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9 de mar. de 2017

Pais e escolas apostam em “pedagogia afetiva” para melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem



Pais e escolas apostam em “pedagogia afetiva” para melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem

A pedagogia afetiva propõe que o aprendizado aconteça por meio da relação de afeto, limites e confiança

O ano letivo iniciou há pouco mais de um mês e os pais já tiveram a oportunidade de conferir na prática se a escolha da escola que vai passar conhecimento e contribuir com o processo de construção do ser humano que se tornará seu filho, foi a correta. 

A estrutura física e, sobretudo, a metodologia e linhas pedagógicas são os principais pontos analisados pelos pais e responsáveis – principalmente na educação infantil. Em um mundo com tantos avanços tecnológicos, incorporar a inteligência emocional às estratégias de ensino tem sido uma das soluções encontradas pelas escolas.

Esta é a linha preconizada no conceito da “Pedagogia Afetiva”, em que as crianças passaram a contar com um contato humano verdadeiro e significativo no processo de ensino-aprendizagem. Isto, tendo como aliado o universo do lúdico.

A pedagogia afetiva propõe que o aprendizado aconteça por meio da relação de afeto, limites e confiança – que ressaltam aspectos da vida em sociedade ao unir cognição com a qualidade social da educação. 

“Tal qual o conteúdo é assimilado de maneira interdisciplinar, o mesmo é reforçado pela tríade escola-criança-família. Afinal, é preciso estímulo e comprometimento”, explica a psicopedagoga e diretora do Educandário Jardim das Goiabeiras, Ivete Barros Ferreira. A instituição trabalha com a “Pedagogia Afetiva”.

Conforme explica Ivete, é preciso “sentir para aprender” e, com isso, desmecanizar o ensino. “Por meio de recursos lúdicos, que atraem a atenção das crianças, o processo de aprendizagem se torna muito mais prazeroso. A criança aprende brincando e vice-versa”, disse Ivete.

Para exemplificar o método, a psicopedagoga diz que na semana em que as crianças do educandário – com idade entre 4 meses e 5 anos – estão aprendendo o número três, elas irão vivenciá-lo: “desde três pulinhos na amarelinha, três voltas no ‘brinquedão’, três cores em seu desenho, três bichinhos na fazendinha”, exemplifica.

Exercícios de práticas reais e experiências de aprendizagem também ensinam os pequenos a reconhecerem as emoções primárias, os motivos de elas ocorrerem, as reações instantâneas, como lidar com elas e o modo como o conflito entre a emoção e o meio social influenciam no processo educativo. 

Na prática

Mãe de Milo, de apenas 2 anos, a fotógrafa Maria Anffe conta que o filho andava irritado, mas que o método tem ajudado em seu desenvolvimento.

“Outras escolas simplesmente jogavam os problemas de volta pra mim e meu filho já dava sinais de gagueira. Com a “Pedagogia Afetiva”, a escola passou a me orientar na busca de soluções. Hoje, ele está mais tranquilo em sala de aula e mais independente. A metodologia influenciou até no meu relacionamento com ele, que melhorou”, comenta a fotógrafa.

A psicopedagoga explica que emoções positivas podem contribuir para a memória, a autoestima e o aprendizado das crianças. As negativas, por outro lado, prejudicam largamente. “Com o tempo, compreender e controlar as emoções consiste no amadurecimento da própria razão – um êxito para qualquer indivíduo, em qualquer idade”.

Para a comerciante Adriana Faria, esta nova visão pedagógica foi essencial para que o pequeno Rafael, 4 anos, fizesse uma transição não-traumática entre o ambiente doméstico para o escolar.

“Ele ainda não havia ido ao colégio. Mas, este clima familiar – com calor humano mais próximo – contribuiu muito. Sem contar que, aprender de forma mais alegre, fez com que ele passasse, em pouco tempo, a amar a escola. Ele está gostando de estudar. Aprende sorrindo”, pontua Faria.

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