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1 de out. de 2012

Pedagogia afetiva - Profª Semíramis F. Alencar Moreira


Pedagogia Afetiva.
                                                                                                          

                                                                                                          Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam:
O que você quer ser quando crescer?
Hoje não perguntam mais.
Se perguntassem, eu diria que quero ser menino.".

Fernando Sabino, escritor mineiro.


         A vida em sociedade compreende ser uma vida pautada em direitos e deveres, bens de consumo, gratificações financeiras e êxito profissional que culmina sempre em dinheiro. A posição social depende do que o indivíduo é, e o que ele pode ofertar à comunidade em que vive. Assim, é natimorta a ingenuidade, o sentimento e o carinho por parte das escolas e da família.
         Partindo do processo de exclusão que segrega, desde o descobrimento, em índios, colonos e escravos, para a atual sociedade em que observamos o rico, o pobre e o miserável, convivendo nos mesmos parâmetros de desigualdade do inicio da colonização, a educação apresenta mais uma de suas teorias que pode ser o início de uma conscientização interior no seio da grande família brasileira: A pedagogia afetiva.
         O que é a pedagogia afetiva? É a teoria de enternecimento das relações escola-família-sociedade transformando e formando as crianças em indivíduos sensíveis, conscientes, solidários, enfim, indivíduos preocupados com o social e bem estruturados emocionalmente, pois receberam da família e da escola tanto cultura quanto afetividade; atenção e respeito, fundamentos básicos para a mudança basilar da sociedade.
         Sendo um componente importante do equilíbrio e da harmonia da personalidade, a afetividade domina a atividade pessoal, tanto instintivamente quanto nas percepções, na memorização, no pensamento, no desejo e na sensibilidade corporal devendo se dar por meio do trabalho com limites, do resgate dos mitos do cotidiano e do desenvolvimento do indivíduo em seus aspectos físicos, cognitivos e psíquicos. Uma criança bem estimulada afetivamente, ao chegar a vida adulta, terá uma capacidade maior de conviver com as fases negativas da vida com determinação e autoconfiança.
         Nas mudanças que atravessa a sociedade, de forma cada vez mais complexa e acelerada, quando se faz necessário a absorção de quantidades maiores de informações, a afetividade chega quase a sucumbir. Os filhos desta geração desde o nascimento são entregues a babás, creches e babás eletrônicas (a televisão, o vídeo game, a internet) que mantém e entretém a criança escondida no lar, refugiada dos males da humanidade, enquanto seus progenitores garantem a estabilidade financeira e econômica da família. A segurança que eles provêem é necessária. Todavia, também é preciso a sua presença, com seus carinhos e punições, com brincadeiras e repreensões; do limite com suave doçura aos jogos de bola do domingo.
        É necessário também observar que esta afetividade também deve partir da escola. Não o pieguismo característico do professor que encobre sua incapacidade com palavras carinhosas e gestos inconseqüentes, mas o professor que é mestre e que de fato mostra o caminho: o caminho da justiça, do dever, do conhecimento e da lealdade aos ideais e aos amigos. A escola que educa verdadeiramente preza por cuidar de cada educando como se fosse um filho seu orientando, analisando seus pontos fracos, ouvindo seus dilemas ou suas pequenas curiosidades. É a escola participante da família do educando.
A criança é um ser social. Ao recebê-la na porta da escola, recebe-se também toda a gama de impressões, informações e assimilações bem vivenciadas ou não, bem elaboradas ou não. Como todo ser social, ela também se interessa pelo mundo que a cerca, todavia se depara não só com os aspectos positivos da vida, mas com os negativos: violência, tráfico de drogas, a banalização do amor, a exploração da figura feminina, o consumismo compulsivo entre tantos outros fatores que causam nas crianças uma curiosidade natural além do medo, do espanto, encanto e identificação.    
Todos os indivíduos se baseiam em modelos. Entretanto há os modelos bons e os modelos ruins: os modelos são buscados nos momentos em que o indivíduo, em qualquer fase de seu desenvolvimento, se sente curioso ou depressivo. Portanto, a família e a escola devem estar atentas e em sintonia a quaisquer sinais diferentes de comportamento. As mudanças na maneira de agir muitas vezes são um pedido ajuda, que as crianças (e adolescentes) não conseguem expressar claramente, pois não têm domínio sobre suas ações e sentimentos mal canalizados. Na ausência de educadores firmes e equilibrados, as crianças e os jovens procurarão outros modelos com que se identificar, os modelos ruins.
 A aprendizagem, como qualquer coisa da vida do ser humano, deve ser prazerosa, deve ser algo que estimule o ser em desenvolvimento a querer aprender sempre mais e com maiores detalhes. 
Quando a criança é estimulada com carinho e atenção para os estudos, incentivada pelos pais a realizarem as tarefas de casa, a freqüentarem a escola fazendo dela uma continuação de seu lar e na escola; os professores e funcionários promovem um ambiente de confiança, fraternidade e de comunicação, a criança corresponde positivamente: ela aprenderá os conteúdos com maior embasamento e naturalmente se desenvolverá tornando-se um adulto feliz, consciente e saudoso de sua infância que passará os mesmos valores às gerações futuras.
  
