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1 de ago. de 2008

Ler para quê mesmo, hein?

O período de férias consiste num espaço de tempo maravilhoso para nos aprofundar em algum tema ou mesmo para pensar em algumas dúvidas que sempre tivemos e tentar saná-las. Hoje, eu estava lendo alguns e-mails da lista Blogs Educativos e veio a pergunta "Por que nossos filhos e alunos não lêem?"

Eu poderia seguir por dois caminhos: responder como professora e pedagoga ou como mãe. Vou fazer diferente, vou apontar possíveis soluções, baseadas em dificuldades próprias. Tenho dois filhos, uma de 13 anos e um de 8 anos, ambos são bons alunos. O menino apresentou pequena dificuldade para aprender à ler, mas hoje o faz muito bem, no entanto, preferem ver televisão, ouvir música, ficar horas na internet, sem, entretanto, pegar num livro para ler.

Todavia, penso que, apesar deles não lerem o bom e velho livro, seja este uma enciclopédia ou um livro de contos, me supreendo com os achados que eles fazem na internet. Acho que muitas vezes nós professores escolhemos a leitura que o nosso alunado vai ter que fazer. Eu costumo oferecer uma gama de títulos baseando-me nos assuntos que despertem maior interesse de meu aluno ou de meus filhos. Acho que essa atitude dá mais liberdade, essa palavra que nossa educação tanto fala, mas pouco aplica.

Essa história de empurrar livro nos alunos goela abaixo nunca deu certo e nem nunca vai dar. Certa vez, eu tinha 12 anos (e lá se vão 20 anos...) uma professora muito "gentil" indicou para a nossa turma de 5ª série ler, o livro era "O Menino de Asas", de Homero Homem. Minha mãe comprou o livro e eu, até então compulsiva leitora, empombei: detestei o livro desde o primeiro capítulo!!! Seria bem melhor se ela tivesse me indicado um outro livro daqueles inúmeros títulos que havia na biblioteca (como o lindíssimo "Açúcar Amargo" do mesmo autor, dado no ano seguinte). Como detestei o livro, minha prova foi um desastre e sempre que alguma professora indicava algum livro para se fazer prova de interpretação de texto, eu ficava bastante apreesiva.

Então o que fazer? não dar prova de livro? não, não vou por aí. Acho que é importante a gente incentivar os alunos a ler, porém o mais importante é se informar primeiro dos gostos da turma e apresentar títulos que os despertem a curiosidade. Por exemplo: minha filha adora astrologia, música, romances do século XIX, biografia de cantores e livros de auto-estima e esses, geralmente, são os títulos que a presenteio ou faço com ela uma "leitura amiga" cada uma lê um trecho ou um capítulo para a outra. lindo, né?

Será que não é isso que falta então? maior aproximação dos pais leitores? não sei. Eu cresci rodeada de livros e informações, meus filhos também o são, mas já conheci colegas e alunos que não tinham nenhum livro em casa, com pais analfabetos e que, no entanto, eram assíduos freqüentadores da biblioteca escolar.


Acho que a questão é saber qual o tipo de leitura que nosso aluno prefere. Meu filho adora notícias de jornal, mas não liga nem um pouquinho para os contos clássicos infantis. A gente deve se lembrar que antes da leitura da palavra, o aluno deve saber reconhecer a leitura de seu tempo e de seu mundo. Como? incentivando-o a conhecer os problemas de seu bairro, de seu mundo, através das pesquisas em jornais, revistas, periódicos e, principalmente, na Internet, esse veículo de informação e conhecimento que se bem orientado pode trazer aos futuros cidadãos base intelectual para atuar num mundo onde as relações entre as pessoas no mundo estarão cada vez mais globalizadas.

Incentivar o aluno a reescrever o que viu, o que aprendeu com aquela pesquisa, relatar o que mais o chamou a atenção podem valer bem mais do que a simples interpretação do que determinado autor quis dizer com determinada frase, parágrafo ou descrição de paisagem feita. O aluno ao lavrar o registro de algo que ele presenciou ou de suas impressões, registra também o conhecimento que ele apreendeu, ou seja, reelabora e transmite aos interlocutores fatos que podem ser reelaborados e trabalhados posteriormente, numa ação menos didática, mais prática e pasível de transformação no campo social. Educar é um ato transformador da própria realidade social. Não deveríamos fazer de conta que ensinamos!

A leitura do mundo, mais do que a leitura meramente didática, será imprescindível ao aprendizado e às relações profissionais. Afinal de contas a gente lê mesmo não é para fazer bonito na escola e sim para que façamos bonito no mundo!

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