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9 de mar. de 2017

Pais e escolas apostam em “pedagogia afetiva” para melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem



Pais e escolas apostam em “pedagogia afetiva” para melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem

A pedagogia afetiva propõe que o aprendizado aconteça por meio da relação de afeto, limites e confiança

O ano letivo iniciou há pouco mais de um mês e os pais já tiveram a oportunidade de conferir na prática se a escolha da escola que vai passar conhecimento e contribuir com o processo de construção do ser humano que se tornará seu filho, foi a correta. 

A estrutura física e, sobretudo, a metodologia e linhas pedagógicas são os principais pontos analisados pelos pais e responsáveis – principalmente na educação infantil. Em um mundo com tantos avanços tecnológicos, incorporar a inteligência emocional às estratégias de ensino tem sido uma das soluções encontradas pelas escolas.

Esta é a linha preconizada no conceito da “Pedagogia Afetiva”, em que as crianças passaram a contar com um contato humano verdadeiro e significativo no processo de ensino-aprendizagem. Isto, tendo como aliado o universo do lúdico.

A pedagogia afetiva propõe que o aprendizado aconteça por meio da relação de afeto, limites e confiança – que ressaltam aspectos da vida em sociedade ao unir cognição com a qualidade social da educação. 

“Tal qual o conteúdo é assimilado de maneira interdisciplinar, o mesmo é reforçado pela tríade escola-criança-família. Afinal, é preciso estímulo e comprometimento”, explica a psicopedagoga e diretora do Educandário Jardim das Goiabeiras, Ivete Barros Ferreira. A instituição trabalha com a “Pedagogia Afetiva”.

Conforme explica Ivete, é preciso “sentir para aprender” e, com isso, desmecanizar o ensino. “Por meio de recursos lúdicos, que atraem a atenção das crianças, o processo de aprendizagem se torna muito mais prazeroso. A criança aprende brincando e vice-versa”, disse Ivete.

Para exemplificar o método, a psicopedagoga diz que na semana em que as crianças do educandário – com idade entre 4 meses e 5 anos – estão aprendendo o número três, elas irão vivenciá-lo: “desde três pulinhos na amarelinha, três voltas no ‘brinquedão’, três cores em seu desenho, três bichinhos na fazendinha”, exemplifica.

Exercícios de práticas reais e experiências de aprendizagem também ensinam os pequenos a reconhecerem as emoções primárias, os motivos de elas ocorrerem, as reações instantâneas, como lidar com elas e o modo como o conflito entre a emoção e o meio social influenciam no processo educativo. 

Na prática

Mãe de Milo, de apenas 2 anos, a fotógrafa Maria Anffe conta que o filho andava irritado, mas que o método tem ajudado em seu desenvolvimento.

“Outras escolas simplesmente jogavam os problemas de volta pra mim e meu filho já dava sinais de gagueira. Com a “Pedagogia Afetiva”, a escola passou a me orientar na busca de soluções. Hoje, ele está mais tranquilo em sala de aula e mais independente. A metodologia influenciou até no meu relacionamento com ele, que melhorou”, comenta a fotógrafa.

A psicopedagoga explica que emoções positivas podem contribuir para a memória, a autoestima e o aprendizado das crianças. As negativas, por outro lado, prejudicam largamente. “Com o tempo, compreender e controlar as emoções consiste no amadurecimento da própria razão – um êxito para qualquer indivíduo, em qualquer idade”.

Para a comerciante Adriana Faria, esta nova visão pedagógica foi essencial para que o pequeno Rafael, 4 anos, fizesse uma transição não-traumática entre o ambiente doméstico para o escolar.

“Ele ainda não havia ido ao colégio. Mas, este clima familiar – com calor humano mais próximo – contribuiu muito. Sem contar que, aprender de forma mais alegre, fez com que ele passasse, em pouco tempo, a amar a escola. Ele está gostando de estudar. Aprende sorrindo”, pontua Faria.

