4 de mai. de 2012

SP: universidade federal torna acessíveis cursos à distância



A Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), por meio da Secretaria Geral de Educação à Distância (Sead), se viu o ano passado com o primeiro aluno com deficiência visual matriculado e percebeu que os cursos não estavam totalmente adaptados para o acesso de pessoas com deficiência. Por este motivo, a universidade iniciou no final de 2011 um programa para mudar esta condição.
A Ufscar pretende, em pouco tempo, que os cursos de graduação à distância em sistemas da informação, engenharia ambiental, educação musical, pedagogia e tecnologia em produção sucroalcooleira atendam às necessidades das pessoas com deficiência, "num esforço para uma real democratização do ensino superior de qualidade para todos".
De acordo com a Sead, as demandas apresentadas pelo aluno deficiente visual incentivaram as equipes técnico-pedagógicas da Sead a implantar o que já vinha sendo desejado: tornar o Ambiente Virtual de Aprendizagem, bem como os materiais didáticos utilizados no curso, acessíveis a partir de tecnologias assistivas.
Um dos dispositivos que a Ufscar irá adotar é a audiodescrição nas videoaulas, recurso em que as cenas são descritas para acompanhamento pelas pessoas com deficiência visual. Também será feita adequação dos materiais digitais e do Ambiente Virtual de Aprendizagem para os padrões nacionais e internacionais de acessibilidade e os professores, tutores e equipes da Sead-Ufscar receberão treinamento e orientação para atendimento adequado e=destes estudantes. A secretaria informou ainda que está em processo de elaboração de audiolivros e diversas tecnologias para tornar todos os cursos à distância acessíveis.
Para possibilitar que os projetos de acessibilidade estejam de acordo com as necessidades reais de pessoas com deficiência, a universidade conta com uma equipe com audiodescritores e especialistas em ergonomia, usabilidade e acessibilidade, além da participação de três pessoas com deficiência, que ajudam na elaboração e nos testes dos materiais.
Aliás, o próprio estudante que, atuando como bolsista do Projeto do Laboratório de Objetos de Aprendizagem da Sead, está desenvolvendo um programa para a visualização de vídeos totalmente acessível.Enquanto todas as modificações estão em andamento, o aluno com deficiência visual está acompanhando o conteúdo do curso por meio de leitores de tela.
O projeto de acessibilidade da Ufscar está sendo realizado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSCar - com as pesquisas da aluna Carina Magri Mari e do professor Miguel Bueno da Costa na área de ergonomia ¿, a Equipe de Audiovisual, da Coordenadoria de Inovações em Tecnologias na Educação, sob a responsabilidade da professora Joice Otsuka, e a pedagoga Maria Angélica Zanotto, da Coordenadoria de Processos de Ensino Aprendizagem.

26 de abr. de 2012

Jogos para aulas vagas

Jogos para aulas vagas


19 de março de 2012




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Na aula vaga, jogos
O professor não pode dar aulas? Não há substituto? Muito menos aula vaga? Então, esse pode ser um bom momento para realizar jogos educacionais com os estudantes e desenvolver outras capacidades deles.

Se há computadores disponíveis na escola, é possível planejar uma aula com jogos. Destaque para os jogos que incentivam a memória, leitura e também a coordenação motora. Mas é importante não deixar em aberto a escolha dos jogos e seus objetivos. Se é professor, escolha um e trabalhe com ele dentro de seus objetivos.

Mas quem não tem tecnologia à disposição pode muito bem criar jogos interpessoais que agucem diversas características dos alunos, além de integrarem as salas de aula. Um exemplo, é o jogo de lista de ditados populares, que ajuda na interpretação de textos e memória.

Outros exemplos: Jogo do "E se eu fosse...", onde um aluno começa dizendo "E se você fosse um carro...", e assim por diante, exercitando a criatividade.

Jogo de perguntas: Divide-se a turma em duas equipes, são dadas dicas para as equipes adivinharem as palavras.

Saiba mais nesse curso do Portal Educação:http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/cursos/218/curso-de-o-brincar-e-o-aprender-na-educacao-infantil

Lei declara Paulo Freire patrono da educação brasileira

Salve, Paulo!!

