movimento Espírita, a prudente e natural implantação de um Natal à moda espírita, num fatal aprimoramento do que reza a tradição, se vem firmando.
25 de dezembro é um pretexto mais do que bom para se reconciliarem irmãos; para se reexaminarem projetos que visem crescimento espiritual; para se vibrar intensamente a luz do Amor Universal; para se programar um Natal-Permanente.
Exemplifiquem os pais para os filhos que Natal não é dia de se cumprirem obrigações sociais, mas data convencionada para uma tomada de posição, rumo à vivência de 365 dias por ano, dos postulados da Doutrina Espírita e da sabedoria do Evangelho de JESUS !
Ajudemos a se consolidar O NATAL, SEGUNDO O ESPIRITISMO!

link original: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/natal/natal-segundo-o-espiritismo.html

19 de abr. de 2012

Por que as crianças se suicidam? Parte I



Luiz Carlos D. Formiga
Parte I

Luiz C. Formiga - arquivo VE
"A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que 'não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas." Allan Kardec ("O Livro dos Espíritos", comentário à resposta da questão 957).
No dia 12 de maio de 1979 o jornal "O Globo" reuniu alguns profissionais para debater o suicídio e suas razões. A reportagem intitulada "Suicídio – uma doença social de multas causas" merece ser lida porque é matéria que nos permite inúmeras reflexões. Nela podemos observar que no Rio de Janeiro os telefones do Centro de Valorização da Vida recebem cerca de 100 ligações por dia e que em São Paulo há 30 tentativas de suicídio por dia, das quais três são fatais.
Estatística sobre o Rio de Janeiro não é mencionada. Estes números chamam a atenção de qualquer pessoa, principalmente daquelas que ouviram Allan Kardec solicitar esclarecimentos sobre quais são, em geral, as consequências do suicídio sobre o estado do Espírito na questão n° 957 de "O Livro dos Espíritos". Observamos lá que as consequências do suicídio são muito diversas mas que urna consequência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento.
Os telefones 248-7171 (durante 24 horas) e 221-7723 (horário comercial) são atendidos por voluntários que basicamente apenas ouvem os desabafos dos que estão sob tensão e prontos para cometer o suicídio. Pessoas generosas diplomacias apenas em "ciência de saber escutar", ouvir pacientemente e, quando necessário, emitir alguns conselhos. Segundo Informação do engenheiro Normando Meio de Oliveira Dias, presidente da Sociedade Beneficente Vigília da Amizade, durante as festas de Natal, carnaval e feriados a procura é muito mais Intensa, pois as pessoas sentem-se mais sós, mais deprimidas. Outra observação feita é que durante a novela "Dancing Days", na TV Globo, quase ninguém ligava. Por isso foi considerada uma boa amiga do Centro de Valorização da Vida, uma vez que estende sua programação até de madrugada, prendendo e mantendo a pessoa ligada.
Comenta ainda o engenheiro que em São Paulo, onde o hábito de se fazer o lazer é diferente do realizado no Rio, as pessoas potencialmente estão mais protegidas, menos vulneráveis, pois lá o sentido de família está sempre mais presente.
A tentativa de suicídio pode ser interpretada como unica conduta destinada a produzir modificações no ambiente familiar da pessoa que executa a tentativa. Quando, na realidade, ocorre indiferença, as tentativas têm possibilidades cada vez maiores de atingir a auto-eliminação. É pertinente lembrar que a Doutrina Espírita chama atenção para o problema da indiferença humana mostrando em "O Evangelho segundo o Espiritismo" que o homem de bem (capítulo XVII) possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à Justiça. E encontra satisfação nos benefícios que derrama, nos serviços que presta, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos. Reconhecendo-se com relativa facilidade aqueles que realmente podem ser considerados como espíritas verdadeiros pela transformação moral que se lhes operou no âmago do ser, e também pelos esforços que empreendem no sentido de domar, de dominar, de vencer suas inclinações más. O verdadeiro espírita não pode ser indiferente à dor humana. Essa indiferença geradora de problemas diversos e que foi recentemente apontada pelos alunos de uma grande Universidade Brasileira, em "enquête" elaborada pelo Serviço de Orientação ao Universitário, como uma das maiores limitações do Professor Universitário. Como se pode observar não basta o alto saber intelectual e se o desejo é de vôo mais alto é necessário lembrar que o Espírito de Verdade ensinou "ama-vos e Instrui-vos" e o verbo instruir vem em segundo lugar.
