28 de fev. de 2011
15 de fev. de 2011
Aula 4. - Sociologia da Educação - o que é?
A escola não está isolada da comunidade e da sociedade a que está inserida. A escola é um reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, no sentido mais amplo e pela comunidade no sentido mais restrito.
No interior da escola multiplicam-se os grupos sociais: são grupos de alunos, de professores, de funcionários, de administradores, etc. Esses grupos têm enorme influência no comportamento dos alunos e sobre sua educação. Mesmo dentro da sala de aula, apesar do controle exercido pelo professor, a influência das condições sociais do aluno e dos grupos que ele participa dentro e fora da sala de aula não pode ser menosprezada, antes aproveitada como fator de aprendizagem.
Dois aspectos principais da Sociologia da Educação
· Procedências e influências sociais na atividade educativa, em especial na escola – interação dos indivíduos, organização social, influências exercidas pela sociedade, comunidade e grupos pela educação.
· Aplicação dos conhecimentos e descobertas da sociologia à atividade educativa, através de seus métodos, conceitos e análises de modo a tornar a educação escolar mais eficiente.
Os aspectos teóricos e práticos serão abordados nessa disciplina de modo a promover o conhecimento da realidade educacional e da transformação dessa mesma realidade a partir dos conhecimentos sociológicos.
Portanto, a sociologia da educação deve dar atenção a três grandes áreas de estudo.
- Em nível mais geral – a educação em relação a sociedade em seu sentido mais amplo.
- Intermediário – interação entre a escola e a comunidade a que está inserida.
- Particular – condições sociais da sala de aula.
Questões propostas:
Com suas palavras defina os conceitos de: fato social, interação social, grupo social, estratificação social, classe social.
Como se deu o início dos estudos sociológicos? E no Brasil?
Com base no que foi estudado, qual o papel da sociologia na educação
Qual o papel de Émile Durkheim para a sociologia da educação?
Em que consiste o método experimental em sociologia? Dê exemplos.
O que é observação em sociologia? Dê exemplos.
Defina questionário e entrevista.
Em sua concepção quais seriam os principais assuntos a serem estudados durante esse curso de sociologia da educação?
Pensamento:
“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver”.
Mahatma Gandhi
Aula 3 - Métodos utilizados pelos sociólogos
4 - Métodos utilizados pelos sociólogos
Observação – Observar e registrar, com o maior número possível de detalhes o comportamento dos grupos.
Harlow e os macacos Rhesus (1963-1968)
As suas experiências laboratoriais consistiram na criação de duas "mães" artificiais (imitação de uma macacos Rhesus), uma era feita apenas com armação de arame enquanto a outra, era também de armação de arame, porém, forrada com pano felpudo e macio.
Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as "mães" mais confortáveis. Esta preferência mantinha-se independentemente de qual a mãe que fornecia o alimento. Outras observações mostraram que o que estava em causa não era só a procura de conforto.
O contacto parecia ser essencial ao estabelecimento de uma relação que transmitia segurança. Perante um estímulo gerador de medo, os macaquinhos agarravam-se à "mãe" macia tal como o fariam a uma mãe real. Este comportamento nunca era observado com as "mães" de arame, mesmo em macaquinhos criados só com ela.
Além disso, perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da "mãe" confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à "mãe" para recuperar a segurança.
Pelo contrário, na ausência da "mãe" confortável, os macaquinhos ficavam paralisados pelo medo e não exploravam o ambiente. Isto acontecia também na presença da "mãe" de arame, mesmo em macaquinhos criados sempre na sua presença. Ou seja, uma "mãe" desconfortável é incapaz de transmitir segurança.
O resultado desta e de outras experiências, permitiram Harlow concluir que a variável contacto reconfortante suplementava a variável amamentação.
Harlow observou ainda que os macacos Rhesus com mães reais, demonstravam comportamentos social e sexual mais adiantados dos que os criados com mães substitutas de pano, e que estes últimos apresentavam comportamentos sociais e sexuais normais se diariamente tivessem oportunidade de brincar no ambiente estimulador dos outros filhotes.
