6 de set. de 2009

Brasil Afabetizado - O que é?

Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade

logo Brasil Alfabetizado





O  MEC realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. O programa é uma porta de acesso à cidadania  e o despertar do interesse pela elevação da escolaridade. O Brasil Alfabetizado  é desenvolvido em todo o território nacional, com o atendimento prioritário a 1.928 municípios  que apresentam taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total,  90%  localizam-se na região Nordeste. Esses municípios recebem apoio técnico na implementação das ações do programa, visando garantir a continuidade dos estudos aos alfabetizandos. Podem aderir ao programa, por meio das resoluções específicas publicadas no Diário Oficial da União, estados, municípios e o Distrito Federal. Saiba mais

Resolução n° 12, de 3 de abril de 2009 - Estabelece orientações, critérios e procedimentos para a transferência automática dos recursos financeiros para o exercício de 2009, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios e para o pagamento de bolsas no âmbito do Programa Brasil Alfabetizado.

Resolução/CD/FNDE N° 40, de 20 de julho de 2009 - Altera o art. 23 da Resolução CD/FNDE nº 12, de 3 de abril de 2009.



Procedimentos para adesão ao Brasil Alfabetizado 2009


Sistema Brasil Alfabetizado


Manual do Gestor Local


Perguntas frequentes Brasil Alfabetizado

Acesse o mapa Brasil Alfabetizado


Metas de alfabetização dos municípios até 2010

 

Brasil Alfabetizado 2008

 

Brasil Alfabetizado – Anos anteriores


Outras informações pelos telefones 0800616161 e (61) 2104-6140 ou por meio dos endereços eletrônicos suporte.sba@mec.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. e cgalfa@mec.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.  

 
FONTE: Site do programa Brasil Alfabetizado 
 
 

1 de set. de 2009

1ª de Setembro - Dia do Profissional de Educação Física

AQUI

O Dia do Profissional de Educação Física, comemorado no dia 1º de setembro, celebra mais um ano de conquistas. Já são nove anos de regulamentação da profissão e oito anos de atividade do CREF4/SP, todos marcados pela evolução contínua do trabalho da categoria.

São muitos motivos para comemorar: o Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região-CREF4/SP tem hoje mais de 56 mil profissionais registrados, marca que mostra o reconhecimento e valorização dessa profissão.

Os esforços do Conselho são para concientizar os cidadãos de que a Educação Física deve ser conduzida por Profissionais de Educação Física habilitados e registrados. Só assim os resultados são obtidos de forma segura e com qualidade.

Vale lembrar que 2009 é o Ano da Educação Física Escolar - todos os profissionais de educação devem entender a importância desse profissional para o crescimento físico, cognitivo e mental dos educandos, pois como diz a máxima latina mens sana en corpore sano (a mente sã deve estar num corpo são).

Para saber mais sobre os eventos e congressos no ramo da Educação Física, conheça o CONCEF

Conheça também o Portal da Educação Física

O Logar da Família

O Logar da família
 
 
Hoje é praticamente impossível viver sem as tecnologias de informação. Qualquer assunto está linkado de alguma forma aos veículos de comunicação, visando maiores interações dos indivíduos, por mais que estejam geograficamente longe, ou seja , a Internet, bem como os canais de televisão produzem cultura, informação, conhecimento, contatos e interatividade quase que em tempo real.
 
Entretanto, apesar de tantos e encontros e reencontros, trocas de conhecimento, novas amizades e afinidades; o mundo virtual, globalizado e informatizado que produzem a cada dia novas tecnologias que darão ao homem a oportunidade de trabalhar muito mais em menos tempo, o que possibilitaria maior tempo para o convívio com os seus, acaba se tornando apenas mais uma forma de nos mantermos afastados, sem o diálogo cotidiano, mantendo as aparências na frieza sutil de algumas letras e códigos divertidos espalhados num album de recados dos sites de relacionamento.
 
