27 de fev. de 2014

CRIAÇÃO COLABORATIVA (ONLINE) DE REA COM DESIGN LIVRE

CRIAÇÃO COLABORATIVA (ONLINE) DE REA COM DESIGN LIVRE
A ideia de REA está fortemente vinculada à um sentido social de colaboração à uma comunidade. Geralmente, sua contribuição fica na DISTRIBUIÇÃO de arquivos de forma aberta, permitindo uso, distribuição e reuso (remix). Entretanto, REA também podem ser colaborativos na sua CRIAÇÃO, seja de novos REA ou de remix (versões derivadas de outras).
Criar e projetar REA com outras pessoas, de forma online e a distância é diferente de fazê-lo presencialmente. Algumas das dificuldades: como se comunicar rapidamente? Tomar decisões? Coordenar tarefas? Ver o trabalho dos outros e trocar arquivos? Não misturar versões e não se perder no meio do processo?
Algumas ferramentas podem ajudar, como Dropbox (para troca de arquivos), Google Drive (para troca de arquivos e edição online de textos, imagens, etc), Facebook ou mesmo blogs (como o Blogger). Porém, estas são ferramentas proprietárias e fechadas. Se um grupo de pessoas quer utilizar ferramentas abertas e livres para produzir Recursos Educacionais Abertos, uma saída é utilizar ferramentas como Wikis, edição simultânea de textos do EtherPadhttps://etherpad.mozilla.org/ e ferramentas de blog e redes sociais como o Wordpress, Drupal ou Moodle.
O Corais www.corais.org é uma plataforma para realizar projetos colaborativos, que une em um só lugar ferramentas software livre como o EtherPad, chat, banco de imagens, arquivo, blog, Wiki, gerenciamento de tarefas, etc,
Pelo Corais é possível que várias pessoas trabalhem em projetos de REA (e também em outros, que não são de REA) de forma online, colaborativa e a distância. Esta plataforma trabalha com a ideia de DESIGN LIVRE, http://designlivre.org/category/definicoes/ um processo colaborativo orientado à inovação aberta, que acredita que pessoas com as mais diferentes habilidades, cada uma com seu conhecimetno, podem todas participar da elaboração de coisas digitais.
Livro sobre o que é o Design Livre: http://designlivre.org/download/
Vídeo explicando o que é a plataforma de projetos colaborativos:http://vimeo.com/42226869
Rodrigo Freese Gonzatto

26 de fev. de 2014

COMO ESTIMULAR A PRODUÇÃO DE REA (em minha escola, grupo ou universidade?)

COMO ESTIMULAR A PRODUÇÃO DE REA (em minha escola, grupo ou universidade?)
Existem diversas maneiras de realizar isso, e tudo vai depender do contexto educacional em que você se encontra. Algumas estratégias: usar REA de modo extensivo para que seus benefícios sejam aproveitados e sentidos por tod@s; realizar um esforço de incentivo à distribuição on-line de materiais licenciados de modo aberto, por professores, professoras, alunos e alunas (e os seus, é claro!); realização de concursos e eventos que estimulem a produção de REA e o debate sobre o tema; organização de grupos de pesquisa e grupos de trabalho em torno de Educação Aberta; criação de repositórios de Acesso Aberto para gerenciamento e acesso dos REA.

Rodrigo Freese Gonzatto

CULTURA LIVRE, COPYLEFT E CONTEÚDO LIVRE

CULTURA LIVRE, COPYLEFT E CONTEÚDO LIVRE
O licenciamento é fundamental para que um Recurso Educacional seja um Recurso Educacional Aberto. Seguem 3 propostas:
Conceito de COPYLEFT da GPL da Free Software Foundation's GNU Project: é um tipo de copyright que subverte alguns dos princípios do copyright, permitindo liberdades. São programas e outros tipos de mateirais livres para uso e remix, cujos trabalhos derivados também devem ser livres. Assim, algo que for disponibilizado de forma livre, continuará sendo livre e aqueles que produzirem a partir desse primeiro trabalho, continuarão colaborando.
https://www.gnu.org/copyleft/
Conceito de CONTEÚDO LIVRE (free content) da Wikimedia Commons: se refere a imagens e arquivos de mídia que não estão sujeitos a restrições de copyright. Um conteúdo é Conteúdo Livre se podem ser usados por qualquer pessoa, a qualquer tempo e para qualquer propósito.
https://commons.wikimedia.org/wiki/Commons:Licensing
Conceito de CULTURA LIVRE (free culture) da Creative Commons: são as licenças que permitam outras pessoas usarem, distribuírem e adaptarem materiais para qualquer propósito, mesmo comercialmente, apenas sob a condição de atribuir a autoria original e/ou de licenciar trabalhos derivados sob a mesma licença. Busca balancear os dois extremos: os trabalhos protegidos por diretos autorais e os trabalhos em domínio público, oferecendo possibilidades de condições de uso dos trabalhos
https://creativecommons.org/freeworks
Rodrigo Freese Gonzatto