Lei declara Paulo Freire patrono da educação brasileira

Freire é considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia

19 de abril de 2012


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Freire é considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia
Freire é considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia
Foi publicada no "Diário Oficial da União" da última segunda-feira (16) a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. A lei é assinada pela presidente Dilma Roussefff.
Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo e influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.
Nascido no Recife, Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.
Fonte: Globo.com

MEC reconhece e autoriza 303 cursos de ensino superior

MEC reconhece e autoriza 303 cursos de ensino superior

Reconhecimento é obrigatório para que instituições possam emitir diploma

20 de abril de 2012


MEC reconhece e autoriza 303 cursos de ensino superior
MEC reconhece e autoriza 303 cursos de ensino superior
O Ministério da Educação autorizou e reconheceu 303 cursos recentes de ensino superior em graduação (bacharelado, licenciatura e ensino tecnológico) em 24 estados e no Distrito Federal. Os 228 cursosreconhecidos, que já haviam sido autorizados anteriormente, estão listados em cinco portarias publicadas na edição desta sexta-feira (20) do "Diário Oficial da União" e somam 34.866. Outras duas portarias autorizaram a abertura de 75 novos cursos com 12.240 novas vagas.



De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, o MEC primeiro autoriza que o curso seja aberto e, depois que pelo menos 50% da carga horária é oferecida, as instituições devem solicitar o reconhecimento do novo curso, requisito obrigatório para a emissão do diploma. Pelas regras do ministério, o reconhecimento é confirmado apenas após análise documental e visita à instituição, e é válido apenas para o número de vagas registradas nas portarias.


Vagas no Sudeste
Um terço das 47.106 vagas totais incluídas nas sete portarias está em São Paulo. Segundo os documentos publicados pelo MEC, 15.590 delas estão concentradas no estado. Minas Gerais teve reconhecidas 3.700 vagas em 29 cursos, seguido da Bahia, com 3.425 vagas em 20 cursos.


No total, quase metade das vagas estão no Sudeste. São 21.459, incluindo 1.670 no Rio de Janeiro, onde foram reconhecidos 12 cursos, e 499 nos 5 cursos de instituições do Espírito Santo que receberam o reconhecimento.


As instituições de ensino superior paulistas também são as que concentram mais cursosreconhecidos: 84. De acordo com as portarias, apenas 9 dos 303 cursos oferecem mais de 400 vagas. Oito deles ficam em cidades do estado de São Paulo. A exceção é a Faculdade Joaquim Nabuco, em Recife (PE), que está autorizada a oferecer 480 vagas no curso tecnológico de negócios imobiliários.


O curso com o maior número de vagas é o de bacharelado em enfermagem da Universidade de Mogi das Cruzes, também em São Paulo. Segundo o MEC, a instituição pode oferecer até 720 vagas no curso. A Universidade do Grande ABC tem 560 vagas no curso tecnológico de mecatrônica industrial.


A Universidade Presbiteriana Mackenzie também teve o seu curso de direito no campus de Campinas reconhecido, com um total de 480 Na Universidade Paulista (Unip), os cursos de engenharia de produção mecânica em Limeira, educação física em São José do Rio Pardo e o curso tecnológico de análise e desenvolvimento de sistemas em Campinas têm até 460 vagas.

Fonte: Globo.com

Justiça Federal autoriza matrícula de crianças menores de 6 anos no país

Justiça Federal autoriza matrícula de crianças menores de 6 anos no país

Juiz Cláudio Kitner, de PE, estendeu decisão para todo o Brasil

19 de abril de 2012


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Justiça Federal autoriza matrícula de crianças menores de 6 anos no país
Justiça Federal autoriza matrícula de crianças menores de 6 anos no país
A Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) estendeu, na última sexta-feira (13), para instituições educacionais de todo o país, a decisão que confirma a garantia de acesso de crianças com seis anos incompletos à primeira série do ensino fundamental, desde que comprovada a capacidade intelectual através de avaliação psicopedagógica, a cargo de cada unidade educacional. A sentença foi dada pelo juiz Cláudio Kitner, da 2ª Vara da JFPE.



A decisão havia sido concedida para o estado de Pernambuco em liminar de ação civil pública, no ano passado, determinando a suspensão das Resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) nº 01, de 14/01/2010 e nº 6, de 20/10/2010 e demais atos posteriores semelhantes.


