16 de jan. de 2011

Entre Rosas e Canhões - O Ensino Superior na Ditadura Militar.

Entre Rosas e Canhões – O Ensino Superior na Ditadura Militar.

 

"(...) Nas escolas, nas ruas, campos, construções / Somos todos soldados, armados ou não,

Caminhando e cantando e seguindo a canção,/ Somos todos iguais, braços dados ou não,

Os amores na mente, as flores no chão ,/ A certeza na frente, a história na mão,

Caminhando e cantando e seguindo a canção ,/ Aprendendo e ensinando uma nova lição(...)"

 

Geraldo Vandré – Prá Não Dizer que Não Falei de Flores.

 

Na América Latina, a guerra fria resultou na instalação de sangrentas ditaduras militares. No Brasil, o presidente Jânio Quadros, que tomara posse em janeiro de 1960, substituindo Juscelino Kubitschek, renunciava seis meses depois, quando o seu vice, João Goulart, se achava em viagem à China.

Substituto legal de Jânio, Jango, teve sua posse contestada pela mesma ala militar que havia causado o suicídio de Getúlio Vargas. Diante da reação popular liderada pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, chegou-se a uma solução: Jango foi empossado, mas com poderes limitados, num regime parlamentarista.

Um plebiscito no ano seguinte restaurou o presidencialismo. Os conspiradores militares não se conformaram e em 31 de março de 1964 derrubavam o presidente com um golpe. O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, assumiu a presidência prometendo eleições. A promessa foi cumprida, mas depois de se mudarem as regras do jogo: as eleições não seriam mais diretas e sim por um colégio eleitoral composto pelos membros do Congresso.

Para garantir a vitória do candidato militar, cassaram-se mandatos de oposicionistas e assim foi eleito outro general, Arthur da Costa e Silva, para substituir Castelo. Iniciava-se no Brasil uma ditadura sui generis - sem um ditador, pois os generais se revezavam no poder a cada quatro anos - que iria durar vinte anos. A partir de 1968, com o Ato Institucional nº 5, baixado com o propósito de combater as manifestações estudantis e a luta armada iniciada contra o governo de exceção, instituiu-se um regime de medo, com prisões, violências e execuções não esclarecidas até o fim do século.

Nisto, a Universidade Pública no Brasil sofreu um duro golpe em sua liberdade. Apesar disso, em algumas delas, resiste o potencial crítico e contestatório que poderiam, segundo Habermas: " conduzir a conflitos desestabilizadores para o sistema" (in:Offe, 1990:51). O sistema educacional na ditadura militar é de caráter reprodutivista e tecnocrata, visando à escolarização e qualificação da força de trabalho, funções que dizem respeito ao Estado capitalista que estava se formando então.

No entanto, o Estado Militar precisava, para se legitimar, da adesão de uma parte dos intelectuais, das camadas médias e das massas populares. Constantemente apelavam à favor da democracia e da liberdade, ao contrário do que praticava. Clamavam o fim da pobreza, porém o nível de pobreza relativa se mantinha, ou ainda, aumentava mais.

O  crescimento econômico dos 70 milhões em ação e a disseminação da idéia de "Brasil Potência" criam uma máscara que encobria a concentração de renda desmedida e a intensificação da exploração da força de trabalho.

"Esta estratégia de hegemonia adotada pelo regime militar inclui o uso dos veículos de comunicação de massa, com destaque para a TV Globo. Inclui Igualmente as políticas sociais, entre as quais a política educacional". (Germano, 1994:103)

Neste sistema político, havia intelectuais envolvidos com a doutrina militarista. Estes desenvolviam processos de coerção e cediam membros seus para ocuparem as pastas da educação, justiça, bem como cargos de confiança e de reitores . Neste quesito, a USP foi a grande aliada do Governo Militar na expansão de seus domínios e na promoção de uma práxis combativa e altamente agressiva.   

A Reforma Universitária surge em 1968.  Fruto de dura repressão aos Movimentos de Educação e Cultura Popular, às universidades e centros acadêmicos que foram fechados e seus integrantes presos e cassados. Alguns desses movimentos educacionais eram considerados inimigos do Estado, pois apresentavam um  ideário "nitidamente subversivo",  de "subversão educacional" ou ainda "obra perniciosa colocada a serviço da subversão". ( Germano, 1989:168).

As universidades foram objeto de intervenção militar, como a Universidade de Brasília (UnB) Três vezes invadida por tropas militares. Na primeira destas invasões, o reitor Anísio Teixeira, um dos principais educadores do país e articulador do projeto de renovação da UnB, foi destituído de suas funções. Foram efetuadas prisões de professores e estudantes, instaurado um Inquérito Policial Militar e o interventor demitiu de imediato treze professores sem qualquer motivo aparente.

Nas demais invasões, o reitor convoca  a Polícia Militar  para atuar no campus por mais de uma semana, prendendo e espancando professores e alunos. Em sinal de protesto, 210 professores se demitiram simultaneamente.

A destruição do projeto inovador sonhado pelos educadores da UnB tornou-se uma realidade. Em 1968 ocorre a terceira invasão, ainda mais turbulenta e agressiva. Os educadores, neste momento, atuam como agentes de conscientização dos estudantes. "Aprendendo e ensinando uma nova lição(...)".

 O Regime encontrou grandes obstáculos no âmbito universitário graças às ações dos grupos estudantis organizados. Estes grupos foram severamente reprimidos, como no caso da UNE, no Rio de Janeiro, que um dia após o golpe de 64, foi incendiada e invadida por forcas direitistas.

 Em novembro do mesmo ano, a chamada Lei Suplicy, por Flávio Suplicy de Lacerda, ministro da educação, coloca a UNE (União Nacional dos Estudantes) e as UEEs (Uniões Estaduais de Estudantes) na ilegalidade e cria novos órgãos de representação estudantil controlados pelo Estado. Esta foi mais uma tentativa de coibir e aniquilar a luta organizada dos movimentos estudantis. "Os amores na mente, as flores no chão, A certeza na frente, a história na mão(...)".      