28 de jan. de 2016

50 ferramentas online para professores

Não é exagero afirmar que existem centenas de aplicativos educacionais espalhados pela rede, para todos os gostos e de todas as cores, por isso é difícil tentar juntá-los todos numa lista. Sem dúvida, alguns se destacam mais que outros, por sua inovação e por sua capacidade para conseguir adeptos, e eis abaixo as estrelas dessa lista baseada nas recopilações de EduArea:
1. Dropbox: Um disco rígido virtual com vários GB gratuitos e acessível desde quase qualquer dispositivo. Porém, sem dúvida, é muito mais que isso…
2. Google Drive: A evolução de Google Docs que se soma às suas múltiplas ferramentas de criação de documentos, um considerável espaço virtual gratuito.
3. CloudMagic: Uma extensão e uma app multi dispositivo para buscar informação simultaneamente no Gmail, Twitter, Facebook, Evernote e muitos outros serviços.
4. Jumpshare: Para compartilhar documentos em segundos e permitir sua visualização online, além de seu download. Ficam disponíveis na nuvem durante duas semanas.
5. Weebly: Uma ferramenta para criar sites web que se destaca por seu agradável editor visual e seu baixo custo, começando por um bem vindo plano gratuito.
6. Issuu: Também para compartilhar documentos porém principalmente aqueles cuja importância se encontra em seu conteúdo gráfico já que sua especialidade são as opções de visualização.
7. ePubBud: Um espaço para criar ebooks e publicá-los. Também serve para buscar exemplares embora para esta tarefa existam dezenas de alternativas.
8. Infogr.am: Para criar coloridas infografias interativas, com brilhantes ferramentas para ingressar e tratar dados graficamente incluindo uma mini folha de cálculo.
9. Text2MindMap: Uma ferramenta para criar mapas mentais através de um pequeno editor de texto e um quadro interativo muito fácil de usar.
10. EdCanvas: Para criar e compartilhar as lições das classes em formato digital.
11. TubeBox : para baixar vídeos do YouTube, Vimeo, DailyMotion, etc
12. ClassDojo : Para relatórios de gestão sobre o comportamento dos alunos, bastante útil para compartilhar com os pais
13. Animoto: Para muitos a melhor ferramenta para criar vídeos online a partir de material multimídia (fotos, vídeos, texto, etc.) armazenado localmente ou simplesmente usando o disponível na rede.
14. Todaysmeet: Uma rápida opção para criar salas de chat.
15. Slideshare: A melhor opção para criar e compartilhar apresentações com slides desde um canal pessoal, permitir sua visualização e um espaço para retro alimentar-se com os comentários.
16. Voki: Para criar um avatar que fala acompanhando as lições multimídia.
17. Screen Capture by Google (Google Chrome) e Screenshot (Mozilla Firefox): Extensões para tirar capturas de tela, guardá-las e/ou compartilhá-las via redes sociais. Se preferir um aplicativo de desktop Screenpresso é altamente recomendável.
18. RecordMP3: Para gravar e compartilhar áudio em mp3.
19. Diigo: A alternativa a Delicious para a gestão e captura de links.
20. Prezi: O sustituto do sonífero Microsoft PowerPoint que leva a um novo nível as apresentações graças às suas ferramentas interativas, visualizações fascinantes, elegantes estilos, um editor realmente simples, links a conteúdo online, etc.
21. Picmonkey: Um fascinante editor de imagens online, o sustituto -literalmente- de Picnik. Conta com filtros, opções para criar colagens e muito mais funções avançadas de fácil uso.
22. Loopster: Outro muito simples editor de vídeo online.
23. PlanBoard: Para planejar eficientemente as lições.
24. Scoop.it e Paper.li: Ferramentas de fixação de conteúdos web.
25. Socrative: Os laptops, tabletas e os smartphones já tomaram conta das aulas, sendo assim, é melhor tirar un mejor proveito, neste caso, com jogos, tarefas e exposições interativas entre dispositivos.
26. Join.me: Uma ferramenta para compartilhar tela e trabalhar em equipe.
27. Zamzar: Um potente conversor de arquivos em montes de formatos de documentos, imagens, vídeos, música, ebooks, etc.
28. Poll Everywhere: Criar rápidas enquetes com votações instantâneas via Twitter, SMS e mais.
29. VoiceThread: Para gravar e compartilhar todo tipo de material multimídia em forma de apresentações, com comentários em áudio e vídeo.
30. Evernote: Simplesmente uma ferramenta de notas de outro mundo. Seus variados usos para o mundo acadêmico vão desde a gestão de lições até a coleta de conteúdo multimídia na rede mediante seu capturador web.
31. TeachersPayTeachers: Intercâmbio de lições entre colegas.
32. Gnowledge: Um espaço para criar e compartilhar provas tipo teste e exercícios tanto com estudantes como com outros maestros.
33. Udemy: Para criar cursos online mediante eficientes ferramentas de gestão de conteúdos, de promoção, de assinatura e até de colaboração e até de colaboração graças a sua imensa comunidade que trascende continentes.
34. Plagiarisma.net: Uma das muitas opções online para detectar plagio nos textos.
35. Academia.edu: A mais ampla comunidade de acadêmicos que permite um fácil contato entre pares graças às suas opções para destacar interesses, áreas de interesses e localizações. Também é um bom espaço para encontrar e compartilhar papers.
36. Blogger: Para criar um blog em poucos minutos com a ajuda da fascinante plataforma de Google, o que facilita a integração de outros serviços da companhia para a gestão multimídia.
37. TED: Milhares de conferências em vídeo, sobre centenas de áreas do conhecimento, dadas por experts de nível mundial.
38. Wolfram Alpha: Todo o conhecimento mundial por trás de uma pequena caixa de busca. Uma das muitas coisas que faz é resolver todo tipo de exercícios matemáticos, se sobressaindo, inclusive, a outras brilhantes opções.
39. TinyChat: Uma sala de videochat muito agradável a qual permite o acesso através de redes sociais, até 12 pessoas compartilhando sua webcam e o resto comentando com mensagens.
40. Google+: A rede social do Google está a anos luz de distância de seus competidores no que diz respeito a integração de serviços (Drive e YouTube os melhores) e ferramentas eficientes como seus populares Hangouts. Isso só é no geral, pois os usoas acadêmicos são bastante variados.
41. Olesur: Para criar PDF’s com problemas de matemáticas, atividades de reforço e caligrafia, e mais recursos didáticos para imprimir.
42. Pinterest: Para organizar categoricamente todo tipo de material gráfico em pequenos grupos para logo compartilhá-los via redes sociais ou simplesmente mantê-los de forma privada. Um mockup especializado para a educação é Learni.st.
43. LaTeX Lab: Um editor de LaTeX online com a tecnologia dos documentos de Google.
44. Wiggio: Uma das muitas potentes ferramentas para os trabalhos em grupo, com listas de tarefas, calendário, enquetes, perfis e várias funções de interação.
45. WordPress.org: Similar ao Blogger na facilidade para a criação de blogs ou paǵinas web sobre qualquer tema, um pouco mais limitado em questão de uso de recursos porém muito mais elegante.
46. YouTube para escolas: Uma versão especial do YouTube para educadores onde se poderá dispor de centenas de vídeos acadêmicos de sites como YouTube EDU, Stanford e TED.
47. Khan Academy: Milhares de classes, de altíssima qualidade, em vídeo sobre diferentes campos do conhecimento oferecidas por maestros de todo o mundo. Qualquer um pode colaborar com o projeto.
48. Moodle: Uma plataforma livre para a criação de cursos tipo LMS, similar a BlackBoard porém, totalmente gratuita, com mais ferramentas interativas e uma ampla comunidade por trás de seu desenvolvimento e contínuo melhoramento.
49. Canvas: Também para a gestão de cursos, totalmente online (sem instalação em servidor próprio), muito mais elegante e mais fácil de utilizar.
50. Google Calendar: Para a gestão do tempo e as tarefas, embora também seja muito útil especificamente para criar calendários (por exemplo sobre horários de atenção a estudantes ou datas de exames e trabalhos) e compartilhá-los.
Aproveite para compartilhar!
Fonte: wwwhatsnew

