18 de mai. de 2011

Passaram do limite

Falar certo é coisa da "elite"...
 
 
Livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina aluno do Ensino Fundamental a usar a "norma popular da língua portuguesa". Para explicar melhor: o livro estimula os alunos a falar errado, sem  constrangimento que seria tachado como "preconceito".

Nada melhor do que o comentário de Reinaldo Azevedo, que já sai criticando o nome do livro. Ele diz o que é indiscutível tanto pelo MEC, pelos autores da obscenidade linguística, pelo governo ou por seus alucinados simpatizantes.  Diz Reinaldo de Azevedo que  "Por Uma Vida Melhor" pode ser título de livro de medicina, de religião e de autoajuda, mas não de língua.   //veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/livro-didatico-faz-a-apologia-do-erro-exponho-a-essencia-da-picaretagem-teorica-e-da-malvadeza-dessa-gente/
Augusto Nunes também expõe sua opinião sobre o que classificou como assassinato a sangue frio da gramática, da ortografia e da lucidez, provocado pela professora Heloísa Ramos. Perplexa e "ofendida", uma das autoras do livro, a professora Heloísa Ramos, declarou que a intenção era deixar os alunos à vontade por conhecer apenas a linguagem popular, e não ensinar errado.  Isso é que é boa intenção: deixar o aluno bem à vontade para falar errado.://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/tag/heloisa-ramos/
Os autores, que deveriam ser presos por crime à língua de seu país, ainda se dão o direito de usar frases como "os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", "nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe". Alegam que não há erros pois "só o fato de haver a palavra "os" no plural já indica que se trata de mais de um livro".

Alega esse atentado cultural que o estudante pode correr o risco "de ser vítima de preconceito linguístico"  caso não use a norma culta.  Engano! Vítima de preconceito - mais do que merecido - seria um Ministério da Cultura como esse que nós temos e um governo baseado na falta de instrução, usada como se fosse uma virtude  (frases no final da página).  Com ou sem livro destinado à "analfabetagem", ao menos da minha parte sempre sofrerão preconceito toda vez que entupirem meus ouvidos com erros gramaticais mais básicos.  Não por sua ignorância, mas pela escolha de um governo que pretende mantê-los cada vez mais ignorantes.

Ao defender "o uso da língua popular", os autores afirmam que a imposição de normas linguísticas cultas (?)  não levam em consideração a chamada "língua viva".  Deve estar se referindo àquela língua que vive nas ruas, nas favelas, no meio de quem não teve acesso à instrução por culpa principalmente do governo, que prefere os ignorantes que são mais facilmente domáveis.

O MEC disse ainda que a escola deve propiciar aos alunos jovens e adultos um ambiente acolhedor no qual suas variedades linguísticas sejam valorizadas e respeitadas, para que os alunos tenham segurança para expressar a "sua voz".  De fato, não existe nada mais acolhedor.  Não para os alunos, mas para um governo PTista.

***

Para comemorar a distribuição do livro anticultura distribuído pelo Ministério da "Cultura" do governo PTista aos aluno brasileru, abaixo algumas frases de L.I.,  bem de acordo com a  realidade cultural do País:
 
• "Eu gostaria de ter estudado latim, assim eu poderia me comunicar melhor com o povo da América Latina" - Brasília, 2003 (deveria ter nascido mudo).

• "A grande maioria de nossas importações vem de fora do país." - Brasilia, 2003

• "Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos." - Cuba, 2005

• "O Holocausto foi um período obsceno na História da nossa nação. Quero dizer, na História deste século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi nesse século." - Davos, 2006

• "Uma palavra resume provavelmente a responsabilidade de qualquer governante. E essa palavra é "estar preparado". - Brasília, 2002

• "O futuro será melhor amanhã." - Rio de Janeiro, 2004

• "Eu mantenho todas as declarações erradas que fiz." (dessa vez, disse a verdade) - Porto Alegre, 2004

• Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrer ou não." - Goiania, 2004

o "Não é a poluição que está prejudicando o meio-ambiente. São as impurezas no ar e na água que fazem isso." - São Paulo, 2006

o É tempo para a raça humana entrar no sistema solar." - Brasília, 2007

o "Ninguém é culpado pelo desmatamento da Amazônia."

"Minha mãe nasceu analfabeta." - Garanhuns, 2005
 


"Cultura  é  coisa  da  elite".

QUE GENTE TÃO INDECENTE!
 
Acrescento minha opinião e envio, consternadamente, a vocês:

Pois é, e assim continuamos produzindo outro tipo de cidadão que não terá acesso aos melhores postos de trabalho, que continuará contido em sua comunidade  a fazer parte de um grupo social pertencente a "quase outra nação" (vide o crime organizado!). As criaturas que idealizaram esta barbaridade ainda não entenderam que respeito à cultura dos outros não significa nivelar por baixo, não significa ensinar errado, não significa abdicar da linguagem culta ou promover o enterro da gramática da língua portuguesa. Vamos deixar de ser medíocres, sofismáticos, populistas (combinação de plebeísmo, autoritarismo e dominação carismática. Epa, olha a zelite aí gente!).
Perplexa e ofendida ela vai ficar quando chegar o "produto" desta educação chegar na porta dela e comunicar: - Ô minha tia, tô no trampo da família, eu e a mina, tua filha, nóis vai casá. Si liga! 

11 de mai. de 2011

AULA 7 - A EDUCAÇÃO FORA E DENTRO DA ESCOLA

 AULA 7 - A EDUCAÇÃO FORA E DENTRO DA ESCOLA

A educação nos acompanha ao longo da vida, uma vez que estamos sempre aprendendo coisas novas e reavaliando nossos conhecimentos.