E como isso afeta as famílias, de forma imperceptível... alguns assumem a total falta de tempo : psicólogo (para entender o porque está vivendo) acadêmia (para adquirir a boa forma que você perdeu por tanto trabalho), cursos (para capacitação freqüente), Ioga (para combater o stress do trabalho) e trabalho (para garatir o pagamento de todos esses itens ) O dia só tem 24 horas. Naqueles 30 minutos que você para para comer alguma coisa e dar uma checada nos e-mails e recados nos sites de relacionamento (nunca temos um só e nunca usamos apenas 30 minutos...) nos lembramos que no afã de buscar o êxito profissional, de buscar as inovações tecnológicas, deixamos para trás um histórico de bons momentos e pessoas imprescindíveis em nossa vida - nossos filhos, nossos pais e verdadeiros amigos de batalha.
 
Antigamente se um amigo que morasse na mesma cidade fazia aniversário, você não se furtaria em ír até sua casa, dá-lhe pessoalmente os parabéns, um presente (é só uma lembrancinha, viu?!) comer um pedaço de bolo e voltar para casa feliz de ter visto aquele amigo e ele feliz por ter se proporcionado e ao outro, momentos tão agradáveis... hoje em dia, você posta um recado no mural de recados do Orkut (do Sonico, do Netlog, do MySpace, no Twitter...) isso quando você não se esquece e só posta o recado no outro dia... (;) parábens! - Felicidades! - wow! - e só!
 
Hoje em dia, a galera na casa dos 60, 70 anos está tendo que aprender computação, a criar um perfil em algum lugar para poder se comunicar com seus filhos e netos, para tentar passar alguma coisa de importante antes que seja tarde demais. Conheci certa vez uma pessoa que me ensinou muito (hoje no infinito superior), que criara vários perfis na internet, fazia várias amizades, deixara várias pérolas de sabedoria em diversos sites, no intuito de se aproximar de seu filho, que nunca tinha tempo ou paciência para conversar. A maior alegria dessa pessoa era receber, vez ou outra, um e-mail, um recado do filho e do netinho... ele desencarnou depois de tanta luta e de tanta solidão. A internet não o preenchia por completo, como não preenche a vida de ninguém.
 
O logar da família ganha espaço quando no meio de tanta correria, onde celular e MSN já não são suficientes (não temos tempo e nem permissão no trabalho para ficar conversando) e passamos a criar laços parentais com nossos filhos através de recados, de e-mails, de Buddy Pokes... soube de uma família que só descobriu que a filha adolescente estava grávida quando a menina passou mal para ganhar o bebê, pois simplesmente os pais eram muito ocupados para conversarem com a filha, se limitando a postagem de carinhosos scraps, depositando dinheiro na conta para a compra de comida e pagamento de contas, acreditando que estavam fazendo sua parte.
 
É triste, mas trocamos a delícia de compartilharmos experiências físicas com nossos filhos, um piquenique, uma praia, uma volta de bicicleta, uma olhada nos álbuns de família.... trocamos o Lugar da família e nos logamos completamente numa atmosfera onde só faz sentido certas atitudes virtuais, quando procuramos realizá-las também no campo real.
 
Abraços,
 
Profª Semíramis F. Alencar Moreira
   
 
   

31 de ago. de 2009

A LEI DA VOLTA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NAS ESCOLAS FEZ UM ANO. O que se está fazendo a respeito?





A LEI DA VOLTA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NAS ESCOLAS FEZ UM ANO.
O QUE ESTÁ SE FAZENDO A RESPEITO?

Por ocasião do aniversário de um ano da sanção Presidencial à Lei 11.769/2008, no último
dia 18 de agosto, a campanha “Quero Educação Musical na Escola”
(www.queroeducacaomusicalnaescola.com) vem a público informar sobre os
desdobramentos decorrentes deste processo, iniciado em 22 de novembro de 2006 e que no
exíguo espaço de 18 meses alcançou seu principal objetivo.

Esta campanha contou com a adesão individual de mais 11.000 signatários do manifesto, e
o apoio institucional de 95 entidades nacionais e internacionais do setor musical e de
educação. O Núcleo Independente de Músicos – NIM foi o gestor central das operações do
Grupo de Articulação Parlamentar Pró-Música – GAP, que em parceria com a Associação
Brasileira de Educação Musical – ABEM conduziu o processo técnico e político do início ao
fim.