9 de jun. de 2014

Projeto de Recurso Educacional Aberto - Trabalhando com Blogs Colaborativos

 O REA (Recurso Educacional Aberto) é um aprofundamento educacional da Web 2.0.
Assim sendo, a Web 2.0 engloba recursos de uso e compartilhamento sociais tais como: wikis, chats, AVAs, podcasts, aplicativos diversos, blogs, sites, redes sociais, software livre, sites sociais) tudo isso com suas intenções voltadas à educação.
Os REAs nos permite repensar a educação de uma forma atualizada, a própria prática pedagógica a partir da criação, bem como do compartilhamento dessas tecnologias, tanto para ensinar quanto para nos recapacitarmos, uma vez que é uma linguagem inteiramente nova.
Entretanto, para isso seria imprescindível  o trabalho interdisciplinar e  transdisciplinar como forma de abranger diferentes disciplinas no contexto tanto da educação básica quanto no ensino superior, pois se trata de uma possibilidade didática de trabalhar diversos conteúdos de maneira flexível, dinâmica e estruturada para tornar a aprendizagem mais abrangente.
Se observarmos os exames do ENEM as questões desenvolvidas o são partindo do princípio da transdisciplinaridade, onde um tema está correlato à outro tema de outra disciplina diferente, onde em determinado ponto, se convergem, chegando até mesmo ser interdependentes.
O trabalho com blogs, por exemplo, é algo que permite uma troca de saberes muito grande uma vez que engloba diferentes programas e recursos da Web 2.0 . A troca de conhecimentos em redes abertas, como os blogs e as redes sociais, são mais propícias à participação dos alunos, uma vez que não tem aquele caráter restritivo das salas de aula usuais. Eles se tornam mais participativos, passam a não ter medo de escrever e se tornam mais interessados nos conteúdos propostos.
O blog oferece muitas possibilidades didático-pedagógicas. É um veículo integrador que permite, por sua interface simples e ao mesmo tempo arrojada "chamar a atenção" dos nossos alunos, sempre tão conectados, mas também tão dispersivos, tão desinteressados. 
Depois que a gente mergulha nesse ambiente, as trocas são cada vez mais profundas: a gente começa a fazer amizade com gente que mora do outro lado do Brasil e aprende ao ensinar e ensina ao aprender, parafraseando a inesquecível Cora Coralina! Dizem que todo blogueiro é gente boa: até hoje só conheci gente boa e sempre disposta a ajudar, aprendi muito!!

Projeto
No ano de 2011, desenvolvi um projeto de blogs colaborativos na E E Nilo Peçanha em Itamonte, MG, com as turmas de Formação de Professores em Ensino Médio (Magistério) nas disciplinas sociologia e Informática na educação. Esse projeto foi  pensado de forma que esses alunos pudessem trocar ideias e postar conhecimentos à cerca de temas tratados na sala de aula. Um trabalho que fiquei muito feliz em ter realizado, pois pude orientar pessoas que nunca tinham sequer ligado um computador na vida. 
Primeiramente, a disciplina consistia em apenas "dar noções" de informática, de uso dos softwares livres (Br-office em ambiente Linux) para alunos que estavam começando sua formação docente, sendo que muitos ali nunca tinham tido sequer contato com computadores em lan houses (vale lembrar que Itamonte é mais rural que urbana e muita gente vem da região rural para estudar na cidade).
Os blogs nos oferecem possibilidades pedagógicas incríveis porque permitem que os alunos participem da construção do conhecimento, tanto só nos comentários, perguntando, argumentando, quanto nos blogs colaborativos onde cada aluno tem um perfil e pode publicar postagens individuais, permitindo maior participação nessa reelaboração do conhecimento.
Na atividade que elaborei e apliquei, cada aluno participou com postagens no blog, expondo seus pontos de vista, suas ideias e aspirações, permitindo a outros colegas a postarem seus comentários ou mesmo fazerem postagens em réplica. 
Ensinar ultrapassa as fronteiras dos conteúdos propostos.  Utilizei o laboratório de informática da escola e elaborei esse projeto. Ao final de 1 ano e meio todos já sabiam mexer nos computadores e formatar textos, postar imagens e fazer postagens no blog mesmo abrir conta de email e participarem ativamente de redes sociais. Hoje tenho alunos dessa turma que fazem curso de pedagogia via EaD, o que me trouxe muitas alegrias. Foi muito gratificante!
Seguem os links para apreciação: 
Educando o Amanhã também serve como proposta didática. A sua proposta: um guia de referência a ser criado por professores para exporem temas relativos a aula, aprofundamentos, temas para pesquisa, divulgação de artigos.

Assim, podemos perceber a importância do blog como ferramenta educativa e colaborativa nas palavras de Levy (2003) 
 “a capacidade de trocar ideias, compartilhar informações e interesses comuns,criando comunidades  e estimulando conexões” e  ela afirma ainda:
“As únicas redes que funcionam sem mediador são as de entretenimento”. (LEVY,2007).


Nota da Semíramis (autora )
O que eu acho mais interessante é ser educadora e trabalhar com  a formação de professores, pois estamos incentivando aos jovens seguirem essa profissão tão desvalorizada e, no entanto, imprescindível para a formação da sociedade. E esse trabalho, além de requerer muito amor, requer também paciência, alegria e persistência em continuar estudando, se capacitando para oferecer sempre um diferencial. Muitas vezes, não nos compreendem: os meus amigos implicam comigo me perguntando se eu tenho vida social, porque eu vivo estudando apesar de não ter muito reconhecimento. Melhor não responder, mas agir. Ver os olhares atentos de meus alunos valem todas as noites insones que fico estudando...

Semíramis F. Alencar Moreira 
Síntese para PIGEAD- UFF - Ambientes Virtuais de Aprendizagem e Mídias na Educação



Fonte: SENRA, M.L.B. e BATISTA, H.A. Uso do Blog como ferramenta pedagógica nas aulas de Língua Portuguesa.  Disponível em:http://www.pucrs.br/famat/viali/tic_literatura/artigos/blogs/diartigos69.pdf Acesso em: 08 de Jun  2014.


1 de ago. de 2011

Vale a pena conferir - INSERÇÃO DE VALORES HUMANOS NOS CURRÍCULOS ESCOLARES


INSERÇÃO DE VALORES HUMANOS nos currículos escolares

Estamos vivendo um momento importante que pode ser o marco inicial para mudanças estruturais em nosso país, embora a médio e longo prazo.
O tempo passa, os anos se sucedem, reacendendo esperanças nos corações, mas tudo continua como antes, porque mudam-se os atores em cena, mas a mentalidade permanece a mesma já que os valores não mudaram, permeados como se encontram por desonestidade, violência, injustiça, corrupção desenfreada, falta de ética, de respeito, pelo "dar-se bem", etc., mantendo o país mergulhado nessa situação que, além de vergonhosa, gera muito sofrimento a milhões de pessoas.

Qual seria então, a solução?
Mudar a mentalidade vigente.

Isto pode ser feito começando-se a ensinar Valores Humanos, ou seja, honestidade, não violência, ética, justiça, verdade, solidariedade, afetividade, respeito, etc., às novas gerações, por serem as mais acessíveis e por poderem receber esses ensinamentos através dos professores, em sala de aula. Serão mudanças lentas, mas de forma sistemática e progressiva.