Entretanto, na infância esse processo educativo torna-se mais intenso de forma a proporcionar ao indivíduo experiências físicas, intelectuais , emocionais e sociais para que se torne um ser social, um ser humano.
A educação ocorre em todos os ambientes pelos quais a criança passa, desde que haja pessoas maiores que elas ou adultas, cujos padrões de comportamento a criança é levada a assimilar.


1 – Caráter Social da Educação
Segundo Durkheim:
"A educação é ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, ou no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança particularmente, se destine." (Durkheim, Èmile. Educação e Sociologia. SP, 1978)
Portanto, podemos dizer que a educação é, ao mesmo tempo, múltipla e uma.
A educação consiste na socialização metódica das novas gerações.


Aspectos Múltiplo e Uno da Educação
A educação não é a mesma em todos os tempos e em todas as partes. Não é uma atividade estática. Para as diversas sociedades, épocas históricas há diferentes tipos de educação e diferentes ideais educativos, ou seja, não há uma educação universal e única.
Idade Antiga - Iniciada com o surgimento da escrita, durou até a invasão do Império Romano Ocidental pelos bárbaros, em 476 d.C.

· Atenas – A educação visava formar espíritos prudentes, sutis, harmônicos, adoradores do belo e das artes: a música, a escultura, as danças, o teatro, permeados pela matemática e a filosofia como forma de aproveitar os prazeres da vida.

· Roma – Homens de ação, de cálculo, a honra e a glória pelo militarismo e a política como forma de dominação, a supremacia pela inteligência e pela força, conquistas bélicas.
Idade Média – Seu início deu-se com o fim do Império Romano Ocidental e seu término foi caracterizado pela invasão dos turcos a Constantinopla, em 1453.
A Educação cristã, basicamente focada para a compreensão das escrituras, conduzida pelo temor a Deus; forma de se alcançar a santidade – seminários, conventos – libertação dos pecados e dominação política pela Igreja.



Iluminismo/ Humanismo/Renascimento – A ciência e as artes em comunhão; cultura do belo e do bom; retorno a filosofia como propagadora da liberdade de pensamento e de religião; culto das formas harmônicas; o canto, a pintura e a literatura como forma de retratar a sociedade; do corpo humano, primeiros passos da medicina como a conhecemos hoje; o pensamento político voltado para a administração do bem comum.
Idade Moderna - Com a invasão de Constantinopla iniciaram-se as chamadas grandes navegações, que deram origem à Idade Moderna, que durou até a época da Revolução Francesa, em 1789.


A educação focada nas evoluções do conhecimento humano, pelo desbravamento de novos mundos, expansão marítma, expansão territorial do Velho Mundo. Novos sistemas políticos, o pensamento voltado para a administração do bem comum.


Idade Contemporânea - Iniciada com a Revolução Francesa, dura até os dias de hoje. Educação voltada para a aquisição de conhecimentos e técnicas que poderão contribuir para a evolução das sociedades.


Para sociedades diferentes – objetivos educacionais diferentes.


Sociedades Indígenas – robustez física, conhecimento da arte da caça, pesca, seleção e colheita de frutos e sementes, preservação da cultura através da oralidade (cânticos, lendas, danças e costumes através da tradição oral)

Sociedade Capitalista – Individualismo, competição, produção em larga escala, comercialização, obtenção de poder e liderança.

Sociedade Socialista – Orientação coletivista; solidariedade, cooperação e afiliação.

Mesmo no interior de uma mesma sociedade variam os tipos de educação e seus objetivos.


Sociedade de Castas (índia) – Quem não se lembra da novela Caminho das ìndias ?



Sociedade de Castas (índia) – A educação varia de uma casta a outra: aos Brâmanes uma educação mais refinada, religiosa. Aos kshatriya, a educação dada a que possam exercer funções de natureza política e militar e estão diretamente subordinados aos brâmanes, em diversos momentos da história, entretanto, houve conflitos e rebeliões. Aos vaishas e shudras, aos primeiros a educação é dada no sentido de capacitar o indivíduo a realizar as atividades comerciais e a agricultura. Já os shudras estabelecem uma ampla classe composta por camponeses, operários e artesãos.

Os dalit, também conhecidos como párias, são todos aqueles que violaram o sistema de castas por meio da infração de alguma regra social. Em conseqüência, realizam trabalhos considerados desprezíveis, como a limpeza de esgotos, o recolhimento do lixo e o manejo com os mortos. Uma vez rebaixado como dalit, a pessoa coloca todos seus descendentes nesta mesma posição.

Os jatis são aqueles que não se enquadram em nenhuma das regras mais gerais estabelecidas pelo sistema de castas. Apesar de não integrarem nenhuma casta específica, têm a preocupação de obterem reconhecimento das castas superiores adotando alguns hábitos cultivados pelos brâmanes, por exemplo. Geralmente, um jati exerce uma profissão liberal herdada de seus progenitores, sem nada significar para as tradições hindus.

Oficialmente, desde quando a Índia adotou uma constituição em 1950, o sistema de castas foi abolido em todo o território. Contudo, as tradições e a forte religiosidade ainda resistem às ações governamentais e transformações econômicas que atingem a realidade presente dos indianos. Enquanto isso, o regime tradicional já contabiliza mais de três mil classes e subclasses que organizam esse complexo sistema de segmentação da sociedade indiana.


Sociedade Ocidental atual – A educação da cidade não é a mesma do campo. A da cidade favorece a competição, o individualismo, a excelência nas carreiras de modo que o aluno possa se sobressair aos demais.

