Anthony Giddens
Breve biografia
Sociólogo britânico, Anthony Giddens nasceu em 1938.
Contribuiu largamente para a interpretação da teoria sociológica clássica desenvolvendo
críticas àquilo que identificou como limitações teóricas do materialismo
histórico.
Giddens designou o termo "estruturação" de forma à denominar a dependência mútua entre
a agência humana (capacidade de realizar coisas) e a estrutura social.
As estruturas sociais não são barreiras repressoras da
ação humana tampouco impedem a capacidade de ação do agente social, estão intimamente
implicadas na produção da ação, uma vez que fornecem os meios pelos quais os
atores sociais agem, bem como os resultados dessa ação.
Giddens, critica a pós-modernidade pois prefere pensar
e analisar sobre a reflexividade da modernidade (incorporação contínua novos
conhecimentos e informação em ambientes assim organizados) e na modernidade
tardia, a radicalização e globalização de traços básicos da modernidade.
A reflexividade, para Giddens, é um importante princípio
no desenvolvimento do self.
Outros pontos fortes de seus estudos foram luta de
classes, o impacto dos conflitos internacionais nas relações sociais e a
sociologia das emoções.
Obras principais:
-Capitalism
and Modern Social Theory (1971)
-New Rules of
Sociological Method (1976)
-Sociology
(1982)
-The
Consequences of Modernity (1990)
-Modernity
and Self-Identity (1991)
-The Third
Way (1998)
A Reflexão sobre a
importância da sociologia contemporânea em transpor determinadas oposições
clássicas do pensamento sociológico.
· Teoria da estruturação – a obra de
Giddens é basicamente teórica (ao contrário de Bourdieu que se remete à prática
e aos casos de estudo)
· Reformular a teoria social e
re-estudar como o desenvolvimento e a modernidade são compreendidos pela
sociedade.
· Principais temas tratados por
Giddens:
1. A história do pensamento social
2. A família;
3. As nações e os nacionalismos;
4. A identidade pessoal e social;
5. Um dos primeiros pensadores sociais
que analisaram o fenômeno da Globalização através da Sociologia.
Estruturação – Consiste
em explicar o real não apenas a partir dos seus elementos, mas sobretudo a
partir da sua estrutura, na qual se vê uma realidade independente. Nas ciências
sociais, essa estrutura será o sistema de relações que está na base da unidade
dos grupos humanos. Como sistema, qualquer alteração que se produza num dos
seus elementos implicará alterações em todos os outros. Cada transformação na
estrutura corresponderia a um modelo, o que pressupõe a possibilidade de prever
o modo de reação do modelo quando se altera um dos seus elementos.
Elementos teóricos e
metodológicos da teoria de Anthony Giddens.
Giddens propõe uma profunda renovação das análises estruturalistas.
Para ele, a sociedade existe à partir de dois níveis eu se reforçam mutuamente
na prática, por meio das ações sociais dadas através de rotinas, que se tornam sólidas:
são as estruturas sociais e as representações dos agentes.
O processo de relações sociais é estruturado no tempo e no
espaço, assim quando Giddens propõe o conceito de estruturação sobe o ângulo do
movimento, essa construção se dá de forma circular. Como fundamento, as dimensões
estruturantes da vida social correspondem tanto às condições que antecipam
quanto aos produtos dessa ação.
Os agentes sociais são dotados de competências posto que
estes conhecem o mundo em que estão inseridos sendo capazes de estabelecer ações
racionais e intencionais, explicando os atos realizados.
Agente Social - designa
um indivíduo ou agrupamento organizado que, em determinadas situações,
desempenha um papel ativo numa sociedade ou espaço social. A ênfase é assim
colocada no desempenho e não tanto no papel atribuído ao indivíduo ou grupo no
sistema social em que está integrado.
Todavia, essas ações cotidianas
“Se
veem capturadas nas redes múltiplas e difíceis de dominar no inconsciente e nas
consequências não-intencionais de ação. Além disso, (...) a atividade social
mais corriqueira de todos os dias é menos determinada por motivações diretas do
que pela rotina que é um meio de se reduzir as fontes de angústia”
(Lallement, 2204 p177)
As regras sociais são ao mesmo tempo
coercitivas e habilitantes, ou seja, ao mesmo tempo que a estrutrura social
impede uma determinada ação dos atores, baseada em pontos de apoio pode também
autorizar outras práticas sociais Os
indivíduos recorrem às suas competências, às quais correspondem à existência de
uma consciência prática, agindo e
fundando retiradas do apoio tanto da realidade quanto das experiências passadas.
Competências – A
competência baseia-se explicitamente nas capacidades individuais dos
trabalhadores, de ser ou não ser capaz de exercer um determinado trabalho.
A competência é, assim,
uma parte da profissionalidade: as qualidades de responsabilidade, de
autonomia, saber trabalhar em equipa caracterizam a mobilização própria da
competência (1996, Dubar - "La sociologie du travail face à la
qualification et à la competénce". In Sociologie du Travail).
É uma noção centrada,
em particular, no conjunto de saberes que são mobilizados no quadro definido de
uma atividade/emprego e cuja avaliação se centra nos resultados finais dessa
atuação, sendo independente do lugar e da duração da aprendizagem: quando se
fala de competências, sabe-se que não se está a falar do trabalho, mas
unicamente dos indivíduos.
É, neste sentido, uma
construção individual, que pode ser definida por dois traços: ela é uma
"arte" e exige uma "mobilização" do indivíduo.
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