A oportunidade é agora, porque o Conselho Nacional de Educação – CNE está promovendo um louvável debate, em nível nacional, visando inserir a disciplina Direitos Humanos nos currículos escolares do ensino básico e superior.

Este é o momento, portanto, de ser pleiteada a inclusão do ensino de Valores Humanos, nesse debate.
O ensino de Direitos Humanos, mesmo sendo muito importante, não alcança a essência das necessidades educativas do ser humano. Informa, mas não forma o caráter.
Já, o aprendizado de Valores Humanos gera transformações interiores, criando alicerces mais sólidos a se refletirem nas atitudes. É recurso único para formar cidadãos que poderão vir a realizar uma sociedade mais pacífica, mais justa e mais feliz.
 O ensino de Valores Humanos em todas as escolas do país será uma ação a frutificar em médio e longo prazo, mas de forma sistemática e progressiva. Não dará mais despesas à nação, e é de fácil implementação pelas escolas, posto que já existem excelentes conteúdos, inteiramente gratuitos (via Internet) para o ensino desses valores em sala de aula.
Pensemos na importância das crianças e dos jovens estarem recebendo diuturnamente ensinamentos sobre Valores Humanos, aprendendo também a olhar o outro com um olhar de acolhimento, de paz, que são os fundamentos da não violência, e a admirar e a amar a natureza e a vida, em todas as suas expressões.
Nosso país está precisando urgentemente dessas MUDANÇAS na mentalidade vigente, se quisermos um futuro melhor para nós e para nossos descendentes.
Se concorda com o exposto, pedimos que colabore da forma como lhe for possível.
Pode fazê-lo da maneira mais simples, divulgando esta a seus contatos e enviando o texto para os jornais de sua cidade, difundindo a idéia.
Mas pode atuar de forma bem mais produtiva, levando-a a alguém que possa influir junto aos que têm poder de decisão nessa questão, ou seja: membros do Conselho Nacional de Educação (CNE), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, de Secretários Estaduais de Educação, políticos, etc..
Pode ainda levá-la a dirigentes de escolas, a secretarias de educação, etc., que poderão adotar o ensino desses valores em sala de aula, mesmo sem estarem ainda incluídos nos currículos oficiais.
Quanto maior o número de pessoas que divulguem este movimento, que falem com aqueles que podem decidir essa questão, que enviem e-mails a seus contatos... maiores serão as possibilidades de conseguirmos a inclusão do ensino de Valores Humanos nos currículos escolares.
A sua colaboração pode ser fundamental para que esta campanha possa vir a se transformar num grande movimento a desencadear um processo de mudanças estruturais em nosso país.

Atenciosamente,

Equipe do Projeto Sócio-Educativo Cinco Minutos de Valores Humanos para a Escola, disponibilizado gratuitamente pela Internet:
Tel. 85 3249-6812