Em 1966, os estudantes reagem contra o autoritarismo e a política educacional dos militares. Ocorrem movimentos como a "Setembrada", um movimento nacional contra a repressão. Em 1967, começam as mobilizações contra os acordos MEC-Usaid entre outros aspectos da política educacional, tais como a falta de vagas nas universidades, pouca verba para a educação e privatização do Ensino Público.

Segundo Cunha: "A concepção da universidade calcada nos modelos norte-americanos não foi imposta pela Usaid, com a conivência da burocracia da ditadura, mas, antes de tudo, foi buscada, desde os fins da década de 40, por administradores educacionais, professores e estudantes, principalmente aqueles como um imperativo da modernização e, até mesmo, da democratização do ensino superior em nosso país. Quando os assessores norte-americanos aqui desembarcaram, encontraram um terreno arado e adubado para semear suas idéias" (1988:22)

A reforma de 1968 não foi, portanto, uma incorporação plena das recomendações de Rudolph Atcon e numa imposição da USAID através de seus assessores junto ao MEC. Esta idéia de modernização e inovação tecnológica nos moldes americanos vem desde os impulsos educacionais da década de 40. Esta modernização do ensino superior foi posta em prática pelas instituições militares e reivindicada por setores da sociedade civil, como a própria UNE. A racionalização da educação, aproximando-a do mercado de trabalho e a profissionalização do ensino médio são algumas das idéias constantes na teoria do capital humano. Estas idéias antecipam aspectos que serão contemplados na lei 5692/71.

O ex-ministro do planejamento Roberto de Campos (1969:75-6) aponta os chamados defeitos genéricos do sistema educacional, dentre os quais se encontram: O planejamento da educação com base predominantemente em critérios demográficos; baixa relação aluno/professor; absenteísmo; greves; subutilização do ano letivo, fragmentação do corpo docente; o obstáculo da gratuidade como fator de impedimento de maior acessibilidade.

A década de 1970 iniciou-se no Brasil sob a ditadura do AI-5 e a presidência do general Emílio Garrastazu Médici. Havia censura total dos meios de comunicação, prisões arbitrárias, tortura e desaparecimento de presos políticos. Houve execuções sumárias, como a dos militantes Carlos Marighella e o capitão Lamarca, líderes da resistência armada ao regime.

A euforia causada pela conquista do tricampeonato na Copa do Mundo de 1970 e os índices de crescimento econômico, que já subiam desde 1967 e se estabilizaram em torno de dez por cento nos primeiros anos da década, ajudaram a reforçar a imagem de eficiência do governo. Era o "milagre econômico". A eficiente máquina publicitária dizia que o Brasil era uma "ilha de tranqüilidade", que o povo era feliz e só uns poucos maus brasileiros discordavam. Para eles foi criado o slogan "Brasil, ame-o ou Deixe-o".

Na cúpula militar, porém, nem todos concordavam com a dureza da repressão, defendida pelo grupo de "linha dura", e os moderados conseguiram levar ao poder o general Ernesto Geisel, que iniciou o processo de normalização da vida brasileira.

O começo dessa nova presidência enfrentou resistências, terrorismo militar e até ameaças de golpe, mas quando Geisel passou o governo ao general João Batista Figueiredo, o processo de abertura política já estava bem encaminhado.

Assim, o papel docente superior vem acompanhado de uma união do meio acadêmico e dos estudantes como forma de defesa de suas próprias ideologias e práticas educativas. Neste período negro de nossa história, alunos e professores são os atores principais que, além de denunciarem esta prática ditatorial para o mundo, conduziram o processo de redemocratização do país à partir da década de 80.

"Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não / ns escolas, nas ruas, campos, construções / caminhando e cantando e seguindo a canção..."

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

CUNHA. L. A "Ensino Superior e Universidade no Brasil" In: LOPES, E M & FARIA FILHO, L M & VEIGA, C G (Orgs) 500 anos de Educação no Brasil. BH, Autentica, 2000.

 

GERMANO. J. Willington,  Estado Militar e Educação no Brasil 2ª ed. Sp, Cortez, 1994.

 

VANDRÉ. Geraldo Prá Não Dizer que Não Falei das Flores. III FIC, 1968.   

 

 Artigo escrito por Semiramis Franciscato Alencar Moreira em Agosto de 2006

10 de jan. de 2011

DANO E DOR SEM NOME

domingo, 12 de dezembro de 2010

DANO E DOR SEM NOME


Quem perde a mãe é órfão, quem perde o marido é viúva, mas quem perde um filho?