Já a educação do campo compreende a coletividade, o trabalho em equipe, cooperação como processo e a assimilação como motivo social, em nome de um objetivo em comum, que é o trabalho cooperativo.
Ou seja, todas as formas de educação visam inculcar nas novas gerações, idéias, sentimentos e práticas que, segundo a sociedade ou grupo dominante dentro da sociedade são capazes de fazê-las adultas.


Educação como socialização

Cada ser humano é constituído de dois seres :

- Ser Individual – estados mentais que só se relacionam conosco mesmo;
- Ser Social - sistema de idéias, sentimentos e hábitos que exprimem em nós não a nossa individualidade, mas o grupo ou grupos diferentes que pertençamos.

O objetivo da educação – constituir esse Ser Social em cada um de nós.
Não nascemos com esse ser social, nem ele se desenvolve espontaneamente, pois espontaneamente o ser humano não a submeteria a autoridade, não respeitaria a disciplina, nem se sacrificaria por objetivos comuns. É a educação, como socialização, que o leva a tais condutas sociais.
Ao nascer, o ser humano é associal. A cada geração, a sociedade deve começar do zero, pois a socialização não é hereditária e deve processar-se continuamente, a cada nova geração.


A educação cria um ser novo, transforma cada ser associal que nasce num ser social

7 de mai. de 2011

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30 de abr. de 2011

Isto dá certo - Torne-se um aliado da escola do seu filho

Isto dá certo

Torne-se um aliado da escola do seu filho

por: Marina Pastore
No dia 28 de abril é celebrado o Dia Nacional da Educação. É um bom momento para refletirmos sobre o papel que cada um tem na formação dos futuros cidadãos do Brasil. Por isso, a equipe do Educar separou algumas dicas para que você seja um aliado da escola na educação do seu filho:
1) Incentive a leitura. Ler para seus filhos e deixar livros sempre à mão é importante para desenvolver o hábito da leitura, que facilitará o aprendizado na escola mais tarde. Veja neste link 10 dicas para incentivar seu filho a ler.
2) Acompanhe a lição de casa do seu filho. É importante reservar uma parte do seu dia para ver o que está sendo abordado na escola e como seu filho lida com o conteúdo, se tem dificuldades, se precisa de reforço em alguma matéria. Saiba mais sobre a importância da lição de casa nesta matéria.
3) Conheça a escola do seu filho. Sempre que possível, é bom conversar com os professores e coordenadores da escola, não apenas para saber mais sobre o desempenho de seu filho, mas também para entender o projeto pedagógico da escola e perceber se ele está de acordo com as suas ideias. Veja nesta matéria 15 dicas para ajudar a escolher a escola do seu filho.
4) Se seu filho tirar notas baixas, não o pressione. Um boletim vermelho nem sempre é resultado de falta de esforço: ele pode indicar dificuldades de aprendizagem ou outros problemas relacionados à escola. Para saber mais sobre como lidar com as notas baixas do seu filho, leia esta matéria.
5) Motive o gosto pelo estudo. Querer aprender e estar na escola são valores que devem ser passados pelos pais, exemplos das crianças, e pelas próprias instituições de ensino. Leia aqui mais sobre atividades que garantem o gosto pela aprendizagem a partir do ensino integral nas escolas.

22 de abr. de 2011

Tiradentes - O Protomártir da Independência

Tiradentes, o protomártir da Independência

 

      

 

 

Cronologia

1746: Nasce em Pombal, distrito de S. José d'El Rei (hoje Tiradentes), Minas Gerais; os pais são Domingos da Silva Santos, nascido em Portugal, e Maria Antônia da Encarnação Xavier, nascida na Vila de São José d'El Rei (Brasil).

1755: Morre Maria Antônia; o viúvo e os órfãos mudam-se de vez para a Vila de São José.

1757: Órfão de pai.

1780: Arregimenta-se como soldado.

1781: É promovido a Alferes.

1786: A mando do Governador da capitania de Vila Rica, leva brilhantemente a cabo estudos demográficos, geográficos, geológicos, mineralógicos - quer de aplicação civil, quer militar.

1788: Envolve-se na Inconfidência contra a Coroa portuguesa.

1789: Como conspirador, é preso no Rio de Janeiro.

1792: É enforcado em praça pública e depois esquartejado.

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1789 - Rio de Janeiro.

A 1º de Maio aparece na cidade o coronel Joaquim Silvério. Logo trata de visitar - e com que freqüência – o conde de Resende. No dia 2, grande correria. Cubículos especiais são mandados construir nalgumas das piores prisões. A sua guarda pessoal passa a ser constituída exclusivamente por portugueses. Dois granadeiros são encarregados de vigilância extraordinária. Informações sobre as origens de todos os seus soldados são solicitadas com urgência – estes são portugueses, aqueles são
brasileiros...

 

Os granadeiros vigiam Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, por causa do ofício que aprendera com o padrinho. Agora é Alferes do Regimento pago por Vila Rica, Minas Gerais. Andava a procurar gente que o ajudasse a libertar o Brasil através duma conspiração abominável. Sabedor de tal crime, o governador de Minas havia encarregado o Coronel, amigo do suspeito, de seguir seus movimentos e comunicar seus achados diretamente ao Vice-Rei.

Tiradentes sonha. Ao ajudante de artilharia Nunes Cardoso, proclama:

 

Esta terra há ser um dia maior que a Nova Inglaterra! Mas, as suas riquezas só as poderemos alcançar no dia em que nos libertarmos do jugo dos portugueses para sermos os senhores da terra que é nossa.

