16 de jul. de 2014

Aprendendo sobre os surdos 4 - O que é a surdez e como ela se manifesta?

1. Durante muito tempo as pessoas achavam erroneamente que a surdez era uma doença e que a pessoa surda seria uma pessoa incapaz de se autogerir; algumas pessoas até mesmo pensavam que, associado a surdez (também acontece com a mudez) o surdo teria problemas mentais. Somente à partir das iniciativas de escolarizar os surdos é que esses preconceitos foram sendo quebrados.

Como parcialmente surda sofri também esses estigmas e cheguei a ser menosprezada na escola onde estudei pois alegavam que meu rendimento intelectual seria abaixo da média por causa de minha surdez e que eu jamais conseguiria alcançar os colegas de classe. Eu acredito que esse tipo de postura além de ser um grande preconceito é também uma total falta de caridade: aquela que menospreza o indivíduo sem dá-lhe a preparação necessária ou acreditar em seu potencial intelectual, apesar das diferenças.

2. Como sei se sou surdo ? Quando a pessoa sente dificuldade em entender o que o outro está falando, não consegue se comunicar plenamente. Há casos que, no início, o indivíduo desmaia ou perde o senso de direção, mas com tratamento adequado, orientação e a realização de audiometria para verificar a intensidade da surdez, o indivíduo é capaz de se autogerir e conviver plenamente com essa dificuldade.

3. Como o Ouvido Funciona - Fonte
 O ouvido capta vibrações do ar (sons) e as transforma em impulsos nervosos 
que o cérebro "ouve". O ouvido externo é composto pelo pavilhão e pelo canal 
auditivo. A entrada do canal auditivo é coberta de pêlos e cera, que ajudam a 
mantê-lo limpo. 
O canal auditivo leva o som a uma membrana circular e flexível, chamada 
tímpano, que vibra ao receber ondas sonoras. Esta, por sua vez, faz vibrar, no 
ouvido médio, três ossículos, que ampliam e intensificam as vibrações, 
conduzindo-as ao ouvido interno. 

O ouvido interno é formado por um complexo sistema de canais contendo 
líquido aquoso. Vibrações do ouvido médio fazem com que esse líquido se 
mova e as extremidades dos nervos sensitivos convertem esse movimento em 
sinais elétricos, que são enviados ao cérebro, através do nervo da audição 
(nervo auditivo). 

O modo como os sinais elétricos são interpretados pelo cérebro ainda não 
está claramente entendido. 

Conceito e Classificação da Deficiência Auditiva 
 Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. 

Pelo menos uma em cada mil crianças nasce profundamente surda. Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo da vida, por causa de acidentes ou doenças.  Existem dois tipos principais de problemas auditivos. 

O primeiro afeta o ouvido externo ou médio e provoca dificuldades auditivas "condutivas" (também denominadas de "transmissão"), normalmente tratáveis e curáveis. O outro tipo envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo. Chama-se surdez neurossensorial. 

 A deficiência auditiva pode ser classificada como deficiência de transmissão, quando o problema se localiza no ouvido externo ou médio (nesse caso, o prognóstico costuma ser excelente); mista, quando o problema se localiza no ouvido médio e interno, e sensorioneural (neurossensorial), quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo. Infelizmente, esse tipo de surdez em geral é irreversível. 

A surdez condutiva faz perder o volume sonoro: é como tentar entender alguém que fala muito baixo ou está muito longe. A surdez neurossensorial corta o volume sonoro e também distorce os sons. Essa interpretação descoordenada de sons é um sintoma típico de doenças do 
ouvido interno. 


Profª Semíramis F. Alencar Moreira, para curso de especialização em Atendimento Educacional Especial para Surdos - Universidade Federal de Uberlândia - UFU-MG

Aprendendo Sobre os surdos 3 - o AEE

O AEE - O Atendimento Educacional Especializado

Para quem se destina o AEE e quais são as tarefas do professor ou da professora que trabalhará a partir da concepção do AEE?
O AEE se destinará tanto ao atendimento aos indivíduos surdos quanto na mediação entre surdos e ouvintes, atendendo de forma suplementar ou complementar , conforme as necessidades dos indivíduos no ambiente escolar.

Que noção de inclusão está presente no AEE?
o AEE deve identificar, elaborar, produzir, organizar, executar, acompanhar e avaliar os alunos tanto surdos quanto ouvintes , pois devem servir de mediadores dessa comunicação. Além disso o professor encarregado dessa função deverá elaborar e executar o plano de AEE, prevendo os efeitos de um planejamento prévio e estrututrado.
O profissional de AEE deve ter em vista a identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, definindo os recursos pedagógicos e de acessibilidade que são necessários.

