12 de set. de 2012

II Jornada EaD: o futuro da arte


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21 de ago. de 2012

Índios homenageiam Darcy Ribeiro em cerimônia no Alto Xingu

 Um de nossos heróis mais contundentes e brilhantes, que lutou pela causa indígena e pela educação pública e de qualidade em nosso país se chama Darcy Ribeiro. Esse homem que passou sua vida lutando pelas causas sociais e indigenistas no Brasil, recebeu nos dias 18 e 19/08 uma justa homenagem dos índios Yawalapíti, no Alto Xingu (Mato Grosso) na tradicional cerimônia do Kuarup, uma festa de despedida e honra aos seus entes que desencarnaram.

Edição do dia 21/08/2012

Índios homenageiam Darcy Ribeiro em 



cerimônia no 







Alto Xingu

Darcy Ribeiro dedicou parte da vida a defender os povos indígenas. Agora, foi homenageado em um dos rituais mais importantes entre as aldeias do Alto Xingu. Parentes e amigos participaram da cerimônia.

André Curvello e Alex CarvalhoParque Indígena do Xingu, MT
Um homem que dedicou parte da vida a defender os povos indígenas foi homenageado em um dos rituais mais importantes entre as aldeias do Alto Xingu. Parentes e amigos do antropólogo Darcy Ribeiro participaram da cerimônia, realizada pelos índios.
Essa história começa quando o Sol ainda era gente. Depois que a mãe morreu, o Sol fez um ritual e a cerimônia passou a se chamar Kuarup. É uma das mais belas histórias dos povos que habitam o Parque Indígena do Xingu. Um lugar do Brasil Central onde o Cerrado e a Floresta Amazônica se encontram.
Nosso voo tem como destino o Alto Xingu, no estado de Mato Grosso. De cima vemos um clarão, um círculo de terra. É a aldeia dos índios Yawalapíti. Um povo que se alimenta principalmente de peixe, do biju - que vem da mandioca - e também de muitas tradições.
O Kuarup é uma delas. Principal cerimônia entre as aldeias do Alto Xingu, é feito só para aqueles que os índios consideram muito importantes. É o momento de se despedir dos mortos.
Acompanhamos os últimos dias do ritual, que dura 10 meses. Dessa vez, são três homenageados. Dois líderes indígenas e um homem branco: Darcy Ribeiro.
Escritor, educador, político, idealizador e reitor da Universidade de Brasília, etnólogo. Darcy Ribeiro teve muitas vidas em uma só. Mas foi como antropólogo e com os índios que ele mais se realizou e mais se encantou.
"É a consagração do trabalho do professor Darcy. Eu acho que a maior homenagem que um homem público, um intelectual que dedicou grande parte de sua vida em defesa dos povos indígenas é receber essa homenagem", conta Paulo Ribeiro, presidente da Fundação Darcy Ribeiro.
As flautas sagradas, os chocalhos e os cantos evocam as almas. Uma fila se forma. Para os povos que vivem no parque do Xingu, os espíritos dos mortos vão incorporar nesses troncos, cuidadosamente preparados.
Paulo Ribeiro, sobrinho de Darcy, é arranhado: é o processo de purificação. Em um dos momentos mais importantes, mais emocionantes da cerimônia, a família e os amigos de Darcy Ribeiro choram diante do tronco que o representa. É hora de secar a tristeza através do choro.
A noite chega. Os povos visitantes, todos do Alto Xingu, se juntam aos Yawalapíti. Agora são oito etnias diferentes, mais de 1,5 mil pessoas. A tristeza dá lugar à rivalidade. Começa a luta, que exige força, habilidade e respeito.
"Isso é muito valorizado no Parque Indígena do Xingu. Então, isso é a nossa tradição, que a gente não vai deixar nunca acabar", conta Jair, índio Kuikuro.
Os Yawalapíti saem como os grandes vencedores. E pensar que esse povo quase desapareceu. No fim da década de 50, eram apenas 12 índios.
Preocupado com o possível desaparecimento dos povos indígenas do Centro-Oeste no começo dos anos 50, Darcy Ribeiro foi conversar com Getúlio Vargas. Para tentar convencer o então presidente, falou que a natureza brasileira estava ameaçada, porque os fazendeiros estavam destruindo a mata para criar pastagens. E que a única maneira de preservar esse pedaço do Brasil seria entregá-lo aos indígenas, que - desde sempre - souberam viver harmonicamente com a terra. Getúlio concordou e começou o processo de criação do Parque do Xingu.
"Darcy é o primeiro que se preocupou com nossa terra. A gente tem que manter isso aqui. Porque essa cultura é muito importante. A gente não pode esquecer essa cultura", afirma o Cacique Aritana, índio Yawalapíti.
Kamukaiaka já tentou a vida na cidade. Foi jogar futebol em Brasília. Mas a saudade apertou e ele voltou para casa. Hoje desenha a história dos Yawalapiti. Começa no tempo em que o Sol ainda era gente.