Nos últimos 4 meses, a campanha “Quero Educação Musical na Escola”, a convite da
FUNARTE e representada pelo Núcleo Independente de Músicos – NIM, está hoje
participando e colaborando com a ação interministerial constituída pelo Ministério da
Cultura e Ministério da Educação no sentido de promover a implementação da lei.
Para tanto, um conselho consultivo provisório foi constituído no Rio de Janeiro para a
elaboração de um documento-base que deverá fundamentar as discussões em fóruns
regionais convocados para este fim. Representantes dos setores a serem envolvidos na
implementação, assim como associações de educadores musicais e representantes dos
músicos terão assento nestes fóruns consultivos. O resultado final dos trabalhos deverá
orientar uma publicação normativa do Ministério da Educação para a regulamentação da
prática da música no ensino básico.

Assim, passado o primeiro ano desde a sanção da Lei 11.769/2008, comunicamos a todos
que as ações em curso são indícios promissores da implementação da educação musical no
ensino básico das escolas brasileiras. Seguimos trabalhando.

Felipe Radicetti
Coordenador do Núcleo Independente de Músicos – NIM
Coordenador do Grupo de Articulação Parlamentar Pró-Música –


Assine o Abaixo Assinado aqui

BLOG DAY 2009 - 3108

Blog Day 2009

A Professora Andréa de Carli me indicou e eu indico também
os blogs amigos para o Blog Day 2009

Hoje 31/08 é o Blog Day, o dia dedicado ao conhecimento de novos blogs. A ideia é que cada blogueiro (entre os vivos) divulgue uma lista de cinco outros blogs interessantes e, de preferência, ainda pouco conhecidos. A data 31/08 foi escolhida por parecer com a palavra blog (3108). Sendo assim, vamos aos meus cinco indicados.


1- Turrar - Blog do Vitor Amatucci, sobre teatro e reflexões.

2- Caminhante Aprendente Blog do prof. Luis Dhein

3- Escola Edificar Blog da profª Jenny Horta

4- Discurso Citado Blog da Profª Lilian Starobinas

5- Quiosque Azul
Blog do Renato, com belas mensagens de otimismo!

Agora você indique mais cinco blogs de sua preferência e não se esqueça de me indicar também! hehehehehe!

Abraços

Semíramis Alencar

CALENDÁRIO ESCOLAR UNIFICADO NO RIO DE JANEIRO

CALENDÁRIO ESCOLAR
UNIFICADO NO RIO DE JANEIRO

No dia 3 de setembro, às 18h, acontece, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, uma mesa-redonda sobre o Projeto de Lei 297/09, que institui o calendário escolar unificado na cidade do Rio. O projeto, apresentado na Casa Legislativa pelo presidente da Comissão de Educação e Cultura, vereador Reimont, foi uma sugestão do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio).

O objetivo do PL 297/09 é garantir a simultaneidade e integralidade das férias escolares dos profissionais da educação nos meses de julho e janeiro nos estabelecimentos de ensino públicos e privados.

A falta de um calendário escolar unificado tem levado a categoria, tanto na rede pública quanto na particular, ao esgotamento físico e mental, traduzido em excessivo afastamento de profissionais dos locais de trabalho para tratamentos e readaptações. Esta lei vai beneficiar a educação como um todo e os que nela trabalham, além das famílias e os alunos.

Dia 03/09 – 18h – Mesa-redonda sobre o Projeto de Lei 297/09
na Câmara Municipal do Rio de Janeiro

27 de ago. de 2009

ESCUTATÓRIA - Rubem Alves


Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.

Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.

Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro:

Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.

É preciso também que haja silêncio dentro da alma.

Daí a dificuldade:

A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...

Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.

Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...

E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.

No fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.

Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala.

Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança...

Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...

Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas.

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.

Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...

Pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.

Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza.

Na verdade, não ouvi o que você falou.

Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.

Falo como se você não tivesse falado.

Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.

É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.

E, assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência...

E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.

Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...