25 de fev. de 2014

DOIS PRINCÍPIOS PARA CRIAR REA

DOIS PRINCÍPIOS PARA CRIAR REA
De forma resumida, pode-se dizer que "o conceito de REA tem foco em dois princípios: [1] licenças de uso legal de recursos didáticos e [2] abertura técnica e tecnológica no sentido de favorecer formatos que sejam fáceis para abrir ou fazer adaptações." *
Mas como isso é feito, na prática?
1) Licenciando o material que você produz com licenças abertas, não-Restritivas e/ou de cultura livre, tais como as licenças que são possíveis de criar por meio do Creative Commons. Assim, você diz para as outras pessoas o que elas podem fazer com o seu material. Escolha um material que você tenha criado e coloque junto a ele o crédito de autoria (seu nome e forma de contato) e o selo de licença que você pode criar pelo site do Creative Commons:https://creativecommons.org/choose/?lang=pt
2) Abertura técnica + facilidade de uso significa criar seus recursos em softwares ou programas que outras pessoas possam ter acesso, para poder abrir, usar e remixar os REA. Do contrário, a licença do seu REA será livre, mas poucos poderão usufrir do material (pois terão que pagar para conseguir os softwares ou suas atualizações no futuro). Dê preferência aos softwares livres, como os dos exemplos sugeridos nestas listas:
- diversos:https://sites.google.com/site/victorwestmann/softwareslivres
- para edição gráfica: http://estudiolivre.org/tiki-index.php?page=Softwares%20de%20Gr%C3%A1fico&bl
- para edição de texto, planilhas, slides, ilustrações, etc: http://pt-br.libreoffice.org/libreoffice/
Tem outras sugestões? Conte para nós nos comentários!
__
* Trecho adaptado de PICONEZ, NAKASHIMA e FILHO, 2013. In. Recursos Educacionais Abertos & Redes Sociais, disponível emhttp://libeprints.open.ac.uk/39236/1/OER-completo-final-05-07.pdf#page=280)
Rodrigo Freese Gonzatto

REA - O que são e como licenciá-los (Vídeo)

Vídeo bacana que explica o que são REA [em português de portugal!]: 
Rodrigo Freese Gonzatto

24 de fev. de 2014

O QUE É EDUCAÇÃO ABERTA?

O QUE É EDUCAÇÃO ABERTA?
"Educação Aberta é um movimento emergente de educação que combina a tradição de partilha de boas ideias com colegas educadores e da cultura da Internet, marcada pela colaboração e interatividade. Esta metodologia de educação é construída sobre a premissa de que todos devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir os recursos educacionais, sem restrições." (Trecho adaptado de REA.NET.BR)
Para que essas liberdades possam existem, os recursos educacionais devem possuir certas características de produção, licenciamento e distribuição ser abertos, tais como as que encontramos nos REA (Recursos Educacionais Abertos).
Entretanto, a "Educação Aberta não está limitada apenas a REA. Também se baseia em tecnologias abertas que facilitam a aprendizagem colaborativa e flexível e na partilha de práticas de ensino que capacitam educadores permitindo que esses se beneficiem das melhores idéias de seus colegas." (Trecho adaptado de REA.NET.BR)


23 de fev. de 2014

Recursos Educacionais Abertos e Design Livre em EaD



O QUE SÃO REA?
O termo REA é uma maneira de se referir aos Recursos Educacionais Abertos, que são "materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, fixados em qualquer suporte ou mídia, que estejam sob domínio público ou licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros." (trecho de REA.NET.BR)