6 de jul. de 2011

Resumo Crítico de Pedagogia da Autonomia

Resumo Crítico do livro 'Pedagogia da Autonomia', de Paulo Freire



Semíramis Alencar


1. Introdução
Pedagogia da autonomia do professor Paulo Freire relata propostas de práticas pedagógicas necessárias a educação como forma de proporcionar a autonomia de ser dos educandos respeitando sua cultura, seu conhecimento empírico e sua maneira de entender o mundo que o cerca.
Paulo Freire ressaltou que a temática abordada neste livro foi uma constante preocupação ao longo de sua vida como educador. Esta obra é um condensado de pensamentos defendidos em seus outros livros, que visam a integração do ser humano e a constante procura de novas técnicas que valorizarão a curiosidade ingênua e crítica, se transformando em epistemológica. Condena a rigorosidade ética a que se curva aos interesses capitalistas e neoliberalistas, que excluem do processo de socialização, os esfarrapados do mundo.
Como aspecto principal de sua abordagem pedagógica, constata que "formar" é muito mais que treinar o educando no desempenho das tarefas; Chama a atenção dos educadores formados ou em formação à responsabilidade ética, elucidando-os na arte de conduzir seres à reflexão crítica de suas realidades.
Destaca valores como simplicidade, humanitarismo, esperança e bom senso: aspectos distantes da sociedade atual, onde o capitalismo impera conduzindo as massas ao consumismo desenfreado e a alienação coletiva pelos meios de comunicação. O abandono educacional em que vivem nossas escolas, prende-nas a táticas de ensino ultrapassadas e desconexas.
Propõe uma humanização do professor enquanto mentor e guia no processo educativo-social, conscientizando os educandos de todas as camadas sociais, sobretudo as de baixa renda, das manipulações políticas que as mantêm sob seu jugo.
Esta obra se faz imprescindível à condução do corpo discente em prol de uma sociedade mais justa e de valores igualitários; na formação crítica de professores que, além de educar, estarão conscientizando e orientando os futuros cidadãos.
2. Resumo de Pedagogia da Autonomia
O interesse geral desta obra é fornecer saberes necessários a prática educativa de professores formados ou em formação, mesmo que alguns destes professores não sejam críticos ou progressistas porque são pontos aprovados pela prática, não considerando posições políticas. Cabe ao professor observar qual prática é apropriada para sua comunidade.
Os conteúdos devem ser o mais claros e assimiláveis possíveis lembrando-se do primeiro saber: ensinar não é transmitir conhecimento, nem tampouco amoldar o educando num corpo indeciso e acomodado, mas criar as possibilidades para sua produção ou construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
O educador democrático trabalha com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se aproximar dos objetos cognoscíveis. Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou do conteúdo, todavia se alonga à produção de condições em que aprender criticamente é possível, exigindo a presença de educadores e educandos criativos, investigadores e inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. Nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos e educadores vão se transformando em reais sujeitos da construção e reconstrução do saber ensinado.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. E cabe ao professor continuar pesquisando para que seu ensino seja propício ao debate e a novos questionamentos. A pesquisa se faz importante também, pois nela se cria o estímulo e o respeito à capacidade criadora do educando.
A escola e os professores precisam respeitar os saberes dos educandos e sempre que possível, trabalhar seu conhecimento empírico, sua experiência anterior. Aconselha-se a discussão sobre os problemas sociais que as comunidades carentes enfrentam e a desigualdade que as cercam.
As novas descobertas, teorias precisam ser debatidas e aceitas mesmo que parcialmente, contudo é importante que se preserve, de alguma forma, o velho, as formas tradicionais de educação. É condenada qualquer forma de discriminação, racial, política, religiosa, de classe social, pois a discriminação nega radicalmente a democracia e fere a dignidade do ser humano. Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar.
Quanto ao reconhecimento da identidade cultural, o respeito é absolutamente fundamental na prática educativa progressista. Um simples gesto do professor representa muito na vida de um aluno. O que pode ser considerado um gesto insignificante pode valer como força formadora para o desenvolvimento intelectual e acadêmico do educando. O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que a beleza de se estar no mundo é a capacidade de perceber que intervindo no mundo ele conhecerá e transformará o mundo. Portanto, ensinar exige bom senso, uma vez que, deve-se observar o quão coerente coeso os educadores estão sendo ao cobrar os conteúdos das suas disciplina. O exercício ou a educação do bom senso vai superando o que há nele de instintivo na avaliação que fazemos.
O professor que desrespeita a curiosidade do educando, seu gosto estético, sua linguagem, sua sintaxe e prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza entre outras ofensas em prol da ordem em sala de aula, transgride os princípios fundamentais éticos de nossa existência e esta transgressão jamais poderá ser vista ou entendida como virtude, mas como ruptura com a decência.
Conseqüentemente a este processo, o educando deve ser educado de forma a lutar pelos direitos dos professores, apoiando sua luta por salários mais justos e respeito por sua profissão. Os órgãos da classe deveriam priorizar o empenho da formação permanente dos quadros do magistério como tarefa altamente política e repensar a prática das greves, inventando uma nova maneira de lutar que seja mais eficaz. A luta dos professores pela dignidade de sua função, não só é democraticamente importante, bem como pode ser interpretada como uma prática ética.
Quanto às comunidades carentes, a mudança é difícil, mas é possível. Baseando-se neste saber fundamental, é que a ação político-pedagógica será programada, com alegria e esperança, respeito e conscientização. Não obviamente impondo a população expoliada e sofrida que se rebele, que se mobilize ou se organize para se defender. Trata-se de desafiar os grupos populares para que percebam a violência e a profunda injustiça que caracterizam sua situação. Desta forma, a educação se faz presente como forma de intervir no mundo.
Sendo uma especificidade humana, o ato de educar exige segurança, competência profissional, comprometimento e generosidade. O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda, nem se aprimora, não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Todavia, há professores cientificamente preparados, mas autoritários e arrogantes, ou seja, a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. A autoridade coerentemente democrática quer de si mesma, quer do educando, para a construção de um clima de real disciplina, jamais minimiza a liberdade. Está convicta de que a disciplina verdadeira não existe na estagnação, mas no alvoroço dos inquietos, na dúvida que os instiga e na esperança que os desperta.
3. Conclusão
Pedagogia da autonomia é uma obra que condensa os saberes necessários e indispensáveis à uma prática educativa coerente com os padrões éticos que regem a sociedade. Paulo Freire ao estruturar este livro levou em consideração as próprias experiências como educador em comunidades carentes.
É uma obra de cunho sociológico, pois aplica as práticas docentes e os métodos didáticos às comunidades de baixa renda. Analisa imparcialmente as questões professor-aluno, conteúdos disciplinares, vivência comunitária e o papel da família no processo pedagógico, posicionando-se de forma coesa, visando o progresso à médio prazo e pelas próprias comunidades.
Aconselha que os educadores se posicionem criticamente, questionando, orientando e incentivando aos educandos a pensar e reivindicar seus direitos, influindo na sociedade. Todavia sugere que ao assumir este compromisso, o educador o assuma com ética, amor e alegria por ensinar, porque será das crianças que educamos hoje que partirão as mudanças que renovarão a sociedade brasileira.
É com este paradigma, na visão de Paulo Freire, que o Brasil adentrou o terceiro milênio em busca de sua identidade sócio-cultural. As diretrizes e bases da lei de Darcy Ribeiro são apenas o ideário disciplinar das relações entre docentes e discentes de boa vontade: sem abordar as causas sociais do país, deste grande brasileiro chamado Paulo Freire, o país de todos nós, bem como o de Darcy Ribeiro, retardará, seu alardeado e pouco desenvolvido benefício de ser (ou estarmos), Brasil, um país de mestiços.

Publicado inicialmente em 
http://www.orecado.org/2004/02/resumo-critico-do-livro-pedagogia-da-autonomia-de-paulo-freire/ 

9 de mar. de 2010

A DIDÁTICA DE ENSINO SUPERIOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS - UMA SOCIEDADE EDUCATIVA

 
A DIDÁTICA DE ENSINO SUPERIOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS
UMA SOCIEDADE EDUCATIVA



"Você ensina melhor o que mais precisa aprender"
 (Richard Bach - Ilusões, As aventuras de um Messias indeciso)


Se forem observados os alunos do ciclo básico, é claramente percebido o desejo de cada um se tornar um hábil profissional na área pretendida, sejam elas exatas, humanas, biológicas ou tecnológicas.
Estes alunos estão tão desejosos de se libertarem das amarras impostas pela velha e defasada metodologia tradicional que, ao cursarem o terceiro ano do Ensino Médio; prestando os exames vestibulares; eles acreditam que é chegado um novo ciclo de suas vidas, onde encontrarão uma forma mais democrática de ser conduzido seu processo educativo.
Ledo engano. Ao ingressarem nos cursos de graduação, o primeiro sinal de que nada mudou ficou patente na primeira aula: As ordenanças, as pilhas de trabalhos, o calendário confuso de avaliações inúteis e a inoperância de um sistema educacional falho, que não aceita inovações.
Não faz parte das discussões da didática contemporânea à questão de se discutir a tendência da última estação ou o programa televisivo do momento, tampouco o professor deve se recusar a utilizar as estruturas didáticas tradicionais. Ou nos dizeres do educador Paulo freire:
 "É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo continua novo". (Freire, 1996:35)

