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23 de ago. de 2009

Outras lendas folclóricas

A loira do Banheiro - Essa lenda é muito conhecida, qualquer em já deve ter ouvido falar nela nos corredores de uma escola. Ela é muito comentada, mas também incerta, existem muitas versões para ela.

Uma delas diz, que uma menina loira muito bonita vivIa matando aula na escola, ficando dentro do banheiro, fumando, fazendo hora, enfim. Então um dia, durante essas escapadas, ela caiu, bateu com a cabeça e morreu. Desde esse dia, os banheiros femininos de escolas são assombrados pelo espírito de uma loira que aparece quando se entra sozinho.

Outros dizem que esta loira aparece com o rosto cheio de cicatrizes e fere as garotas, ou com algodão no nariz, pedindo para que tirem. Também há a de que, se chamar tantas vezes em frente ao espelho ela vai aparecer.

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Salamanca do Jarau
No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na praça principal da aldeia.

Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, levantou-se, assoleado e foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que usava como copo.

Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa moura encantada jamais tocada por homem. Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para sempre.

Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a noite. Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles passaram a noite.

No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado.

Como o crime era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da igreja que ele tinha profanado.

No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valos enormes, rasgando tudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele para as barrancas do rio Uruguai.

Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. E lá foram morar, os dois.

Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivesse coragem de entrar lá, passasse 7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para o resto da vida.

Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do Rio Grande do Sul. Ah, ali vive também a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. Às vezes, nas tardes ameançando chuva, dá um grande estouro numa das cabeças do Cerro e pula uma elevação para outra. Muita gente viu.
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Angoera
Nos sete povos das Missões, no Pirapó, ainda no tempo dos padres jesuítas, vivia um índio muito triste, que se escondia de tudo e de todos pelos matos e peraus. Era um verdadeiro fantasma e por isso era chamado de Angoéra (fantasma, em guarani). E fugia da igreja como o diabo da cruz!

Mas um dia a paciência dos padres valeu mais e o Angoéra foi batizado, convertendo-se à fé cristã e deixando de vagar pelos rincões escondidos. Recebeu o nome de Generoso e tornou-se alegre e bom, mui amigo de festas e alegrias. E um dia morreu, mas sua alma alegre e festeira continuou por aí, até hoje, campeando diversão. Onde tenha um fandango, lá anda rondando a alma do Generoso. Se rufa uma viola sozinha, é a mão dele. Se se ouve uma risada galponeira ou se se levanta de repente a saia de alguma moça, todos sabem - é ele.

Quando isto acontece, o tocador que está animando a festa deve cantar em sua homenagem:


"Eu me chamo Generoso,
morador de Pirapó.
Gosto muito de dançar
com as moças, de paletó".

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João-de-barro
Contam os índios que, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Melhor dizendo: apaixonaram-se. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento. O pai dela perguntou:

- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?

- As provas do meu amor! - respondeu o jovem.

O velho gostou da resposta mas achou o jovem atrevido. Então disse:

- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.

- Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.

Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova.

Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo para seu amor. O tempo foi passando. Certa manhã, a filha pediu ao pai:

- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.

O velho respondeu:

- Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.


E esperou até até a última hora do novo dia. Então ordenou:

- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.

Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seu olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa. Todos se espantaram. E ficaram mais espantados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!

E exatamente naquele momento, os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceu para sempre

Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.

A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes. E os homens amam o joão-de-barro porque lembram da força de Jaebé, uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.

lendas gaúchas pesquisadas no site Página do Gaúcho, o Maior site de cultura Gaúcha do Brasil
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A Mulher da Meia Noite, também Dama de Vermelho, Dama de Branco, é um mito universal. Ocorre nas Américas e em toda Europa.
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É uma aparição na forma de uma bela mulher, normalmente vestida de vermelho, mas pode ser também de branco. Alguns dizem, que é uma alma penada que não sabe que já morreu, outros afirmam que é o fantasma de uma jovem assassinada que desde então vaga sem rumo.
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Na verdade ela não aparece à meia-noite, e sim, desaparece nessa hora. Linda como é, parece uma jovem normal. Gosta de se aproximar de homens solitários nas mesas de bar. Senta com ele, e logo o convida para que a leve para casa.
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Encantado com tamanha beleza, todos topam na hora. Eles caminham, e conversando logo chegam ao destino. Parando ao lado de um muro alto, ela então diz ao acompanhante: "É aqui que eu moro...". É nesse momento que a pessoa se dá conta que está ao lado de um cemitério, e antes que possa dizer alguma coisa, ela desaparece, e nessa hora, o sino da igreja anuncia que é meia noite.
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Outras vezes, ela surge nas estradas desertas, pedindo carona. Então pede ao motorista que a acompanhe até sua casa. E, mais uma vez a pessoa só percebe que está diante do cemitério, quando ela com sua voz suave e encantadora diz: "É aqui que eu moro, não quer entrar comigo...?".
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Gelado da cabeça aos pés, a única coisa que a pessoa vê, é que ela acabou de sumir diante dos seus olhos, à meia-noite em ponto.