Originalmente publicado em Psicologia Experimental
14 de fev. de 2011
Educaedu desembarca no Brasil
Fundada em 2001, a empresa de origem espanhola, vem registrando grande crescimento nos últimos anos. Presente em 20 países e com versões em nove idiomas, o site reúne mais de 103 mil ofertas de cursos em diversas áreas e níveis de ensino.
Em 2010, Educaedu registrou mais de cinco milhões e 200 mil acessos somente no Brasil. Atualmente a versão brasileira do portal tem cadastrados mais de 14 mil cursos de pós-graduação, graduação e extensão universitária ministrados em mais de 950 instituições de ensino.
A sede brasileira soma-se a outros quatro países onde a empresa já possui escritórios: Argentina (Buenos Aires), Espanha (Madri e Bilbao), Colômbia (Bogotá), México (Cidade do México) além de representantes no Chile (Santiago).
Lenice Laflor
Assessoria de Imprensa
lenice@educaedu.com
9 de fev. de 2011
Aula 2 - Sociologia da educação - O Desenvolvimento da Sociologia
O que é Sociologia?
Sabemos que o comportamento humano é de grande diversidade e complexidade. Cada pessoa influencia e é influenciada pelo seu meio,
Há comportamentos individuais - ações individuais - como andar, comer, dormir, respirar, beber - logo, o indivíduo, o ator social. Outros são comportamentos são considerados sociais - quando colocamos o outro para contracenar conosco.
Assim, ações como participar de reuniões, trabalhar numa repartição, frequentar aulas, casar, reunir-se em família são considerados Comportamentos Sociais, porque se desenvolvem no meio da sociedade.
Aula 2
Nessa segunda aula de sociologia vamos conhecer um pouco sobre as primeiras idéias dessa ciência, seus principais estudiosos e suas primeiras aproximações com a educação através do pensamento de Émile Durkheim.
3 – O Desenvolvimento da sociologia
4 de fev. de 2011
Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA
23 de jan. de 2011
Educação em Tempos de Sorriso Azul
A importância dos Cursos a Distância no País e novas perspectivas educacionais
Muito tem sido falado sobre as novas metodologias de ensino, em especial, os cursos a distância, cada vez mais atraentes no que consiste à flexibilidade de tempo, baixo custo e qualidade de ensino. O número de cursos a distância oferecidos no Brasil cresceu quase 20 vezes entre 2002 e 2009, saltando de 46 graduações abertas para 844 no mesmo intervalo. Em porcentagem, representa 1.834% de crescimento em sete anos. As universidades, faculdades e outras instituições de ensino particular respondem pela maior oferta, segundo informações do MEC (Ministério da Educação), tendo reunido 444 cursos ou 52% do total da oferta em 2009. Os dados são do Censo do Ensino Superior, do Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Vale lembrar que o ensino a distância (EAD), fechou 2010 com cerca de 973 mil alunos, 30% de todos os universitários de instituições particulares, e movimentou cerca de R$ 2,2 bilhões em 2010. Para 2011, a expectativa, de acordo com a Associação Brasileira de Ensino a Distancia (Abed) é obter um crescimento de 8%, o que representaria uma injeção de R$ 176 milhões na movimentação do segmento.
A obra Educação em Tempos de Sorriso Azul de Semíramis Alencar foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Permissões adicionais ao âmbito desta licença podem estar disponíveis em http://creativecommons.org.br/
Internet, infância e juventude
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)
Muitas invenções e descobertas do ser humano modificaram a sua vida cotidiana de forma irreversível. A lâmpada elétrica, o avião, a propulsão a vapor, a pílula anticoncepcional..., somente para apresentar as mais relevantes no campo da tecnologia.