21 de fev. de 2014

Prouni completa 10 anos: veja os avanços e as críticas ao programa


Prouni completa 10 anos: veja os avanços e as críticas ao programa

O programa tem o objetivo de ampliar o ingresso no ensino superior, contribuindo no acesso de estudantes de baixa renda às instituições privadas



Foto: Reprodução

No ano em que completa 10 anos de criação, o Programa Universidade para Todos (Prouni), do governo federal, é protagonista da campanha do Ministério da Educação (MEC) exibida na televisão. Ao lado de outras medidas que inegavelmente garantiram acesso de populações menos favorecidas ao ensino superior, como as cotas e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o programa é celebrado, mas por trás das estatísticas, há histórias de alunos nem tão realizados quanto os modelos sorridentes da propaganda em vídeo.
É o caso da estudante paulista Ana Carolina dos Santos Matos, de 19 anos, que, depois de estudar por três anos no cursinho comunitário da Rede Emancipa, conseguiu uma bolsa integral por meio do programa. O sonho de Ana sempre foi cursar medicina, mas só conseguiu a bolsa para cursar administração à noite, no Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo. “Não é o curso que gosto, mas vi como uma opção que vai me ajudar no mercado de trabalho. Mesmo no curso de administração, no começo eu poderia tentar pagar, mas com o passar dos semestres a mensalidade aumenta, surgem outros custos e ficaria inviável sem a bolsa”, conta.


