Momento Microsoft Educação
Professor transforma modo de ensinar e aprender Física com ajuda do PowerPoint
Hélio Gianesella tem 59 anos, nasceu em Rio Claro, interior de São Paulo. Pai de três filhos verdadeiros e centenas de outros que entram e saem de sua a vida a todo instante, ele gosta de ouvir música e ir ao cinema. Dorme tarde, não perde o noticiário e também acompanha partidas de futebol na TV, além de alguns documentários. Mas o que faz deste paulista um Caso de Sucesso?
Gianesella é professor de Física em um curso pré-vestibular de São Paulo, como muitos outros em todo o Brasil. No entanto, o que faz deste pai de família um grande sucesso entre seus alunos e instituições por onde passa é a sua metodologia de trabalho, baseada em aulas ministradas pelo PowerPoint.
Se você foi um daqueles alunos que tremia ao ouvir falar em Física, tinha pesadelos com a matéria e achava impossível entender tudo aquilo, Hélio garante que não é. "Apesar de ser considerada a disciplina mais difícil para se aprender, ou como alguns colegas dizem, para se ensinar, procuro desmistificar esse tabu", explica o professor. É focado neste princípio que ele trabalha, fazendo com que suas turmas acreditem nas leis que regem os fenômenos físicos e consigam entender todo o processo.
O começo de tudo
No início de sua carreira, Gianesella notou que o conteúdo exposto em uma lousa organizada facilitava o entendimento do aluno, que conseguia rever toda a matéria. Desta forma, percebeu que deveria fazer algo para aprimorar este quadro e assim aumentar o rendimento de suas turmas.
A partir daí começou a usar transparências, retroprojetor e canetas coloridas em suas aulas de óptica. "Apesar desse esforço, eu carregava uma enorme frustração por não poder mostrar nenhum tipo de movimento ou processo dinâmico", explica. Até que em 1998, assistindo a uma palestra de um psicopedagogo que utilizava o PowerPoint, vislumbrou a possibilidade de animar aquelas figuras e processos que por anos descrevera verbalmente.
O professor passou a preparar o conteúdo das suas aulas por meio dessa ferramenta da Microsoft. No entanto, nem tudo saiu como Hélio esperava. Durante a apresentação ele notou alguns problemas. "Confesso que foram várias as tentativas frustradas de utilização. Ora porque o PC na sala tinha menos memória RAM do que o meu onde desenvolvera o conteúdo, ora pela péssima condição do projetor que me obrigava a apagar a luz e a entregar folha à parte com o conteúdo, ora porque descobri que a quantidade de alunos daltônicos é maior do que se imagina, ora porque muitos deles eram cinestésicos, ou seja, necessitavam copiar a matéria para fixá-la melhor", afirma o educador.
No ano de 2004, Gianesella comprou o pacote Office mais recente da época que continha o PowerPoint com muitos recursos novos. Desta forma, por meio de diversas pesquisas e desenvolvimentos, conseguiu chegar ao resultado que apresenta hoje: slides dinâmicos, com imagens que ganham vida, onde os processos são mostrados em sua totalidade, bem como as contas e fórmulas, que surgem na tela de acordo com a explicação e etapa do processo físico.
"Hoje todas as minhas aulas são em PowerPoint, que é utilizado cem por cento do tempo. Tanto o desenvolvimento teórico quanto a resolução dos exercícios são extremamente animados, com recursos de áudios, trilhas, gifs e filmes", explica o professor Hélio.
Como a aula acontece
De acordo com o educador, não basta ter o recurso tecnológico, é preciso saber usá-lo e ele aprendeu durante seus 12 anos de pesquisa na área.
Gianesella dá aula para uma média de 160 alunos por sala, sendo que entre eles encontram-se os daltônicos, os cinestésicos, os que dispersam com facilidade, entre outros. E como trabalhar o conteúdo de forma que todos os diferentes perfis entendam? O professor conta que o segredo está nos 15 primeiros minutos de aula. Este período serve para que ele explique como deve ser o comportamento durante a apresentação, já que não há como copiar toda a teoria.
"Explico que a cada 20 minutos de explanação teórica surgirá na tela um "slide resumo" com o conteúdo e que eles poderão copiar se quiserem. Durante esse tempo, cerca de 5 minutos, eu toco no computador as músicas que eles sugerem e nessa hora quem quiser pode conversar, sair da sala, tirar dúvidas comigo ou simplesmente descansar", conta Hélio.
Outra ferramenta em sua aula é o celular, no qual por meio da tecnologia "Bluetooth" o físico manda para os estudantes o "slide resumo" com o conteúdo da aula. "Peço aos alunos que possuem celular com 'bluetooth' que o liguem e à medida que os identifico no meu aparelho, vou transferindo esses arquivos, separados por assunto. Assim alguns ficam com a teoria de vetores, outros de eletrodinâmica, outros de eletrostática etc. Depois eles trocam estes arquivos entre si", ressalta o professor inovador.
Os resultados
Os métodos desenvolvidos por Gianesella para desmistificar a Física e preparar os pré-vestibulandos surtiram resultado melhor que o esperado. Segundo o educador muitos alunos relatam que na hora de resolver um exercício lembram das animações, das imagens e conseguem solucionar a questão. O PowerPoint também permite uma organização melhor dos conteúdos, o que facilita os estudos e ajuda no real aprendizado, já que o estudante não precisa decorar, mas sim entender os processos.
Para o físico, essa iniciativa rompe barreiras de comunicação entre professor e aluno, uma vez que aproxima o jovem que já nasce em meio à tecnologia a uma dinâmica que ele conhece, está acostumado. O professor Hélio conta que "a sociedade passará a contar com educadores mais atualizados e alunos mais motivados a estudar a partir do momento em que o processo de aprendizagem se inicia de maneira diferenciada em sala de aula".
Reportagem: Paola Peres de Oliveira
Imagens: Arquivo pessoal
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pelo seu comentário - deixe seu endereço de e-mail para que possa te retornar e a URL do teu blog ou site para retribuir a visita !!!!