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A lenda do Barba Ruiva

Eis uma lenda sobre a Lagoa de Paranaguá no Piauí. Dizem que ela era pequena, quase uma fonte, e cresceu por encanto. Foi assim:

Vivia uma viúva com tês filhas. Um dia, a mais moça das filhas dela adoeceu, ficando triste e pensativa. Estava esperando menino e o namorado morrera sem ter tempo de casar com ela.

Com vergonha, descansou a moça nos matos e, deitou o filhinho num tacho de cobre e sacudiu-o dentro da pequna fonte de água.



O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma Mãe-d'agua, que com raiva, Amaldiçoou a moça que chorava na beira.

As águas foram subindo e correndo, numa enchente sem fim, dia e noite, alagando tudo, cumprindo uma ordem misteriosa.

Ficou a lagoa encantada, cheia de luzes e de vozes. Ninguém podia morar na beira porque, a noite inteira, subia do fundo dágua um choro de criança. O choro parou e, vez por outra, aparecia um homem moço, muito claro, com barbas ruivas ao meio dia e com a barba branca ao anoitecer.

Barba Ruiva, homem encantado, que vive na lagoa de Paranaguá, ao sul do Piauí. É alvo, de estatura regular, cabelos avermelhados. Quando sai da água mostra as barbas, as unhas e os peitos cobertos de lodo e limo.

Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa, desaparecendo. Nenhuma mulher bate roupa ou toma banho sozinha, com medo do barba ruiva. Se um Homem o encontra, fica desorientado. Mas o Barba Ruiva é inofensivo, pois não consta que fizesse mal a alguém.

Se uma mulher atirar na cabeça dele água benta e um rosário sacramentado, ele será desencantado. Barba Ruiva é pagão, e deixa de ser encantado sendo cristão. Como ainda não nasceu essa mulher valente para desencantar o Barba Ruiva, ele cumpre sua sina nas águas da lagoa.

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A lenda da Matinta Pereira

A Matinta Pereira é uma ave de vida misteriosa e cujo assobio nunca se sabe de onde vem. Dizem que ela é o Saci Pererê em uma de suas formas. Também assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Quando vê alguma pessoa sozinha, ela dá um assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra: "Matinta Perêra..."
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Para os índios Tupinambás esta ave, era a mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos parentes mortos. Era chamada de Matintaperera.
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Para se descobrir quem é a Matinta Pereira, a pessoa ao ouvir o seu grito ou assobio deve convidá-la para vir à sua casa pela manhã para tomar café.
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No dia seguinte, a primeira pessoa que chegar pedindo café ou fumo é a Matinta Pereira. Acredita-se que ela possua poderes sobrenaturais e que seus feitiços possam causar dores ou doenças nas pessoas.

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Na cidade de Jericoacoara, no Ceará, diz a lenda que, debaixo do morro do farol local, existe uma linda princesa encantada, morando numa gruta, cheia de riquezas. Só se desencantará se alguém for sacrificado. A Princesa está transformada numa serpente, com a cabeça e os pés femininos. Faz-se uma cruz com o sangue humano no dorso da cobra. E ela voltará a forma humana para sempre.

Perto da praia, quando a maré está baixa, há uma furna onde só se pode entrar agachado. Esta furna de fato existe. Só se pode entrar pela boca da caverna, mas não se pode percorrê-la, porque, está bloqueada por um enorme portão de ferro.



A cidade encantada e a princesa estariam além daquele portão. A encantadora princesa está transformada, por magia, numa serpente de escamas de ouro, só tendo a cabeça e os pés de mulher.

De acordo com a lenda, ela só pode ser desencantada com sangue humano. Assim, no dia em que alguém for sacrificado junto do portão, abrir-se-á a entrada para um reino maravilhoso. Com o sangue será feita uma cruz no dorso da serpente, e então surgirá a princesa com toda sua beleza, cercada de tesouros inimagináveis, e a cidade com suas torres douradas, finalmente poderá ser vista. Então, o felizardo responsável pelo desencantamento, poderá casar com a princesa cuja beleza é sem igual nesse mundo.

Mas, como até hoje não apareceu ninguém disposto a quebrar esse encanto, a princesa, metade mulher, metade serpente, com seus tesouros e sua cidade encantada, continuam na gruta a espera desse "heroí".

