Refugiados dão aulas de inglês gratuitas para brasileiros
Em 2013, quando Miré Cabral desembarcou no Rio de Janeiro, vindo da Guiné Bissau, ele tinha um objetivo: continuar os estudos. No entanto, o irmão que pagaria sua faculdade faleceu e o professor de inglês, então com 28 anos, precisou adiar o sonho. Mas sem abandonar a vida acadêmica: o africano logo começou a dar aulas do idioma para brasileiros.
Esta também foi a saída encontrata por Mariama Bah, que chegou ao Brasil refugiada do país natal, Gâmbia. Assim como Miré, ela leciona a língua na Biblioteca Municipal de Botafogo e no campus das Faculdades Integradas Hélio Alonso no mesmo bairro da Zona Sul do Rio. As aulas são gratuitas são na FACHA e na Biblioteca custam R$ 100 por mês.
Mariama chegou ao Rio em 2014, aos 25 anos, depois de passar por um período conturbado em sua vida. Ela foi forçada a se casar com um primo quando tinha apenas 13 e engravidou poucos meses depois:
- Foi difícil no começo. Não é nada fácil deixar sua família para trás por motivos tão tristes. Cheguei num país onde não conhecia ninguém, não falava o idioma, e totalmente diferente da minha realidade
Miré conseguiu voltar a estudar e hoje é bolsista do curso de Direito da Facha, onde também trabalha na administração:
- Nunca tive medo, apesar das dificuldades, das diferenças culturais e da realidade de ensino. Quando eu fiz a inscrição no sistema para a bolsa de estudos pensava mais no curso de Relações Internacionais, mas comecei no curso de Direito e me apaixonei.
Mariama, que sempre gostou de estudar, foi tirada do colégio para se dedicar ao matrimônio. Atualmente, ela cursa o supletivo em um colégio de Nova Iguaçu e quer ingressar na faculdade de Cinema ou Medicina no próximo semestre. Sua filha, Maimuna, tem 14 anos e estuda com bolsa integral em uma escola no Rio.
- Na primeira oportunidade que tive, deixei o país. Lá, o espaço da mulher é muito limitado na sociedade. Passei muitas coisas na minha vida, mas nunca desisti do sonho de estudar.O destino mudou e meu sonho é ser inspiração não só para minha filha, mas para muitas gerações. É uma luta muito longa, mas eu já comecei e eu não vou desistir - conta.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/educacao/vida-de-calouro/refugiados-dao-aulas-de-ingles-gratuitas-para-brasileiros-21176513.html#ixzz4giQmz9kq
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