22 de jan. de 2011
(Alavanca Social) Trote da Cidadania
Vejam a seguir a chamada de ação da Fundação Educar Dpaschoal:
Prêmio Trote da Cidadania 2011 Inscrições Abertas! Participe com sua Ação! Mais um ano começando e como já é tradição há 12 anos a Fundação Educar DPaschoal inicia mais uma campanha do Trote da Cidadania, projeto cujo principal objetivo é envolver jovens de escolas técnicas e universitários em ações cidadãs, como forma de despertá-los para o empreendedorismo e o protagonismo social. Desta forma, para registrar e reconhecer as boas referências em trote solidários realizados em todo o Brasil estão abertas as inscrições do Prêmio Trote da Cidadania. O concurso é uma maneira de contribuir com a formação de jovens mais engajados e profissionais conscientes de seu papel cidadão. Participe com sua ação de trote solidário! Inscrições
www.trotedacidadania.org.br contato@trotedacidadania.org.br |
Vejam mais em http://alavancasocial.wordpress.com
Abs
Marcelo Rachid de Paula
Alavanca Social - Assessoria e Treinamento 3º Setor
marcelo.rachid@alavancasocial.com.br
marcelo.rachid@hotmail.com (msn)
http://alavancasocial.wordpress.com
(11)3379-8176 / (11)6201-0700/(11)7655-2347
"Promovendo soluções sociais"
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Faça todo o bem que você puder,
com todos os recursos que você puder,
por todos os meios que você puder,
em todos os lugares que você puder,
em todos os tempos que você puder,
para todas as pessoas que você puder,
sempre e quando você puder."
( John Wesley )
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xyz
21 de jan. de 2011
L . I . V . R . O - Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas
Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas - L.I.V.R.O.
L.I.V.R.O. representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!
Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e capazes de conter milhares de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantêm automaticamente em sua seqüência correta.
Através do uso intensivo do recurso T.P.A. - Tecnologia do Papel Opaco - permite-se que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade!
Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas. Isso, porém, os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.
Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.
Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima página. O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo. Ele nunca apresenta "ERRO GERAL DE PROTEÇÃO", nem precisa ser reinicializado, embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo.
O comando "browserr" permite fazer o acesso a qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com o equipamento "índice" instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.
Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você faça um acesso ao L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na última utilização mesmo que ele esteja fechado. A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração.
Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.
Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O. através de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicaçã o Simplificada - L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a plataforma L.I.V.R.O., a última palavra em tecnologia.
16 de jan. de 2011
Entre Rosas e Canhões - O Ensino Superior na Ditadura Militar.
Entre Rosas e Canhões O Ensino Superior na Ditadura Militar.
"(...) Nas escolas, nas ruas, campos, construções / Somos todos soldados, armados ou não,
Caminhando e cantando e seguindo a canção,/ Somos todos iguais, braços dados ou não,
Os amores na mente, as flores no chão ,/ A certeza na frente, a história na mão,
Caminhando e cantando e seguindo a canção ,/ Aprendendo e ensinando uma nova lição(...)"
Geraldo Vandré Prá Não Dizer que Não Falei de Flores.
Na América Latina, a guerra fria resultou na instalação de sangrentas ditaduras militares. No Brasil, o presidente Jânio Quadros, que tomara posse em janeiro de 1960, substituindo Juscelino Kubitschek, renunciava seis meses depois, quando o seu vice, João Goulart, se achava em viagem à China.
Substituto legal de Jânio, Jango, teve sua posse contestada pela mesma ala militar que havia causado o suicídio de Getúlio Vargas. Diante da reação popular liderada pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, chegou-se a uma solução: Jango foi empossado, mas com poderes limitados, num regime parlamentarista.
Um plebiscito no ano seguinte restaurou o presidencialismo. Os conspiradores militares não se conformaram e em 31 de março de 1964 derrubavam o presidente com um golpe. O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, assumiu a presidência prometendo eleições. A promessa foi cumprida, mas depois de se mudarem as regras do jogo: as eleições não seriam mais diretas e sim por um colégio eleitoral composto pelos membros do Congresso.
Para garantir a vitória do candidato militar, cassaram-se mandatos de oposicionistas e assim foi eleito outro general, Arthur da Costa e Silva, para substituir Castelo. Iniciava-se no Brasil uma ditadura sui generis - sem um ditador, pois os generais se revezavam no poder a cada quatro anos - que iria durar vinte anos. A partir de 1968, com o Ato Institucional nº 5, baixado com o propósito de combater as manifestações estudantis e a luta armada iniciada contra o governo de exceção, instituiu-se um regime de medo, com prisões, violências e execuções não esclarecidas até o fim do século.