Essas princesas-serpentinas são comuns no folclore nortista. Mário Melo fala da furna da Serra Talhada, em Vila Bela, Pernambuco, morada duma princesa, semelhante a esta.[1]

Princesas tornadas serpentes são vestígios do ciclo das Mouras na penísula ibérica. Em Portugal quase a totalidade das Mouras Encantadas vive sob a forma de serpentes. Nas noites de São João ou Natal, antes da meia-noite, voltam à forma humana, tornadas mulheres lindas, cantam, penteando-se com pentes de ouro. Ao seu lado pode-se ver a pele de serpente à espera do corpo para a continuação da maldição. O ferimento, mesmo diminuto, bastando apenas que derrame sangue, quebra o encanto. Aqui a lenda se assemelha com o mito da Cobra Norato, do Pará.

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Cobra Norato

No paraná do Cachoeiri, entre o Amazonas e o Trombetas, nasceram Honorato e sua irmã Maria, Maria Caninana.
A mãe sentiu-se grávida quando banhava no rio Claro. Os filhos eram gêmeos e vieram ao mundo na forma de duas serpentes escuras.
A tapuia batizou-os com os nomes cristãos de Honorato e Maria. E sacudiu-os nas águas do Paraná porque não podiam viver em terra.
Criaram-se livremente, revirando ao sol os dorsos negros, mergulhando nas marolas e bufando de alegria selvagem. O povo chamava-os: Cobra Norato e Maria Caninana.

Cobra Norato era forte e bom. Nunca fez mal a ninguém. Vez por outra vinha visitar a tapuia velha, no tejupar do Cachoeiri. Nadava para a margem esperando a noite.
Quando apareciam as estrelas e a aracuã deixava de cantar, Honorato saía d’água, arrastando o corpo enorme pela areia que rangia.
Vinha coleando, subindo, até a barranca. Sacudia-se todo, brilhando as escamas na luz das estrelas. E deixava o couro monstruoso da cobra, erguendo-se um rapaz bonito todo de branco. Ia cear e dormir no tejupar materno. O corpo da cobra ficava estirado junto do Paraná. Pela madrugada, antes do último cantar do galo, Honorato descia a barranca, metia-se dentro da cobra que estava imóvel. Sacudia-se. E a cobra, viva e feia, remergulhava nas águas do Paraná.
Volta a ser a Cobra Norato.
Salvou muita gente de morrer afogada. Direitou montarias e venceu peixes grandes e ferozes. Por causa dele a piraíba do rio Trombetas abandonou a região, depois de uma luta de três dias e três noites.

Maria Caninana era violenta e má. Alagava as embarcações, matava os náufragos, atacava os mariscadores que pescavam, feria os peixes pequenos. Nunca procurou a velha tapuia que morava no tejupar do Cachoeiri.
No porto da Cidade de Óbidos, no Pará, vive uma serpente encantadora, dormindo, escondida na terra, com a cabeça debaixo do altar da Senhora Sant’Ana, na igreja que é da mãe de Nossa Senhora.
A cauda está no fundo do rio. Se a serpente acordar, a Igreja cairá. Maria Caninana mordeu a serpente para ver a Igreja cair. A serpente não acordou, mas se mexeu. A terra rachou, desde o mercado até a Matriz de Óbidos.
Cobra Norato matou Maria Caninana porque ela era violenta e má. E ficou sozinho, nadando nos igarapés, nos rios, no silêncio dos paranás.
Quando havia putirão de farinha, dabucuri de frutas nas povoações plantadas à beira-rio, Cobra Norato desencantava, na hora em que os aracuãs deixam de cantar, e subia, todo de branco, para dançar e ver as moças, conversar com os rapazes, agradar os velhos.
Todo mundo ficava contente. Depois, ouviam o rumor da cobra mergulhando. Era madrugada e Cobra Norato ia cumprir seu destino.