No avião, aquele senhor mais parecendo um artista com seus cabelos brancos, perguntou-me sobre a minha atividade profissional. Informei que era professor na faculdade de medicina e atendia a um convite feito pelo Ministério da Saúde. Disse-me, então, que era Juiz de Direito, mas que a minha responsabilidade era maior. Explicou-me que o juiz pode errar e prejudicar uma pessoa, mas o professor, se for negligente, poderá causar dano em muitas mentes.
Calou-me fundo o comentário e hoje dele me recordo, diante da menina e da administração venosa de vaselina líquida, no lugar da solução salina isotônica. Quem fora seu professor?
Todo ser humano deve se beneficiar dos padrões éticos de maior nível nas ciências biomédicas. Que prova-provação difícil para a mãe ver a filha agonizando e pedindo para que não a deixasse morrer!
Para o Conselho de Enfermagem a semelhança entre os frascos de vaselina líquida, que foi colocada no lugar do soro não justifica erro. "Não é possível confundir quando isso está sendo feito por um profissional devidamente capacitado, qualificado e preparado para aquele procedimento", disse o membro do Conselho.
Tenho conversado, por e-mail, com uma pessoa que perdeu o filho. Uma carta está no Jornal dos Espíritos (1) A mãe lamenta que o Chico Xavier não esteja mais junto de nós psicografando para aliviar as dores extenuantes, difíceis até de nomear.
Será que podemos pensar a fatalidade venosa utilizando três palavras: imprudência, negligência e imperícia?
Vamos ao dicionário. "Imprudência, em termos jurídicos é a  inobservância das precauções necessárias. É uma das causas de imputação de culpa previstas na lei. Negligência é falta de atenção, inobservância e descuido no agir. Já a imperícia é falta de habilidade ou experiência reputada necessária para a realização de certas atividades e cuja ausência, por parte do agente, o faz responsável pelos danos ou ilícitos penais advenientes."
 No avião, o que teria dito aquele Juiz de Direito?
O comentário daquele profissional me fez transitar entre a responsabilidade social do cientista e a do docente na universidade. Tentando me antecipar (2) escrevi artigo dirigido aos "da saúde". "O fornecedor de serviços responde, independente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços."
O hospital, ao fornecer serviços de saúde médico-hospitalares, está sujeito às normas do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei 8078/90). A relação jurídica estabelecida com os seus pacientes é contratual, legítima relação de consumo, com as conseqüências legais decorrentes. As atividades complementares, ao atendimento do paciente, também ficam protegidas pelo manto deste contrato. Entre elas está o serviço de enfermagem. Vamos recordar que a obrigação incluída neste contrato do hospital é de meios e não de resultados. No entanto, a assistência médica deve ser a mais adequada possível, devendo dispor de pessoal competente, nos procedimentos oferecidos aos seus pacientes nos atendimentos, uma vez que no contrato está implícita a cláusula de incolumidade, que tem característica de uma obrigação de resultados.
Neste artigo (2), as palavras-chave foram erro biomédico, Microbiologia Médica, Bioética e Biodireito. Poderia agora acrescentar a prudência, a diligência e a perícia, sempre estimuladas na educação continuada. Melhores serão os resultados, da equipe de saúde, se estivermos diante de profissionais apresentando mestria, qualidade de perito e profundo respeito pela pessoa. Pessoa é o indivíduo na sua dimensão ética, o valor fonte de todos os valores. "A educação da alma é a alma da educação", psicografou o médium Chico Xavier. Nos fundamentos do Estado Democrático de Direito (CRFB/88, Artigo 1º) vamos encontrar a "dignidade da pessoa humana". Ao titular desse direito e razão de ser da própria existência, acresce-se o direito à vida, sem o qual a pessoa humana seria inconcebível. O "Rei" cantou: "A vida é amiga da arte". "Eu vi muitos cabelos brancos na face do artista."
Abençoadas as cartas do artista da mediunidade(3), aquele que festejamos seu centenário. Com elas, aquelas mães, potencialmente suicidas, puderam perceber que a morte do corpo não mata a vida. Seu filho é imortal! Mãe, aceita a prova, mas não precisa passar com dez. Estamos juntos!
VEJA O FILME, SOBRE AS CARTAS DO CHICO enviado pelo amigo
 
 

 


 

8 de jan. de 2011

Aprendendo o sentido da crítica no sistema acadêmico

Aprendendo o sentido da crítica no sistema acadêmico

 Profª Semíramis Franciscato Alencar Moreira

 

Popularmente a crítica está associada a uma prática depreciativa sobre determinado tema. Porém, se analisado do ponto de vista epistemológico, a crítica vem a ser uma análise minuciosa de um determinado assunto, sob uma discussão desapaixonada por qualquer teoria ou visão pessoal.

Antes, com Bacon e Descartes havia a preocupação com as ilusões da consciência e da importância do método para evitá-las. Bacon busca a experimentação pela natureza, enquanto que Descartes encontrava nos critérios de certeza, a subjetividade e o racionalismo subjetivista.

Depois da reforma e contra-reforma e a perda de crédito da ciência antiga devido às revoluções científicas, o ser humano passa a ser a única autoridade digna de crédito.

 Com Kant, seguindo os passos empiristas, elabora o próprio conceito de crítica com o "Tribunal da Razão". O sujeito transcendental de Kant, em que na radicalização da crítica, o indivíduo se torna o ponto de partida da crítica, aquele que julga e avalia as pretensões do conhecimento e que decide sua legitimidade.

Hegel, assim como Kant, pretendeu radicalizar a concepção de crítica dos empiristas e dos racionalistas, na busca de superar a oposição entre ambos e estabelecer algo mais fundamantal do que o "cogito" de Descartes ou a experiência de Bacon.

 Assim, Hegel percebe que só através de uma consideração da história, da marcha do "Espírito" para o "Absoluto" e a liberdade podem de fato, tornar a filosofia crítica, radicalmente crítica.

Assim, ele rompe com privilégio da individualidade e da subjetividade:

Hegel mostra, por meio da historicidade da consciência individual, que isso é impossível, sendo pura ingenuidade tentar considerar o indivíduo como desvinculado de da tradição, da cultura e da sociedade a que inevitavelmente pertence. "Toda consciência é a consciência de seu tempo"(in; MARCONDES, 2000:228).

A crítica deveria supor a visão do próprio processo de formação da consciência, a interpretação do sentido da história que, olhando para o passado, pode compreender o presente como resultado desse processo e assim ver o futuro, apreendendo a totalidade.

A análise crítica visa entender e repassar o todo percebido implicitamente, destrinchando  cada aspecto em  diversas nuances, de maneira que, ao ser lido, o leitor possa perceber suas próprias convicções sem ser influenciado pelo ideário do autor.

Enquanto docentes e acadêmicos, a crítica pode ser encarada como a definição de Freire sobre autoritarismo e autoridade, uma vez que a crítica confere caráter discriminatório ao mesmo tempo em que também pode ser apresentada sob um aspecto classificatório. É o cuidado que se deve ter para que não haja controvérsias no momento de se avaliar ou enquanto se está sob avaliação:

 "É uma contradição proclamar uma opção progressista e ter uma prática autoritária ou espontaneista. A opção progressista demanda uma prática democrática, em que a autoridade jamais se alonga em autoritarismo, mas que, por sua vez, jamais se amofina no clima irresponsável da licenciosidade" (FREIRE, in BARRETO 1998:67).

 

Entretanto, a crítica se apóia subjetivamente em algum discurso ideológico, mesmo que seja em prol da reconstrução desta ideologia.

Esse caráter crítico, se analisado no âmbito do ensino superior, encontrará base nas palavras do educador Paulo Freire (1996:27) ao mencionar que:

 

"Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica. Saber igualmente fundamental à prática educativa do professor ou da professora é o que diz respeito à força, às vezes maior do que pensamos da ideologia(...). É que a ideologia tem que ver diretamente com a ocultação da verdade dos fatos, com o uso da linguagem para penumbrar ou opacizar a realidade ao mesmo tempo em que nos torna "míopes"".