Ana mora com a mãe, que trabalha como empregada doméstica, e com o irmão mais velho e conta que os R$ 400 mensais que ganha trabalhando como aprendiz não seriam suficientes para arcar com custos extras de uma faculdade de medicina, mesmo que ganhasse a bolsa integral. “Existem livros de medicina que custam R$ 200, R$ 300. Com o que ganho, mesmo com a ajuda da bolsa, eu não conseguiria pagar o custo a mais." A garota ainda sonha com uma vaga em medicina e diz que tentará novos vestibulares. Mesmo assim, comemora a possibilidade de ter chegado tão longe. "Vim de uma escola pública, e o Prouni representou uma abertura de portas, mesmo que não no curso que eu queria. Alunos da escola pública têm dificuldades sim, mas é possível passar em boas universidades. O estudo está cada vez mais próximo da gente”, afirma.
Se Ana passar para medicina, abrirá mão da vaga em administração. A história dela se repete, assim como a de bolsistas que enfrentam dificuldades para custear os gastos exigidos ao longo do curso e que vão além da mensalidade. Mas não há controle do MEC sobre as razões que levam ao abandono de bolsistas - o órgão não sabe informar o número de desistências. Na campanha da TV, o Prouni é ressaltado como o programa que "garante o diploma", quando o mais correto seria "garante o acesso", já que o caminho até a conclusão do curso apresenta obstáculos nem sempre possíveis de serem transpostos por estudantes de classes mais baixas.
O professor de sociologia e política educacional da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Alcivam Oliveira ressalta que o acesso à universidade por meio do programa não garante a permanência do aluno. “Só porque o estudante ganhou a bolsa, não significa que terá condições de estudar”. Atualmente, é oferecida a bolsa permanência para quem tem bolsa integral em um curso presencial com duração mínima de seis semestres e carga horária média igual ou superior a seis horas diárias. Um benefício que tem valor máximo equivalente ao praticado na política federal de bolsas de iniciação científica, para auxiliar nas despesas educacionais. O valor atual da bolsa é de R$ 400. “Se o aluno não mora na cidade em que ganhou a bolsa, precisar arcar com gastos de moradia e alimentação e, provavelmente, não tem esse dinheiro. A bolsa permanência ajuda, mas não é o suficiente. Esse fato aumenta a taxa de evasão. O governo poderia desenvolver um estudo para avaliar as possibilidades nesses cursos em que existem muito mais despesas além do valor do curso. Deveria haver uma política para arcar com esses valores”, opina Caldas.
Avanços e críticas
Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Sólon Caldas, o programa trouxe um grande ganho para a educação brasileira. O objetivo principal foi atingido: uma maior inserção de jovens menos favorecidos no ensino superior, que agora têm mais chances de se profissionalizar e garantir seu futuro. “No Brasil, existe uma inversão: o aluno carente, que não teria condições de pagar um ensino privado é quem paga, e o aluno que vem de uma camada mais favorecida da sociedade acaba ficando com as vagas das instituições públicas, pois teve condições de arcar com estudos nas melhores escolas privadas. O Prouni ajudou a corrigir uma parcela dessa inversão”, diz.
Mas nem todos conseguem ingressar no programa, seja pelas condições de conhecimento ou pelo cumprimento de requisitos. Uma das alterações propostas pela ABMES ao MEC, segundo Caldas, diz respeito às mudanças da realidade da renda per capita de classes como C e D no País nos últimos anos. Como as bolsas integrais só são ofertadas para alunos com renda bruta máxima de um salário mínimo e meio (R$ 1.086), Caldas acredita que esse valor acaba correspondendo a uma camada menor da sociedade do que há 10 anos. “Com vista a uma maior inclusão social, se a renda fosse aumentada para, no máximo, dois salários mínimos, uma parcela maior de jovens brasileiros poderia concorrer às bolsas integrais”, explica. Caldas informa que a alteração já foi sugerida ao MEC pela associação, e está em análise. O MEC explica que a definição da renda foi dada pelo Congresso, portanto a lei teria de ser alterada para que o critério fosse modificado.
Outra alteração que poderia aumentar o acesso ao programa é reivindicada pela ABMES há muitos anos: a de que o aluno possa concorrer às bolsas, independentemente se vier de uma instituição privada ou pública. O critério atual é de que apenas alunos vindos de escolas públicas no ensino médio ou bolsistas de escolas particulares tenham direito à bolsa. “Ao longo da formação, muitas mudanças ocorrem. O indivíduo pode ter tido condições de pagar uma instituição privada durante o ensino médio e essa condição ter mudado no momento de entrar na universidade. Ao mesmo tempo que o programa inclui, nesse critério, ele também exclui”, justifica Caldas.
Apesar das críticas, é inegável que o Prouni ampliou o acesso de estudantes ao ensino médio privado. “Foi uma parceria público-privada que deu certo, pois houve um grande empenho das instituições em aderir ao programa. O maior impacto na educação brasileira é o social, dando a oportunidade de uma vaga no ensino superior para mais estudantes”, opina Caldas.
Prouni pode ajudar em meta do PNE
A taxa líquida de matrícula do ensino superior (percentual da população de 18 a 24 anos na Educação) era de 15,9% em 2012. O Plano Nacional da Educação (PNE) 2010-2020 pretende aumentar essa taxa para 33% até 2020. Oliveira acredita que o Prouni irá ajudar a cumprir essa meta, oferecendo o acesso à educação superior a um grupo social que teria pouquíssimas chances de pagar por um curso superior. “Antes, para o estudante conseguir bolsas, precisava muitas vezes de alguma indicação. Com o Prouni, a bolsa é dada por mérito, pois analisa os resultados do Enem”, diz.
O programa
Criado em 2004 e institucionalizado pela Lei nº 11.096, em 2005, o Prouni tem como principal objetivo ampliar o ingresso de estudantes brasileiros na educação superior, contribuindo para um maior acesso de estudantes de baixa renda às instituições privadas de ensino superior. Por meio de parcerias de isenção de tributos às instituições privadas que aderirem ao programa, o governo oferta bolsas de estudo integrais e parciais para os jovens egressos do ensino médio.
Desde 2005 até o segundo semestre do ano passado, já foram ofertadas mais de 1,9 milhões de bolsas. Dentre elas, pouco mais de 1 milhão foram de bolsas integrais, para as quais só podem concorrer estudantes que possuam renda familiar bruta por pessoa de, no máximo, um salário mínimo e meio. O restante foram bolsas parciais de 50%, para estudantes com renda de até 3 salários mínimos. No primeiro semestre de 2014, o programa ofereceu 191,6 mil bolsas.
A oferta dos cursos pelas instituições é estabelecida pela Lei nº 11.096, que diz que a instituição que aderir ao programa, deve oferecer, no mínimo, uma bolsa integral para cada 10,7 estudantes regularmente pagantes e matriculados no período letivo anterior. Para oferecer uma bolsa integral a cada 22 estudantes, a instituição deve complementar com bolsas parciais cujo o valor total corresponda a 8,5% da receita anual dos períodos letivos que já têm bolsistas do programa. O requisito mínimo para ser considerada uma instituição beneficente de assistência social é oferecer no mínimo uma bolsa integral para cada 9 estudantes.
Segundo dados do ministério, no primeiro semestre de 2014, houve um aumento de 18% do número de bolsas em comparação com o mesmo período de 2013, de 162.329 em 2013 para 191.625 em 2014. Porém, de 2009 para 2010, houve uma queda no número de bolsas ofertadas de 6.370, e de 2012 para 2013, uma queda de 32.248 bolsas. O MEC atribui a queda ao fato de que o número de bolsas pode variar de um semestre para o outro, dependendo do número de pagantes das instituições e de bolsas ativas do Prouni.