Uma vez por ano Cobra Norato convidava um amigo para desencantá-lo. Amigo ou amiga. Podia ir na beira do Paraná, encontrar a cobra dormindo como morta, boca aberta, dentes finos, riscando de prata o escuro da noite: sacudir na boca aberta três pingos de leite de mulher e dar uma cutilada com ferro virgem na cabeça da cobra, estirada no areião.
Cobra fecharia a boca e a ferida daria três gotas de sangue. Honorato ficava só homem, para o resto da vida.
O corpo da cobra seria queimado. Não fazia mal. Bastava que alguém tivesse coragem.
Muita gente, com pena de Honorato, foi, com aço virgem e fresquinho leite de mulher, ver a cobra dormindo no barranco. Era tão grande e tão feia que, dormindo como morta, assombrava.
A velha tapuia do Cachoeiri, ela mesma, foi e teve medo. Cobra Norato continuou nadando e assobiando nas águas grandes, do Amazonas ao Trombetas, indo e vindo, como um desesperado sem remissão.
Num putirão famoso, Cobra Norato nadou pelo rio Tocantins, subindo para Cametá. Deixou o corpo na beira do rio e foi dançar, beber e conversar.
Fez amizade com um soldado e pediu que o desencantasse. O soldado foi, com o vidrinho de leite e um machado que não cortara pau, aço virgem. Viu a cobra estirada, dormindo como morta. Boca aberta. Sacudiu três pingos de leite entre os dentes. Desceu o machado, com vontade, no cocuruto da cabeça. O sangue marejou. A cobra sacudiu-se e parou.
Honorato deu um suspiro de descanso. Veio ajudar a queimar a cobra onde vivera tantos anos. As cinzas voaram. Honorato ficou homem. E morreu, anos e anos depois, na Cidade do Cametá, no Pará.
Não há nesse rio e terras do Pará quem ignore a vida da Cobra Norato. São aventuras e batalhas.
Canoeiros, batendo a jacumã, apontam os cantos, indicando as paragens inesquecidas:
“Ali passava, todo dia, a Cobra Norato...”.

19 de jun. de 2009

Dicas para uma convivência feliz com seu filho - em casa para a escola

Muitas vezes, nós pais e professores, nos questionamos o quão é difícil estabelecer normas eficazes ou hábitos saudáveis de vida que possamos propiciar ao aluno dentro de nossos lares para seu maior rendimento na escola.
Abaixo algumas dicas que podem ser úteis para nossos filhos e alunos, que podemos desempenhar em nosso cotidiano.

* Cultive o hábito da leitura em sua casa. Uma vez por semana peça ao seu filho para ler e comentar uma notícia de jornal, dialoguem sobre ela, exponha seus pontos de vista e o deixe livre para expressar o seu. Isso estimula a criatividade, o hábito de leitura, a interpretação, a boa oratória e o senso crítico.

* Ajude seu filho a conservar o livro didático. O material servirá para outros alunos futuramente. Busque doar livros usados, bem conservados para as escolas e bibliotecas públicas ou comunitárias.

* Acompanhe a freqüência da criança ou do adolescente às aulas e sua participação nas atividades escolares. - A presença dos pais é de suma importância para a elaboração de um bom trabalho didático. Os professores ao debaterem com os pais acerca das dificuldades de aprendizagem dos alunos podem modificar seus métodos de ensino ou melhorá-los, por isso, essa troca de informações é tão importante - ninguém pode advinhar tudo sozinho.

* Visite a escola de seus filhos sempre que puder.- paricipe da vida cotidiana da escola, de repente esse convívio pode ser benéfico para todos os indivíduos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem

* Observe se as crianças ou adolescentes estão felizes e cuidadas no recreio, na hora da entrada e da saída. - Ás vezes pequenos detalhes de nossos filhos não são percebidos no seio do lar, para isso é imprescindível observá-las, ainda que de longe, para perceber mudanças em seu comportamento perante os amigos e outros membros da sociedade.

* Verifique a limpeza e a conservação das salas e demais dependências da escola. - Para que a aprendizagem se dê de forma ordenada um ambiente limpo e organizado é fundamental. Ajude aos funcionários da escola a manter esse patrimônio conservado, instruindo seu filho à não rabiscar as carteiras, quebrar mesas ou destruir murais - a base para uma boa educação se dá dentro de casa

* Observe a qualidade da merenda escolar.- as crianças gastam muita energia enquanto estudam, nada melhor do que uma refeição balanceada, com frutas, verduras e legumes, além dos cereais e carnes que fornecem a proteína necessária para um bom funcionamento do cérebro.

* Converse outras mães, pais ou responsáveis sobre o que vocês observam na escola.- somos seres humanos e convivemos em sociedade. Nada melhor do que o diálogo para estreitar laços de convívio sadio e novas amizades.

* Converse com os professores sobre dificuldades e habilidades do seu filho. - quando o professor sabe dos pontos positivos e negativos de seu filho fica mais fácil para ele desenvolver novas atividades que possam despertar o interesse de todos. Cada criança é única, com seus gostos habilidades, dificuldades e pontos de vista diferentes.

* Peça orientação aos professores e diretores, caso perceba alguma dificuldade no desempenho de seu filho. Procure saber o que fazer para ajudar. Muitas vezes a partir de pequenos gestos podemos melhorar e muito o ritmo de aprendizagem de nossos filhos.