Nunes Cardoso empalidece. Roga-lhe que nunca mais se refira a tais assuntos…

 

Mas Tiradentes não desiste. Pede a várias pessoas que lhe traduzam livros políticos ingleses, também a Declaração da Independência americana. Alguns dos livros têm até referências elogiosas à República… Em Vila Rica, na casa de João Rodrigues de Macedo, chegara mesmo a exibir a lista, por ele levantada, dos habitantes da capitania e comentara: Têm Vossas Mercês aqui todo este povo açoitado por um só homem, e nós todos a chorarmos como negros – ai, ai... E de três em três anos vem um, e leva um milhão; e os criados levam outro tanto; e como hão de passar os pobres filhos da América? Se fosse outra nação já se tinha levantado!

 

Os amigos pedem-lhe que pare. Além disso, tens estado a ser seguido por dois granadeiros, informam-no. Tiradentes primeiro pensa liquidá-los. Depois opta por regressar mais depressa a Minas, quem sabe se na mira de precipitar o golpe... Pede um bacamarte emprestado e inicia os preparativos para a fuga. Mas, vigiado como anda logo se apercebe que é impossível fugir. Esconde-se.

 

Em anterior viagem, havia curado a chaga cancerosa no pé da filha duma viúva. Pede-lhe ajuda. O decoro manda que não alberguem homem em casa. Tiradentes, por sua recomendação, vai para casa do ourives Domingos Fernandes, guiado pelo Padre Inácio Nogueira, sobrinho da viúva. Aí entra no dia sete de Maio pelas dez da noite.

 

O desaparecimento de Tiradentes provoca pânico entre os adversários. Na manhã do dia oito pede ao Padre que visite o coronel Joaquim Silvério, que continua a julgar seu amigo. O delator, que periodicamente envia relatórios escritos ao Vice-Rei sobre as atividades do amigo, finge-se preocupado. Quer saber do paradeiro de Tiradentes para poder ajudá-lo... Mas o Padre é jesuíta, contorna a inquirição, afirma não morar na Corte. Silvério não desarma e, ao encontrar na rua, no dia seguinte, outro clérigo, pergunta pelo Padre Inácio.

- Tenho bom negócio a propor-lhe.

O outro cai na esparrela e eis o Padre Inácio arrastado para o palácio do Vice-Rei. Pessoa comum, não resiste às ameaças, inclusivamente de morte. A teia começa a ser tecida.

 

 

A prisão

Os vultos assomam às janelas. Os mais afoitos saem à rua, timidamente, olham de longe, falam baixinho. Uma centena de soldados comandados pelo Alferes Francisco Pereira Vidigal, impede o trânsito no quarteirão onde fica a casa do ourives Domingos Fernandes, contratador e marcador de prata.

 

O cerco aperta-se. A casa parece deserta. Um soldado informa que um homem se escondeu no sótão com uma arma na mão. Vidigal, incerto, acaba por mandar forçar a entrada. Irrompe no sótão, rodeado por dezenas de soldados. O homem olha-os de frente, mas não reage, não fala. Entrega-se.

- Que pretendia fazer com o bacamarte?

- Resistir, mas são tantos…

 
                      


A execução

 

No dia 21 de Abril de 1792 Tiradentes é enforcado no Largo do Lampadário, no Rio de Janeiro. Dos Inconfidentes, é o único executado, serve de exemplo. O seu corpo é esquartejado. Pedaços dele são espalhados pela estrada que vai para Vila Rica. Uma gaiola com a sua cabeça é alçada a um poste cravado no centro de Vila Rica. (POSTE DE IGNOMÍNIA - na Praça central de Ouro Preto - onde hoje existe uma estátua de bronze em sua homenagem )

De morte assim matada, Tiradentes morre solteiro. Deixa, porém dois filhos menores, Joaquina e João.

 

Apesar de terem declarado infame o nome do pai e o da família, João é adotado por um comerciante. Seguirá a carreira militar.

Joaquina vive com a mãe até a maioridade. Portanto, pobre, afastada do mundo e de todos, privada de auxílio pelo clima de terror.

 

Eugênia Maria de Jesus, a companheira de Tiradentes, dizem que é bonita, despretensiosa, clara, de olhos azuis. Mas a pobreza tudo mata.

Tiradentes será um herói e lenda, elas de nada saberão.

                        

A inconfidência

A insurreição está marcada para quando começar a derrama. É até desenhada uma bandeira, um triângulo e os dizeres em latim LIBERTAS QUAE SERA TAMEM (Liberdade ainda que tardia). Mas os Inconfidentes começam a ficar inquietos. O Governador parece mandar indiretas a Alvarenga. O Padre Carlos de Toledo apercebe-se que se alguma coisa correu mal só pode ser por denúncia.

- Mas de quem, homem de Deus?

- Só pode ter sido Joaquim Silvério, por alguma razão lhe chamam Joaquim Sallieri... (evocação do Sallieri que traíra Mozart).

E de fato, o Coronel Joaquim Silvério, crivado de dívidas perante a Coroa, trai os seus companheiros na Inconfidência e tudo vai delatar às autoridades portuguesas.

 

Para suprimir o sinal para a revolta, o Governador não executa a derrama. Um vulto vestido de mulher, cabeça coberta por grande chapéu vai de casa em casa. Todos os conspiradores são avisados que Tiradentes foi preso no Rio.

Um a um, são todos presos e enviados para o Rio, maltratados. Ficam por três anos presos, incomunicáveis. O desembargador e poeta Tomás António Gonzaga acabará desterrado em Moçambique. Em versos à sua musa Marília escrevera, premonições: "...mil inocentes / Nas cruzes pendentes, / Por falsos delitos, / Que os homens lhes dão."