Como não se pode falar do tema em questão sem lembrar o Sociólogo Êmile Durkheim, a Professora Silvia Regina Pantoja, socióloga, comenta suas conclusões que são indispensáveis. Durkheim assevera que existem homens capazes de resistir a desgraças horríveis enquanto outros se suicidam depois de aborrecimentos ligeiros. Seria importante investigar a causa desta resistência diversa e o que contribui para essa estrutura maior ou menor. Interessante anotar que é nas épocas em que a vida é menos dura que as pessoas a abandonam com mais facilidade, o que fez o psiquiatra Miguel Chalub, outro entrevistado por "O Globo", lembrar que em situações altamente dramáticas, como nos campos de concentração, o número de suicídios é bem pequeno, o que nos faz concluir que o amor à vida a tudo supera. Analisando diversos fatores, Durkheim assevera que a taxa social dos suicídios só se pode explicar sociologicamente. É a constituição moral da sociedade que fixa em cada instante o contingente dos mortos voluntários. Os movimentos que o paciente executa e que à primeira vista parecem representar exclusivamente o seu temperamento pessoal constituem, na realidade, a continuação e o prolongamento de um estado social que manifestam exteriormente. A Socióloga Sílvia Regina Pantoja nesta oportunidade comentou que Durkheim fez uma análise do suicídio procurando desvencilhar-se de todo tipo de proposta que reúne como causas do suicídio fatores puramente extra-sociais, ou seja, aqueles que repousam na constituição orgânica e psíquica dos indivíduos ou nas condições naturais e físicas do meio ambiente. Assim é que Durkheim abandona as formas como se apresenta o suicídio nos sujeitos particulares para buscar suas causas a partir do estado dos diferentes meios sociais: família, grupos profissionais, confissão religiosa, sociedade política, etc… E, como medida metodológica, se volta depois aos indivíduos para explicar como aquelas causas gerais se individualizaram para produzir os efeitos suicidas. Ao verificar a relação entre a frequência de suicídios e a confissão religiosa, por exemplo, constata que ela é maior entre os protestantes do que entre os católicos e judeus. Por que no catolicismo e no judaísmo os crentes estão mais preservados da autodestruição? Isto não ocorre pela natureza dos argumentos religiosos, mas pela existência de um certo número de credos e práticas comuns, tradicionais e obrigatórios a todos os adeptos que levam à constituição de uma sociedade. Conclui o pesquisador que quanto mais estes estados coletivos são numerosos e fortes, tanto mais a comunidade religiosa está fortemente integrada; tanto mais, também, é dotada de virtude preservadora. Mais uma vez pode-se observar que o esforço que é feito por grande parte dos espiritistas no Brasil no sentida de unidade, além de ser o caminho adequado é antes de mais nada uma necessidade. Observa-se que a única imposição é que não haja imposição, mas apela-se para a unificação. É pertinente lembrar que no livro "Obras Póstumas" (Allan Kardec) encontramos que o Espiritismo é uma doutrina filosófica, que tem consequências religiosas, como toda filosofia espiritualista; pelo que toca forçosamente nas bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a vida futura. Não é ele, porém, uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templo, e, entre os seus adeptos, nenhum tomou nem recebeu o título de sacerdote ou papa. Há uma autoridade coletiva, onde cada qual dispõe de seu voto e que nada podem sem o concurso uns dos outros. Mas todos estão de acordo acerca de princípios fundamentais, condição absoluta para sua admissão e para a de todos os coparticipantes da direção. Comenta Kardec que esta autoridade deverá ser, em matéria de Espiritismo, o que é urna academia em matéria de ciência.