Aliando os processos educativos tradicionais com as novas tecnologias, poderá ser possível uma maior interação entre educador e educando além de uma maneira atrativa de se adquirir conhecimento.
A educação pelos métodos tecnológicos pode ser uma boa estratégia para serem obtidos a participação e as respostas mais rápidas às questões relativas às aulas. Estes métodos promovem a discussão e a reformulação dos pontos de vista de maneira descontraída, uma vez que não se encontram enquadrados nas salas de aula, sob o estereótipo do professor como centro das atenções e o quadro negro como testemunha do silêncio discente.
Eis o porquê da grande aprovação dos cursos de graduação e extensão por Ensino À Distância; o aluno poderá estudar no horário em que estiver sem maiores preocupações, obviamente assumindo sua função de pesquisar e apresentar seus trabalhos acadêmicos presencialmente, num determinado período. 
Partindo do princípio de que "Educar é uma especificidade humana". (Freire, 1996:91) e de que educamos aos educandos e a nós mesmos quando o fazemos pelo diálogo; cabe aos docentes superiores de qualquer área indagar: "por que não estabelecer uma "intimidade" entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?" (Freire, 1996:30). Muitos educadores discordam da forma dialógica de ensinar, apresentando estas metodologias avessas a um Ensino Superior de qualidade, os denominando fatores de indisciplina na sala de aula.
No entanto, cabe ao docente planejar suas aulas, pautados nos objetivos, conteúdos e estratégias instrucionais; ou seja, a finalidade de sua aula, o conteúdo que será abordado e as estratégias utilizadas tanto para explicar determinada disciplina quanto para verificar o grau de interesse da turma em relação ao tema. Estes objetivos e conteúdos instrucionais culminam num processo avaliativo denominado avaliação mediadora.    
Além disso, o docente deveria se guiar pelos critérios de significação, flexibilidade, logicidade e continualidade para que suas aulas não percam o foco do conteúdo exigido pelas grades curriculares. Estes critérios deverão ser observados conjuntamente, ao serem aplicados os métodos tecnológicos em suas aulas.
Fato importante a ser observado é que não só o professor, mas também os alunos deverão conhecer os objetivos propostos para a situação de ensino-aprendizagem. Isto auxilia o grupo a respeitar as normas de conduta. 
Algumas técnicas de discussão em grupo pode ser uma complementação à aula expositiva: os grupos de debate; as fichas de resumo; os esquemas; as palavras-chave; os cartazes elaborados pelos próprios alunos em sala para uma apresentação do tema debatido e, dentre tantas outras estratégias didático-pedagógicas, o debate aberto; isso tudo com a orientação e a prévia preparação do docente para coordenar e mediar tais técnicas.
Entretanto, alguns recursos tecnológicos e eletrônicos da atualidade podem servir de grande valia para o docente superior que deseja incrementar e inovar suas aulas. A começar pelas opões de internet, como análise de reportagens e matérias de cunho jornalístico por meio de listas de discussão via e-mail e debates sobre conteúdos de sites relativos a determinado campo de atuação do educando. Estas estratégias, quando utilizadas em alguma área em especial para o educando, tornando a aprendizagem mais fácil.
Outra tática que suscita dúvidas de alguns educadores sobre sua eficácia são as salas de bate-papo ou chats em que vários alunos e professores poderão trabalhar seus conteúdos multidisciplinarmente, atendendo as metas pré-estabelecidas de seu cronograma e plano de curso para aquele período. Estas discussões via chat, se acompanhadas pelas aulas expositivas e textos de apoio poderão ser proveitosas no sentido de se criar uma síntese do conhecimento apreendido.
Destas técnicas passamos àquelas que nos são mais viáveis do ponto de vista econômico, independente da instituição de ensino superior ser pública ou privada. São os métodos audio-visuais que estão ao alcance de todos. Dentre eles, a televisão exerce grande fascínio e promove uma grande diversidade de programação educativa, em canais voltados para a aquisição do conhecimento.
Uma das técnicas mais fáceis de ser aplicadas e mais agradáveis, tanto para professores quanto para alunos seria; avisa-los sobre determinado programa que será exibido, especificando hora e dia, e pedi-los que formulem uma redação, uma análise crítica ou mesmo um resumo sobre o conteúdo exibido. Este método além de estimular a atividade escrita, é um poderoso instrumento de debates em sala de aula ou associado a outros, caso os professores desejem.
 Mas, no entanto estas técnicas e métodos de ensino são nulos quando os professores não se apresentam dispostos a encarar riscos. Um professor que não planeja suas aulas, mesmo que ela seja integralmente expositiva, não conseguirá obter como resposta a aprendizagem.
Uma didática que compreende o saber dos educandos e a prática crítica docente, que expõem questionamentos, analisa o contexto social local e põe estes para pensar e agir dentro de sua comunidade, é a didática que é necessária nos dias de hoje.
Todavia, há o desejo de alguns educadores em manter a educação nos moldes da Didactica Magna de Comenius. Encastelando-se nas torres medievais de seu prestígio, com uma palmatória na mão, fomentados no Stricto Sensu  de seu egoísmo docente, que apenas acumula títulos e conhecimentos inócuos, na velha e encardida fichinha.

1 de dez. de 2008

FABRICAMOS MAUS PROFESSORES...

http://veja.abril.com.br/261108/entrevista.shtml



Meu comentário: o que podemos esperar de uma educação que despreza o tempo de preparação dos profissionais em educação, menosprezando a prática didática em nome da enganação de jargões sociológicos e pseudo-cientistas? o que esperar de um país que aprova cursos de graduação e licenciatura em Pedagogia, à distância e em menos de 2 anos? O que podemos fazer para contornar? Uma revolução nos processos de ensino dos cursos de Pedagogia e formação de professores, extinguindo a preguiça de lecionar, principal causa do caos educacional em nosso país.
Semíramis Alencar




Arquivo copiado do site da Revista Veja Entrevista: Eunice Durham
Fábrica de maus professores

Uma das maiores especialistas em ensino superior brasileiro, a antropóloga não tem dúvida: os cursos de pedagogia perpetuam o péssimo ensino nas escolas

Monica Weinberg e Edu Lopes

"Os cursos de pedagogia desprezam a prática da sala de aula e supervalorizam teorias supostamente mais nobres. Os alunos saem de lá sem saber ensinar"

Hoje há poucos estudiosos empenhados em produzir pesquisa de bom nível sobre a universidade brasileira. Entre eles, a antropóloga Eunice Durham, 75 anos, vinte dos quais dedicados ao tema, tem o mérito de tratar do assunto com rara objetividade. Seu trabalho representa um avanço, também, porque mostra, com clareza, como as universidades têm relação direta com a má qualidade do ensino oferecido nas escolas do país. Ela diz: "Os cursos de pedagogia são incapazes de formar bons professores". Ex-secretária de política educacional do Ministério da Educação (MEC) no governo Fernando Henrique, Eunice é do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas, da Universidade de São Paulo – onde ingressou como professora há cinqüenta anos.