Que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

26 de ago. de 2009

Vale a pena ficar de olho nesses blogs


Caros amigos e leitores desse blog

O professor Wolney do Soprando.Net indicou o nosso querido Educando o Amanhã para receber o selo acima, Obrigada Prof. Wolney, seu blog é um incentivo a preservação da cultura escolar e da esperança na formação de professores.

É gratificante receber indicações desses professores engajados no diálogo e nas boas relações educacionais, sejam elas pertinentes ao ambiente das tecnologias educacionais ou mesmo nas práticas e teorias pedagógicas, nesse universo diverso e fabuloso que é a blogosfera.


A idéia dessa premiação é: ao receber um selo, indicar 10 outros blogs para que recebam também. Sugiro que utilizem esses blogs amigos como fontes inegotáveis de saberes e fazeres pedagógicos uma vez que são verdadeiros pontos de apoio em nossas pesquisas. Aqui estão os 10 blogs:

1- Educar Já

2- Quimiloukos

3- Bloguetando

4- Gibiteca.com

5- Discurso Citado

6- Este blog é minha rua

7- O PC e a Criança

8- Brasil História e ensino

9- Ensino de História: História Digital


10- Teia

25 de ago. de 2009

CONSUMO CONSCIENTE - Dicas de Como fazer - Orientações Práticas do Instituto Akatu

Dicas de Como fazer - Orientações Práticas do Instituto Akatu

SimboloRecicalgem_redim.jpg

Coleta Seletiva

Óleo de cozinhaoleodecozinha_080527

  • Onde entregar óleo de cozinha usado
    Veja a lista de postos de coleta de óleo de cozinha espalhados pelo Brasil. A lista foi elaborada com ajuda dos internautas, que enviaram os endereços dos postos de coleta que conheciam. Se você souber de algum endereço que não está na lista, escreva-nos, por favor, para o e-mail akatu@akatu.org.br.


Descarte de pilhas e baterias

  • Aprenda as melhores alternativas
    Pilhas e baterias são produtos que merecem cuidados especiais na hora de serem descartados, isto é, jogados ao lixo. Isto porque trazem substâncias tóxicas – metais – em sua composição.

Selos de Qualidade

  • Um canal de diálogo com o consumidor
    Quando o consumidor é informado com transparência sobre o processo produtivo das mercadorias, ele avalia seu custo/benefício com mais consciência.

CONSUMO CONSCIENTE - Dicas importantes de consumo consciente do Instituto Akatu

O quer fazer - Dicas do Instituto Akatu

55 anos depois, a atualidade da Carta Testamento


Celebrando os 55 anos da Carta Testamento, veja a infeliz atualidade das denúncias que o Presidente Getúlio Vargas fez nas suas últimas horas de vida.


24 de agosto de 1954

 

     Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.

 

     Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.

 

     Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores de trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançaram até 500% ao ano. Na declaração de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

 

     Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate.

 

     Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história

Getúlio Vargas



Divulgada pela newsletter da Universidade Aberta Leonel Brizola

55 anos da morte de Getúlio Vargas - 24 de agosto

Agradecimentos ao Blog do Pharis!
 

Getúlio Vargas - 65 anos de sua morte

 


Esta data de 24 de Agosto de 2009, marca os 55 anos da morte de Getúlio Dorneles Vargas, 14° Presidente do Brasil, mas do que falar de sua história de vida, é falar de sua história de morte e legado político. Ele nasceu em São Borja/RS, 19 de abril de 1882  e morreu no Rio de Janeiro/RJ, 24 de agosto de 1954,  foi um político brasileiro, chefe civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha depondo seu 13º e último presidente Washington Luís.

Getúlio Vargas foi por duas vezes presidente da república do Brasil: Na primeira vez, de 1930 a 1945, governou o Brasil em três fases distintas: de 1930 a 1934, no governo provisório; de 1934 a 1937, no governo constitucional, eleito pelo Congresso Nacional; e de 1937 a 1945, no Estado Novo. Na segunda vez, de 1951 a 1954, governou o Brasil como presidente eleito por voto direto.