Quanto mais integrados os espiritistas mais fortalecida a causa que procura possibilitar maiores oportunidades de o Indivíduo modificar o seu comportamento e chegar à harmonia com a sociedade e consigo mesmo. "O Livro dos Espíritos" – Filosofia Espiritualista – contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e a futura da Humanidade. Seu codificador Allan Kardec assevera ("Obras Póstumas") que é um dever gravar esta crença no espírito das massas e é um fato que essa crença é inata, pois todas as religiões a proclamam. Indaga Kardec por que então não tem dado até hoje os resultados que se deviam esperar? É que, em geral, tem sido apresentada em condições, que a razão não pode aceitar. Para que a doutrina da vida futura produza, de agora em diante, os frutos que podemos esperar, é preciso, antes de tudo, que satisfaça completamente à razão e à ideia que formamos da sabedoria, da justiça e da bondade de Deus; que não possa ser desmentida pela ciência; não deixe no espírito nem a dúvida, nem a incerteza; que a vida futura seja tão positiva como a presente, de que é a continuação, como o dia seguinte o é da véspera. Na reportagem de "O Globo" o médico Fernando Marques dos Reis ensina que há vários suicídios históricos na política de Roma, lembrando o de Bruto, como está no "Júlio César", de Shakespeare, e chegam até nós com Camillo Castelo Branco, Santos Dumont e Ge- túlio Vargas. Mas o grande interesse do tema recorda o médico, está em que o suicida é, antes de tudo, o deprimido, e, como diz o Dr. Paul Lüth, estudioso de história da Medicina, "a depressão é a doença da época". Na Alemanha Ocidental, que tem 60 milhões de habitantes, suicidam-se em média 38 pessoas por semana, ou seja, cerca de 14 mil por ano. A Organização Mundial de Saúde estima em 150 milhões os deprimidos do mundo. Merece registro, como é comentado em "O Globo", que entre os mais acometidos, nesse capítulo das depressões, se acham os pastores e os psiquiatras, entre os quais as cifras de suicídio são oito vezes maiores do que no resto da população. Estas cifras parecem indicar que, em termos bem realistas, "ninguém salva ninguém e que as religiões salvadoras não se salvaram sequer".
Pode-se falar em três tipos de suicídio, segundo a visão de Durkheim, o egoísta, o altruísta e o anômico. O egoísta é aquele que resultaria de uma individuação excessiva nas sociedades onde a moral se esforça para incutir no indivíduo a ideia de seu grande valor, fazendo que sua personalidade se sobreponha à coletiva. Deve acompanhar o processo outro constituinte que é a vaidade que na linguagem da moda seria a "inflação" da personalidade. O egoísmo é tema estudado nas obras básicas da Doutrina Espírita em diversas oportunidades, basta ver o índice analítico dessas obras. Assim Emmanuel no capitulo XI de "O Evangelho segundo o Espiritismo" ensina que o egoísmo é a chaga da Humanidade. Comenta o Instrutor que é o objetivo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem. Coragem porque é preciso mais coragem para vencer, a si mesmo do que para vencer os outros. Conclama que cada um, pois, coloque todos os seus cuidados para combatê-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. Allan Kardec em "O Livro dos Espíritos" apresenta-nos diversas reflexões: como destruí-lo, como obstáculo ao progresso moral, como verdadeira chaga da sociedade. Relaciona o egoísmo à perda de pessoas amadas, à vida de Isolamento, às desigualdades sociais, às ingratidões, ao problema da fome e aos laços de família.
A visão de Durkheim nos mostra outro tipo de suicídio – o altruísta -, praticado nos meios onde o indivíduo deve abrir mão de sua personalidade e ter espírito de abnegação e entrega de si às causas coletivas. Por exemplo, o espírito militar, que exige que o indivíduo esteja desinteressado de si mesmo em função da defesa patriótica. Nesse particular a questão nº 951 de "O Livro dos Espíritos" comenta que todo sacrifício feito à custa de sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque é a prática da lei de caridade. Ora, a vida sendo o bem terrestre ao qual o homem atribui maior valor, aquele que a renuncia para o bem de seus semelhantes não comete um atentado: ele faz um sacrifício, Mas, antes de o cumprir, ele deve refletir se sua vida não pode ser mais útil que sua morte. Não devemos deixar de enfatizar que André Luiz, no livro "Conduta Espírita", recomenda que o ser humano, no trabalho, deve situar em posições distintas as próprias tarefas diante da família e da profissão, da Doutrina que abraça e da coletividade a que deve servir, atendendo a todas as obrigações com o necessário equilíbrio, porque o dever, lealmente cumprido, mantém a saúde da consciência.