 

 

Este trabalho de reinterpretação  visa retratar o silencio, o inconsciente coletivo e a revelação de uma obra de pensamento, ou seja, um pensamento original. Volta-se a questão: o que é a verdade? Será que o silêncio que é guardado de fato "grita" ao outro explicitamente o que o autor repassa como a realidade daquele contexto?

Até onde esta crítica poderia estar de fato separada do contexto ideológico defendido pelo autor? o que pode ser realmente mensurado cientificamente pelos critérios de verdade? A verdade não seria algo objetivo, coisa única e intransponível?

 Daí a necessidade de se analisar criteriosamente o pensamento de cada indivíduo, que burilado transpõe suas questões expondo seus pontos de vista em prol de um consenso, ainda que temporário passível de novos olhares, novas perspectivas.

Portanto, cabe à analise crítica o cuidado para não cair no vazio da plena depreciação deste ou daquele tema ou da analise técnica simplista e minimalista que reduz a produção acadêmica a um achismo estreito e desprovido de perspectiva.

Desta forma, o trabalho da crítica é realizar um trabalho de interpretação com relação à pensamentos e discursos dados, para explicitar o implícito ou ser a voz do silêncio, abrindo novas correntes de pensamento. 

  

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

BARRETO. Vera. Paulo Freire para educadores São Paulo: Arte & CiÍncia, 1998.

 

CHAUÍ. Marilena  O Trabalho da Crítica do Pensamento. In; HUMME. Leda Miranda(org) Metodologia Científica. Caderno de Textos e Técnicas. Rio de Janeiro, Agir, 2000.

 

FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1996.

 

MARCONDES. Danilo. Iniciação à História da Filosofia – dos Pré-socráticos à Wittgenstein. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editora, 2000. 

 

 

Artigo escrito em junho de 2006 -

O juízo moral na criança e ensino superior - uma analogia docente

O juízo moral na criança e ensino superior – uma analogia docente


Profª Semíramis Franciscato Alencar Moreira


O jogo de regras é para Jean Piaget uma condição fundamental para a atividade humana.
Os jogos coletivos de regras são paradigmáticos para a moralidade humana pois apresentam uma atividade interindividual necessariamente regulada por algumas normas que, embora herdadas por gerações anteriores, podem ser modificadas pelos membros de cada grupo de jogadores, o que os constitui de certa forma, “legisladores” de cada um deles.

Piaget diz que: “Toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”.

Embora essas normas não tenham um caráter moral em si, o respeito é a moral (os parâmetros de justiça e honestidade). Assim, o respeito provém de mútuos acordos entre os participantes do jogo e não da aceitação de regras impostas por autoridades estranhas a este grupo.
Num jogo de bolinhas de gude, pode-se observar a prática e a consciência da regra em cada indivíduo. Piaget pede num primeiro momento, que um menino o ensinasse a jogar e se punha a jogar com ele. Depois o perguntou de onde vinham essas regras, quem as havia determinado, se as regras poderiam ser modificadas, etc.
A evolução da prática e da consciência da regra pode ser dividida em três etapas. A primeira é a fase da anomia, a ausência total de regras, entre os 5, 6 anos de idade as crianças não seguem regras coletivas. Interessam-se pelos jogos para satisfazerem seus interesses motores ou fantasias simbólicas, e não para participar de uma atividade coletiva. As crianças podem estar em grupo, realizando uma mesma tarefa, mas estão agindo individualmente.
A Segunda etapa é a heteronomia, que abrange indivíduos de 9, 10 anos. Nesta fase, o surge no indivíduo o desejo de participar das atividades coletivas e regradas. Estes indivíduos não concebem as regras como um contrato firmado entre os jogadores, mas como uma lei, imutável, concebida e mantida pela tradição. Não concebem a si próprios como legisladores.
A terceira e última etapa é a da autonomia. Com características opostas às da fase heterônoma, esta fase representa a concepção adulta do jogo. Na autonomia, ocorre a plena maturação das regras do jogo. A criança já se concebe como possível legislador, capaz de criar novas regras que serão submetidas à aceitação ou a rejeição dos outros. Deste modo, a autonomia na prática da regra aparece mais cedo do que a revelada pela consciência da mesma.
Para cada uma dessas etapas devemos considerar as idéias de Henri Wallon, no que concerne às três dimensões do desenvolvimento humano: a afetividade, a linguagem, o movimento para a construção da personalidade.

Estes três fatores incidem drasticamente na formação interior do indivíduo e suas relações com os conjuntos de normas ditadas por diversos grupos. São constantes os casos de indivíduos ou grupos de indivíduos que se rebelam contra ordens pré-estabelecidas socialmente.
No estágio categorial do indivíduo por volta dos 6 anos, sob a concepção walloniana, o indivíduo volta sua atenção para o aprendizado e o conhecimento do mundo, este mesmo impulso se dá na adolescência, mas desta vez sob um impulso maior de uma gama de emotividade e questionamentos que provocam conflitos e o desejo de modificar as regras.

A professora Izabel Galvão, analisa este princípio: ‘’importante recurso para a construção da identidade (individual ou coletiva), as condutas de oposição podem ser interpretadas também como indício de uma necessidade de autonomia”.


O indivíduo recém saído da adolescência, com conflitos pessoais e psíquicos é o mesmo que integrará os cursos de graduação nas diversas instituições de ensino.
Na formação do educando de ensino superior, é observado a entrada dos iniciantes em qualquer graduação: curiosos, muitas vezes sem a menor noção da estrutura acadêmica que terão de compreender e aceitar. Se encontram em estado de anomia acadêmica. Ele não tem consciência das normas e tenta se adequar.
Este estado se transforma à partir do momento em que os graduandos procuram estabelecer contato com os alunos veteranos, compreendem, então, as regras do jogo, conforme seu grau de envolvimento com o grupo.

As relações coletivas são essenciais para o entrosamento do graduando com as regras da instituição de ensino e o grupo a que pertence. Assim, passa a aceitar e aplicar tais procedimentos devotadamente. A fase heterônoma do indivíduo.