Getúlio era chamado, pelos seus simpatizantes, de "pai dos pobres" (título tirado do livro de Jó 29,16), e, por pessoas próximas, de "Doutor Getúlio". A sua doutrina e seu estilo político foram denominados de getulismo ou varguismo. Os seus seguidores, até hoje existentes, são denominados getulistas.

Suicidou-se, em 1954, com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Getúlio Vargas foi o mais controvertido político brasileiro do século XX. Sua influência se estende até hoje. A sua herança política é invocada por pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Fonte : Wikipédia

23 de ago. de 2009

Outras lendas folclóricas

A loira do Banheiro - Essa lenda é muito conhecida, qualquer em já deve ter ouvido falar nela nos corredores de uma escola. Ela é muito comentada, mas também incerta, existem muitas versões para ela.

Uma delas diz, que uma menina loira muito bonita vivIa matando aula na escola, ficando dentro do banheiro, fumando, fazendo hora, enfim. Então um dia, durante essas escapadas, ela caiu, bateu com a cabeça e morreu. Desde esse dia, os banheiros femininos de escolas são assombrados pelo espírito de uma loira que aparece quando se entra sozinho.

Outros dizem que esta loira aparece com o rosto cheio de cicatrizes e fere as garotas, ou com algodão no nariz, pedindo para que tirem. Também há a de que, se chamar tantas vezes em frente ao espelho ela vai aparecer.

__________________________________________________________________________________

Salamanca do Jarau
No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na praça principal da aldeia.

Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, levantou-se, assoleado e foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que usava como copo.

Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa moura encantada jamais tocada por homem. Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para sempre.

Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a noite. Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles passaram a noite.

No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado.

Como o crime era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da igreja que ele tinha profanado.

No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valos enormes, rasgando tudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele para as barrancas do rio Uruguai.

Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. E lá foram morar, os dois.

Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivesse coragem de entrar lá, passasse 7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para o resto da vida.

Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do Rio Grande do Sul. Ah, ali vive também a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. Às vezes, nas tardes ameançando chuva, dá um grande estouro numa das cabeças do Cerro e pula uma elevação para outra. Muita gente viu.
_______________________________________________________________________________

Angoera
Nos sete povos das Missões, no Pirapó, ainda no tempo dos padres jesuítas, vivia um índio muito triste, que se escondia de tudo e de todos pelos matos e peraus. Era um verdadeiro fantasma e por isso era chamado de Angoéra (fantasma, em guarani). E fugia da igreja como o diabo da cruz!

Mas um dia a paciência dos padres valeu mais e o Angoéra foi batizado, convertendo-se à fé cristã e deixando de vagar pelos rincões escondidos. Recebeu o nome de Generoso e tornou-se alegre e bom, mui amigo de festas e alegrias. E um dia morreu, mas sua alma alegre e festeira continuou por aí, até hoje, campeando diversão. Onde tenha um fandango, lá anda rondando a alma do Generoso. Se rufa uma viola sozinha, é a mão dele. Se se ouve uma risada galponeira ou se se levanta de repente a saia de alguma moça, todos sabem - é ele.

Quando isto acontece, o tocador que está animando a festa deve cantar em sua homenagem:


"Eu me chamo Generoso,
morador de Pirapó.
Gosto muito de dançar
com as moças, de paletó".

________________________________________________________________________________

João-de-barro
Contam os índios que, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Melhor dizendo: apaixonaram-se. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento. O pai dela perguntou:

- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?

- As provas do meu amor! - respondeu o jovem.

O velho gostou da resposta mas achou o jovem atrevido. Então disse:

- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.

- Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.

Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova.

Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo para seu amor. O tempo foi passando. Certa manhã, a filha pediu ao pai:

- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.

O velho respondeu:

- Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.


E esperou até até a última hora do novo dia. Então ordenou:

- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.

Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seu olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa. Todos se espantaram. E ficaram mais espantados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!

E exatamente naquele momento, os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceu para sempre

Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.