Finalmente, o terceiro tipo de suicídio – o anômico -, que vem de ocorrer nos meios onde o progresso é e tem que ser rápido, levando a ambições e desejos ilimitados, O dever de progredir tira do homem a capacidade de viver dentro de situações limitadas, tira-lhe a capacidade de resignação e, por consequência, tem-se o aumento dos descontentes e irrequietos. Nesse particular a doutrina espírita não poderia omitir-se e em diversas oportunidades as suas obras básicas discutem o problema da resignação humana. Gostaríamos de lembrar apenas que no livro "Vinha de Luz", de Emmanuel, este abnegado Instrutor mais uma vez leciona com propriedade invulgar. "Jesus forneceu padrões educativos em todas as particularidades da sua passagem pelo mundo. O Evangelho no-lo apresenta-nos mais diversos quadros, junto ao trabalho, à simplicidade, ao pecado, à pobreza, à alegria, à dor, à glorificação e ao martírio. Sua atitude, em cada posição da vida, assinalou um traço novo de conduta para os aprendizes." Assinala Emmanuel que "as marcas do Cristo não são apenas as da cruz, mas também as de sua atividade na experiência comum", recordando que "a marca do Cristo é, fundamentalmente, aquela do sacrifício de si mesmo para o bem de todos". "Todas as realizações humanas possuem marca própria. Casas, livros, artigos, medicamentos, tudo exibe um sinal de Identificação aos olhos atentos. Se medida semelhante é aproveitada na lei de uso dos objetos transitórios, não se poderia subtrair o mesmo principio, na catalogação de tudo o que se refira à vida eterna. Jesus possui Igualmente os sinais dele." Não seria a resignação um deles?
Durkheim acredita que somente o Estado poderia intervir, o único capaz de reconstituir as relações indivíduo-sociedade. Nem mesmo a família, a religião podem fazê-lo. Para a socióloga Sílvia Regina Pantoja, somente o Estado que olhasse para os grupos profissionais, e não aquele que privilegiasse a ênfase econômica. Aqui nos lembramos do capitulo "As aristocracias" – do livro "Obras Póstumas".
Em nenhum tempo ou nação, os povos dispensaram chefes, ainda mesmo no estado de selvageria. É assim porque, em razão da diversidade de aptidões e de caracteres, que se dão na espécie humana, há sempre incapazes que precisam ser dirigidos, fracos que reclamam proteção, paixões a combater: dai a necessidade de uma autoridade. Sabemos que nas sociedades primitivas a autoridade foi conferida aos chefes de família, aos anciãos, aos velhos, aos patriarcas. A força bruta a segunda aristocracia. Em seguida aristocracia do nascimento. Elevou-se novo poder – o do ouro que foi seguido de outra mais justa – a da Inteligência. Entretanto o homem mais inteligente pode fazer mau uso das faculdades. Por outro lado, a simples moralidade pode não ter capacidade. É, pois, necessária a união da inteligência e da moralidade para haver legítima preponderância, a que a massa se submeterá, confiada em suas luzes e justiça. Será esta a última aristocracia, durável porque será animada por sentimentos de justiça e caridade. Supremacia que Allan Kardec chamou de aristocracia intelecto-moral. É por isso que a Doutrina Espírita, que em 1857. Inaugurou a era do espírito imortal, afirma que é pela educação, mais ainda do que pela instrução, que se transformará a Humanidade. O homem, que trabalha seriamente em seu melhoramento, assegura sua felicidade desde esta vida, além da satisfação da sua consciência; está livre das misérias materiais e morais, que são as consequências forçadas de suas imperfeições; terá calma, porque as vicissitudes não o afetarão senão de leve; terá saúde, porque não esgotará o corpo com excessos; será rico, porque o é quem se satisfaz com o necessário; terá a paz da alma, porque não terá necessidades impossíveis; não será atormentado pela sede de honras e do supérfluo, pela febre de ambição, da inveja e do ciúme. Nós relembramos – não se suicidará.