História e Sociologia - Darcy e os Brasileiros do Brasil


Darcy Ribeiro e os brasileiros do Brasil



Darcy Ribeiro Foto: Fundação Darcy Ribeiro / Divulgação
Darcy Ribeiro
Foto: Fundação Darcy Ribeiro / Divulgação

  • Edição: André Roca
É norma em cada ciência social a tendência de mapear ou classificar o seu objeto de estudo em sintonia com critérios histórico-geográficos.
Os linguistas brasileiros, por exemplo, subdividem o país em dois tipos de falas, a do Norte e a do Sul; outros ainda preferem a dualidade Litoral/Sertão (que parece ter sido adotada por Euclides da Cunha).
Os geógrafos, por sua volta, assumem outro critério na sua subdivisão regional do Brasil, apresentado em cinco grandes áreas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.


Para Darcy Ribeiro, como antropólogo, o método adotado centra-se no homem que lá vive, nas suas características locais, modo de sobrevivência, cultura dotada e a religião que segue (sabe-se que, no Brasil, uma das maiores nações católicas do mundo, permite-se a pratica de uma série de outros cultos, tanto os de descendência indígena e africana como as importadas da Europa pelos imigrantes).
Os diversos brasis que surgem na sua obra são então apresentados como se segue:
DARCY RIBEIRO E OS BRASILEIROS DO BRASIL
O Brasil Crioulo
Deita raízes na região litorânea do Nordeste – do Recife à Salvador – e tem como sua célula produtiva e, por que, civilizatória o engenho açucareiro. É ele, o açúcar, que dá configuração a tudo, estendendo-se para regiões anexas, como Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. A matriz social encontra-se polarizada entre o senhor (branco) e o escravo (africano), que se mantém com minúsculas roças de mandioca e subprodutos do engenho, como a cachaça, rapadura e outros elementos utilitários e artesanais que complementam a manutenção. O senhor, que se converte uma "aristocracia local", reside na Casa Grande, o escravo, acorrentado, na Senzala. As características singulares da plantação são a extensão latifundiária do domínio; o predomínio da monocultura e a concentração da mão-de-obra. O Brasil crioulo foi o principal embrião da indústria lavoreira que surgiu mais tarde e se expandiu para outras partes do país-nação.
Esta parte, do dito "Brasil Velho”, foi local de ferozes embates entre pernambucanos e holandeses (1625-1650) pelo controle da zona açucareira, como também pelas diversas expedições de bandeirantes movidas contra o quilombo de Palmares, refúgio de escravos, dissolvido em 1696.
O Brasil Caboclo
Formado pelos habitantes da região amazônica, a "maior mancha florestal" do mundo e a menos povoada (uns 5 milhões de km²). Situam-se os caboclos às margens do rio-império e dos seus afluentes, vivendo da pesca e da caça na mata adentro.
Repousam em redes, como seus antecedentes indígenas, morando em aldeias sobre palafitas cercados pela água e pela floresta. Durante séculos, devido ao abandono da região, restaram estagnados e ausentes de qualquer participação com o restante do País.
O que lhes sacudiu a letargia foi a exploração da borracha (1879-1920), valioso produto de exportação, favorecendo a expansão de alguns centros urbanos (Manaus, Santarém etc) e atraindo para lá levas de cearenses que se tornaram seringueiros.
Na época do Império, vários levantes ocorreram no sentido de obter a autonomia. O principal deles foi o dos Cabanos (1835-1840), que terminou em enorme matança dos insurgentes.
Foram os seringueiros do Acre quem impuseram derrota militar aos bolivianos, donos do território seringalista, garantindo-o ao Brasil pelo Tratado de Petrópolis (1903).
Uma segunda impulsão atrás da borracha deu-se na Segunda Guerra Mundial, quando 20 mil cearenses – o exército da borracha – rumaram para a região dos seringais para ajudar no esforço de guerra (1944-1945). Para Darcy Ribeiro ela continua sendo "o maior desafio do Brasil".
O Brasil sertanejo
É o mundo do gado e do couro. Dele dependem para tudo. Ambos regulam a vida do sertanejo. A área em que vaquejam e tropeiam é imensa. Passada a zona florestal, tanto no Norte como no Nordeste, abrem-se planícies colossais que se estendem do agreste ao semiárido, alargando-se para o Mato Grosso e para a zona do Pantanal (mais de 1.600 mil km²). Foi desbravada pelas monções de bandeirantes e de garimpeiros que ocuparam a região com suas mangueiras para o gado e suas casas de palha.