* Leia bilhetes e avisos que a escola mandar e responda quando necessário. - Os bilhetes e avisos nos cadernos são o meio de comunicação que a escola tem para que os pais tomem ciência das atividades propostas e de todo o trabalho desempenhado pela escola

* Acompanhe as lições de casa. - Todo o processo educativo implica em exercitar os conhecimentos aprendidos em sala de aula. As lições de casa visam que o aluno verifique sua capacidade de aprender. Fique atento para que essas tarefas sejam diariamente executadas.

* Participe das atividades escolares e compareça às reuniões da escola. Dê sua opinião.

* Participe do Conselho Escolar. - Quando colocamos nossos pontos de vista, nossas dúvidas e nos propomos à ajudar, todos ganham.

O papel da escola não deveria de ser apenas educar e sim promover a cultura social do diálogo produtivo, da troca de idéias, da construção de novas perspectivas de vida. Assim, a escola se transforma em uma unidade viva, plena de vivências e de união - a união social tão necesária em termos de democracia.

Abraços Fraternos

Semíramis Alencar

18 de jun. de 2009

“Projeto: Mata Atlântica Vai à Escola” - Instituto SOS Mata Atlântica


O Programa de Educação Ambiental “Mata Atlântica Vai à Escola” é um a iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e visa sensibilizar, capacitar e mobilizar professores e alunos do ensino fundamental da rede de ensino pública e privada.Desenvolve atividades e ações em prol da conservação ambiental, do bioma Mata Atlântica, multiplicando conhecimentos e incentivando alunos à reflexão e à adoção de novas práticas ambientais como a utilização consciente dos sistemas naturais.

Com este Programa, a SOS Mata Atlântica e seus parceiros buscam contribuir para ampliar a participação das escolas na aplicação de conceitos de meio ambiente sob a perspectiva de uma sociedade sustentável.


Objetivos

•Sensibilizar a comunidade escolar e do entorno para as questões ambientais, por meio da difusão de ações efetivas nas Unidades Escolares.

•Levar atividades diferenciadas para as escolas participantes.
•Popularizar conceitos ligados às causas da Mata Atlântica (conservação, restauração, biodiversidade, água, legislação, entre outros).


Como Funciona?

Este programa é viabilizado por meio da receita da adesão às carteirinhas de estudantes, a carteirinha tem validade em todo o território nacional e descontos em inúmeras atividades de entretenimento tais como: shows, palestras da SOS Mata Atlântica, cinema, teatros, eventos esportivos conforme descrito na Medida Provisória nº 2208 de 2001.


Participação das Escolas Públicas

Com a aquisição de uma carteirinha “extra” cada aluno da escola particular proporcionará uma carteirinha para um aluno da escola pública ou uma Empresa poderá patrocinar o Programa para uma escola de seu interesse.

A escola e os alunos da rede publica terão os mesmos benefícios e direitos que os alunos das escolas particulares. Capacitação dos educadores, descontos em eventos e participação de ações promovidas pela SOS Mata Atlântica


Capacitação dos educadores

Os encontros de capacitação com os educadores serão realizados com atividades presenciais e á distância, com acompanhamento on line durante todo o ano letivo.

Os eixos temáticos trabalhados serão:Educação Ambiental, Recursos Hídricos, Mudanças Climáticas, Resíduos Sólidos e Biodiversidade.



Benefícios

1) Escolas

•Capacitação de educadores em temas ambientais,material pedagógico e sugestões de atividades.
•Link na internet com materiais de apoio sobre assuntos abordados no programa.
•Acompanhamento técnico pedagógico de profissionais da Fundação SOS Mata Atlântica.

•Sistema em rede para troca de informações e experiências entre professores capacitados pelo programa.

•Formação de um banco de dados com as escolas participantes, apontando as atividades realizadas e um balanço geral do programa.


Clique para ver a tabela



2)Alunos

•O aluno passa a ser um Sócio Filiado da Fundação SOS Mata Atlântica com direitos e benefícios de um filiado institucional.
•Direito a descontos em cinemas, teatros, eventos esportivos, shows, palestras e eventos pagos promovidos pela SOS Mata Atlântica.
•Descontos em produtos da marca SOS Mata Atlântica.
•Participação em concursos promovidos pela SOS Mata Atlântica (fotografia, redação e desenho).
•Terá em classe, professores com conhecimentos atualizados em meio ambiente.

3) Empresas

•A empresa terá seu logo impresso na carteirinha, sendo divulgada onde quer que o aluno apresente a mesma.
•Terá direito ao uso (com restrições) da logomarca SOS Mata Atlântica.
•Terá seu logo impresso no banner do Programa como patrocinador, que ficará exposto na escola.