Vygostky, ilustra bem este raciocínio ao se referir as atividades de grupo como fator relevante para o bom desempenho das funções mentais: “O homem é um agregado de relações sociais. As funções mentais são relações sociais internalizadas”.

Enquanto compreende e apreende as regras impostas pelo grupo e pela instituição , ele também elabora e submete suas próprias regras ao grupo. Esta autonomia, o indivíduo a conquista na fase final de sua graduação. Neste momento, o indivíduo se sente mais seguro para reorganizar seu pensamento e reelaborar e reeditar as regras anteriormente propostas.

O papel do docente superior seria o de mediador deste encontro, um facilitador das interações sociais, através de um ensino dialético, que despertasse o auto-questionamento e o questionamento do mundo que o cerca.
Fontes bibliográficas

· GALVÃO. Izabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil. Petrópolis, Vozes, 2001.
· PIAGET. Jean O Julgamento Moral na Criança. São Paulo, Ed. Mestre Jou, 1977.
· PIAGET. Jean Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro, Ed.Forense, 1977
· TAILLE. OLIVEIRA. DANTAS. Yves de la, Marta Kohl, Heloysa. Piaget, Vygostky e Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo, Summus editorial, 2003
· VYGOTSKY. Lev Semeniovich. Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1998.

29 de dez. de 2010

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond Andrade

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
 
Um ótimo ano de 2011!

 

26 de dez. de 2010

Respondendo ao Professor Dr. Luiz Carlos Formiga.

Obrigada, querido Ramon e querido professor Formiga pela divulgação desse artigo e de meu blog Educando o Amanhã. Respostas em Azul!
Abraços
 
Semíramis Alencar
 
Em 26 de dezembro de 2010 10:26, R Chaves <ramonchaves@hotmail.com> escreveu:
 
PhD em Direito ACUSA. Espírita, pergunta. 
 From: ramonchaves@hotmail.com;
LUIZ CARLOS <formigalcd@hotmail.com>;
To: gadelh
Subject: RE: Eu Acuso - Educando o Amanha
Date: Sun, 26 Dec 2010 12:02:03 +0000
Coloquei também um de origem espírita. Divulguem.
Discussão nos links
Ramon
Re: Evangelização Espírita Infantil 
 
Onde se dá a formação de educadores? Licenciaturas? Faculdade de Educação? Onde elas ficam? Universidades?
 
A formação de Educadores deveria de ser desenvolvida, em primeiro lugar, no seio da própria família, comprometida com os valores morais voltados para a ética, a cidadania, o respeito e a solidariedade - educando nossos filhos e filhas, educamos também a sociedade. Faculdades, universidades, centros acadêmicos e licenciaturas pouco ajudam quando já não trazemos a educação do seio familiar. O estudo ajuda a formar, entretanto as famílias tem papel essencial na condução desse processo de maturação.
 
O que mudou na universidade dominada pelo materialismo? Pouco ou nada. Na realidade, sempre foi materialista
Como aproveitar a agilidades tecnológicas da nova era na universidade?
 
Colocando as ferramentas tecnológicas a serviço do bem, como forma de prestação de serviços, repassando informações úteis, de forma a agrupar a comunidade para a solução de seus próprios problemas 
 
Como pensar em formação de educadores sem pensar em valores espiritualistas?
Pensando exatamente no estado de coisas que se encontra a educação hoje - completamente desvirtuada de sua real função: a de educar . na escola se aprende de tudo: a humilhar o semelhante, a roubar, a mentir para si mesmo, a enganar, a colar, a discriminar, a agredir... Os professores, pressionados pelas más condições de trabalho e baixa renda não prezam pela correta conduta dos alunos, também vitimizados pelo sistema capitalista que também vitimizam seus pais. Nessa reação em cadeia, onde o mais forte é o que pode se impôr pela força, o mais inteligente, aquele que pode se driblar os currículos e tarefas propostas sob a alegação de que podem recorrer aos órgãos de proteção ao adolescente, a justiça por danos morais. Lastimável... a educação voltará a ser respeitada somente se cada professor dentro de sua crença começar a desenvolver uma educação pautada nos valores realmente humanos, desde a pré-escola, sem protecionismos ou desmandos, a escola que tem professores, pais e alunos que são parceiros na construção de uma nova sociedade, que não se pautem apenas na pequenez de passar ou não de ano, sob o argumento de que "traumatiza o aluno". A educação apenas alcançará algum efeito quando passar a respeitar seus educadores mais sérios, a incentivar o uso das novas metodologias de ensino, a compartilhar a visão de mundo do outro, a respeitar a lei de Diretrizes e Bases,  dos Regimentos Escolares, de aceitarem o "não" como resposta, de reconhecer suas falhas, enfim, quando cada um de nossos pais, alunos, professores e dirigentes escolares reconhecerem que a educação sem verdade não é educação - é desvirtuamento.
Abraços,
 Semíramis F. Alencar Moreira (pedagoga; especialista em Docência de Ensino Superior e professora)
       
"Nas salas de aula desses cinqüenta e tantos anos de magistério, sempre olhei o adolescente, apiedado... E ouvia Jesus na página maravilhosa de Boa Nova: Pedro, eles não são pecadores... Eles são somente frágeis... E a fragilidade se mistura com os nossos conhecimentos de Física, de Química, de Biologia, de Psicologia... E as vontades? Como despertar as vontades? Como fortalecer os frágeis? Como ativar as vontades para querer o melhor para os próprios espíritos?
E você? Onde fica? Pode ajudar ampliando essas reflexões?
 

 

O que é o Natal?

 
 
 
Enviado gentilmente pela amiga Maristella Bilmeyer ! Feliz Natal, Bella! Io te voglio benne!
Bacci.
 
Aos leitores do Educando o Amanhã, meus desejos sinceros de que a alegria do Natal se estenda ao Reveillon e se prolongue por todos os dias do ano de 2011.
Abraços fraternos
 
Semíramis Alencar
 

 

21 de dez. de 2010

Aos Amigos - Nossa mensagem de Natal

Com votos sinceros de que o verdadeiro sentido do Natal de Jesus esteja presente no coração de todos os amigos,
irmanados em fé, amor e paz.
 