O sertanejo é um perito em gado e sabe como se defender na caatinga, traiçoeiro mato de espinhos que o embosca e o fere a qualquer descuido. Eles estão entre os principais descobridores do interior do Brasil. Toda a região do centro-oeste foi incorporada ao território nacional em razão da expansão do gado e do vigilante sertanejo, homem ágil e destro nas lides do campo (nos dias presentes, o centro-oeste abriga 70 milhões de cabeças-de-gado). Outro braço do sertanejo voltou-se para o garimpo, para a extração das pepitas de ouro, exploradas desde o século 18. O que lhes aterroriza são as secas que matam seu sustento e espantam qualquer outra atividade. Mantém uma relação de "respeito e deferência" com o seu patrão e qualquer desacerto vê-se na obrigação de imigrar para um centro urbano qualquer.
Levantes semi-messiânicos ocorreram em diversas oportunidades, sendo que o mais retumbante foi o de Canudos (1895-1896), ocorrido no sertão da Bahia. O sertão também abrigou um tipo de banditismo próprio: o do cangaço. Modo de vida criminosa dos desgarrados até serem exterminados em 1938 com a morte do Capitão Virgulino, dito "Lampião", e de seu bando.
Mais recentemente o sertanejo teve uma nova atividade a sua frente: as enormes lavouras de soja que se espalharam por toda a região do serrado, o que proporcionou ao Brasil uma adesão ao moderno agronegócio, graças à tecnologia e labor dos habitantes daquela área.
O Brasil Caipira
Esparramados pelo planalto paulista, começando praticamente do nada, primeiro emergiram os índios abrasileirados, ditos mamelucos, em meio a um número insignificante de brancos.
O catecismo lhes fora ensinado pelos jesuítas, fundadores do Colégio de São Paulo (1554), e dali partiram para o sertão em canoas atrás do nativo reduzido pelas missões. Estas empresas de assalto e subjugação levavam consigo, ao longo do século 17, de 2 a 3 mil integrantes, armados com arcabuzes, lanças e facões.
Eram os deserdados do Brasil, apesar de terem descoberto ouro e demais coisas preciosas (entre 1690 e 1725). Encerrado este ciclo, após terem sido expulsos das minas pelos emboabas (1710), dedicando-se ao café, mudaram a sua vida e a do País. Naqueles primórdios, entre Salvador da Bahia e Buenos Aires nada havia de mais civilizado senão que São Paulo.
A Zona do Ouro e Diamante cresceu e atraiu milhares de aventureiros. O bandeirante sumiu e as vilas se estenderam de Minas (Vila Rica) até o Mato Grosso (Cuiabá).
Se desindianizando, os mamelucos se fizeram caipiras, descritos de modo caricatural por Monteiro Lobato como gente avessa ao trabalho, "piolhos da terra", atacados de verminose e desalento. Tomando o seu trago e pitando seu palheiro, viviam acocorados à margem do Brasil e do Mundo. O ouro paulista estava ainda por vir, e chegou com o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que trouxe, nos começos do século 18, o primeiro rebento (o grão de café) direto de Caiena. O ouro das minas secou, e o ouro paulista deu para florescer. Vastíssimos cafezais fizeram dos paulistas os maiores produtores mundiais de café, o que atraiu poderosa imigração européia e capitais internacionais que forjaram o Estado de São Paulo de hoje, enquanto o caipira inepto e vadio virou apenas folclore.
Brasis sulinos: gaúchos, matutos e gringos
Resultado da expansão paulista para o sul atrás de gado e tropas de mulas se formaram as estâncias gaúchas. E com elas a figura dominante do cavaleiro gaúcho, misto de branco com indígena. Criado como homem livre, dedicou-se a domesticação do gado chimarrão, amansando-o em enormes mangueiras. Sua alimentação era simples, nacos de assado digerido com erva-mate, hábito adquirido dos guaranis.
A carne passou a ser industrializada primeiramente nas charqueadas, cuja técnica veio do norte do País, o que implicou na importação da escravaria. Ocupam principalmente o planalto-central e a área fronteiriça do RS com os países platinos. Esta posição estratégica fez com que a região fosse militarizada e o gaúcho se visse convocado para a defesa da fronteira e nas guerras contra os vizinhos. Evidententemente que tal situação colaborou para o perfil autoritário dos chefes políticos do RS.
Já os matutos seriam aqueles que ocupam a faixa litorânea do sul do Paraná até as partes meridionais do RS. Habitam em aldeias de pescadores à beira-mar e dedicam-se por igual à lavoura de sustento. Descendem dos açoritas que para o Brasil vieram em diversos momentos a partir do século 18, mantendo ainda parte considerável das tradições que trouxeram das ilhas atlânticas portuguesas.
Por último, aqueles que Darcy Ribeiro denominou como integrantes da "ilha gringa", isto é, a massa de imigrantes vindos da Alemanha, Itália, Polônia, Ucrânia e Japão. Amparados tanto pela administração imperial como a republicana, em poucos anos conseguiram fazer dos seus lotes e das suas habilidades, centros de pequena e média industrialização, dando uma inclinação à região totalmente diferente do que era antes (da criação do gado à proliferação de fábricas). Numa visão geral, diz que a região sul é aquela que mais apresenta diversificação cultural.