 

O advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa, sessenta anos, espera menos tempo. Aparece misteriosamente morto no cubículo infecto onde o encerraram e aviltantemente interrogaram. Suicídio, dizem...

Presos, uns resistem e outros não. Os três anos de sofrimento e a perspectiva da morte revelam personalidades inesperadas entre os Inconfidentes.

 

Maciel, o teórico do movimento, depõe várias vezes e em todas elas tenta passar por inocente e atribuir todas as culpas aos outros conjurados. Que o instigador de tudo fora Tiradentes...

O mesmo afirma em carta ao Governador o Tenente-Coronel Francisco de Paula. Comandante da tropa mais importante em terra brasileira, sua pena será decerto das mais severas.

Alvarenga, esse, inventa. Afirma que Tiradentes é estúpido, que as reuniões dos Inconfidentes eram cenas depravadas. Em latim, lança elogios ao Governador.

Como podem fazer parte da mesma história que Tiradentes?

"Está mais ou menos generalizada no Brasil a idéia de que a Inconfidência foi só um movimento de protesto contra a derrama que o governo português mandou fazer em 1789, a fim de recolher na capitania, dum modo violento, as quinhentas e vinte e oito arrobas de ouro de que se julgava credor. Isso não é verdade. A notícia de que a derrama se aproximava contribuiu, é claro, para agravar a situação e apressar o trabalho dos conspiradores, mas a idéia da conspiração - ou da revolução, pode-se mesmo dizer - vinha de mais longe e tinha razões mais complexas.

 

A Inconfidência não pretendia apenas libertar Minas e o Brasil do jugo da Metrópole. Queria - e isto é o que precisa ficar bem claro - formar aqui uma grande nação republicana, com suas indústrias e possuindo um corpo de leis moderníssimas, de acordo com os postulados revolucionários que agitavam a França e por influência inglesa e francesa tinham já sido vitoriosos nos Estados Unidos."

 

(Brasil Gerson, in "História Popular de Tiradentes")

 

FONTE: http://claudiomarinofdias.blogspot.com/2009/04/tiradentes-o-protomartir-da.html

21 de abr. de 2011

Propaganda irlandesa anti bullying homofóbico.

Stand Up! - Don't Stand for Homophobic Bullying
Mobilize-se! Não pare para o bullying homofóbico.
Propaganda irlandesa anti bullying homofóbico.
A campanha promove a amizade entre os jovens, como forma de combater o bullying homofóbico.

Para obter mais informações sobre a campanha consulte: http://www.belongto.org/campaign.aspx

5 de abr. de 2011

Texto de Apoio - O que é Cultura

Texto de apoio a aula 6 - Cultura e Organização Social

Cultura




Cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana

No senso comum, cultura adquire diversos significados: grande conhecimento de determinado assunto, arte, ciência, "fulano de tal tem cultura".

Aos olhos da Sociologia, cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social.

Só o homem possui cultura.

Seja a sociedade simples ou complexa, todas possuem sua forma de expressar, pensar, agir e sentir, portanto, todas têm sua própria cultura, o seu modo de vida.

Não existe cultura superior ou inferior, melhor ou pior, mas sim culturas diferentes.

As funções da cultura são:

  • satisfazer as necessidades humanas;
  • limitar normativamente essas necessidades;
  • implica em alguma forma de violação da condição natural do homem. Por exemplo: paletó e gravata são incompatíveis com clima quente; privar-se de boa alimentação em prol da ostentação de um símbolo de prestígio, como um automóvel; pressão social para que tanto homens quanto mulheres atinjam o ideal de beleza física.

O que é belo numa sociedade poderá ser feio em outro contexto cultural.

Já o conceito de cultura de massa pode ser definido como padrões compartilhados pela maioria dos indivíduos, independente da renda, instrução, ocupação etc.

Cultura de massa é produto da indústria cultural, tipicamente de sociedades capitalistas; refere-se aspectos superficiais de lazer, gosto artístico e vestuário.

A indústria cultural está sempre "fabricando" modas e gostos, a cultura de massa só é viável em razão da invenção da comunicação em massa.

Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

4 de abr. de 2011

Aula 6 - Cultura e Organização Social

 
Aula 6 - Cultura e Organização Social

Cultura é a herança que o grupo social transmite a seus membros através da aprendizagem e da convivência social.
Cada geração e cada indivíduo também contribuem para ampliar e modificar a cultura que recebem. É isso que explica o progresso, as mudanças que ocorrem nas sucessões das gerações.
A cultura abrange a maneira de viver (ser, pensar e sentir) de um povo. A forma de organização social de um povo também faz parte da cultura.

A cultura pode ser material ou não-material.

Cultura Material – objetos manufaturados, os artefatos: ferramentas, prédios, móveis, meios de transportes, estradas, pontes, cadernos, etc. Ou seja, todo e qualquer objeto resultante da transformação da natureza pelo homem.

Cultura Não-Material – a linguagem, as idéias, as músicas, poesias, rituais, os costumes e hábitos de um povo. Ou seja, todo o ideário que permeiam as tradições de cada povo.

No futebol – a cultura material do futebol são as traves, os uniformes, a bola, chuteiras, caneleiras, o escudo, gramado, luvas, joelheiras, apito. A cultura não-material é o hino do time, o grito da torcida, as regras de arbitragem, os jargões dos comentaristas esportivos.

O futebol deixando de existir, sua cultura deixa de ter o significado e antes: a bola, passa a ser um enfeite; o gramado, pasto para o gado; o uniforme, luvas e joelheiras, meras peças de vestuário; as traves, pedaços de madeira.