Nisto, a Universidade Pública no Brasil sofreu um duro golpe em sua liberdade. Apesar disso, em algumas delas, resiste o potencial crítico e contestatório que poderiam, segundo Habermas: " conduzir a conflitos desestabilizadores para o sistema" (in:Offe, 1990:51). O sistema educacional na ditadura militar é de caráter reprodutivista e tecnocrata, visando à escolarização e qualificação da força de trabalho, funções que dizem respeito ao Estado capitalista que estava se formando então.
No entanto, o Estado Militar precisava, para se legitimar, da adesão de uma parte dos intelectuais, das camadas médias e das massas populares. Constantemente apelavam à favor da democracia e da liberdade, ao contrário do que praticava. Clamavam o fim da pobreza, porém o nível de pobreza relativa se mantinha, ou ainda, aumentava mais.
O crescimento econômico dos 70 milhões em ação e a disseminação da idéia de "Brasil Potência" criam uma máscara que encobria a concentração de renda desmedida e a intensificação da exploração da força de trabalho.
"Esta estratégia de hegemonia adotada pelo regime militar inclui o uso dos veículos de comunicação de massa, com destaque para a TV Globo. Inclui Igualmente as políticas sociais, entre as quais a política educacional". (Germano, 1994:103)
Neste sistema político, havia intelectuais envolvidos com a doutrina militarista. Estes desenvolviam processos de coerção e cediam membros seus para ocuparem as pastas da educação, justiça, bem como cargos de confiança e de reitores . Neste quesito, a USP foi a grande aliada do Governo Militar na expansão de seus domínios e na promoção de uma práxis combativa e altamente agressiva.
A Reforma Universitária surge em 1968. Fruto de dura repressão aos Movimentos de Educação e Cultura Popular, às universidades e centros acadêmicos que foram fechados e seus integrantes presos e cassados. Alguns desses movimentos educacionais eram considerados inimigos do Estado, pois apresentavam um ideário "nitidamente subversivo", de "subversão educacional" ou ainda "obra perniciosa colocada a serviço da subversão". ( Germano, 1989:168).
As universidades foram objeto de intervenção militar, como a Universidade de Brasília (UnB) Três vezes invadida por tropas militares. Na primeira destas invasões, o reitor Anísio Teixeira, um dos principais educadores do país e articulador do projeto de renovação da UnB, foi destituído de suas funções. Foram efetuadas prisões de professores e estudantes, instaurado um Inquérito Policial Militar e o interventor demitiu de imediato treze professores sem qualquer motivo aparente.
Nas demais invasões, o reitor convoca a Polícia Militar para atuar no campus por mais de uma semana, prendendo e espancando professores e alunos. Em sinal de protesto, 210 professores se demitiram simultaneamente.
A destruição do projeto inovador sonhado pelos educadores da UnB tornou-se uma realidade. Em 1968 ocorre a terceira invasão, ainda mais turbulenta e agressiva. Os educadores, neste momento, atuam como agentes de conscientização dos estudantes. "Aprendendo e ensinando uma nova lição(...)".
O Regime encontrou grandes obstáculos no âmbito universitário graças às ações dos grupos estudantis organizados. Estes grupos foram severamente reprimidos, como no caso da UNE, no Rio de Janeiro, que um dia após o golpe de 64, foi incendiada e invadida por forcas direitistas.
Em novembro do mesmo ano, a chamada Lei Suplicy, por Flávio Suplicy de Lacerda, ministro da educação, coloca a UNE (União Nacional dos Estudantes) e as UEEs (Uniões Estaduais de Estudantes) na ilegalidade e cria novos órgãos de representação estudantil controlados pelo Estado. Esta foi mais uma tentativa de coibir e aniquilar a luta organizada dos movimentos estudantis. "Os amores na mente, as flores no chão, A certeza na frente, a história na mão(...)".