Governo oferecerá R$ 1 bilhão em bolsas para capacitar professores


Governo oferecerá R$ 1 bilhão em bolsas para capacitar professores


  • Diogo Alcântara
    Direto de Brasília
O ministro da Educação (MEC), Aloizio Mercadante, anunciou nesta segunda-feira um pacto realizado entre o governo federal e os governos estaduais para a melhoria do ensino médio. Com orçamento de R$ 1 bilhão, o MEC vai oferecer cursos de aperfeiçoamento e oferecer como estímulo uma bolsa de R$ 200 por docente.
“É pouco. É o que podemos fazer hoje”, reconheceu o ministro, que fez um mea culpa ao dizer que “não temos mais espaço hoje para cortar uma área do MEC”. Mercadante ponderou, no entanto, que o valor representa mais de 10% do que ganham muitos professores no País.


Além da bolsa, os professores passarão por um curso de formação dividido em diferentes etapas ao longo do ano. Estão aptos a participar todos os professores de ensino médio, um universo atual de 405 mil docentes. A meta do governo é melhorar indicadores de fluxo e proficiência no ensino médio. 
Os cursos serão incluídos dentro do terço da jornada de trabalho dos professores voltadas a atividades de fora da sala de aula, como preparação de aulas e correção de provas. Para um professor que trabalhe 40 horas semanais, por exemplo, o curso deverá ocupar pelo menos três horas de sua semana de trabalho. Os professores receberão ainda tablets com material didático digital.  
Mudança na formação
O ministro Aloizio Mercadante antecipou ainda que pretende mudar os cursos de pedagogia e de licenciatura. “Queremos e vamos mexer na formação inicial dos professores”, afirmou o ministro. “Não podemos continuar formando professores sem vivência de sala de aula”. Ele não deu detalhes, no entanto, de como serão realizadas as mudanças e nem quando.

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