Na sentença, o juiz dá um prazo máximo de 30 dias para que a União comunique às secretarias estaduais e do Distrito Federal o teor da decisão, sob pena de incidência de multa diária no valor de R$ 10 mil, revertida para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos. Foi estabelecida também uma multa diária de R$ 100 mil para o caso de descumprimento da decisão pela União. Outra multa, no valor de R$ 30 mil, será aplicada se for expedido qualquer ato normativo contrário à determinação judicial.


O juiz Kitner argumentou em sua decisão que "permitir que seja matriculado um menor de seis anos de idade completados até 31 de março do determinado ano letivo que se inicia e deixar de fazê-lo em relação a outro educando que completaria a referida idade um dia ou um mês depois, por exemplo, redunda em patente afronta ao princípio da isonomia, sustentáculo da sociedade democrática informada pela Constituição da República, além de macular a dignidade da pessoa humana, ao obrigar crianças que não se incluam na faixa etária definida no critério das destacadas a repetirem de ano, obstando o acesso ao ensino fundamental, nível de ensino mais elevado, ainda que seja capacitado para o novo aprendizado".


O magistrado também enfatizou que é "oportuno destacar que a definição da faixa etária dos seis anos para o início do ensino fundamental não se encontra calcado em estudos de alta análise científica que indiquem que esta é a idade recomendada para as crianças iniciarem a alfabetização". Ainda de acordo com a sentença de Kitner, "o estado deve munir-se de meios para avaliar as crianças, por meio de comissões interdisciplinares, que levem em conta elementos psicopedagógicos, interações sociais, fatores socioambientais, entre outros, a fim de verificar se elas reúnem condições de avançar de fase de aprendizagem".


Ainda cabe recurso à sentença, junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região. A União tem um prazo de 60 dias para recorrer. A assessoria de comunicação do Ministério da Educação informou que o MEC ainda não foi notificado da decisão.