Sua pesquisa mostra que as faculdades de pedagogia estão na raiz do mau ensino nas escolas brasileiras. Como?
As faculdades de pedagogia formam professores incapazes de fazer o básico, entrar na sala de aula e ensinar a matéria. Mais grave ainda, muitos desses profissionais revelam limitações elementares: não conseguem escrever sem cometer erros de ortografia simples nem expor conceitos científicos de média complexidade. Chegam aos cursos de pedagogia com deficiências pedestres e saem de lá sem ter se livrado delas. Minha pesquisa aponta as causas. A primeira, sem dúvida, é a mentalidade da universidade, que supervaloriza a teoria e menospreza a prática. Segundo essa corrente acadêmica em vigor, o trabalho concreto em sala de aula é inferior a reflexões supostamente mais nobres.

Essa filosofia é assumida abertamente pelas faculdades de pedagogia?
O objetivo declarado dos cursos é ensinar os candidatos a professor a aplicar conhecimentos filosóficos, antropológicos, históricos e econômicos à educação. Pretensão alheia às necessidades reais das escolas – e absurda diante de estudantes universitários tão pouco escolarizados.


O que, exatamente, se ensina aos futuros professores?
Fiz uma análise detalhada das diretrizes oficiais para os cursos de pedagogia. Ali é possível constatar, com números, o que já se observa na prática. Entre catorze artigos, catorze parágrafos e 38 incisos, apenas dois itens se referem ao trabalho do professor em sala de aula. Esse parece um assunto secundário, menos relevante do que a ideologia atrasada que domina as faculdades de pedagogia.

Como essa ideologia se manifesta?
Por exemplo, na bibliografia adotada nesses cursos, circunscrita a autores da esquerda pedagógica. Eles confundem pensamento crítico com falar mal do governo ou do capitalismo. Não passam de manuais com uma visão simplificada, e por vezes preconceituosa, do mundo. O mesmo tom aparece nos programas dos cursos, que eu ajudo a analisar no Conselho Nacional de Educação. Perdi as contas de quantas vezes estive diante da palavra dialética, que, não há dúvida, a maioria das pessoas inclui sem saber do que se trata. Em vez de aprenderem a dar aula, os aspirantes a professor são expostos a uma coleção de jargões. Tudo precisa ser democrático, participativo, dialógico e, naturalmente, decidido em assembléia.

Quais os efeitos disso na escola?
Quando chegam às escolas para ensinar, muitos dos novatos apenas repetem esses bordões. Eles não sabem nem como começar a executar suas tarefas mais básicas. A situação se agrava com o fato de os professores, de modo geral, não admitirem o óbvio: o ensino no Brasil é ainda tão ruim, em parte, porque eles próprios não estão preparados para desempenhar a função.

Por que os professores são tão pouco autocríticos?
Eles são corporativistas ao extremo. Podem até estar cientes do baixo nível do ensino no país, mas costumam atribuir o fiasco a fatores externos, como o fato de o governo não lhes prover a formação necessária e de eles ganharem pouco. É um cenário preocupante. Os professores se eximem da culpa pelo mau ensino – e, conseqüentemente, da responsabilidade. Nos sindicatos, todo esse corporativismo se exacerba.

Como os sindicatos prejudicam a sala de aula?
Está suficientemente claro que a ação fundamental desses movimentos é garantir direitos corporativos, e não o bom ensino. Entenda-se por isso: lutar por greves, aumentos de salário e faltas ao trabalho sem nenhuma espécie de punição. O absenteísmo dos professores é, afinal, uma das pragas da escola pública brasileira. O índice de ausências é escandaloso. Um professor falta, em média, um mês de trabalho por ano e, o pior, não perde um centavo por isso. Cenário de atraso num país em que é urgente fazer a educação avançar. Combater o corporativismo dos professores e aprimorar os cursos de pedagogia, portanto, são duas medidas essenciais à melhora dos indicadores de ensino.

A senhora estende suas críticas ao restante da universidade pública?

Há dois fenômenos distintos nas instituições públicas. O primeiro é o dos cursos de pós-graduação nas áreas de ciências exatas, que, embora ainda atrás daqueles oferecidos em países desenvolvidos, estão sendo capazes de fazer o que é esperado deles: absorver novos conhecimentos, conseguir aplicá-los e contribuir para sua evolução. Nessas áreas, começa a surgir uma relação mais estreita entre as universidades e o mercado de trabalho. Algo que, segundo já foi suficientemente mensurado, é necessário ao avanço de qualquer país. A outra realidade da universidade pública a que me refiro é a das ciências humanas. Área que hoje, no Brasil, está prejudicada pela ideologia e pelo excesso de críticas vazias. Nada disso contribui para elevar o nível da pesquisa acadêmica.

Um estudo da OCDE (organização que reúne os países mais industrializados) mostra que o custo de um universitário no Brasil está entre os mais altos do mundo – e o país responde por apenas 2% das citações nas melhores revistas científicas. Como a senhora explica essa ineficiência?

Sem dúvida, poderíamos fazer o mesmo, ou mais, sem consumir tanto dinheiro do governo. O problema é que as universidades públicas brasileiras são pessimamente administradas. Sua versão de democracia, profundamente assembleísta, só ajuda a aumentar a burocracia e os gastos públicos. Essa é uma situação que piorou, sobretudo, no período de abertura política, na década de 80, quando, na universidade, democratização se tornou sinônimo de formação de conselhos e multiplicação de instâncias. Na prática, tantas são as alçadas e as exigências burocráticas que, parece inverossímil, um pesquisador com uma boa quantia de dinheiro na mão passa mais tempo envolvido com prestação de contas do que com sua investigação científica. Para agravar a situação, os maus profissionais não podem ser demitidos. Defino a universidade pública como a antítese de uma empresa bem montada.

Muita gente defende a expansão das universidades públicas. E a senhora?

Sou contra. Nos países onde o ensino superior funciona, apenas um grupo reduzido de instituições concentra a maior parte da pesquisa acadêmica, e as demais miram, basicamente, os cursos de graduação. O Brasil, ao contrário, sempre volta à idéia de expandir esse modelo de universidade. É um erro. Estou convicta de que já temos faculdades públicas em número suficiente para atender aqueles alunos que podem de fato vir a se tornar Ph.Ds. ou profissionais altamente qualificados. Estes são, naturalmente, uma minoria. Isso não tem nada a ver com o fato de o Brasil ser uma nação em desenvolvimento. É exatamente assim nos outros países.