•Estará contribuindo para mudanças socioambientais e conservação da Mata Atlântica.



Fundação SOS Mata Atlântica
www.sosma.org.br
Telefone(11) 3055-7888 ramais 7875 e 7870
educacao@sosma.org.br
Clique Aqui para fazer a inscrição e saber de maiores detalhes

5 de fev. de 2009

Infância e Paz - 1ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz

Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz




No Brasil desconhecemos muitas vezes as boas oportunidades que o Senado e o Governo Federal oferecem à cultura brasileira. esta semana por exemplo, está acontecendo a 1ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz. Confira os detalhes dessa discussão imprescindível para o crescimento, valorização e humanização das novas gerações de brasileiros.

Confiram a página e assista a programação completa por vídeo em:
Infância e
Paz - 1ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz


A paz que queremos devemos contruí-la juntos,à cada dia, em todo lugar!

Abraços

Semíramis

17 de out. de 2008

Blogagem Coletiva - Adoção um ato de amor




O convite me foi gentilmente feito pela Geórgia, do Blog Saia Justa
A participação de todos os segmentos da sociedade no processo de favorecer à quem realmente quer ter um filho adotivo é de grande importância para milhares de crianças e adolescentes que buscam um lar para serem acolhidas com amor, afeto, compreensão e sobretudo, harmonia e capacidade para enfrentar novos desafios.

O Nequidnimis e o Educando o Amanhã abraçarão essa campanha de coração aberto. Junte-se a nós nessa campanha por mais dignidade e afeto às nossas crianças!

Abraços

Se


Conteúdo retirado do blog Saia Justa !

Para a Blogagem Coletiva o convite é:

A data para a blogagem será na semana de 10 a 15 de novembro. Assim teremos uma semana inteira para escrevermos e interagirmos sobre o tema: Adoção de Crianças e Adolescentes. Vamos em frente? Posso contar com você para ajudar a divulgar essa blogagem em seu blog?


A lista das adesões dos blogs será publicada tanto no Chega Mais quanto no Saia Justa migrando para cada post até a semana da blogagem inclusive.

Abraços Fraternos

Se

15 de out. de 2008

Quem disse que eu não me lembrei que hoje é dia do professor? uma data para se comemorar ou para se esquecer?


Hoje é dia dos professores... legal, parece que ninguém se lembra do quanto esse profissional foi e é importante para o crescimento do País e do próprio ser enquanto indivíduo.

Foi, pois cada um de nós teve a mão amiga a guiar-lhes nas primeiras letras e no incentivo, ainda que severo, à persistir no caminho do estudo e finalmente seguir uma profissão. É, pois acredito que o papel do professor vai além das salas de aulas - o professor (pelo menos deveria de ser) o primeiro a formar a opinião das pessoas. Entretanto, não é o que vem acontecendo.

Estamos vivendo um período no Brasil o qual nós mesmos submetemos nossa cultura e nossa profissão ao descaso e ao desrespeito. Nós mesmos não nos apoiamos, não nos ajudamos, preferimos lecionar uma matéria de qualquer jeito ao invés de planejarmos, dedicadamente novos passos, atendendo às necessidades dos mais variados tipos de alunos.

A desculpa é que nossos salários são baixos, o que é argumento para não se aperfeiçoar, para não sair do atraso. Entretanto, se são ofertados cursos de capacitação docente ou possibilidades de ampliar o currículo, orgulhosamente dizemos que já cursamos faculdade e que, "de lá prá cá, pouca coisa mudou".

Será que pouca coisa mudou mesmo? o que dizer das novas metodologias na educação, das tecnologias educacionais e mesmo o que dizer do comportamento de nossa sociedade, de nossas crianças e adolescentes? O que dizer dos novos conceitos de família? O que hoje um professor pode fazer para melhorar a sua qualidade de ensino se ele mesmo não se dedica a si mesmo? não se melhora preso ao estigma medieval da cópia e da repetição, ou seja, copia dos outros professores e repassa aos alunos? Seria esse o papel do professor?

E a sociedade? qual o valor que ela dá ao profissional de educação? recentemente, numa matéria da Revista Veja, vi o retrocesso que alguns jornalistas propõem ao compararem a teoria de Paulo Freire à um romantismo exacerbado, o qual, na visão desses, seria impossível pensar numa proposta educacional. O que dizer então, de alguns jornalistas que pregam em seus blogs o retorno a uma educação tradicional, com direito a castigos e austeridade pelo professor? teríamos mesmo motivos para comemorar ou para esquecer?