A Cultura como sistema de normas

A cultura mostra como deve ser o padrão de comportamento do indivíduo – um padrão de comportamento é uma norma, ou seja, uma expectativa ou uma determinação de como o indivíduo deve agir dentro de um grupo. Uma norma social ou cultura resulta da própria história do povo ou do grupo social que a adota.

  • O que é norma numa sociedade pode não ser na outra;


  • A norma só cabe em comportamentos possíveis e não-necessários. A norma pode estabelecer maneiras de comer e tipos de alimentos que possam ser ingeridos; modo conveniente de andar, vestir, relacionar-se.
  • As normas podem ser mais ou menos coercitivas, mais ou menos obrigatórias. Assim, podemos ter hábitos, tradições populares, instituições e leis.


  • Hábitos e Tradições

    As novas gerações absorvem costumes e hábitos das anteriores. Porém, costumes e hábitos podem ser modificados e sua não-observância pode não implicar sanções sociais mais sérias.

    Instituições – conjuntos organizados de normas, que obrigam mais do que simples hábitos e costumes, mas relacionamentos sociais que incorporam certos valores e procedimentos comuns e atendem a certas necessidades básicas da sociedade.
    As principais instituições são : Religião, governo, educação (escolas e universidades), ONG ou grupos menores como os grupos de trabalho, de agremiações de futebol, de escolas de samba, Folia de Reis, etc.

    17 de mar. de 2011

    Aula 5 - Interação Social

    Aula 5 - Interação Social

    São as mútuas relações que são estabelecidas e desenvolvidas entre os indivíduos e os grupos sociais

    1.Isolamento Social
    Há mais ou menos 700 anos, Frederico II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, efetuou um experimento para descobrir que língua as crianças falariam quando crescessem se jamais tivessem ouvido uma única palavra falada. Falariam hebraico?  grego?  latim? aramaico? Ou a mesma língua que os pais? Então, Frederico deu as instruções para que as mães apenas higienizassem e alimentassem sem, no entanto, emitirem qualquer som ou falassem perto delas. O experimento fracassou, pois todas as crianças morreram.

    É praticamente impossível uma criança viver em completo isolamento: morreria de fome. No caso de terem apenas suas necessidades fisiológicas atendidas, até poderia sobreviver, porém enfrentariam enormes problemas de adaptação social.
    Harry F. Harlow (1905-1981), psicólogo, pegou 5 macacos filhotes e os isolou de sua mãe natural e dos outros macacos. Estes 5 filhotes foram criados numa estrutura metálica coberta com um tecido, funcionando como uma "mãe substituta", dando-lhes mamadeira e a que se agarravam quando assustados.
    Até ficarem jovens, pareciam satisfeitos, mas ao crescerem e colocados com outros macacos alguns se mostraram agressivos, insociáveis. Outros , apáticos, retraídos, incapazes de manterem contato.  Dessa forma  , podemos perceber que crianças rejeitadas e carentes de afeto podem manifestar os mesmos comportamentos anti-sociais.

    Há casos de adultos que conseguiram sobreviver a longos períodos de isolamento nas florestas sem saber que a Segunda Guerra  Mundial havia terminado ou criados nas florestas desde pequenos com símios, no entanto sem ter aprendido a socializar-se novamente.

    O isolamento social ocorre com maior freqüência com pessoas consideradas indesejáveis pela sociedade como criminosos e deficientes mentais, que são confinados á presídios ou manicômios em condições de vida sub-humanas. Essa segregação social ao invés de corrigir esses indivíduos os produz efeitos psicologicamente nocivos, o que pode agravar seus problemas de adaptação social, os tornando mais violentos.

    Isolamento Cultural
    Ocorre quando o indivíduo sai de um grupo social e vai viver em outro lugar com hábitos e costumes diferentes. Há um período inicial de isolamento e adaptação, no qual se apresentam inúmeras dificuldades, como problemas de comunicação, em caso de línguas diferentes, problemas alimentares, de convivência humana, condições de trabalho, etc.


    Isolamento Psíquico

    Mais comum do que podemos imaginar, o isolamento psíquico para Durkheim seria a principal causa de suicídios: o indivíduo está física e culturalmente  integrado ao grupo, mas sente-se só, não confia seus problemas, aflições ou alegrias à ninguém, tampouco partilha a convivência com outrem, não tem amigos, se esquiva de aventuras amorosas, tornando assim sua vida insuportável.


    2- Processos Sociais

    São mecanismos através dos quais se dá a interação entre os indivíduos e grupos na vida social. São inúmeros os processos sociais, uns colaborando para manter os grupos sociais unidos, outros que podem provocar a separação entre os indivíduos e grupos. Entre os principais processos sociais estão a cooperação, a competição, o conflito, a acomodação e a assimilação.

    - COOPERAÇÃO – É o trabalho em conjunto – pode existir tanto em pequenos grupos quanto em grandes organizações mundiais como a ONU (Organização das Nações Unidas) O menor de todos os grupos se chama díade – formado por duas pessoas.
     A cooperação pode ser deliberada ou não-deliberada, por exemplo: Os índios caçam e pescam em conjunto, pois sempre fizeram dessa forma, essencial para sobrevivência do grupo. Já numa organização como a ONU procura-se deliberadamente promover a cooperação – a cooperação é sugerida, acordada.
    Embora a cooperação implique a consideração dos desejos dos outros e pressupõe que seja desinteressada, na maioria dos casos. As pessoas e grupos podem cooperar pois vêem nesse processo a melhor forma a seus interesses.
    Na sala de aula o professor deve zelar pela cooperação dos alunos através de tarefas que possibilitem a convivência social, o bem da coletividade e o interesse individual.