Fonte: Globo.com


25 de abr. de 2012

BULLYING em BRASÍLIA - maio



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19 de abr. de 2012

Por que as crianças se suicidam? Parte I



Luiz Carlos D. Formiga
Parte I

Luiz C. Formiga - arquivo VE
"A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que 'não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas." Allan Kardec ("O Livro dos Espíritos", comentário à resposta da questão 957).
No dia 12 de maio de 1979 o jornal "O Globo" reuniu alguns profissionais para debater o suicídio e suas razões. A reportagem intitulada "Suicídio – uma doença social de multas causas" merece ser lida porque é matéria que nos permite inúmeras reflexões. Nela podemos observar que no Rio de Janeiro os telefones do Centro de Valorização da Vida recebem cerca de 100 ligações por dia e que em São Paulo há 30 tentativas de suicídio por dia, das quais três são fatais.
Estatística sobre o Rio de Janeiro não é mencionada. Estes números chamam a atenção de qualquer pessoa, principalmente daquelas que ouviram Allan Kardec solicitar esclarecimentos sobre quais são, em geral, as consequências do suicídio sobre o estado do Espírito na questão n° 957 de "O Livro dos Espíritos". Observamos lá que as consequências do suicídio são muito diversas mas que urna consequência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento.
Os telefones 248-7171 (durante 24 horas) e 221-7723 (horário comercial) são atendidos por voluntários que basicamente apenas ouvem os desabafos dos que estão sob tensão e prontos para cometer o suicídio. Pessoas generosas diplomacias apenas em "ciência de saber escutar", ouvir pacientemente e, quando necessário, emitir alguns conselhos. Segundo Informação do engenheiro Normando Meio de Oliveira Dias, presidente da Sociedade Beneficente Vigília da Amizade, durante as festas de Natal, carnaval e feriados a procura é muito mais Intensa, pois as pessoas sentem-se mais sós, mais deprimidas. Outra observação feita é que durante a novela "Dancing Days", na TV Globo, quase ninguém ligava. Por isso foi considerada uma boa amiga do Centro de Valorização da Vida, uma vez que estende sua programação até de madrugada, prendendo e mantendo a pessoa ligada.
Comenta ainda o engenheiro que em São Paulo, onde o hábito de se fazer o lazer é diferente do realizado no Rio, as pessoas potencialmente estão mais protegidas, menos vulneráveis, pois lá o sentido de família está sempre mais presente.
A tentativa de suicídio pode ser interpretada como unica conduta destinada a produzir modificações no ambiente familiar da pessoa que executa a tentativa. Quando, na realidade, ocorre indiferença, as tentativas têm possibilidades cada vez maiores de atingir a auto-eliminação. É pertinente lembrar que a Doutrina Espírita chama atenção para o problema da indiferença humana mostrando em "O Evangelho segundo o Espiritismo" que o homem de bem (capítulo XVII) possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à Justiça. E encontra satisfação nos benefícios que derrama, nos serviços que presta, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos. Reconhecendo-se com relativa facilidade aqueles que realmente podem ser considerados como espíritas verdadeiros pela transformação moral que se lhes operou no âmago do ser, e também pelos esforços que empreendem no sentido de domar, de dominar, de vencer suas inclinações más. O verdadeiro espírita não pode ser indiferente à dor humana. Essa indiferença geradora de problemas diversos e que foi recentemente apontada pelos alunos de uma grande Universidade Brasileira, em "enquête" elaborada pelo Serviço de Orientação ao Universitário, como uma das maiores limitações do Professor Universitário. Como se pode observar não basta o alto saber intelectual e se o desejo é de vôo mais alto é necessário lembrar que o Espírito de Verdade ensinou "ama-vos e Instrui-vos" e o verbo instruir vem em segundo lugar.
Como não se pode falar do tema em questão sem lembrar o Sociólogo Êmile Durkheim, a Professora Silvia Regina Pantoja, socióloga, comenta suas conclusões que são indispensáveis. Durkheim assevera que existem homens capazes de resistir a desgraças horríveis enquanto outros se suicidam depois de aborrecimentos ligeiros. Seria importante investigar a causa desta resistência diversa e o que contribui para essa estrutura maior ou menor. Interessante anotar que é nas épocas em que a vida é menos dura que as pessoas a abandonam com mais facilidade, o que fez o psiquiatra Miguel Chalub, outro entrevistado por "O Globo", lembrar que em situações altamente dramáticas, como nos campos de concentração, o número de suicídios é bem pequeno, o que nos faz concluir que o amor à vida a tudo supera. Analisando diversos fatores, Durkheim assevera que a taxa social dos suicídios só se pode explicar sociologicamente. É a constituição moral da sociedade que fixa em cada instante o contingente dos mortos voluntários. Os movimentos que o paciente executa e que à primeira vista parecem representar exclusivamente o seu temperamento pessoal