Estaremos ainda vivendo o contexto da educação bancária nas escolas?
Recentemente li um artigo do jornalista Gilberto Dimenstein pela Folha de São Paulo, no caderno Educação, e discuti com alguns professores minhas docentes dúvidas recentes.
Não sei se a educação bancária tem sido superada, talvez esteja sendo por esforço de uns poucos professores realmente comprometidos com as abordagens que favoreçam a aprendizagem. No entanto, nos processos seletivos das universidades, pelo afã de se democratizar a educação superior, o acesso à mesma se torna facilitado demais.
Observo esta tendência sobretudo nas universidades privadas: mais matrículas, mensalidades e propaganda boca-a-boca de que tal universidade é boa pois não precisa de se estudar muito para entrar nela. Lastimável: substituíram o conceito de boa educação e ensino. Nem podemos crer na educação bancária, nem também podemos crer numa educação que valorize a experiência do indivíduo, posto que o indivíduo da ação educativa não deseja aprender para ser um profissional competente dentro de sua àrea.
Eu gostaria realmente de saber qual a visão crítica que alguns docentes querem desenvolver ou estimular. Seria a de que os alunos devem protestar e aderir à greve dos professores? Ou a reflexão crítica de se apontar os erros e acertos de cada governo? Seria essa a visão crítica do cotidiano do educando?
O curioso é que em tese não vejo tantas modificações no Ensino Fundamental e Médio desde meus tempos de escola - na teoria tudo!!! Na prática quase nada!!! Não entendo como os professores podem inovar suas técnicas pedagógicas se seus próprios dirigentes os proíbem ou impedem de desenvolver uma ou outra atividade que não esteja prevista nos conteúdos programáticos ou na doutrina (política, religiosa ou social ) da escola.
Eu, particularmente, vou seguindo os passos de Freire - "Educar exige criticidade, mas com bom senso, diálogo, respeito a autonomia de ser dos educandos e reflexão crítica sobre a prática". Todavia, apesar de meu "otimismo pedagógico" devo preparar o aluno para os desafios de um mundo capitalista, onde não se tem liberdade de escolha, ofertas de carreiras promissoras e discussão profícua de suas idéias ou convicções. Desta forma, tento conciliar o bancarismo e a libertação como forma de prepará-los para as reais necessidades destes educandos.
No entanto, resta-me uma esperança de que tudo o que aprendi a amar na educação não se dilua. É a certeza de que a educação brasileira, mesmo com uns poucos praticando à liberdade, vai assumindo uma postura íntegra, democrática de fato e não só no discurso vazio de uma propaganda pobre do PDE ou dos alardeios de que agora a educação é para todos, pois nem todos querem de fato estudar.
Abraços
Semíramis Alencar
msn: semiramisalencar@hotmail.com
21)8237-0441 - consultorias e palestras
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