O Psiquiatra Miguel Chalub, em "O Globo", chama a atenção para o perfil do suicida: homem, com mais de 55 anos, morador de grandes cidades, AGNÓSTICO (Agnosticismo – doutrina que afirma a impossibilidade do espírito humano de conhecer as realidades que transcendem o mundo sensível ou natural), socialmente isolado, fisicamente doente, sem antecedentes psiquiátricos e alcoólatra moderado. O perfil dos que tentam o suicídio: mulher, jovem, de boa saúde corporal, em situação de conflito evidente com o grupo familiar ou social mais imediato. As estatísticas sobre suicídio demonstram claramente que se associam positivamente ao suicídio em ordem decrescente de importância e significação as pessoas na seguinte situação: sexo masculino, idade avançada, viuvez, celibato ou divórcio, ausência de prole, residente em grande cidade, alto padrão de vida, crise econômica, consumo de álcool e droga, lar desfeito na infância e doença mental ou física. Inversamente, isto é, associam-se negativamente ao suicídio: sexo feminino, juventude, baixa densidade populacional, religião, casamento, prole numerosa, baixo padrão de vida e situação de guerra.
Ainda, o Psiquiatra Miguel Chalub acentua que o suicida não quer matar a si próprio mas alguma coisa que carrega dentro de si e que sinteticamente pode ser: a) sentimento de culpa e b) a vontade de querer matar alguém com quem se identifica. Como as restrições morais o impedem, ele acaba se autodestruindo. Assim "o suicida mata uma outra pessoa que vive dentro dele e que o incomoda profundamente". O Psicólogo Adler e o Psicanalista Ralph fizeram comentários muito pertinentes quando disseram que todos os fracassados: neuróticos, psicóticos, criminosos, bêbados, crianças-problema, SUICIDAS, pervertidos e prostitutas dão à vida um sentido privado. Aninhado nas raízes inconscientes está sempre o grande fator que influencia a conduta consciente – o egoísmo. Um fator a mais está sempre presente, a obsessão, a influência. maléfica, intencional ou inconsciente, exercida por Espíritos Imperfeitos sobre a Humanidade encarnada, de modo prolongado. Nesse particular a Doutrina Espírita lança luz sobre o problema e a Psiquiatria parece receber essa contribuição, como se pode perceber consultando-se o "Reformador" ano 99, mês de janeiro de 1981. Na página 16 vamos encontrar o "Modelo terapêutico psiquiátrico-espírita" que o Professor Pedro de Oliveira Mundim apresentou em Mesa-Redonda no I Forum Brasileiro de Medicina da Pessoa, Presidente Prudente, São Paulo, em 18-10-1980. Assim, a obsessão poderia ser definida como um constrangimento que um indivíduo, suicida em potencial ou não, sente, graças à presença perturbadora de um ser espiritual. Vale a pena ler a descrição feita por Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", capítulo 23.
Pergunta que nos assalta é como se sente o suicida após a desencarnação. Diversas são as obras que comentam o assunto, assim temos como exemplo "O Martírio dos Suicidas", de Almerindo Martins de Castro, e "Memórias de um Suicida", de Yvonne A. Pereira. Por outro lado não podemos esquecer que Allan Kardec, no livro "O Céu e o Inferno" ou "A Justiça Divina segundo o Espiritismo", deixa enorme contribuição em exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual e especificamente no capítulo V da segunda parte, onde cuida dos suicidas.
Parece interessante resumir que após a desencarnação, não há tribunal nem juízes para condenar o espírito, ainda que seja o mais culpado. Fica ele simplesmente diante da própria consciência, nu perante si mesmo e todos os demais, pois nada pode ser escondido no mundo espiritual, tendo o indivíduo de enfrentar suas próprias criações mentais.
Continua Parte II [em breve publicação aqui no Visão Espírita e todas as referências]
Address: http://visaoespiritabr.com.br/moral-crista/por-que-as-criancas-se-suicidam