Em 1966, os estudantes reagem contra o autoritarismo e a política educacional dos militares. Ocorrem movimentos como a "Setembrada", um movimento nacional contra a repressão. Em 1967, começam as mobilizações contra os acordos MEC-Usaid entre outros aspectos da política educacional, tais como a falta de vagas nas universidades, pouca verba para a educação e privatização do Ensino Público.
Segundo Cunha: "A concepção da universidade calcada nos modelos norte-americanos não foi imposta pela Usaid, com a conivência da burocracia da ditadura, mas, antes de tudo, foi buscada, desde os fins da década de 40, por administradores educacionais, professores e estudantes, principalmente aqueles como um imperativo da modernização e, até mesmo, da democratização do ensino superior em nosso país. Quando os assessores norte-americanos aqui desembarcaram, encontraram um terreno arado e adubado para semear suas idéias" (1988:22)
A reforma de 1968 não foi, portanto, uma incorporação plena das recomendações de Rudolph Atcon e numa imposição da USAID através de seus assessores junto ao MEC. Esta idéia de modernização e inovação tecnológica nos moldes americanos vem desde os impulsos educacionais da década de 40. Esta modernização do ensino superior foi posta em prática pelas instituições militares e reivindicada por setores da sociedade civil, como a própria UNE. A racionalização da educação, aproximando-a do mercado de trabalho e a profissionalização do ensino médio são algumas das idéias constantes na teoria do capital humano. Estas idéias antecipam aspectos que serão contemplados na lei 5692/71.
O ex-ministro do planejamento Roberto de Campos (1969:75-6) aponta os chamados defeitos genéricos do sistema educacional, dentre os quais se encontram: O planejamento da educação com base predominantemente em critérios demográficos; baixa relação aluno/professor; absenteísmo; greves; subutilização do ano letivo, fragmentação do corpo docente; o obstáculo da gratuidade como fator de impedimento de maior acessibilidade.
A década de 1970 iniciou-se no Brasil sob a ditadura do AI-5 e a presidência do general Emílio Garrastazu Médici. Havia censura total dos meios de comunicação, prisões arbitrárias, tortura e desaparecimento de presos políticos. Houve execuções sumárias, como a dos militantes Carlos Marighella e o capitão Lamarca, líderes da resistência armada ao regime.
A euforia causada pela conquista do tricampeonato na Copa do Mundo de 1970 e os índices de crescimento econômico, que já subiam desde 1967 e se estabilizaram em torno de dez por cento nos primeiros anos da década, ajudaram a reforçar a imagem de eficiência do governo. Era o "milagre econômico". A eficiente máquina publicitária dizia que o Brasil era uma "ilha de tranqüilidade", que o povo era feliz e só uns poucos maus brasileiros discordavam. Para eles foi criado o slogan "Brasil, ame-o ou Deixe-o".
Na cúpula militar, porém, nem todos concordavam com a dureza da repressão, defendida pelo grupo de "linha dura", e os moderados conseguiram levar ao poder o general Ernesto Geisel, que iniciou o processo de normalização da vida brasileira.
O começo dessa nova presidência enfrentou resistências, terrorismo militar e até ameaças de golpe, mas quando Geisel passou o governo ao general João Batista Figueiredo, o processo de abertura política já estava bem encaminhado.
Assim, o papel docente superior vem acompanhado de uma união do meio acadêmico e dos estudantes como forma de defesa de suas próprias ideologias e práticas educativas. Neste período negro de nossa história, alunos e professores são os atores principais que, além de denunciarem esta prática ditatorial para o mundo, conduziram o processo de redemocratização do país à partir da década de 80.
"Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não / ns escolas, nas ruas, campos, construções / caminhando e cantando e seguindo a canção..."
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA. L. A "Ensino Superior e Universidade no Brasil" In: LOPES, E M & FARIA FILHO, L M & VEIGA, C G (Orgs) 500 anos de Educação no Brasil. BH, Autentica, 2000.
GERMANO. J. Willington, Estado Militar e Educação no Brasil 2ª ed. Sp, Cortez, 1994.
VANDRÉ. Geraldo Prá Não Dizer que Não Falei das Flores. III FIC, 1968.
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