Semíramis Alencar e Família
 

O Que Perdemos no Natal?
Era um homem solitário, cercado de controles eletrônicos e comida por todos os lados; o noticiário de sempre, as mortes nas estradas, as compras de última hora – as crianças contempladas pelos artistas que vinham em nome do Papai Noel…
 
Mas que vida…. o que era afinal, o Natal? não o presépio de Jesus com Maria e José, os Reis Magos, os pastores e os bichinhos andando a pé naquele mundo pastoril, não, que Natal era aquele do mundo febril? Natal do aquecimento global - rimou – será que enlouquecera?
 
As crianças gostavam mais das caixas que dos brinquedos, os adultos bebiam até passar mal, ah esqueci, é Natal!
 
Olhava o céu de madrugada crivada de estrelas, aquele universo cheio de mundos diferentes. Olhava o sol antecedido por sua coroa de raios partindo detrás das montanhas… o que perdemos no Natal? Dinheiro? não, ele foi transformado em "amor"…
 
Sem dúvida o mundo estava doente, perdera o sentido do presente… só, cercado por eletrônicos, queria renascer, possuir de novo o sonho da criança, queria acordar da ilusão!
 
A saudade dos flocos de nuvens rosas, das mudanças rápidas na luz celeste no mar das manhãs… para não sentir aquela dor da saudade, de se emocionar, concentrava-se no nascimento de mais um dia - tentava aprender, mais uma vez, como o desenho das aves, com suas asas abertas no pouso, era perfeito e belo em todo o seu voar.
 
Esperança… controlando a saudade de seu tempo de criança, ele via nascer novo sol em seu peito… então, distraidamente (talvez por isso mesmo) recebeu, na luz radiosa daquela manhã de Natal, uma visão de Maria embalando Jesus nos braços…
 
Quando nascemos, perdemos a segurança do ventre, corremos o risco de respirar, por nós mesmos, o ar da vida na Terra. Quando crescemos , somos o centro solar de nossas mães – elas nos dão a luz e se colocam, como a Terra no espaço, esperançosas de receber amor. Quantas se perderam… mas, quantas se encontraram, felizes, nesse papel que Deus, tido como Pai, se ocultou no ventre das mães….
 
Parece que perdemos mesmo algo do sentido do Natal… na verdade, perdemos todos os dias, na distância daquele ponto de partida, incertos do dia e da noite e se, na travessia dos portais da morte, teremos outra forma de amor tão bela na chegada…
 
Se olharmos, em retrospectiva, toda história da humanidade mal contada da morte do Mestre e de sua mãe igualmente crucificada, coração cruzado pela espada da dor, veremos que, a mão que tirou por fim, o filho de Maria após anos de tentativas, foi a mão do lucro e do consumismo…
 
A mensagem que aquele bebê ia trazer ao mundo era justamente a da entrega das coisas, da perda do sentimento de perda, da morte dos prazeres infantis, dos presentes no presente, da mudança de hábitos que agora, o homem cercado de eletrônicos se via forçado a mudar  de canal.
 
o canal do coração estava como represa prestes a arrebentar; o canal dos sentimentos não estava ao alcance das ofertas e promoções, não.
 
Tudo isso via nas nuvens flocadas e tingidas de rosa por poucos minutos – a beleza não se deixa prender por nada do espaço e do tempo. Perdendo sua vida "normal", ganhava  de volta aquela, da criança,  que um dia, antes mesmo da invenção mentirosa do Papai Noel, estivera mergulhada no corpo da mãe.
 
No seio amoroso daquela Maria que lhe dera a vida, também afundara em busca do calor de Deus. Agora, crescido e distante de todas essas presenças, trocaria tudo por aquela lembrança, profunda, distante, um tempo mágico de criança…
 
Na vida depois dessa vida, encontraria, de novo, o amor de seu Criador ? Perderia até mesmo o corpo, cercado de eletrônicos na noite de Natal, se pudesse, uma vez mais, ser como aquele menino pobre da manjedoura, sentir em si, uma vez que fosse, o carinho que recebeu de sua mãe, o Menino Jesus.
 
Luiz Fernando Costa Moreira 
 
    
Semíramis
35)9169-9955
 
http://nequidnimis.wordpress.com  - Ne quid nimis...
 
Mors ultima ratio. ( A morte, a ultima razão)
 
 
 

 

20 de dez. de 2010

Eu Acuso - ou sobre o professor em BH

 
J'ACUSE !!!
(Eu acuso!)
(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)
« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.
(Émile Zola)
Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...)
(Émile Zola)


Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado "dano moral" do estudante foi ter que... estudar!). A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro. O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares. Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática. No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que "era proibido proibir". Depois, a geração do "não bate, que traumatiza". A coisa continuou: "Não reprove, que atrapalha". Não dê provas difíceis, pois "temos que respeitar o perfil dos nossos alunos". Aliás, "prova não prova nada". Deixe o aluno "construir seu conhecimento." Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, "é o aluno que vai avaliar o professor". Afinal de contas, ele está pagando... E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de "novo paradigma" (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: "o bandido é vítima da sociedade", "temos que mudar 'tudo isso que está aí'; "mais importante que ter conhecimento é ser 'crítico'." Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno–cliente... Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que "o mundo lhes deve algo". Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

 

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

 

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a "revolta dos oprimidos" e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para "adequar a avaliação ao perfil dos alunos";

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com
segundo grau completo cresceu "tantos por cento";

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno "terá direito" de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um "novo paradigma", uma " nova cultura de paz", pois o que se  deve promover é a boa e VELHA cultura da "vergonha na cara", do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os "cabeças–boas" que acham e ensinam que disciplina  é "careta", que respeito às normas é coisa de velho decrépito,

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam "promoters" de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos-clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia. Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de "o outro". A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: "Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita
raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo." Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor "nova cultura de paz" que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.



 

 

15 de dez. de 2010

Formação de EDUCADORES


 Formação de EDUCADORES


LUIZ CARLOS FORMIGA

Onde se dá a formação de educadores?

Licenciaturas? Faculdade de Educação? Onde elas ficam? Universidades?

Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita diz mensagem do "Momento espírita".

É preciso resgatar valores na universidade? Banda larga e mente estreita, fora e dentro da universidade?