As faculdades particulares são uma boa opção para os outros estudantes?

Freqüentemente, não. Aqui vale a pena chamar a atenção para um ponto: os cursos técnicos de ensino superior, ainda desconhecidos da maioria dos brasileiros, formam gente mais capacitada para o mercado de trabalho do que uma faculdade particular de ensino ruim. Esses cursos são mais curtos e menos pretensiosos, mas conseguem algo que muita universidade não faz: preparar para o mercado de trabalho. É estranho como, no meio acadêmico, uma formação voltada para as necessidades das empresas ainda soa como pecado. As universidades dizem, sem nenhum constrangimento, preferir "formar cidadãos". Cabe perguntar: o que o cidadão vai fazer da vida se ele não puder se inserir no mercado de trabalho?


Nos Estados Unidos, cerca de 60% dos alunos freqüentam essas escolas técnicas. No Brasil, são apenas 9%. Por quê?


Sempre houve preconceito no Brasil em relação a qualquer coisa que lembrasse o trabalho manual, caso desses cursos. Vejo, no entanto, uma melhora no conceito que se tem das escolas técnicas, o que se manifesta no aumento da procura. O fato concreto é que elas têm conseguido se adaptar às demandas reais da economia. Daí 95% das pessoas, em média, saírem formadas com emprego garantido. O mercado, afinal, não precisa apenas de pessoas pós-graduadas em letras que sejam peritas em crítica literária ou de estatísticos aptos a desenvolver grandes sistemas. É simples, mas só o Brasil, vítima de certa arrogância, parece ainda não ter entendido a lição.


Faculdades particulares de baixa qualidade são, então, pura perda de tempo?


Essas faculdades têm o foco nos estudantes menos escolarizados – daí serem tão ineficientes. O objetivo número 1 é manter o aluno pagante. Que ninguém espere entrar numa faculdade de mau ensino e concorrer a um bom emprego, porque o mercado brasileiro já sabe discernir as coisas. É notório que tais instituições formam os piores estudantes para se prestar às ocupações mais medíocres. Mas cabe observar que, mesmo mal formados, esses jovens levam vantagem sobre os outros que jamais pisaram numa universidade, ainda que tenham aprendido muito pouco em sala de aula. A lógica é típica de países em desenvolvimento, como o Brasil.

Por que num país em desenvolvimento o diploma universitário, mesmo sendo de um curso ruim, tem tanto valor?

No Brasil, ao contrário do que ocorre em nações mais ricas, o diploma de ensino superior possui um valor independente da qualidade. Quem tem vale mais no mercado. É a realidade de um país onde a maioria dos jovens está ainda fora da universidade e o diploma ganha peso pela raridade. Numa seleção de emprego, entre dois candidatos parecidos, uma empresa vai dar preferência, naturalmente, ao que conseguiu chegar ao ensino superior. Mas é preciso que se repita: eles servirão a uma classe de empregos bem medíocres – jamais estarão na disputa pelas melhores vagas ofertadas no mercado de trabalho.

A tendência é que o mercado se encarregue de eliminar as faculdades ruins?

A experiência mostra que, conforme a população se torna mais escolarizada e o mercado de trabalho mais exigente, as faculdades ruins passam a ser menos procuradas e uma parte delas acaba desaparecendo do mapa. Isso já foi comprovado num levantamento feito com base no antigo Provão. Ao jogar luz nas instituições que haviam acumulado notas vermelhas, o exame contribuiu decisivamente para o seu fracasso. O fato de o MEC intervir num curso que, testado mais de uma vez, não apresente sinais de melhora também é uma medida sensata. O mau ensino, afinal, é um grande desserviço.

A senhora fecharia as faculdades de pedagogia se pudesse?

Acho que elas precisam ser inteiramente reformuladas. Repensadas do zero mesmo. Não é preciso ir tão longe para entender por quê. Basta consultar os rankings internacionais de ensino. Neles, o Brasil chama atenção por uma razão para lá de negativa. Está sempre entre os piores países do mundo em educação.

3 de out. de 2008

A Arte de Ensinar com as Artes


Ensinar é uma arte...mas como tornar o ato de ensinar uma atividade criativa que reproduza os saberes e vivências de alunos e professores.

Não se trata de uma tarefa fácil, no entanto, também não constitui problema algum para educadores imaginativos e bem humorados, que entendem a sala de aula como um ambiente propício à novas experiências, fórum de discussão e laboratório da vida real.

Se devemos educar para vida à partir da própria vida, sem deixarmos de lado as relações humanas, nada melhor do que aproximar o conhecimento informal de nossas crianças e jovens ao conhecimento formal, instituído nos programas escolares às diversas formas de arte, sempre priorizando a participação dos alunos como forma de incentivar a troca de informações e o desenvolvimento de determinadas habilidades.

Não quero dizer com isso que o ensino tenha que ser banalizado à ponto das aulas formais perderem seu espaço, mas encaixar as habilidades artísticas por meio de encontros, feiras, exposições e mesmo atividades em sala de aula. A arte na sala de aula pode (e deveria ser) utilizada por você professor(a) amigo(a), na apresentação de um tema novo, na abertura de cada bimestre. Pode não parecer, mas um impulso artístico muitas vezes quebra a rotina das aulas e desenvolve novos olhares, despertando o prazer em aprender .

Ao procurarmos transformar a experiência de ensino-aprendizagem numa rede enriquecedora onde cada fato, cada relato, episódio, vivência, imagem e sensação se transformem em estímulo, recebemos como resposta a nossa própria evolução. Se aprendemos uns com os outros e aprendemos sempre, nada melhor do que a arte para servir de elemento potencializador e multiplicador do conhecimento.

Aulas com o apoio de música, de filmes, de seriados, documentários, slides com imagens, são algumas das ferramentas que os professores podem utilizar com frequência pois garantem um resultado eficaz. As dramatizações de pequenos textos ou de episódios da história também podem consistir em atividades didático pedagógicas que facilitam a memorização e a aprendizagem por meio da vivência dos fatos narrados.

Entretanto, devemos estimular os alunos a conceberem e vivenciarem seu próprio processo artístico, ao propor tarefas como desenvolver roteiros e pequenos filmes, exposições fotográficas e campeonatos de redação sobre um determinado tema, bem como a dança, o teatro e a música, além de promover a troca de conhecimentos, podem também incentivar o aluno ao desenvolvimento de seus talentos, contribuindo para seu futuro pessoal e, quiçá, profissional.

"Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou".
Albert Einstein

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