Semíramis F. Alencar Moreira, para curso de especialização em Atendimento Educacional Especial para Surdos - Universidade Federal de Uberlândia - UFU-MG

14 de jul. de 2014

Aprendendo sobre os surdos 2

  • A educação das pessoas surdas é um desafio constante pois os surdos não tem profissionais de educação em todos os segmentos capacitados para atuar em seu atendimento. O pouco ou nenhum conhecimento dos profissionais de educação de práticas e métodos de comunicação e educação para surdos também é uma constante. Há pessoas que, erroneamente, ainda insistem em achar que ser surdo ou mudo também é ser portador de deficiência intelectual.
  • Essas questões sobre a educação dos surdos sequer eram debatidas porque essa modalidade de educação sempre foi tratada com soluções paliativas e sem a preocupação com o foco de se ampliar as políticas. A Libras nasceu à partir da comunicação entre os próprios surdos, uma vez que seu uso era proibido dentro das instituições de ensino. A comunicação era feita através da oralidade e da leitura labial sendo esses os únicos meios de educar os surdos, até a LDB sancionar a lei que regulamente e reconhece o uso de Libras nas instituições de ensino.
  • No início, os surdos mais pobres ficavam às margem da sociedade. 
  • Os que possuíam melhores recursos se escolarizavam em casa com suas famílias ou em institutos próprios para se sociabilizarem os quais, muitas vezes , não tem condições de oferecer uma educação de qualidade, capaz de fazer com que os alunos surdos tenham igualdade de condições com os alunos que não tem nenhum necessidade especial.
  • Semíramis F. Alencar Moreira, para curso de especialização em Atendimento Educacional Especial para Surdos - Universidade Federal de Uberlândia - UFU-MG

Aprendendo sobre os surdos - 1

Resumo-histórico sobre o INES 
O Ines- Instituto Nacional de Surdos - foi criado em meados do século XIX, por iniciativa do francês surdo E. Huet, através de uma proposta ao imperador D. Pedro II. Ele também apresenta sua experiência como diretor do o Instituto dos Surdos-Mudos de Bourges, uma instituição francesa de ensino. 
Tal iniciativa de E. Huet se deu graças ao norte-americano Thomas Hopkins Gallaudet (1781-1851)que realizou estudos no Instituto Nacional dos Surdos de Paris. Ao concluí-los, convidou o ex-aluno dessa instituição, Laurent Clérc, surdo, professor, para fundar o que seria a primeira escola para surdos na América, ou seja, essa ideia era uma tendência na Europa.
Dessa forma, o projeto de E. Huet foi aprovado e o imperador convocou o Marques de Abrantes para acompanhar o processo de criação do INES, que começou a funcionar em meados de 1856.
À partir do artigo 7º do decreto nº. 6.892 de 19 de março de 1908, a educação dos surdos passa a ser de obrigação do Estado, através do 1890/1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos.
 Em quase dois séculos de existência, o Instituto respondeu pelas seguintes denominações: 1856/1857 – Collégio Nacional para Surdos-Mudos 1857/1858 – Instituto Imperial para Surdos-Mudos 1858/1865 – Imperial Instituto para Surdos-Mudos 1865/1874 – Imperial Instituto dos Surdos-Mudos 1874/1890 – Instituto dos Surdos-Mudos 1890/1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos 1957/atual – Instituto Nacional de Educação de Surdos
Por ser uma das únicas instituições desse tipo no país e nos países vizinhos, durante muito tempo o INES recebeu alunos de diversos estados brasileiros, bem como do exterior.
No Instituto era disseminado o uso da língua de sinais francesa, por influência de Huet, essa foi espalhada por todo Brasil pelos alunos que regressavam aos seus Estados quando o curso terminava. Em  1875, um ex-aluno do Instituto, Flausino José da Gama, desenha o livro "Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos" com cópias distribuídas para várias localidades do Brasil, era uma forma de divulgar e tornar popular o meio pelo qual os surdos se comunicavam. Nas décadas iniciais do século XX, o Instituto oferecia além da instrução clássica, o ensino profissionalizante. O término do ensino no INES estaria associado a conclusão de um curso profissionalizante, dentre os quais, oferecidos segundo a vocação de cada aluno, seriam as oficinas de sapataria, alfaiataria, gráfica, marcenaria e também artes plásticas, além de bordado para as meninas em regime de externato.
No entanto, as questões de educação para os surdos sempre foram muito complexas e repletas de controvérsias, uma vez que no congresso de Milão em 1880, considerou que a linguagem oralizada era a melhor forma para se educar os alunos surdos. Tal iniciativa foi adotada em algumas instituições posteriores no país e ao mesmo tempo muito criticada por professores e alunos que reconheciam a importância e a legimitidade da comunicação sinalizada. Esse descontentamento gerou, na década de 80 do século XX, uma necessidade de se discutir sobre os novos rumos da educação para surdos, através de estudiosos do tema, pesquisadores, linguistas, educadores e sociológos que conferiram status de língua à comunicação gestual, com o movimento pela oficialização da Lingua Brasileira de Sinais -  LIBRAS, a qual o projeto de lei da Senadora Benedita da Silva, em 1993, deu início a uma longa batalha de legalização e regulamentação da LIBRAS, em âmbito federal.
O INES - Instituto Nacional de Educação dos Surdos é o único em âmbito federal, o qual promove discussões, debates, publicações, seminários, pesquisas e assessorias em todo o Brasil.
O INES conta também com um grande acervo multimedia, de material didático-pedagógico, fonoaudiológico e vídeos em linguagem de sinais.
Oferece atualmente o
Colégio de Aplicação,
Educação Precoce (de zero a três anos),
Ensino Fundamental e Médio,
Ensino Superior através do Curso Bilíngue de Pedagogia, experiência pioneira na América Latina. 
O Site do INES tem uma interface inteligente que facilita bastante a navegação por qualquer pessoa, sendo ela surda ou não. O site também oferece informações precisas sobre comportamento, eventos, cursos e políticas públicas tanto voltadas para o público surdo, tanto para os profissionais que atuam ou que desejem atuar em prol dos surdos, pois o site oferece cursos de libras e extensões, fóruns de discussão e formação e Capacitação de RH. 
O que mais me chamou a atenção no site do INES foi o Dicionário de LIbras, a TV INES e a divisão de estudos e pesquisas. É muito gratificante ver como tem pessoas engajadas em oferecer uma melhoria na qualidade de comunicação e de  educação aos surdos em nosso país.