3 de ago. de 2012

Pais que nunca estão lá - Isabel Clemente

 
 
 
 

Fazia uma prospecção de mercado para decidir o que fazer com cinco dias de férias em julho com as crianças. Meu informante telefônico, com quem travei enorme empatia, passava-me dados sobre um famoso resort na Bahia. Liguei de curiosa, porque desisti da cara empreitada. Mas voltemos à conversa. Ele já sabia que tratava com um casal com duas meninas pequenas.

- Temos muitas atividades para as crianças…digo, para a mais velha, então, a senhora só precisa vê-la à noite.

- Não, eu preciso vê-la o dia todo. Ela é muito bonitinha.

Ele riu. Eu também.

- Que horror, não é, isso, mas tem muita gente que está preocupado com as atividades para as crianças, a senhora sabe, ter o que fazer o dia todo.

- Sei. Mas não queremos nada disso. Preciso aproveitar enquanto elas querem minha companhia.

- Para a pequena, se precisar, indicamos babás. Elas só não dão comida e banho.

- Rapaz, vou  te falar uma coisa, eu já abro mão de dar banho nela quase todos os dias entre segunda e sexta. Eu só faço a reserva no hotel se puder dar banho nas minhas filhas.

Rimos os dois.

Vamos por partes. Brincadeiras compõem o universo infantil e são especialmente bem-vindas nas férias. Chegará o dia em que elas passarão correndo por nós, gritando atrás de outras crianças e pedindo urgente, na velocidade da luz, um batom para a gincana, enquanto eu pergunto ao meu marido se entreguei a necessaire inteira para alguma das nossas filhas ou outra criança por engano. Mas minhas filhas são pequenas. E crianças pequenas querem atenção e colo dos pais.

Já me perguntaram por que eu vivia cansada quando Carol acordava duas, três, cinco vezes durante a noite. "Você não tem babá?"

Tenho, mas nunca dormiu no quarto delas, por vários motivos. Nenhum passa pelo demérito da profissional em quem confio e a quem sou muito grata por cuidar tão bem das minhas filhas enquanto estamos fora (só para esclarecer: sou grata mas pago salário, ok? Não aguento mal-entendidos).

É que no aconchego da noite, perguntas aparecem, histórias e confissões surgem, e eu quero estar lá para ouvir e responder. No escuro do quarto, a criança em eterna batalha contra o sono pede carinho. Quero estar lá para fazer. Na madrugada, pesadelos e sonhos tomam formas. E eu quero estar lá para espantar monstros e confortá-las. Um gemido interrompendo o sono pode indicar febre. Somos nós quem vamos checar.  Porque quando ela chama "mamãe-nhê, ou papai-iê" é mamãe ou papai quem vai aparecer.

Além do mais, sigo a cartilha de que a babá precisa descansar porque qualquer pessoa cansada perde a paciência com mais facilidade. Mas cada família é livre e soberana para avaliar do que realmente precisa. Há pais e mães que precisam de babás que durmam no quarto. É fato da vida.

Talvez, e digo isso com toda a sinceridade, não haja nenhum mal, nem no hábito de deixar crianças e babás no mesmo quarto, nem na criança terceirizada. Porque sempre haverá histórias daquela criança que cresceu sob cuidados alheios, foi para o colégio interno, fez intercâmbio, e se acostumou a ver os pais muito pouco, desde tenra infância. Mas tornou-se um adulto ajustado, um filho amoroso, um cidadão exemplar e um ótimo pai. Tudo é possível. No cenário descrito há pouco, a única impossibilidade para os pais é construir a memória deste amor.

É disso que não abro mão.

Tem algo muito errado quando os pais não passam um minuto a sós com seus filhos. Saem da maternidade com enfermeira contratada, passam para babás que trabalham 24 horas substituídas por folguistas de fim de semana e feriados, chamadas para brincar, alimentar e dar banho.  Acostumaram-se a delegar. Não precisam ir a festar infantis. Mandam seus assessores domésticos para o "dia da família" na escola. Orgulham-se de nunca ter perdido uma hora de sono, nem quando os filhos estavam doentes. São pais, mas nunca estão lá.

Depois da festa, voltamos exaustos. Crianças pra lá de Marrakesh, dez da noite. Troca uma, limpa outra como pode, faz mamadeira, escova os dentinhos na boca quase fechada, traz o travesseiro e cobertor, apaga a luz baixa, põe no berço e na cama, sai de fininho. Carol, bêbada de leite, chama. Como mamanhê estava ocupada, o pai apareceu ao do lado do berço, sem camisa. A criança deitada no berço entreabre os olhinhos. O pai pergunta "que foi, Carol?"

"Papai…cê tá pelado?"

"Não, Carol, to sem camisa"

"Ah (silêncio). Papai-i…bota a camisa"

"Tá, minha filha, e você dorme"

"Tá bom, papai"

"Eu te amo"

"E-te-amu muuuuito mais"

A outra filha, que devia estar dormindo, riu.

Quando você ouve uma criança de um ano e nove meses improvisando uma conversa, repetindo frases do filme Enrolados, e ainda pega a mais velha rindo da cena, você lembra que é preciso estar lá e zelar pela memória deste amor.

Isabel Clemente é editora de ÉPOCA no Rio de Janeiro.

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