A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes. E os homens amam o joão-de-barro porque lembram da força de Jaebé, uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.

lendas gaúchas pesquisadas no site Página do Gaúcho, o Maior site de cultura Gaúcha do Brasil
__________________________________________________________________________________

A Mulher da Meia Noite, também Dama de Vermelho, Dama de Branco, é um mito universal. Ocorre nas Américas e em toda Europa.
xxxx
É uma aparição na forma de uma bela mulher, normalmente vestida de vermelho, mas pode ser também de branco. Alguns dizem, que é uma alma penada que não sabe que já morreu, outros afirmam que é o fantasma de uma jovem assassinada que desde então vaga sem rumo.
xxxx
Na verdade ela não aparece à meia-noite, e sim, desaparece nessa hora. Linda como é, parece uma jovem normal. Gosta de se aproximar de homens solitários nas mesas de bar. Senta com ele, e logo o convida para que a leve para casa.
xxxx
Encantado com tamanha beleza, todos topam na hora. Eles caminham, e conversando logo chegam ao destino. Parando ao lado de um muro alto, ela então diz ao acompanhante: "É aqui que eu moro...". É nesse momento que a pessoa se dá conta que está ao lado de um cemitério, e antes que possa dizer alguma coisa, ela desaparece, e nessa hora, o sino da igreja anuncia que é meia noite.
xxxx
Outras vezes, ela surge nas estradas desertas, pedindo carona. Então pede ao motorista que a acompanhe até sua casa. E, mais uma vez a pessoa só percebe que está diante do cemitério, quando ela com sua voz suave e encantadora diz: "É aqui que eu moro, não quer entrar comigo...?".
xxxx
Gelado da cabeça aos pés, a única coisa que a pessoa vê, é que ela acabou de sumir diante dos seus olhos, à meia-noite em ponto.

_________________________________________________________________________________

A lenda do Barba Ruiva

Eis uma lenda sobre a Lagoa de Paranaguá no Piauí. Dizem que ela era pequena, quase uma fonte, e cresceu por encanto. Foi assim:

Vivia uma viúva com tês filhas. Um dia, a mais moça das filhas dela adoeceu, ficando triste e pensativa. Estava esperando menino e o namorado morrera sem ter tempo de casar com ela.

Com vergonha, descansou a moça nos matos e, deitou o filhinho num tacho de cobre e sacudiu-o dentro da pequna fonte de água.



O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma Mãe-d'agua, que com raiva, Amaldiçoou a moça que chorava na beira.

As águas foram subindo e correndo, numa enchente sem fim, dia e noite, alagando tudo, cumprindo uma ordem misteriosa.

Ficou a lagoa encantada, cheia de luzes e de vozes. Ninguém podia morar na beira porque, a noite inteira, subia do fundo dágua um choro de criança. O choro parou e, vez por outra, aparecia um homem moço, muito claro, com barbas ruivas ao meio dia e com a barba branca ao anoitecer.

Barba Ruiva, homem encantado, que vive na lagoa de Paranaguá, ao sul do Piauí. É alvo, de estatura regular, cabelos avermelhados. Quando sai da água mostra as barbas, as unhas e os peitos cobertos de lodo e limo.

Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa, desaparecendo. Nenhuma mulher bate roupa ou toma banho sozinha, com medo do barba ruiva. Se um Homem o encontra, fica desorientado. Mas o Barba Ruiva é inofensivo, pois não consta que fizesse mal a alguém.

Se uma mulher atirar na cabeça dele água benta e um rosário sacramentado, ele será desencantado. Barba Ruiva é pagão, e deixa de ser encantado sendo cristão. Como ainda não nasceu essa mulher valente para desencantar o Barba Ruiva, ele cumpre sua sina nas águas da lagoa.

___________________________________________________________________________________
A lenda da Matinta Pereira

A Matinta Pereira é uma ave de vida misteriosa e cujo assobio nunca se sabe de onde vem. Dizem que ela é o Saci Pererê em uma de suas formas. Também assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Quando vê alguma pessoa sozinha, ela dá um assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra: "Matinta Perêra..."
xxxx
Para os índios Tupinambás esta ave, era a mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos parentes mortos. Era chamada de Matintaperera.
xxxx
Para se descobrir quem é a Matinta Pereira, a pessoa ao ouvir o seu grito ou assobio deve convidá-la para vir à sua casa pela manhã para tomar café.
xxxx
No dia seguinte, a primeira pessoa que chegar pedindo café ou fumo é a Matinta Pereira. Acredita-se que ela possua poderes sobrenaturais e que seus feitiços possam causar dores ou doenças nas pessoas.