10 de jul. de 2011

Flores são Vermelhas


Flores são Vermelhas
No primeiro dia de escola do pequeno menino
ele pegou alguns lápis coloridos e começou a desenhar
e ele coloriu o papel inteirinho
porque é assim que ele via as cores
Mas chegou a professora e disse...
O que é que você está fazendo meu rapaz
estou pintando as flores; disse ele
ela disse... Isso não é hora para artes menino
e além do mais, flores são vermelhas e verdes
existe um tempo definido para tudo meu rapaz
e também um jeito certo das coisas serem feitas
você precisa ter respeito pelos outros
porque não é o único

E ela disse...
Flores são vermelhas meu rapaz
folhas são verdes
não existe porque ver as flores de outra forma
além do jeito que elas sempre foram vistas

Mas o pequeno menino disse...
Existem tantas cores no arco íris
tantas cores no sol da manhã
tantas cores em cada flor e eu vejo todas elas

Pois bem, disse a professora...
Você é um respondão
existem jeitos como as coisas são
e você vai pintar do jeito que elas são
então repita...
E ela disse...
Flores são vermelhas meu rapaz
folhas são verdes
não existe porque ver as flores de outra forma
além do jeito que elas sempre foram vistas

Mas o menino disse...
Existem tantas cores no arco íris
tantas cores no sol da manhã
tantas cores em cada flor e eu vejo todas elas

A professora pôs ele de castigo
ela disse... Isso é para seu próprio bem
e você não vai sair daí enquanto não aprender
e dar suas respostas do jeito que elas devem ser
Então ele começou a sentir-se sozinho
pensamentos amedrontantes encheram sua cabeça
e então ele foi até a professora
e então foi isso que ele disse... E ele disse

Flores são vermelhas, folhas são verdes
não existe porque ver as flores de outra forma
além do jeito que elas sempre foram vistas

O tempo passou como sempre acontece
e eles mudaram de cidade
e aquele pequeno menino foi para outra escola
e isso foi o que ele encontrou
uma professora sorrindo
ela disse... Pintar tem que ser divertido
e existem tantas cores numa flor
então, vamos usar todas elas

Mas o pequeno menino pintou flores
em ordenadas fileiras de verde e vermelho
e então a professora perguntou porquê
isto foi o que ele disse... E ele disse
flores são vermelhas, folhas são verdes
não existe porque ver as flores de outra forma
além do jeito que elas sempre foram vistas
Agradecimentos sinceros à querida aluna Tamma, primeiro período do curso normal por ter me relembrado essa historinha.  

10 de out. de 2010

As Sementes do Amanhã - Feliz dia da Criança

 


Oração da Criança

Dizes que sou o futuro,

Não me desampares no presente.

Dizes que sou a esperança da paz,

Não me induzas à guerra.

Dizes que sou a promessa do bem,

Não me confies ao mal.

Dizes que sou a luz dos teus olhos,

Não me abandones ás trevas.

Não espero somente o teu pão,

Dá-me luz e entendimento.

Não desejo tão só a festa do teu carinho,

Suplico-te amor com que me eduques.

Não te rogo apenas brinquedos,

Peço-te bons exemplos e boas palavras.

Não sou simples ornamento de teu carinho,

Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus.

Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão.

Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo.

Corrija-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra...

Ajude-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar.



Meimei/ Psicografado por Chico Xavier





Efeitos do castigo físico e humilhante FONTE :Site da Campanha Não Bata, Eduque

Os efeitos do castigo físico e humilhante não podem ser generalizados para todas as crianças, pois dependem da experiência de vida de cada um e da configuração familiar em que a criança encontra-se inserida. Entretanto, uma conseqüência direta do uso do castigo físico é o aprendizado, por parte da criança, de que a violência é uma maneira plausível e aceitável de se solucionar conflitos e diferenças, principalmente quando você está em uma posição de vantagem frente ao outro, principalmente física (como no caso do adulto frente à criança). E este aprendizado é transportado para outras relações da criança, como para a sua relação com um irmão mais novo, por exemplo. Também percebemos que, em muitos casos em que a criança sofre com castigos físicos e violências psicológicas freqüentes, ela pode apresentar um perfil retraído, introvertido. Se a criança não tiver uma rede de apoio forte (outros parentes ou outras pessoas que lhe sejam significativas e que lhe tratem de maneira diferente), a sua auto-estima fica tão comprometida que vemos como consequências a insegurança, o medo, a timidez, a passividade e a submissão.