constituem, na realidade, a continuação e o prolongamento de um estado social que manifestam exteriormente. A Socióloga Sílvia Regina Pantoja nesta oportunidade comentou que Durkheim fez uma análise do suicídio procurando desvencilhar-se de todo tipo de proposta que reúne como causas do suicídio fatores puramente extra-sociais, ou seja, aqueles que repousam na constituição orgânica e psíquica dos indivíduos ou nas condições naturais e físicas do meio ambiente. Assim é que Durkheim abandona as formas como se apresenta o suicídio nos sujeitos particulares para buscar suas causas a partir do estado dos diferentes meios sociais: família, grupos profissionais, confissão religiosa, sociedade política, etc… E, como medida metodológica, se volta depois aos indivíduos para explicar como aquelas causas gerais se individualizaram para produzir os efeitos suicidas. Ao verificar a relação entre a frequência de suicídios e a confissão religiosa, por exemplo, constata que ela é maior entre os protestantes do que entre os católicos e judeus. Por que no catolicismo e no judaísmo os crentes estão mais preservados da autodestruição? Isto não ocorre pela natureza dos argumentos religiosos, mas pela existência de um certo número de credos e práticas comuns, tradicionais e obrigatórios a todos os adeptos que levam à constituição de uma sociedade. Conclui o pesquisador que quanto mais estes estados coletivos são numerosos e fortes, tanto mais a comunidade religiosa está fortemente integrada; tanto mais, também, é dotada de virtude preservadora. Mais uma vez pode-se observar que o esforço que é feito por grande parte dos espiritistas no Brasil no sentida de unidade, além de ser o caminho adequado é antes de mais nada uma necessidade. Observa-se que a única imposição é que não haja imposição, mas apela-se para a unificação. É pertinente lembrar que no livro "Obras Póstumas" (Allan Kardec) encontramos que o Espiritismo é uma doutrina filosófica, que tem consequências religiosas, como toda filosofia espiritualista; pelo que toca forçosamente nas bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a vida futura. Não é ele, porém, uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templo, e, entre os seus adeptos, nenhum tomou nem recebeu o título de sacerdote ou papa. Há uma autoridade coletiva, onde cada qual dispõe de seu voto e que nada podem sem o concurso uns dos outros. Mas todos estão de acordo acerca de princípios fundamentais, condição absoluta para sua admissão e para a de todos os coparticipantes da direção. Comenta Kardec que esta autoridade deverá ser, em matéria de Espiritismo, o que é urna academia em matéria de ciência.
Quanto mais integrados os espiritistas mais fortalecida a causa que procura possibilitar maiores oportunidades de o Indivíduo modificar o seu comportamento e chegar à harmonia com a sociedade e consigo mesmo. "O Livro dos Espíritos" – Filosofia Espiritualista – contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e a futura da Humanidade. Seu codificador Allan Kardec assevera ("Obras Póstumas") que é um dever gravar esta crença no espírito das massas e é um fato que essa crença é inata, pois todas as religiões a proclamam. Indaga Kardec por que então não tem dado até hoje os resultados que se deviam esperar? É que, em geral, tem sido apresentada em condições, que a razão não pode aceitar. Para que a doutrina da vida futura produza, de agora em diante, os frutos que podemos esperar, é preciso, antes de tudo, que satisfaça completamente à razão e à ideia que formamos da sabedoria, da justiça e da bondade de Deus; que não possa ser desmentida pela ciência; não deixe no espírito nem a dúvida, nem a incerteza; que a vida futura seja tão positiva como a presente, de que é a continuação, como o dia seguinte o é da véspera. Na reportagem de "O Globo" o médico Fernando Marques dos Reis ensina que há vários suicídios históricos na política de Roma, lembrando o de Bruto, como está no "Júlio César", de Shakespeare, e chegam até nós com Camillo Castelo Branco, Santos Dumont e Ge- túlio Vargas. Mas o grande interesse do tema recorda o médico, está em que o suicida é, antes de tudo, o deprimido, e, como diz o Dr. Paul Lüth, estudioso de história da Medicina, "a depressão é a doença da época". Na Alemanha Ocidental, que tem 60 milhões de habitantes, suicidam-se em média 38 pessoas por semana, ou seja, cerca de 14 mil por ano. A Organização Mundial de Saúde estima em 150 milhões os deprimidos do mundo. Merece registro, como é comentado em "O Globo", que entre os mais acometidos, nesse capítulo das depressões, se acham os pastores e os psiquiatras, entre os quais as cifras de suicídio são oito vezes maiores do que no resto da população. Estas cifras parecem indicar que, em termos bem realistas, "ninguém salva ninguém e que as religiões salvadoras não se salvaram sequer".