Eis a ideia veiculada numa determinada campanha publicitária nacional, que toca numa temática bastante interessante.

Nos tempos da velocidade da informação, e da conectividade em tempo real com o mundo todo, é necessário pensar. Pensar se tudo isso, realmente, está sendo utilizado em favor do desenvolvimento humano

Será apenas mais uma distração criada pela alma imatura do homem terreno?

Sim, pois, se pouco ou nada nos acrescenta como espíritos, no que diz respeito ao nosso progresso moral, ao nosso melhor comportamento.

De que nos adianta?

De que nos adianta ter a facilidade no acesso à informação, se não sabemos o que fazer com ela?

De que adianta ficar sabendo de tantas e tantas coisas, se não sabemos selecionar o que eu quero e o que eu não quero para mim?

Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.

A mente estreita é esta que se perde em meio a tantas possibilidades, sem saber para onde ir.

Naufragam ao invés de navegarem na sociedade do terceiro milênio. A tecnologia está à nossa disposição para nos ajudar. É o conhecimento intelectual engendrando o progresso moral, propiciando o adiantamento do ser humano, e não sua destruição.

O que mudou na universidade dominada pelo materialismo?

Como aproveitar a agilidades tecnológicas da nova era na universidade?

Sejamos nós estes de mente larga, que querem e trabalham pelo bem comum, das mais diferentes formas possíveis.

Não podemos esquecer do investimento contra o materialismo que impera na universidade, formadora de educadores influenciados pelo marxismo.

Como pensar em formação de educadores sem pensar em valores espiritualistas na universidade?

Busquemos a plenitude intelecto-moral, conforme tão bem acentua o codificador (foto).

O Professor no Jornal dos Espíritos diz assim:

"Um professor universitário me escreveu e disse que deseja trabalhar valores espíritas junto ao alunado do seu Estado. Muito boa notícia esta de trabalhar valores espíritas na universidade (terreno inóspito). Muitos alunos não foram "trabalhados" adequadamente no período infantil, o que torna o nosso trabalho pouco atraente. O movimento espírita parece não se importar muito com o universitário. Que sugestões práticas faria para o professor e que material bibliográfico poderia enviar-lhe como suporte? Agradeço a ajuda, pois estou com esse "espinho na carne". Transmita esse meu pedido aos universitários que conheça pedindo sugestões. Podem ser funcionários da universidade federal, estadual, particular, alunos, professores e todos os que um dia passaram por lá (formados ou aposentados). SOS.

Responda-me assim que encontrar um tempo pra esse amigo.

Sua colaboração é muito valiosa. Escreva para a redação."

ESPÍRITAS universitários - http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/colunistas.htm

O Grupo Estudos Espíritas Avançados (GEAE) relembra os "Valores Espíritas na Universidade" dizendo que: "Através da correspondência eletrônica chegou-me a notícia de que um Professor Universitário desejava trabalhar valores espíritas junto ao alunado do seu Estado. Como o Rio de Janeiro já havia tomado essa iniciativa num passado recente fui consultado. Revi os primeiros dias, não antes de lembrar o educador Rubem Alves: "O primeiro ato de domínio exige que o dominado esqueça o seu nome, perca a memória do seu passado, não mais se lembre de sua dignidade." De forma ligeira, fiz algumas anotações para não perder a memória do passado no Núcleo Espírita Universitário do Fundão (NEU-Fundão).
Muito boa esta notícia de trabalhar valores espirituais na universidade (terra escaldante). Muitos alunos não foram "trabalhados" adequadamente no período infantil, o que torna nosso trabalho pouco atraente, mesmo, quando utilizamos, como estratégia, temas ligados aos problemas atuais. Na época que ajudamos a fundar o NEU-Fundão esses desafios eram Sexo, Drogas, DSTs, AIDS, Hansenísae, Curas Espirituais e Regressão de Memória, mas, mesmo assim, foi complicado. Como também era pesquisador com o Pires na Mão já havia desenvolvido alto grau de resistência à frustração, o que me ajudou muito. Isso não deve ser considerado um desestímulo, mas uma dose da vacina contra os primeiros fracassos (Resiliência *).
A universidade é um terreno complicado e tentamos dar uma idéia disso no "Universidade da Alma. Cidade Universitária do Espírito", que está no link http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/universidade-da-alma.html. Só não desisti porque sempre lembrava das palavras de um outro Professor do nosso "ginasial" (Newton G. de Barros) e que coloquei como "grande final" no artigo Sexo: Artigo de Compra e Venda ( http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/sexo--artigo-de-compra-e-venda.html ).



"Nas salas de aula desses cinquenta e tantos anos de magistério, sempre olhei o adolescente, apiedado... E ouvia Jesus na página maravilhosa de Boa Nova: Pedro, eles não são pecadores... Eles são somente frágeis... E a fragilidade se mistura com os nossos conhecimentos de Física, de Química, de Biologia, de Psicologia... E as vontades? Como despertar as vontades? Como fortalecer os frágeis? Como ativar as vontades para querer o melhor para os próprios espíritos?
Mas sobe à superfície da memória a "Parábola do semeador: - O Semeador saiu a semear... Atirou as sementes, amorosamente... Umas caíram na terra escaldante e feneceram... Outras caíram ao alcance dos pássaros e foram deglutidas... Outras cresceram entre espinheiros e foram sufocadas... Mas outras caíram em terreno fértil... E produziram uma por trinta... uma por sessenta... uma por cem... e deram muitos frutos bons...
Bezerra de Menezes desce de alturas não mensuráveis e nos diz pelas mãos sagradas hoje, de Francisco Cândido Xavier: A legenda agora é kardequizar... Semear as sementes escolhidas... e confiar na fertilidade dos terrenos...
Deixei mais links para que o Professor Universitário tenha ideia deste trabalho de "kardequizar na universidade..." e possa também ver "sementes escolhidas".
"Espiritismo na Universidade"

http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=5207
Antiga HP do NEU-RJ - http://www.zap.to/neurj
Afinal, quando sabemos de onde viemos sempre é mais fácil determinar para onde vamos." http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae544.pdf
O Jornal dos Espíritos "apela" para a resiliência (espírita)

http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.1.htm 
Realmente, resgatar valores é um grande desafio diante do materialismo universitário.