Sobre a autora: Semíramis F. Alencar Moreira, @semiramsalencar, Especialista em Docência de Ensino Superior, pedagoga, Tutora a distância da Universidade Federal de Lavras-MG; professora de Psicomotricidade do curso Magistério da rede pública estadual de Minas Gerais e blogueira com diversos trabalhos publicados sobre Ensino à distância e Educação básica.  Twitter: @semiramsalencar; Facebook: semiramsalencar; Blog: http://educandooamanha.blogspot.com ; Email: semiramisalencar@gmail.com

 




BIBLIOGRAFIA 

ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, Ed. Vozes, 3ª edição, 2001.    

 


28 de set. de 2012

Mensa sana in corpore sano... - por uma educação abrangente, do corpo e da mente - Profª Semíramis F. Alencar Moreira


Mensa sana in corpore sano... - por uma educação abrangente, do corpo e da mente
Profª Semíramis F. Alencar Moreira


Nunca haverá mudança na educação se internamente não houver uma mudança. Valores e comportamentos poderão ser reformulados ; aprender a ser mais justos e honestos, aprendendo a ser mais humanos sentindo menos raiva, menos rancor e ser menos destrutivos.
As pessoas ao se reencontrarem consigo mesmas, ao transformarem seus comportamentos inadequados que as levam e aos outros, à infelicidade e ao desequilíbrio. Tornam-se mais felizes e mais saudáveis quando são menos egocêntricas, quando podem ajudar, compartilhar e doar e servir.
 Dificilmente ouve-se ou lê em noticiários, casos de amor verdadeiro e profundo que todas as pessoas são capazes de sentir, não só por famílias e amigos, mas para além deles, por qualquer pessoa.  O pensar é superenfatizado e assim, abafa-se o coração.
Se não houver esta tomada de consciência, não haverá mudança na postura humana em relação ao mundo e tampouco serão observados as expressões ou sentimentos. Não haverá contribuições para mudar o social.
Deve se enfatizada a dimensão espiritual na educação. Para que se esteja integrados de corpo e mente na educação é antes necessário que os envolvidos estejam em consonância com o coração e com valores sublimes de fé, esperança e caridade ao próximo, para que se influenciem os educandos nas práticas do bem em seu cotidiano.
Todavia, a educação só vai ser libertadora de fato quando esta for ministrada por indivíduos que também queiram estes ideais e que estejam em estágio de libertação e auto descobrimento.
A ecologia e o meio ambiente estão intimamente ligados aos indivíduos, pois é na natureza de sua região que o individuo buscará recordar de seus melhores momentos da infância: sonhos, alegrias e memórias de tempos que ficaram perdidas na memória são fundamentais para que se reencontre e logo, se recomponha.
  A educação para a paz é um espaço de encontro com a realidade interna de cada um a fim de equilibrar a competitividade, a ambição, a exploração do outro, a crítica ácida, a vingança e possibilitar-se a cooperação, promover o respeito aos direitos das pessoas, aos espaços individuais, a liberdade de expressão e ação.
Pensar na escola não somente como um espaço de reflexão e criação, mas como campo para o coração, para o aprendizado de um jeito novo de viver de se relacionar, é compatível com inúmeros movimentos renovadores que hoje se espalham pelo planeta. Para haver a solidariedade, que sejam leves, firmes e em paz.
O prazer e o amor surgem como resultado de uma integração entre corpo, mente, emoção e espírito. Para que a vitalidade flua, há a necessidade destas muralhas serem derrubadas, das percepções negativas e das crenças ilusórias que impedem a harmonia.
Assim os seres humanos são uma unidade psicossomática que participa, como parte, de um todo universal único. Desta forma, educar é facilitar o desabrochar da vida, do livre pensar, do criar e reconhecer a qualidade essencial que vibra por trás das máscaras que são estruturadas por medo.
Há uma intercomunicação incessante entre tudo no universo. É possível perceber essa realidade se houver abertura para tal.