Profª Semíramis F. Alencar Moreira, para curso de especialização em Atendimento Educacional Especial para Surdos - Universidade Federal de Uberlândia - UFU-MG

12 de jul. de 2014

Compartilhe esse direito - Cadeiras de Rodas Motorizadas distribuídas pelo SUS

Compartilho com vocês mais uma dica de serviço da Marita.  Dica 14 – Cadeiras de rodas motorizadas distribuídas pelo SUS  Pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida têm direito a receber cadeira de rodas motorizada distribuída pelo Sistema Único de Saúde. Dirija-se a um posto de saúde mais próximo de sua residência (ou a um outro médico vinculado ao SUS) e peça a prescrição da cadeira. Com esse documento em mãos, procure a assistente social da unidade de saúde e peça o encaminhamento para a avaliação final, que será realizada por uma equipe multidisciplinar. É importante lembrar que para a doação das cadeiras são avaliados diversos critérios (físico, cognitivo, ambiental, entre outros) e cada caso é único.  Mais informações: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/119535-1272.html  #dicasmarita  Descrição da imagem para cego ver: Marita é uma boneca cartoon da Mara Gabrilli. Ela tem olhos grandes verdes, nariz delicado, sorriso feliz, cabelo castanho claro e em sua orelha um brinco vermelho. Veste um vestido azul marinho e botas marrom. Sua cadeira de rodas é vermelha, preto e prata. Ao fundo, céu azul com um avião passando, uma cidade ilustrada com prédios, carros, árvores e casas.
Compartilho com vocês mais uma dica de serviço da Marita.
Dica 14 – Cadeiras de rodas motorizadas distribuídas pelo SUS
Pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida têm direito a receber cadeira de rodas motorizada distribuída pelo Sistema Único de Saúde. Dirija-se a um posto de saúde mais próximo de sua residência (ou a um outro médico vinculado ao SUS) e peça a prescrição da cadeira. Com esse documento em mãos, procure a assistente social da unidade de saúde e peça o encaminhamento para a avaliação final, que será realizada por uma equipe multidisciplinar. É importante lembrar que para a doação das cadeiras são avaliados diversos critérios (físico, cognitivo, ambiental, entre outros) e cada caso é único.
Descrição da imagem para cego ver: Marita é uma boneca cartoon da Mara Gabrilli. Ela tem olhos grandes verdes, nariz delicado, sorriso feliz, cabelo castanho claro e em sua orelha um brinco vermelho. Veste um vestido azul marinho e botas marrom. Sua cadeira de rodas é vermelha, preto e prata. Ao fundo, céu azul com um avião passando, uma cidade ilustrada com prédios, carros, árvores e casas.

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