Pode-se falar em três tipos de suicídio, segundo a visão de Durkheim, o egoísta, o altruísta e o anômico. O egoísta é aquele que resultaria de uma individuação excessiva nas sociedades onde a moral se esforça para incutir no indivíduo a ideia de seu grande valor, fazendo que sua personalidade se sobreponha à coletiva. Deve acompanhar o processo outro constituinte que é a vaidade que na linguagem da moda seria a "inflação" da personalidade. O egoísmo é tema estudado nas obras básicas da Doutrina Espírita em diversas oportunidades, basta ver o índice analítico dessas obras. Assim Emmanuel no capitulo XI de "O Evangelho segundo o Espiritismo" ensina que o egoísmo é a chaga da Humanidade. Comenta o Instrutor que é o objetivo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem. Coragem porque é preciso mais coragem para vencer, a si mesmo do que para vencer os outros. Conclama que cada um, pois, coloque todos os seus cuidados para combatê-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. Allan Kardec em "O Livro dos Espíritos" apresenta-nos diversas reflexões: como destruí-lo, como obstáculo ao progresso moral, como verdadeira chaga da sociedade. Relaciona o egoísmo à perda de pessoas amadas, à vida de Isolamento, às desigualdades sociais, às ingratidões, ao problema da fome e aos laços de família.
A visão de Durkheim nos mostra outro tipo de suicídio – o altruísta -, praticado nos meios onde o indivíduo deve abrir mão de sua personalidade e ter espírito de abnegação e entrega de si às causas coletivas. Por exemplo, o espírito militar, que exige que o indivíduo esteja desinteressado de si mesmo em função da defesa patriótica. Nesse particular a questão nº 951 de "O Livro dos Espíritos" comenta que todo sacrifício feito à custa de sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque é a prática da lei de caridade. Ora, a vida sendo o bem terrestre ao qual o homem atribui maior valor, aquele que a renuncia para o bem de seus semelhantes não comete um atentado: ele faz um sacrifício, Mas, antes de o cumprir, ele deve refletir se sua vida não pode ser mais útil que sua morte. Não devemos deixar de enfatizar que André Luiz, no livro "Conduta Espírita", recomenda que o ser humano, no trabalho, deve situar em posições distintas as próprias tarefas diante da família e da profissão, da Doutrina que abraça e da coletividade a que deve servir, atendendo a todas as obrigações com o necessário equilíbrio, porque o dever, lealmente cumprido, mantém a saúde da consciência.
Finalmente, o terceiro tipo de suicídio – o anômico -, que vem de ocorrer nos meios onde o progresso é e tem que ser rápido, levando a ambições e desejos ilimitados, O dever de progredir tira do homem a capacidade de viver dentro de situações limitadas, tira-lhe a capacidade de resignação e, por consequência, tem-se o aumento dos descontentes e irrequietos. Nesse particular a doutrina espírita não poderia omitir-se e em diversas oportunidades as suas obras básicas discutem o problema da resignação humana. Gostaríamos de lembrar apenas que no livro "Vinha de Luz", de Emmanuel, este abnegado Instrutor mais uma vez leciona com propriedade invulgar. "Jesus forneceu padrões educativos em todas as particularidades da sua passagem pelo mundo. O Evangelho no-lo apresenta-nos mais diversos quadros, junto ao trabalho, à simplicidade, ao pecado, à pobreza, à alegria, à dor, à glorificação e ao martírio. Sua atitude, em cada posição da vida, assinalou um traço novo de conduta para os aprendizes." Assinala Emmanuel que "as marcas do Cristo não são apenas as da cruz, mas também as de sua atividade na experiência comum", recordando que "a marca do Cristo é, fundamentalmente, aquela do sacrifício de si mesmo para o bem de todos". "Todas as realizações humanas possuem marca própria. Casas, livros, artigos, medicamentos, tudo exibe um sinal de Identificação aos olhos atentos. Se medida semelhante é aproveitada na lei de uso dos objetos transitórios, não se poderia subtrair o mesmo principio, na catalogação de tudo o que se refira à vida eterna. Jesus possui Igualmente os sinais dele." Não seria a resignação um deles?
Durkheim acredita que somente o Estado poderia intervir, o único capaz de reconstituir as relações indivíduo-sociedade. Nem mesmo a família, a religião podem fazê-lo. Para a socióloga Sílvia Regina Pantoja, somente o Estado que olhasse para os grupos profissionais, e não aquele que privilegiasse a ênfase econômica. Aqui nos lembramos do capitulo "As aristocracias" – do livro "Obras Póstumas".