________________________________________________________________________________

Na cidade de Jericoacoara, no Ceará, diz a lenda que, debaixo do morro do farol local, existe uma linda princesa encantada, morando numa gruta, cheia de riquezas. Só se desencantará se alguém for sacrificado. A Princesa está transformada numa serpente, com a cabeça e os pés femininos. Faz-se uma cruz com o sangue humano no dorso da cobra. E ela voltará a forma humana para sempre.

Perto da praia, quando a maré está baixa, há uma furna onde só se pode entrar agachado. Esta furna de fato existe. Só se pode entrar pela boca da caverna, mas não se pode percorrê-la, porque, está bloqueada por um enorme portão de ferro.



A cidade encantada e a princesa estariam além daquele portão. A encantadora princesa está transformada, por magia, numa serpente de escamas de ouro, só tendo a cabeça e os pés de mulher.

De acordo com a lenda, ela só pode ser desencantada com sangue humano. Assim, no dia em que alguém for sacrificado junto do portão, abrir-se-á a entrada para um reino maravilhoso. Com o sangue será feita uma cruz no dorso da serpente, e então surgirá a princesa com toda sua beleza, cercada de tesouros inimagináveis, e a cidade com suas torres douradas, finalmente poderá ser vista. Então, o felizardo responsável pelo desencantamento, poderá casar com a princesa cuja beleza é sem igual nesse mundo.

Mas, como até hoje não apareceu ninguém disposto a quebrar esse encanto, a princesa, metade mulher, metade serpente, com seus tesouros e sua cidade encantada, continuam na gruta a espera desse "heroí".

Essas princesas-serpentinas são comuns no folclore nortista. Mário Melo fala da furna da Serra Talhada, em Vila Bela, Pernambuco, morada duma princesa, semelhante a esta.[1]

Princesas tornadas serpentes são vestígios do ciclo das Mouras na penísula ibérica. Em Portugal quase a totalidade das Mouras Encantadas vive sob a forma de serpentes. Nas noites de São João ou Natal, antes da meia-noite, voltam à forma humana, tornadas mulheres lindas, cantam, penteando-se com pentes de ouro. Ao seu lado pode-se ver a pele de serpente à espera do corpo para a continuação da maldição. O ferimento, mesmo diminuto, bastando apenas que derrame sangue, quebra o encanto. Aqui a lenda se assemelha com o mito da Cobra Norato, do Pará.

____________________________________________________________________________________

Cobra Norato

No paraná do Cachoeiri, entre o Amazonas e o Trombetas, nasceram Honorato e sua irmã Maria, Maria Caninana.
A mãe sentiu-se grávida quando banhava no rio Claro. Os filhos eram gêmeos e vieram ao mundo na forma de duas serpentes escuras.
A tapuia batizou-os com os nomes cristãos de Honorato e Maria. E sacudiu-os nas águas do Paraná porque não podiam viver em terra.
Criaram-se livremente, revirando ao sol os dorsos negros, mergulhando nas marolas e bufando de alegria selvagem. O povo chamava-os: Cobra Norato e Maria Caninana.

Cobra Norato era forte e bom. Nunca fez mal a ninguém. Vez por outra vinha visitar a tapuia velha, no tejupar do Cachoeiri. Nadava para a margem esperando a noite.
Quando apareciam as estrelas e a aracuã deixava de cantar, Honorato saía d’água, arrastando o corpo enorme pela areia que rangia.
Vinha coleando, subindo, até a barranca. Sacudia-se todo, brilhando as escamas na luz das estrelas. E deixava o couro monstruoso da cobra, erguendo-se um rapaz bonito todo de branco. Ia cear e dormir no tejupar materno. O corpo da cobra ficava estirado junto do Paraná. Pela madrugada, antes do último cantar do galo, Honorato descia a barranca, metia-se dentro da cobra que estava imóvel. Sacudia-se. E a cobra, viva e feia, remergulhava nas águas do Paraná.
Volta a ser a Cobra Norato.
Salvou muita gente de morrer afogada. Direitou montarias e venceu peixes grandes e ferozes. Por causa dele a piraíba do rio Trombetas abandonou a região, depois de uma luta de três dias e três noites.