Aí aprovar o aborto é fácil!

http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=10&texto=524
E você? Onde fica?

Pode ajudar ampliando essas reflexões? No mínimo, pode convocar aquele amigo que como você também está preocupado com o materialismo que reina na faculdade de educação. Envie para ele essas questões. A semente pode cair em terreno fértil. Confiemos, mas vamos também semear.
Ir para página principal...
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14 de dez. de 2010

Ministra defende "homoafetividade" discutida em aula

---Enviado pelo Professor DR. LUIZ CARLOS FORMIGA formigalcd@hotmail.com  

" ...  É convite à fraternidade, ao amor em ação, na aceitação da diversidade e no relacionamento pacífico entre os diferentes.  Tornando relativo o conhecimento humano, de modo geral, e, em particular, o das coisas espirituais, a lição nos faz suspeitar que a coexistência pacífica, proporcionada pela fraternidade autêntica, é o ambiente mais favorável à produção intelectual e à tolerância das nossas diferenças, que podem ser exibidas sem conflitos, inibindo o autoritarismo, o fanatismo, o preconceito e a exclusão."
 Texto do artigo "O Retrato de Bezerra" -  http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=1941
 
Nova ministra defende "homoafetividade" discutida em aula
11 de dezembro de 2010 • 15h00 • atualizado às 16h09

 
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4835560-EI7896,00-Nova+ministra+defende+homoafetividade+discutida+em+aula.html
 


Maria do Rosário é deputada federal (PT-RS), tem 44 anos e é natural de Veranópolis (RS) . Foto: Agência Câmara Maria do Rosário foi confirmada por Dilma na última semana
Foto: Agência Câmara
Hermano Freitas
Nova titular da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que tem status de Ministério do governo Dilma Roussef, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) rejeita a palavra "homossexualismo". "Remete a doença", explica. Em entrevista ao Terra por telefone de Brasília, a ministra afirmou que pretende dar incentivo à inclusão de assuntos relacionados à diversidade de gênero no projeto pedagógico das escolas, inclusive a chamada "homoafetividade". "Ela existe, assim como alunos de diferentes idades, diferentes comunidades. A palavra 'diversidade' deve estar combinada com a palavra 'respeito' e devemos criar espaços para esta prática", disse.
A professora Maria do Rosário assume a pasta deixada pelo ministro Paulo Vanucci e declarou pretender dar continuidade ao projeto do antecessor. Entre os focos principais, a proteção dos direitos das crianças, idosos e mulheres. Sobre os mais recentes episódios de violência contra homossexuais ocorridos em São Paulo, a deputada petista diz que a questão "depende de mudanças nos costumes", com "políticas culturais, educação e estímulo à convivência". Sentido de viver em comunidade e respeitar. "Nunca é uma questão primeiramente policial. Precisamos compor e fortalecer valores, compreendendo a diversidade", disse.
Apesar de reconhecer na solução do problema algo mais complexo que a simples represssão policial, Maria do Rosário afirma ser necessária uma postura firme do poder público para reprimir os atos de violência. "As autoridades precisam estar atentas, fazer o enfrentamento, principalmente de grupos marcados por sua atuação intolerante, como gangues de neonazistas", disse.
Migrantes
A ministra diz ainda que uma das preocupações do País para o futuro será a cada vez maior atratividade que exercerá como polo migratório, em função do bom desempenho econômico. De acordo com ela, a forma como os migrantes devem ser recebidos no Brasil deve ser melhor que o tratamento dispensado aos imigrantes brasileiros que foram em busca de melhores condições de vida no Exterior. "Brasileiros sempre vivenciaram as violações de direitos em outros países. Nós podemos e devemos fazer diferente em nosso País", disse.
Trajetória
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), 44 anos, é natural de Veranópolis (RS). Está em seu segundo mandato na Câmara e foi filiada ao PC do B antes de ingressar no PT. Ela foi relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Maria do Rosário iniciou sua carreira política como vereadora em Porto Alegre por dois mandatos, tendo sido deputada estadual por um mandato. A ministra disputou a prefeitura de Porto Alegre em 2008 e perdeu para o peemedebista José Fogaça.


 

15 de out. de 2010

Feliz Dia dos Professores

 
Ser professor é almejar construir as bases solidas de um mundo civilizado, independente de crença, visão política ou antagonismos sociais.
 
Ser professor é ser um pouco utópico, consciente da própria necessidade de evolução e contribuir para isso com seu aprimoramento constante, paciência e fé no futuro
 
Parabéns para nós, professores: da Educação básica, da Educação Especial, dos EJA´s e do Ensino Superior : é a partir do nosso mérito que há a evolução de nossa pátria.
 
  

A escola que desejo um dia
 
A escola de meus sonhos eu ainda não vi.
Ela está no sonho dos alunos, dos professores dedicados que conheci;
A escola dos meus sonhos não se fará com estruturas futuristas, nem com apelos modernistas ou tendências tradicionais.
Ela se fará com carisma e a ousadia de ouvir os educandos e guiá-los para uma humanidade mais justa, que se preocupa com os demais.

Uma escola que usa o bom senso, no momento de avaliar seus discípulos e escolher seu corpo docente;
Orientando-os a uma prática de ensino coerente.
Educadores que entendam que o ser e o saber dos educandos precisam ser respeitados.
Que nunca permitam que seus pupilos sejam desmoralizados
Por não saberem o conteúdo de uma disciplina ou por suas diferenças.
Educadores que saibam diminuir as desavenças.
Pois amam seu ofício e se entregam à vocação,
E sabem que educar é conquistar o coração.

Antes de tudo, esta escola onírica deve estar em constante revisão de suas metas estabelecidas,
Para não cair na mesmice de outras já falidas.

Será uma escola crítica, assim, seu principal compromisso será com a verdade.
Uma vez que é fundamental o diálogo, a troca de experiências e a confrontação com a realidade.
A realidade dos que tem fome de saber, de viver, fome de cidadania.

Esta é a escola que desejo um dia.


Semíramis Alencar
 
 

 

ACOMPANHAR

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