Todas as ações, sentimentos e pensamentos, interferem no universo, pois movimentam o tecido energético em que os seres humanos estão imersos. A consciência humana pode se expandir para além dos limites conhecidos de percepção.
Esse tipo de mudança inicia-se sutilmente partindo do principio que o educador é um semeador, que semeia aquilo que produziu de si mesmo. Ele é o dinamizador das sementes contidas em cada educando. Tudo o que é vivenciado junto dos outros educadores se refletirá nos alunos. Tudo o que se vivencia em si mesmo, interferirá em quem está próximo ou distante e vice e versa.
É preciso, num primeiro plano, de se manter limpas as comunicações. Um exercício ininterrupto de atenção, administração do que se fala, do como se fala e da plena expressão do que se quer ser manifestado, deixando vir à consciência a verdade de cada um. É preciso coragem para aprofundar, para sair da superficialidade das relações e da comunicação.
O medo de que o outro rejeite por possíveis diferenças, por pensar, falar e agir diferentes, ou ainda se descobrir como o outro é, se souber o que se está sentindo e pensando.
O primeiro passo para a vivificação da dimensão humana é a espiritualização, tanto formalmente, em reuniões entre educadores e corpo de funcionários e junto aos alunos quanto informalmente. Esses movimentos de inteligência e valorização mental, emocional e física devem ser estimulados.
É importante frisar o preâmbulo do ato constitucional da UNESCO (órgão das nações unidas) que diz: "As guerras nascem no interior dos homens nos quais devem ser erguidos os baluartes da paz".
Assim sendo, educar é, antes de tudo, educar para paz. Paz interior que gerará a paz nas famílias, nas instituições entre os países. A terra, como planeta que acolhe, terá seu equilíbrio restabelecido a partir de cada um de seus habitantes. A ecologia, na realidade, tem dimensões muito mais profundas que o pensado atualmente. Todavia, a grande despoluição deverá acontecer, antes nos corações e mentes para que se possa parar de poluir a natureza.
A velha educação tem-se elegido para a construção de um mundo frio, lógico, mensurável, analítico, triste competitivo de decoreba e nenhuma criação.
As crianças, no limiar de um novo milênio, em que a regeneração será a palavra de ordem, ainda se vêm obrigadas a provas e testes que não somente as classificam em fracassados ou bem sucedidos como também estimulam esta competitividade e inferioridade.
As disciplinas devem ser passadas de formas mais agradáveis, integradas em si. Como uma teia de fios inter-relacionados e leves, tecido por mentes unificadas e mãos afetuosas.
O que se é vivido na infância, plasma uma imagem-síntese daquela fase da vida como um campo de energia que se infiltra e se mistura à constituição de todos os tecidos do organismo.
Se a infância vivida foi harmoniosa, plena de experiências agradáveis, respeitadas suas opiniões e espontaniedades, suas curiosidades, suas criações, brincadeiras, se aprendeu a ousar, dizer os seus pensamentos e ser acolhida em seus pontos de vista, esta pessoa certamente trouxe para a vida adulta a leveza, a possibilidade de ser feliz e de se integrar. Pessoas assim são seres potencialmente transformadores do social.
Alguns professores se divertem com o fracasso dos alunos, com sua própria tirania na sala de aula; outros, mesmo que se esforcem, não conseguem ser simpáticos, acessíveis ou compreensivos.
Todavia, deve ser observado que as mudanças de comportamento para com os alunos deverão partir não só dos professores, mas da sociedade como um todo e principalmente das famílias dos educandos. As mudanças deverão partir de dentro do seio familiar para fora, para a sociedade e a escola deverá zelar pela manutenção desta afetividade.
Portanto, é de suma importância que a perspicácia, a sabedoria de crianças e jovens sejam respeitadas. Nada lhes poderá ser ocultado, nenhum sentimento ferido, sob pena de perderem sua condição de espontaneidade e confiança.                         
                         