Maria Caninana era violenta e má. Alagava as embarcações, matava os náufragos, atacava os mariscadores que pescavam, feria os peixes pequenos. Nunca procurou a velha tapuia que morava no tejupar do Cachoeiri.
No porto da Cidade de Óbidos, no Pará, vive uma serpente encantadora, dormindo, escondida na terra, com a cabeça debaixo do altar da Senhora Sant’Ana, na igreja que é da mãe de Nossa Senhora.
A cauda está no fundo do rio. Se a serpente acordar, a Igreja cairá. Maria Caninana mordeu a serpente para ver a Igreja cair. A serpente não acordou, mas se mexeu. A terra rachou, desde o mercado até a Matriz de Óbidos.
Cobra Norato matou Maria Caninana porque ela era violenta e má. E ficou sozinho, nadando nos igarapés, nos rios, no silêncio dos paranás.
Quando havia putirão de farinha, dabucuri de frutas nas povoações plantadas à beira-rio, Cobra Norato desencantava, na hora em que os aracuãs deixam de cantar, e subia, todo de branco, para dançar e ver as moças, conversar com os rapazes, agradar os velhos.
Todo mundo ficava contente. Depois, ouviam o rumor da cobra mergulhando. Era madrugada e Cobra Norato ia cumprir seu destino.

Uma vez por ano Cobra Norato convidava um amigo para desencantá-lo. Amigo ou amiga. Podia ir na beira do Paraná, encontrar a cobra dormindo como morta, boca aberta, dentes finos, riscando de prata o escuro da noite: sacudir na boca aberta três pingos de leite de mulher e dar uma cutilada com ferro virgem na cabeça da cobra, estirada no areião.
Cobra fecharia a boca e a ferida daria três gotas de sangue. Honorato ficava só homem, para o resto da vida.
O corpo da cobra seria queimado. Não fazia mal. Bastava que alguém tivesse coragem.
Muita gente, com pena de Honorato, foi, com aço virgem e fresquinho leite de mulher, ver a cobra dormindo no barranco. Era tão grande e tão feia que, dormindo como morta, assombrava.
A velha tapuia do Cachoeiri, ela mesma, foi e teve medo. Cobra Norato continuou nadando e assobiando nas águas grandes, do Amazonas ao Trombetas, indo e vindo, como um desesperado sem remissão.
Num putirão famoso, Cobra Norato nadou pelo rio Tocantins, subindo para Cametá. Deixou o corpo na beira do rio e foi dançar, beber e conversar.
Fez amizade com um soldado e pediu que o desencantasse. O soldado foi, com o vidrinho de leite e um machado que não cortara pau, aço virgem. Viu a cobra estirada, dormindo como morta. Boca aberta. Sacudiu três pingos de leite entre os dentes. Desceu o machado, com vontade, no cocuruto da cabeça. O sangue marejou. A cobra sacudiu-se e parou.
Honorato deu um suspiro de descanso. Veio ajudar a queimar a cobra onde vivera tantos anos. As cinzas voaram. Honorato ficou homem. E morreu, anos e anos depois, na Cidade do Cametá, no Pará.
Não há nesse rio e terras do Pará quem ignore a vida da Cobra Norato. São aventuras e batalhas.
Canoeiros, batendo a jacumã, apontam os cantos, indicando as paragens inesquecidas:
“Ali passava, todo dia, a Cobra Norato...”.

ACOMPANHAR

Tindin é destaque de educação financeira em plataforma do grupo SOMOS

Com cursos variados, Plurall Store impacta mais de 1 milhão de alunos por ano O grupo SOMOS conta com uma base de  1,5M de alunos dos Ensino...

Arquivo do blog