3 de out. de 2015

Transtorno Bipolar e Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade - Equipe Abrata

Transtorno Bipolar e Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade

Transtorno Bipolar e TDAH: como diferenciar os dois quadros?
Autora: Dra Sonia Palma – Psiquiatra - Conselho Cientifico da Abrata
O Transtorno Bipolar (TB) é um transtorno mental grave e a sua associação com Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é bastante controversa. Em parte isto se deve à definição e os critérios diagnósticos  aplicados a criança. Para elas não é exigida a presença da mania (euforia) típica podendo ser substituída por humor irritado, além da forma episódica, característica dos adultos, poderem apresentar-se de forma crônica em crianças. Quando aplicadas estas alterações de critério em crianças, há uma sobreposição de sintomas de TB e TDAH. A esta dificuldade diagnóstica acrescenta-se que muitos sintomas do TDAH também aparecem na lista dos quadros maníacos, criando um grande dilema para os médicos ao tentarem realizar um diagnóstico diferencial entre TB e TDAH.
A irritabilidade marcada associada a significativo descontrole de impulsos é a alteração de humor mais comum em crianças e adolescentes com TB, já que as mesmas tendem a não apresentar apenas humor eufórico como nos quadros clássicos do adulto (Leibenluft e col., 2003; Tramontina e col., 2003).
Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar irritabilidade e descontrole de impulsos, porém, tendem a ser mais pontuais quando associados ao transtorno, ou seja, frente a uma frustração ou contrariedade e após um tempo razoavelmente curto, desaparecem.  Normalmente, não há alteração de humor permanente ou mesmo em períodos longos nos indivíduos com TDAH. Na verdade, uma parcela grande das crianças com o transtorno e sem outras comorbidades é descrita como alegre, despreocupada e de fácil socialização. Eventualmente, quando o mesmo se associa ao transtorno de oposição desafiante, a diferenciação entre a oposição constante a regras e irritabilidade pode ser mais difícil.
Wilens e colaboradores (2002) observaram que 26% das crianças pré-escolares e 18% das escolares com TDAH preenchiam critérios para TB. As crianças com TB e TDAH parecem ter início mais precoce da bipolaridade do que as que não tinham TDAH (Faraone, e col., 1997) com idade média de início entre2,6 a3anos quando coexistia com TDAH (Wilens e col., 2002).
De forma similar aos adultos, crianças e adolescentes com TB parecem apresentar história familiar para o transtorno mais freqüentemente positiva do que controles normais, e pais com TB tendem a ter mais frequentemente filhos com o transtorno do que pais sem este diagnóstico (Chang e col., 2003). Portanto, a pesquisa de história familiar de TB é fundamental e pode ajudar o clínico na elucidação diagnóstica. Entretanto, vale lembrar que história familiar negativa por si só não descarta o diagnóstico.
A importância clínica dessa diferenciação e do reconhecimento da associação reside na diferente indicação terapêutica de acordo com a presença de um ou outro transtorno, ou ainda de ambos (Pavuluri e col., 2002).
No tratamento devemos primeiro tratar e estabilizar os sintomas do transtorno de humor com estabilizador de humor e/ou antipsicótico atípico. Somente após a estabilização do humor é que associamos metilfenidato, se persistirem sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade residuais. Ao se utilizar antidepressivos, é importante observar piora no quadro ou virada maníaca.
Quanto ao uso de estimulantes e a piora dos sintomas maníacos, Carlson e col. (2000, 2003) encontraram baixas taxas de virada maníaca quando estimulantes foram dados para crianças com história de mania, em tratamento para o TB. Quando não ocorrer melhora com uso de estimulantes em crianças com diagnóstico de TDAH, deve-se fazer uma pesquisa de sintomas de bipolaridade.
  • Referências Bibliográficas:
  • Leibenluft E, Charney DS, Towbin KE, Bhangoo RK, Pine DS. Defining clinical phenotypes of juvenile mania. Am J Psychiatry. 2003;160(3):430-7. Review.
  • Tramontina S, Schimitz M, Polanczyk G, Rohde LA. Juvenile bipolar disorder in Brazil: clinical and treatment findings. Biol Psychiatry 2003; 53(11):1043-9.
  • Faraone SV, Biederman J, Wozniak J, Mundy E, Mennin D, O’Donnell D. Is comorbidity with ADHD a marker for juvenile-onset mania ? J Am Acad Child Adolesc Psychiatry 1997;36(8):1046-55.
  • Chang K, Steiner H, Ketter T. Studies of offspring of parents with bipolar disorder. Am J Med Genet. 2003;123C(1):26-35. Review.
  • Pavuluri MN, Naylor MW, Janicak PG. Recognition and Treatment of Pediatric Bipolar Disorder. Contemporary Psychiatry 2002; 1:1-10.
  • Carlson GA, Jensen PS, Findling R, et al. Methodological Issues and Clinical Trials with Child and Adolescent Patients with Bipolar Disorder: Report of a Consensus Conference. J Child Ad olesc Psychopharmacol 2003;13: 1-15.
  • Carlson GA, Loney J, Salisbury H, et al. Stimulant Treatment In Young Boys with Symptoms Suggesting Childhood Mania: A Report from a Longitudinal Study. J Child Adolesc Psychopharmacol 2000;10: 175-184.