Que os jornalistas entre outros profissionais que falam sobre educação me desculpem, porém não consigo conceber um profissional que queira falar de educação sem ter a mínima noção do cotidiano das escolas e que nunca tenha lecionado nenhum ano, pois tal em como qualquer carreira, na teoria é tudo muito fácil, na prática nem tanto...

Constantemente os professores são taxados de incompetentes. Certa vez, num bate papo informal, me perguntaram a minha profissão e eu respondi - professora e pedagoga - um dos convidados, um engenheiro se não me engano, me mandou: viu? não quis estudar!!! perguntei para ele como ele chegou até o ensino superior e se ele é quem lecionava aos seus dois filhos... ele ficou sem ter o que responder. Acredito que este seja o novo estigma de nossa sociedade, ofender à aqueles que não têm a menor condição de se defender.

Um professor que hoje ganhe R$830,00, aproximadamente, precisa se deslocar em duas escolas, atendendo no mínimo à 7 turmas dos 7 anos da Educação Básica, em média com 30 alunos em cada turma, onde ele precisa preparar conteúdos, corrigir e elaborar provas, testes e trabalhos e estar atento à reuniões e incompreensões de Pais e membros da diretoria das escolas... isso sem contar quando o colégio é particular, o atrso no pagamento, as feiras de ciências, de cultura, de artes, semana disso, daquilo e daquilo outro... Um profissional de qualquer àrea deveria de ler pelo menos 10 livros de didática e teoria educacional para ter algum respaldo pedagógico antes de se propôr a escrever ou falar sobre educação. A educação é feita no dia a dia das escolas, das famílias e da sociedade para o dia a dia das mesmas.

Portanto, hoje é dia do professor até a meia noite. Se você ao ler este post lembrou-se daquele sujeito de olhar cansado, mãos bonitas, mas àsperas, voz eloqüente e pensamento objetivo, deseje-o um Feliz Dia do Professor , pois afinal de contas, ser professor é preparar o futuro de quem um dia será igual à mim ou igual à você!!

Abraços Fraternos

Semíramis Alencar

1 de ago. de 2008

Ler para quê mesmo, hein?

O período de férias consiste num espaço de tempo maravilhoso para nos aprofundar em algum tema ou mesmo para pensar em algumas dúvidas que sempre tivemos e tentar saná-las. Hoje, eu estava lendo alguns e-mails da lista Blogs Educativos e veio a pergunta "Por que nossos filhos e alunos não lêem?"

Eu poderia seguir por dois caminhos: responder como professora e pedagoga ou como mãe. Vou fazer diferente, vou apontar possíveis soluções, baseadas em dificuldades próprias. Tenho dois filhos, uma de 13 anos e um de 8 anos, ambos são bons alunos. O menino apresentou pequena dificuldade para aprender à ler, mas hoje o faz muito bem, no entanto, preferem ver televisão, ouvir música, ficar horas na internet, sem, entretanto, pegar num livro para ler.

Todavia, penso que, apesar deles não lerem o bom e velho livro, seja este uma enciclopédia ou um livro de contos, me supreendo com os achados que eles fazem na internet. Acho que muitas vezes nós professores escolhemos a leitura que o nosso alunado vai ter que fazer. Eu costumo oferecer uma gama de títulos baseando-me nos assuntos que despertem maior interesse de meu aluno ou de meus filhos. Acho que essa atitude dá mais liberdade, essa palavra que nossa educação tanto fala, mas pouco aplica.

Essa história de empurrar livro nos alunos goela abaixo nunca deu certo e nem nunca vai dar. Certa vez, eu tinha 12 anos (e lá se vão 20 anos...) uma professora muito "gentil" indicou para a nossa turma de 5ª série ler, o livro era "O Menino de Asas", de Homero Homem. Minha mãe comprou o livro e eu, até então compulsiva leitora, empombei: detestei o livro desde o primeiro capítulo!!! Seria bem melhor se ela tivesse me indicado um outro livro daqueles inúmeros títulos que havia na biblioteca (como o lindíssimo "Açúcar Amargo" do mesmo autor, dado no ano seguinte). Como detestei o livro, minha prova foi um desastre e sempre que alguma professora indicava algum livro para se fazer prova de interpretação de texto, eu ficava bastante apreesiva.

Então o que fazer? não dar prova de livro? não, não vou por aí. Acho que é importante a gente incentivar os alunos a ler, porém o mais importante é se informar primeiro dos gostos da turma e apresentar títulos que os despertem a curiosidade. Por exemplo: minha filha adora astrologia, música, romances do século XIX, biografia de cantores e livros de auto-estima e esses, geralmente, são os títulos que a presenteio ou faço com ela uma "leitura amiga" cada uma lê um trecho ou um capítulo para a outra. lindo, né?

