10 de set. de 2018

Educação e Spinoza: Por que educar? O mito da falta. Texto 2/4.

Esse texto é a parte dois de quatro de uma reflexão sobre os pensamentos do filósofo Spinoza tecidos com os fundamentos da Educação. No primeiro texto provocamos reflexões acerca da Educação utilizada como instrumento da reprodução social. Daremos sequência com os mitos da falta, do método e da finalidade da educação. Por que, como e para que educar? Trataremos agora do mito da falta. Por que educar?
 
O mito da falta é apresentado como nada em si mesmo, ou seja, sua existência como ideia dependeria sempre da comparação que efetuamos entre as coisas. Nada que não lhe tenha sido atribuído como potência não poderia ser considerado como seu e por consequência, como falta. Se nascemos cegos não há falta de visão. Nossa natureza nunca teria tido a visão como potência. 

Logo, nesse caso, ser cego não significaria não ter visão. Transpondo para o modus operandi da educação, a separação entre possuidores de saber e não possuidores de saber é a forma que a educação utiliza para ensinar que o desejo se guia pela nossa impotência e não pela potência que há em cada um de nós. Essa questão é crucial e leva ao desejar passivo de todo “aprendiz” e nos afasta de nosso pensar ativo. 

Para migrarmos de status de educação passivadora para educação ético-afetiva (ativa) deveríamos deixar de tratar o aprendizado como preenchimento de lacunas e passar a considerar que o que move o desejar ativo é o encontro com nossas próprias forças e nosso intento de seguir ampliando-as, unindo-as a outras potências com as quais intensificamos a atividade do nosso pensar. 

Aí entra a tecitura de conhecimentos que seria possível a partir de situações onde o professor proporcionaria ambiência e recursos propícios à união e à tecelagem das várias potências disponíveis no ambiente de aprendizagem. Encontramos aqui um fio que pode e deve ser tecido com os recursos digitais disponíveis para docentes e discentes e que proporcionaria significado pedagógico profundo ao uso das NTIC na aprendizagem de maneira a facilitar a união de todas as potências de cada aprendiz, docente e currículo envolvidos. 

Há diversos recursos digitais de uso simples e gratuito que podem servir de apoio a uma educação para longe do preenchimento de lacunas e que considere cada peculiaridade e individualidade dos aprendizes. 

Recursos que, conforme a aplicação, potencializarão a busca pelo o que alimenta e deseja cada indivíduo no âmbito de suas escolhas e de seus anseios de ampliação. Não estaria mais em jogo a diferença entre a educação (possuidora do saber) e o aprendiz (não possuidor do saber). 

Teríamos sim um espaço de aprendizagem onde cada potência única e específica encontraria os recursos necessários para o seu próprio desenvolvimento autônomo devidamente amparado pelo professor tecedor de saberes e de fazeres. No próximo texto (3/4) apresentaremos nossas reflexões acerca do “como” educar. O mito do método.

Prof. Sandro Ribeiro – novembro de 2016.

8 de set. de 2018

Educação e Spinoza: Por que, como e para que educar? Reprodução social? (1/4)


Baruch Spinoza (1632 - 1677) foi um dos grandes filósofos racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna. Considerado fundador do criticismo bíblico moderno, tem seus pensamentos e sua obra praticamente ignorados por pesquisadores da educação. 

Sua Filosofia é baseada em três tópicos que são: a subjetividade, a intersubjetividade e a individualidade. 

Nesse último tópico faremos a interface da educação com NTIC (novas tecnologias de informação e comunicação) à luz dos pensamentos spinozanos. O trabalho sublime de (MERÇON, 2008) que apresenta o aprendizado ético-afetivo como um dos fios de tecitura entre as reflexões de Spinoza e a Educação explicando que só pode ser realizado por potências singulares e jamais equivale à educação organizada através de poderes morais é, por deveras, estrutural para essa sequência de reflexões que apresentaremos. 

A individualização da educação aparece como alternativa ao modelo reprodutivo exposto nos pensamentos de Spinoza. Já sabemos que é mais fácil individualizar a aprendizagem com a utilização das NTIC. 

A educação, conforme Spinoza, seria por um lado o conatus da coletividade para a manutenção dos poderes instituídos disseminando afetos passivadores que geram coesão por meio de medos/ameaças e esperanças/recompensas e, por outro lado, poderia ou tentaria promover encontros que nos aproximem de nossas potências para pensar (a personalização/individualização).

Não há aqui nenhuma intenção de formulação de teoria educacional a partir dos pensamentos de Spinoza assim como não há o propósito de desvelar saberes educacionais ocultados nos textos do filósofo. 

O real propósito é o de buscarmos novos sentidos para a Educação a partir dos instrumentos conceituais que esse filósofo nos oferece e alia-los ao uso das NTIC. 

Ele explica-nos sobre os “três mitos da educação” que sustentam os mecanismos passivadores ou entristecedores reprodutivistas: Os mitos da falta, o mito do método e o mito da finalidade da educação. 

Por que, como e para que educar? Afirma que os mitos contribuem para a manutenção dos poderes morais da educação e que, muitas vezes, nos impediriam de conhecer e exercer nossas próprias potências (nossas forças, nossos saberes e fazeres individuais). Esclarece que os mitos são ideias imaginativas geradoras de passividade e a partir deles são governadas multidões em nome de um dever ser. 

Faz crítica velada a educação formal que, por um lado promove a separação entre os que sabem e os que ignoram e então, por outro lado, apresenta-se como o meio ideal para diminuir essa distância. Essa mesma distância que a educação pretende reduzir, segundo Jacques Ranciére (2002) é, justamente, aquilo que explicaria a sua existência e que, portanto, ela própria não cessaria de reproduzir, ou seja, cria e reforça/alimenta a distância entre as posições de saber e de ignorância e, por fim, apresenta-se como a solução através das operações de explicação. 