    - COMPETIÇÃO – Consiste em tentar superar os outros. Pressupõe a existência de apenas uma ou de poucas recompensas aos vencedores.
    Na sala de aula quando as primeiras classificações são muito valorizadas ou quando o professor dá muita importância a nota, gera um clima de competição entre os alunos, onde alguns tendem a superar, vencer os outros.
    Geralmente a competição leva os competidores a desenvolverem atitudes hostis entre si. A competição é um desestímulo a quem perde. A competição tende a transformar-se em conflito.  

    - CONFLITO – recompensas pela eliminação ou enfraquecimento dos rivais, acarretando prejuízos materiais ou sociais aos oponentes, como a demissão do emprego, expulsão do País, perda de direitos políticos, etc. De forma mais violenta o conflito pode custar a vida de indivíduos e grupos: assassinato, extermínio de grupos e comunidades, guerras são alguns exemplos de conflitos que uma vez iniciados, tende a tornarem-se cada vez mais intensos.
    Na sala de aula podemos observar o conflito através de divergências entre alunos, aluno e professor – o chamado bullying que acarreta problemas de convívio pelo resto da vida

    - ACOMODAÇÃO – Processo mais adotado quando se pretende superar o conflito. Ajustamento, acordo temporário entre indivíduos e grupos que visam a superação do problema.
    Entretanto, a acomodação é um processo temporário, pois o conflito pode voltar a qualquer momento.
    A tolerância é um exemplo de acomodação. Quando um grupo perde um conflito é obrigado a aceitar um acordo.

    - ASSIMILAÇÃO – conjunto de mudanças psíquicas e culturais qye resultam tanto da transferência de um grupo para outro diferente, quanto do encontro e convivência de grupos diferentes – processo de difusão cultural mútua através do qual grupos e pessoas passam a partilhar de uma cultura em comum.


    3 - MOTIVOS SOCIAIS

    São motivos que fazem com que as pessoas queiram viver/precisem viver em sociedade. Já constatamos que as pessoas são diferentes umas das outras, assim os motivos que as levam a buscar grupos e organizações também podem ser diferentes.
    Realizações, fazer algo, atuar, sentirem-se uteis socialmente, estudar, trabalhar... outros podem estar mais motivados pela necessidade de conviver, participar como membros de algum grupo, de mesmos ideais – a afiliação – outros ainda podem se sentir na pretensão de influenciar pessoas e grupos, de se sobrepor aos demais – a necessidade de Poder.

    - MOTIVO DE REALIZAÇÃO – As pessoas com alto motivo de realização revelam confiança em si, preferem assumir responsabilidades individuais, gostam de ver resultados concretos de seus trabalhos; obtém boas notas, participam de atividades estudantis e comunitárias; escolhem técnicos de preferência a amigos para compor suas equipes; resistem a pressões sociais e aos incentivos externos; aceitam riscos moderados em situações que dependem suas habilidades.
    As pessoas que agem pelo motivo de realização procuram fazer sempre o melhor: obter a melhor nota, correr mais, inventar novas coisas, alcançar o ponto mais alto da carreira.

    - MOTIVO DE AFILIAÇÃO – Consiste no desejo de estar com outras pessoas e com elas se relacionar de forma afetuosa e amiga. Mais do que com tarefas e produção, os indivíduos motivados pela necessidade de afiliação se preocupam com a pessoa humana e buscam restabelecer relações amistosas rompidas, consolar e ajudar outras pessoas, participando de encontros e festas.
    Pessoas com alto motivo de afiliação preferem estar junto a outras pessoas que sozinhas, preocupam-se mais com os aspectos interpessoais do trabalho do que com as tarefas. Buscam a aprovação dos outros e produzem mais quando trabalham em cooperação.
    Como desejam ser bem-quistos, prestam atenção aos sentimentos alheios. Ao participarem de grupos, procuram estabelecer um clima de amizade, dando apoio.
     O sentimento de isolamento, rejeição e mal querer é o pior que pode ocorrer com a pessoa que tem a necessidade de afiliação. Prefere ter amizades do que ter sucesso na carreira. Discussões e conflitos são altamente frustrantes.
    Pessoas com necessidade de afiliação preferem colocações as quais possam estabelecer boas relações. Tal necessidade atualmente se torna indispensável ao status de liderança, ao bom desenvolvimento executivo, de forma a valorizar o lado humano de funcionários e colegas de trabalho, conduzindo-os a um melhor entendimento e melhores comunicações.
    Num primeiro momento a necessidade de afiliação está relacionada com uma educação familiar paternalista, cultivadora de dependência e laços familiares. Também é observada a correlação entre afiliação e ansiedade: pessoas com alto motivo de afiliação se revelariam mais ansiosas.

    - MOTIVO DE PODER - O líder é alguém que sabe ouvir e interpretar as necessidades e aspirações dos liderados e orientar sua realização. A necessidade de poder se caracteriza pelo desejo de exercer influência e impacto sobre os outros. Revela-se também que o poder tem duas faces: uma negativa e outra positiva. A negativa ou pessoal se caracteriza pela equação "domínio-submissão", ou seja na fórmula "eu ganho, tu perdes"  "tu ganhas, eu perco" . A vida em sociedade é um jogo onde os mais fortes sobrevivem (a lei da selva).
     A face positiva ou socializada  do poder se caracteriza pela preocupação em classificar os objetivos do grupo, em prover os meios para alcançar esses objetivos e em fazer com que o grupo se sinta forte e competente para realizar o que deseja.  