Será que não é isso que falta então? maior aproximação dos pais leitores? não sei. Eu cresci rodeada de livros e informações, meus filhos também o são, mas já conheci colegas e alunos que não tinham nenhum livro em casa, com pais analfabetos e que, no entanto, eram assíduos freqüentadores da biblioteca escolar.


Acho que a questão é saber qual o tipo de leitura que nosso aluno prefere. Meu filho adora notícias de jornal, mas não liga nem um pouquinho para os contos clássicos infantis. A gente deve se lembrar que antes da leitura da palavra, o aluno deve saber reconhecer a leitura de seu tempo e de seu mundo. Como? incentivando-o a conhecer os problemas de seu bairro, de seu mundo, através das pesquisas em jornais, revistas, periódicos e, principalmente, na Internet, esse veículo de informação e conhecimento que se bem orientado pode trazer aos futuros cidadãos base intelectual para atuar num mundo onde as relações entre as pessoas no mundo estarão cada vez mais globalizadas.

Incentivar o aluno a reescrever o que viu, o que aprendeu com aquela pesquisa, relatar o que mais o chamou a atenção podem valer bem mais do que a simples interpretação do que determinado autor quis dizer com determinada frase, parágrafo ou descrição de paisagem feita. O aluno ao lavrar o registro de algo que ele presenciou ou de suas impressões, registra também o conhecimento que ele apreendeu, ou seja, reelabora e transmite aos interlocutores fatos que podem ser reelaborados e trabalhados posteriormente, numa ação menos didática, mais prática e pasível de transformação no campo social. Educar é um ato transformador da própria realidade social. Não deveríamos fazer de conta que ensinamos!

A leitura do mundo, mais do que a leitura meramente didática, será imprescindível ao aprendizado e às relações profissionais. Afinal de contas a gente lê mesmo não é para fazer bonito na escola e sim para que façamos bonito no mundo!

21 de fev. de 2008

Educação na Era da Inclusão


Falar ou agir? Eis a questão. O ano 2000 seria a era da inclusão, disseram. Muito já foi falado, discutido, aprovado e principalmente, reprovado.
Tem sido prática comum deliberar e discutir acerca da inclusão de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência: mencionando direitos inerentes a uma necessidade específica, abrangendo todos os direitos de forma generalizada, embrulhando-os, sem maiores cuidados em mostrar detalhadamente estes direitos.
A integração social foi a idéia que guiou a elaboração de políticas e leis e na criação de programas e serviços voltados ao atendimento das necessidades especiais de deficientes nos últimos 50 anos. Este parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptem os deficientes aos sistemas sociais comuns e, em caso de incapacidade por parte de alguns deles, criar-lhes sistemas especiais separados.
Assim a sociedade continua basicamente a mesma em suas estruturas e serviços oferecidos, cabendo aos portadores de necessidades serem capazes de se adaptar a sociedade. Todavia, este parâmetro, apesar de protetor, promove a discriminação e a segregação na sociedade. O portador de necessidades especiais passa a ser visto com piedade e não como um ser humano, portador de outras inteligências e aptidões.
Desta forma é proposto o paradigma da inclusão social. Não somente a de portadores de necessidades especiais, mas todos aqueles indíviduos que estão, de alguma forma, excluidos da sociedade. Este consiste em tornar toda a sociedade um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades.
Por este motivo, os inclusivistas (adeptos e defensores do processo de inclusão social) trabalham para mudar a sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns e atitudes em todos os aspectos : educação, trabalho, saúde, lazer, etc...
Sobretudo, a inclusão social é uma questão de políticas públicas, pois cada política pública foi formulada e basicamente executada por decretos e leis, assim como em declarações e recomendações de âmbito internacional .
Falamos de Inclusão Social: seria com programas sociais que apenas dão ao povo a sensação de saciedade em ter seus filhos na escola pública, recebendo dinheiro por aquilo que deveria de ser um direito natural?
Falamos de Inclusão Digital: quantas escolas ainda não têm computadores para uso de seus alunos? quantos professores têm um computador que os possibilite melhorar sua prática docente, ou melhor, quantos professores estão realmente preparados para a aplicação dessa veículo que poderia ser a estrutura-base de uma educação renovadora?
Por estas razões, surge a necessidade de uma atualização das diversas políticas sociais. Ora se sobrepondo em alguns pontos, ora apresentando lacunas históricas, muitas das atuais linhas de ação estão em conflito ideológico com as novas situações, parecendo uma colcha de retalhos.
É necessário mudar o prisma pelo qual são observados os direitos já ordenados e os que precisam ser acrescentados, substituindo totalmente o paradigma que até então é utilizado, até mesmo inconscientemente, em debates e deliberações.

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