No próximo texto desse tema (2/4) exploraremos o primeiro dos três mitos, o mito da falta e o relacionaremos as NTIC aproveitando o apelo pela individualização que, já no século XVII, fora alvitrado por Spinoza.


Prof. Sandro Ribeiro – novembro de 2016.

6 de set. de 2018

Curso de Italiano para Brasileiros na USP

Curso de Italiano para Brasileiros na USP


METODOLOGIAS ATIVAS NA PRÁTICA DOCENTE

METODOLOGIAS ATIVAS NA PRÁTICA DOCENTE
 
Na educação infantil (Profa. Sônia Mara), educação básica (Profs. Claudiomir, Renata, Luiz e Camilla), educação técnica (Profs. Ana Lucia, Adriana Monteleone e Ana Spig), educação superior (Profs. Adriana Bridi, Ana Alves, Cristiane Rocha, Marglory Fraga e Luciana Oliveira) e na pós graduação (Profs. José Luiz e Carlos Sanches).


O Curso "METODOLOGIAS ATIVAS NA PRÁTICA DOCENTE" tem impactado de forma satisfatória no fazer pedagógico dos nossos cursistas. os depoimentos, motive-se a conhecer as metodologias ativas de uma forma prática e, assim como eles, venha perceber que as mesmas podem ser aplicáveis na sua realidade docente (qualquer que seja a mesma). Perceba também que aplicar metodologias ativas é muito mais uma questão de atitude docente do que de acesso a recursos tecnológicos ou infraestruturas mirabolantes.



Para ler os depoimentos dos seus colegas que já fizeram o curso clique aqui - https://sites.google.com/view/docenciacriativa/depoimentos


Para mais informações sobre o curso acesse -https://sites.google.com/view/docenciacriativa/curso1


Turmas com inscrições abertas por cidade:


São Paulo capital - TURMA 2 - https://sites.google.com/…/…/turmas-com-inscri%C3%A7%C3%B5es


Rio capital - TURMA 3 - https://sites.google.com/…/…/turmas-com-inscri%C3%A7%C3%B5es


Volta Redonda RJ - TURMA 5 - https://sites.google.com/…/…/turmas-com-inscri%C3%A7%C3%B5es



5 de set. de 2018

Google procura estagiários de qualquer curso e de todo o Brasil

As inscrições para a 9ª edição do Programa de Estágio do Google no Brasil começam nesta segunda-feira, dia três.




CURSO PRÁTICO DE METODOLOGIAS ATIVAS EM SÃO PAULO

Atenção profissional da educação e da educação em saúde de São Paulo capital e interior.
Vamos inserir metodologias ativas na sua prática docente?
*Curso prático de metodologias ativas para professores (as) em São Paulo capital (06/10/2018).*
*40h (semi-presencial)* - *Com certificação para Evolução Funcional.*
*Para se inscrever* e ou acessar demais informações (ementa) visite o site - https://sites.google.com/view/docenciacriativa/sp





NOTA DE REPÚDIO


NOTA DE REPÚDIO


Educação, o melhor negócio do presente!


                Eventos recentes explicam o ponto de vista que defendo nesse texto. Começo pela aprovação da PEC 241 ou PEC 55, dependendo da Casa legislativa. Uma proposta de emenda constitucional que altera nossa carta magna em relação a investimentos em várias áreas, incluída a educação. O governo federal afirmou que a iniciativa teve como objetivo frear a trajetória de crescimento dos gastos públicos e equilibrar as contas públicas. Isso mesmo, “gasto”! Nosso atual governo considera a Educação como “gasto” e não como investimento no futuro social do nosso país. Nesse contexto o ataque a Educação pública torna-se claro e constante. Lançam mão, de forma implacável e com a velocidade que o fim de um governo comprometido com a desestatização deve ter, de “armas” cruéis que manipulam a opinião pública e fazem reverberar nas bocas de candidatos apoiados pelo modelo neoliberal ou liberal. Na mesma semana que o Sr. Rossiele Soares, Ministro da Educação do Brasil afirmou aos quatro ventos que o “Ensino Médio está no fundo do poço”, a maior rede de comunicação televisiva brasileira explicitou descaradamente seu compromisso com o estado mínimo, atacando covardemente a escola pública e pior, acusando o profissional de educação (professor) de ser o principal responsável pela situação calamitosa da Educação. Fica evidente que, apenas com uma cajadada, manipulam a opinião pública a favor de mais privatizações (agora da Educação) e atacam servidores públicos (professores) na tentativa de culpá-los pelo caos “forçado” e “forjado” por meio do total abandono intencional da Educação pública nacional. Por isso repudio a “representação” de nosso Ministro que, sem nenhum remorso ou muito menos sinal de culpa, tenta jogar nossa Educação ao chão preparando o curso para o próximo ato que foi a “representação” veiculada pela telenovela das organizações globo que, como sempre, presta desserviços sociais ao atender os desejos do poder e do capital, não porque ache melhor para a sociedade, mas certamente por fortalecer-se ainda mais em cenários caóticos, injustos e dominados.

Prof. Sandro Ribeiro
Setembro de 2018.





ACOMPANHAR

Tindin é destaque de educação financeira em plataforma do grupo SOMOS

Com cursos variados, Plurall Store impacta mais de 1 milhão de alunos por ano O grupo SOMOS conta com uma base de  1,5M de alunos dos Ensino...

Arquivo do blog