1.      Conclusão

Ser professor é, antes de tudo, ser um visionário. Mas em que ponto ele deve parar para não fazer do sacerdócio construtivo e sensível uma abnegação quase masoquista, que busca a iluminação por duras penas?
Se a sociedade carece de professores para continuar sua evolução, por que esta mesma não fornece a este profissional: instrumentos, condições de trabalho e rendimentos dignos?
É importante que haja o respeito e o carinho com o educando, todavia é necessário que seja refletido que o educador é também um pai de família, um consumidor, um profissional que precisa estar em constante atualização para o aprofundamento de novas técnicas de ensino. E isto custa caro para ele.
Como este profissional deverá estar engajado na proteção e na condução de seus alunos no saber disciplinar, devendo passar a noção de cidadania, preservação do meio ambiente, além da espiritualização/ humanização deles próprios, se não tem base e não tem exemplos de como fazê-lo? Como será possível propor à um indivíduo que ele tem que ser emocionalmente tranqüilo, se sua fome é maior que seu estímulo de lecionar? Como incentiva-lo a ser feliz se suas contas à pagar são maiores para ele do que os problemas da natureza ou de seus semelhantes?
Como chegar feliz e otimista na escola se seus alunos, ao invés de o respeitar como uma pessoa que estudou e que está ali para passar seus conhecimentos, trazem na mochila a soberba e a má criação dos tempos modernos? É uma reação em cadeia: onde os pais de aluno são desprezados no trabalho, desprezam e ensinam seus filhos a desprezarem o trabalho dos outros, assim suas vidas não serão tão fracassadas, pois eles estarão batendo primeiro. Mas, nessa reação, somente é observado o comportamento do educador, como se ele fosse o único responsável pelo desvio de conduta de toda uma sociedade, quando se defende ou manifesta sua insatisfação diariamente nas salas de aula, no trato com seus alunos.
..."Mas, renova-se a esperança /nova aurora a cada dia... / há de se cuidar do broto para que a vida nos dê cor, flor e frutos..." (m. nascimento-F. Brant) Para isso é necessário que se comece agora uma luta real com o propósito de humanizar a sociedade, começando pelos membros da própria família. Promovendo o entendimento entre pais, alunos, professores e a comunidade como um todo, visando uma melhoria do quadro educacional atual com base nas políticas públicas, escolhendo representantes para as câmaras municipais, estaduais e o Senado Federal.
Que a classe dos professores lute de maneira mais enfática, pois greves e reclamações não adiantam muito e, com as emendas e propostas feitas pelos próprios professores possam melhorar não só a educação, mas principalmente, suas condições de trabalho, de viver.
E assim seus filhos, netos ou bisnetos poderão dizer com orgulho, quando argüidos sobre o que vão ser quando crescer: "Vou ser professor!".


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