Em nenhum tempo ou nação, os povos dispensaram chefes, ainda mesmo no estado de selvageria. É assim porque, em razão da diversidade de aptidões e de caracteres, que se dão na espécie humana, há sempre incapazes que precisam ser dirigidos, fracos que reclamam proteção, paixões a combater: dai a necessidade de uma autoridade. Sabemos que nas sociedades primitivas a autoridade foi conferida aos chefes de família, aos anciãos, aos velhos, aos patriarcas. A força bruta a segunda aristocracia. Em seguida aristocracia do nascimento. Elevou-se novo poder – o do ouro que foi seguido de outra mais justa – a da Inteligência. Entretanto o homem mais inteligente pode fazer mau uso das faculdades. Por outro lado, a simples moralidade pode não ter capacidade. É, pois, necessária a união da inteligência e da moralidade para haver legítima preponderância, a que a massa se submeterá, confiada em suas luzes e justiça. Será esta a última aristocracia, durável porque será animada por sentimentos de justiça e caridade. Supremacia que Allan Kardec chamou de aristocracia intelecto-moral. É por isso que a Doutrina Espírita, que em 1857. Inaugurou a era do espírito imortal, afirma que é pela educação, mais ainda do que pela instrução, que se transformará a Humanidade. O homem, que trabalha seriamente em seu melhoramento, assegura sua felicidade desde esta vida, além da satisfação da sua consciência; está livre das misérias materiais e morais, que são as consequências forçadas de suas imperfeições; terá calma, porque as vicissitudes não o afetarão senão de leve; terá saúde, porque não esgotará o corpo com excessos; será rico, porque o é quem se satisfaz com o necessário; terá a paz da alma, porque não terá necessidades impossíveis; não será atormentado pela sede de honras e do supérfluo, pela febre de ambição, da inveja e do ciúme. Nós relembramos – não se suicidará.
O Psiquiatra Miguel Chalub, em "O Globo", chama a atenção para o perfil do suicida: homem, com mais de 55 anos, morador de grandes cidades, AGNÓSTICO (Agnosticismo – doutrina que afirma a impossibilidade do espírito humano de conhecer as realidades que transcendem o mundo sensível ou natural), socialmente isolado, fisicamente doente, sem antecedentes psiquiátricos e alcoólatra moderado. O perfil dos que tentam o suicídio: mulher, jovem, de boa saúde corporal, em situação de conflito evidente com o grupo familiar ou social mais imediato. As estatísticas sobre suicídio demonstram claramente que se associam positivamente ao suicídio em ordem decrescente de importância e significação as pessoas na seguinte situação: sexo masculino, idade avançada, viuvez, celibato ou divórcio, ausência de prole, residente em grande cidade, alto padrão de vida, crise econômica, consumo de álcool e droga, lar desfeito na infância e doença mental ou física. Inversamente, isto é, associam-se negativamente ao suicídio: sexo feminino, juventude, baixa densidade populacional, religião, casamento, prole numerosa, baixo padrão de vida e situação de guerra.
Ainda, o Psiquiatra Miguel Chalub acentua que o suicida não quer matar a si próprio mas alguma coisa que carrega dentro de si e que sinteticamente pode ser: a) sentimento de culpa e b) a vontade de querer matar alguém com quem se identifica. Como as restrições morais o impedem, ele acaba se autodestruindo. Assim "o suicida mata uma outra pessoa que vive dentro dele e que o incomoda profundamente". O Psicólogo Adler e o Psicanalista Ralph fizeram comentários muito pertinentes quando disseram que todos os fracassados: neuróticos, psicóticos, criminosos, bêbados, crianças-problema, SUICIDAS, pervertidos e prostitutas dão à vida um sentido privado. Aninhado nas raízes inconscientes está sempre o grande fator que influencia a conduta consciente – o egoísmo. Um fator a mais está sempre presente, a obsessão, a influência. maléfica, intencional ou inconsciente, exercida por Espíritos Imperfeitos sobre a Humanidade encarnada, de modo prolongado. Nesse particular a Doutrina Espírita lança luz sobre o problema e a Psiquiatria parece receber essa contribuição, como se pode perceber consultando-se o "Reformador" ano 99, mês de janeiro de 1981. Na página 16 vamos encontrar o "Modelo terapêutico psiquiátrico-espírita" que o Professor Pedro de Oliveira Mundim apresentou em Mesa-Redonda no I Forum Brasileiro de Medicina da Pessoa, Presidente Prudente, São Paulo, em 18-10-1980. Assim, a obsessão poderia ser definida como um constrangimento que um indivíduo, suicida em potencial ou não, sente, graças à presença perturbadora de um ser espiritual. Vale a pena ler a descrição feita por Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", capítulo 23.
Pergunta que nos assalta é como se sente o suicida após a desencarnação. Diversas são as obras que comentam o assunto, assim temos como exemplo "O Martírio dos Suicidas", de Almerindo Martins de Castro, e "Memórias de um Suicida", de Yvonne A. Pereira. Por outro lado não podemos esquecer que Allan Kardec, no livro "O Céu e o Inferno" ou "A Justiça Divina segundo o Espiritismo", deixa enorme contribuição em exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual e especificamente no capítulo V da segunda parte, onde cuida dos suicidas.
Parece interessante resumir que após a desencarnação, não há tribunal nem juízes para condenar o espírito, ainda que seja o mais culpado. Fica ele simplesmente diante da própria consciência, nu perante si mesmo e todos os demais, pois nada pode ser escondido no mundo espiritual, tendo o indivíduo de enfrentar suas próprias criações mentais.
Continua Parte II [em breve publicação aqui no Visão Espírita e todas as referências]
Address: http://visaoespiritabr.com.br/moral-crista/por-que-as-criancas-se-suicidam

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