    Questões propostas

    1-Qual a diferença entre a organização social do ser humano e das outras espécies de animais?
    2-Qual a importância da convivência social para o ser humano? Exemplos.
    3-- o que se entende por isolamento social? Exemplo.
    4-O que se entende por isolamento cultural? Exemplo.
    5-Defina com exemplos o isolamento os psíquico.
    6-O que é processo social?
    7-O que é cooperação e de que formas pode se expressar?
    8-Defina competição e como ela pode se manifestar na escola.
    9-O que se entende por conflito? Como ele pode se manifestar nos grupos escolares?
    10-Defina acomodação
    11-Em que consiste a assimilação?
    12-O que são motivos sociais?
    13-Em que consiste o motivo de realização? Exemplos.
    14-Como age a pessoa que é levada pelo motivo de afiliação?
    15- Analise a face negativa do motivo de poder.
    16-Comente a face socializada do motivo de poder.
    17-Qual dos três motivos é o mais forte em você? Por que?

    15 de fev. de 2011

    Aula 4. - Sociologia da Educação - o que é?

    Aula 4

    A escola não está isolada da comunidade e da sociedade a que está inserida. A escola é um reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, no sentido mais amplo e pela comunidade no sentido mais restrito.

    No interior da escola multiplicam-se os grupos sociais: são grupos de alunos, de professores, de funcionários, de administradores, etc. Esses grupos têm enorme influência no comportamento dos alunos e sobre sua educação. Mesmo dentro da sala de aula, apesar do controle exercido pelo professor, a influência das condições sociais do aluno e dos grupos que ele participa dentro e fora da sala de aula não pode ser menosprezada, antes aproveitada como fator de aprendizagem.

    Dois aspectos principais da Sociologia da Educação

    · Procedências e influências sociais na atividade educativa, em especial na escola – interação dos indivíduos, organização social, influências exercidas pela sociedade, comunidade e grupos pela educação.

    · Aplicação dos conhecimentos e descobertas da sociologia à atividade educativa, através de seus métodos, conceitos e análises de modo a tornar a educação escolar mais eficiente.

    Os aspectos teóricos e práticos serão abordados nessa disciplina de modo a promover o conhecimento da realidade educacional e da transformação dessa mesma realidade a partir dos conhecimentos sociológicos.

    Portanto, a sociologia da educação deve dar atenção a três grandes áreas de estudo.

    - Em nível mais geral – a educação em relação a sociedade em seu sentido mais amplo.

    - Intermediário – interação entre a escola e a comunidade a que está inserida.

    - Particular – condições sociais da sala de aula.


    Questões propostas:

    Com suas palavras defina os conceitos de: fato social, interação social, grupo social, estratificação social, classe social.

    Como se deu o início dos estudos sociológicos? E no Brasil?

    Com base no que foi estudado, qual o papel da sociologia na educação

    Qual o papel de Émile Durkheim para a sociologia da educação?

    Em que consiste o método experimental em sociologia? Dê exemplos.

    O que é observação em sociologia? Dê exemplos.

    Defina questionário e entrevista.

    Em sua concepção quais seriam os principais assuntos a serem estudados durante esse curso de sociologia da educação?


    Pensamento:
    “Temos de nos tornar na mudança que queremos ver”.
    Mahatma Gandhi

    Aula 3 - Métodos utilizados pelos sociólogos

    Aula 3

    4 - Métodos utilizados pelos sociólogos

    Método experimental - Modifica-se uma das variáveis que influem no comportamento de um grupo; mantendo as outras constantes. Por exemplo, vamos supor que a abolição das provas bimestrais pudesse aumentar a cooperação entre os alunos – teoricamente,  as provas aumentam a competitividade e diminuem a cooperação. Para isso divide-se a turma em dois grupos: 1 normalmente com provas bimestrais (grupo de controle)  o outro sem provas bimestrais (grupo experimental) com as mesmas características (idade, grau de instrução, série), sendo só modificada por uma variável – provas que um grupo tem e o outro não.
    O grupo que ficou sem as provas não poderá saber porque essas foram abolidas.
    Ao final de um primeiro período (1 ou 2 anos) se faz um teste, uma observação segundo o que foi abordado ao longo do período – os episódios de comportamento de cooperação – dessa forma pode-se constatar se a hipótese foi confirmada ou não. 
    O experimento em sociologia enfrenta uma série de obstáculos – há diversos fatores (variáveis) que podem contribuir para esse ou aquele resultado.

    Observação – Observar e registrar, com o maior número possível de detalhes o comportamento dos grupos.

    Há dois tipos de observador:
    Participante – O observador participa da vida do grupo observado.
    Não-participante – O observador não se mistura, não influi na vida do grupo observado.

    ·         Questionário e entrevista - Questionário são perguntas elaboradas por escrito de forma a serem respondidas pelo maior número de pessoas (tipo pesquisas de opinião). Depois de respondidas são devolvidas ao pesquisador, que tabula os resultados para obter uma determinada conclusão.
    A entrevista é realizada de forma oral, objetiva, pessoal com um entrevistador, um entrevistado e um gravador para que as respostas do entrevistado não sejam distorcidas. Após esse processo são transcritas as entrevistas, tabuladas as respostas e  analisadas de maneira a se chegar a uma hipótese. (entrevistas de emprego, pesquisas de opinião, de censo).
    ·         Estudo de caso – O pesquisador deve levantar o maior número possível de dados sobre o fato em estudo através dos outros métodos de pesquisa. Alguns desses métodos consistem na observação, tanto participante como a não-participante, entrevista, entrevista familiar, em resumo, levantar informações necessárias para alcançar um resultado.
    Pensamento:

    "A fim de viver livre e feliz você precisa sacrificar o tédio. Nem sempre o sacrifício é fácil."

    Richard Bach - Ilusões, As aventuras de um messias indeciso.

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