Muitas vezes, a violência física e/ou psicológica acaba acontecendo num rompante, e não por metodologia. Nestes momentos os pais podem sentar com seus filhos e serem sinceros com eles, explicando que perderam o controle e que se arrependem por isso. Este tipo de atitude é um ótimo exemplo de humildade e de respeito para com o outro. Ao sentarem para conversar com seus filhos, os pais darão o exemplo de que pedir desculpas não é algo do qual a criança deva se envergonhar e de que errar é humano, que nem sempre eles, pais, irão acertar em tudo, apesar sempre desejarem o melhor para seus filhos. Além disso, este é um ótimo momento para ouvir a própria criança e procurar, juntamente com ela, estabelecer as “regras” de convivência para todos dentro de casa. Por exemplo, o pai ou a mãe podem identificar que não agiram da melhor forma porque foi justamente no momento em que chegavam estressados do trabalho. Junto com a criança, eles podem conversar com ela e estabelecerem juntos que, quando isto acontecer, eles precisarão de um tempinho para respirarem fundo, relaxarem e, então, darem a atenção de qualidade que a criança merece.

Alimentando o ciclo da violência
O uso do castigo físico infligido a uma pessoa faz parte de um “ciclo” de violência. Entretanto, muitos pais ainda não enxergam dessa forma, pois esta metodologia educativa está fortemente legitimada em nossa sociedade. Os pais que utilizam o tapa, a palmada ou a chinelada para educar o fazem acreditando que estão fazendo o melhor para seus filhos, mas não percebem que, na verdade, estão infringindo o direito que as crianças possuem (assim como qualquer outro ser humano) ao respeito pela sua integridade física e dignidade humana.

Se a violência física contra um adulto não é aceitável socialmente, sendo passível inclusive de sanções legais, porque a violência contra a criança deve ser aceita? Os pais não vêem que, ao utilizarem o castigo físico, estão abusando da diferença de poder que existe numa relação entre um adulto e uma criança.







Feliz Dia das Crianças, 12/10 Com Consciência, Amor e Paz !

24 de fev. de 2010

Gibran Khalil Gibran: Sobre os Filhos


Os Filhos
Gibran Khalil Gibran

VOSSOS FILHOS NÃO SÃO VOSSOS FILHOS.

SÃO FILHOS E FILHAS DA ÂNSIA DA VIDA POR SI MESMA.

VEM ATRAVÉS DE VÓS,MAS NÃO DE VÓS.

E EMBORA VIVAM CONVOSCO,A VÓS NÃO PERTENCEM.

PODEIS OUTORGAR-LHES VOSSO AMOR,MAS NÃO,VOSSOS PENSAMENTOS;POIS ELES TÊM SEUS PRÓPRIOS PENSAMENTOS.

PODEIS ABRIGAR SEUS CORPOS,MAS NÃO SUAS ALMAS;POIS SUAS ALMAS MORAM NA MANSÃO DO AMANHÃ, QUE VÓS NÃO PODEIS VISITAR NEM MESMO EM SONHO.PODEIS ESFORÇAR-VOS POR SER COMO ELES,MAS NÃO PROCUREIS FAZÊ-LOS COMO VÓS.

PORQUE A VIDA NÃO ANDA PARA TRÁS E NÃO SE DEMORA COM OS DIAS PASSADOS.

VÓS SOIS O ARCO DOS QUAIS VOSSOS FILHOS,QUAIS SETAS VIVAS SÃO ARREMESSADOS.

O ARQUEIRO MIRA O ALVO NA SENDA DO INFINITO E VOS ESTICA COM SUA FORÇA,PARA QUE SUAS FLECHAS SE PROJETEM RÁPIDAS E PARA LONGE.

QUE VOSSO ENCURVAMENTO NA MÃO DO ARQUEIRO SEJA VOSSA ALEGRIA.

POIS,ASSIM COMO ELE AMA A FLECHA QUE VOA,AMA TAMBÉM O ARCO,QUE PERMANECE ESTÁVEL

GIBRAN KAHLIL GIBRAN

DO LIVRO: O PROFETA

ACOMPANHAR

Tindin é destaque de educação financeira em plataforma do grupo SOMOS

Com cursos variados, Plurall Store impacta mais de 1 milhão de alunos por ano O grupo SOMOS conta com uma base de  1,5M de alunos dos Ensino...

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