Como lidar com o trauma psicológico em crianças - Dr Julio Peres

Como ajudar as crianças a lidar com o trauma psicológico

Para o psicólogo Julio Peres, garantir a segurança e dar oportunidade à criança de expressarem as suas emoções são os primeiros passos para superação do trauma
O trauma psicológico envolve situações inesperadas com expressão emocional/sensorial superior a capacidade do indivíduo de processar cognitivamente essas excitações. Não existe uma resposta universal para o trauma, é natural que diferentes reações pós-traumáticas sejam apresentadas como, por exemplo: estado de alerta contínuo, insônia, pesadelos, isolamento, silêncio, estado de choque, amortecimento emocional, agressividade, medo, entre outras. Respostas de hiperestimulação (medo e alerta) são comuns, como se o trauma fosse acontecer novamente. Alguns cuidados específicos podem abreviar mais facilmente o sofrimento e construir a superação das pessoas que apresentam sintomas pós-trauma.
“Garantir a segurança do ambiente é o primeiro passo do processo de superação traumática. Nenhuma estratégia terapêutica poderá ajudar se a pessoa traumatizada ainda estiver em contato com o evento estressor e, portanto, em risco para re-traumatização. Porém, para poder transmitir essa mensagem de segurança, os pais devem acreditar nela, isto é: se a embalagem emocional não estiver de acordo com o conteúdo, o efeito pode ser muito pior quanto a angústia, a incerteza da dupla mensagem e a dissociação provocadas”, explica Julio Peres, psicólogo clínico e doutor em Neurociência e Comportamento pela USP.
O segundo passo é favorecer que a criança expresse em palavras (ou em expressões artísticas como desenhos), as suas emoções, angústias e sensações para significar e representar a ocorrência traumática. Conforme o psicólogo, ao invés de alguns pais evitarem falar sobre o assunto traumático na tentativa de proteger os seus filhos, eles devem escutar seus filhos várias e várias vezes. “Além disso, os pais devem abordar o evento traumático com clareza e calma, sem ocultar os fatos”, ressalta.
O acesso a exemplos de superação ajudam na representação de uma nova perspectiva para saída do trauma, gerando uma esperança que contrapõe o sofrimento: ‘se ele superou, eu também posso’. Por isso, a ajuda profissional somada ao apoio e segurança passados pelos pais, permitirão que essas crianças consigam superar o trauma, servindo também de exemplo para outras pessoas.
“Contudo, se após quatro semanas os sintomas continuarem, é preciso procurar ajuda profissional. Com a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra especializados em Transtorno de Estresse Pós-Traumático, a criança conseguirá atribuir significados aos fatos e em seguida ressignificá-los na direção da superação”, completa o psicólogo Julio Peres.
Entrevista com o Dr. Julio Peres “Como ajudar as crianças a lidar com o trauma”
mais em http://www.clinicajulioperes.com.br/trauma-psicologico/como-ajudar-as-criancas-a-lidar-com-o-trauma-psicologico/

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