1 de ago. de 2013

Você sabe qual o objetivo da reunião de pais e professores?

Você sabe qual o objetivo da reunião de pais e professores?

Com o retorno das aulas, os encontros pedagógicos voltam para a fazer parte da rotina dos pais. Saiba por que é importante participar e como agir nessas ocasiões

Raquel Paulino - especial para o iG São Paulo 

Getty Images
Saber que os pais vão às reuniões deixa os filhos mais seguros e com a noção de que seu desenvolvimento realmente tem importância

O interesse pela educação de crianças e adolescentes é o elo mais forte que pode existir entre pais e escola. Por isso, reservar na agenda o horário das reuniões convocadas pela instituição de ensino e ir a elas preparado para participar é uma tarefa fundamental ao longo dos anos de formação escolar dos filhos.
“Trata-se de uma oportunidade para entender melhor o clima organizacional do local onde eles estudam, conhecer os professores. As reuniões pedagógicas ajudam a desmitificar a escola e a aproximar pais e docentes”, afirma Dóris Trentini, coordenadora pedagógica do ensino médio do Colégio Anchieta.
Essa aproximação abre espaço para a troca de informações sobre como a educação é conduzida em cada ambiente. “É necessário alinhar o discurso entre casa e escola. Se uma puxa para um lado e a outra, na direção oposta, a criança ou o adolescente ali no meio sofre”, explica Silvana Nazário, coordenadora pedagógica da educação infantil do Colégio Marista Rosário. Júlia Lázaro, psicopedagoga do Colégio Notre Dame Ipanema, complementa: “A formação de uma pessoa é um processo que não tem fim. A família começa e a equipe do colégio dá continuidade, como um reforço. Todos trabalham juntos para que os estudantes tenham o melhor acompanhamento possível”.

Veja também:
Saiba como escolher a mochila certa para o seu filho Confira uma galeria com mais de 50 opções de mochilas para crianças e adolescentes
Além disso, saber que os pais vão às reuniões deixa os filhos mais seguros e com a noção de que seu desenvolvimento realmente tem importância. “As crianças gostam de ver seus pais na escola e ficam felizes quando eles vão às atividades a que são convocados. A participação dos adultos é um dos fatores primordiais para a boa educação infantil”, diz a consultora de boas maneiras Sofia Rossi.
Há que se lembrar que, para aproveitar ao máximo as reuniões, é preciso se comportar de maneira adequada à situação. Confira um pequeno guia, baseado em dicas das quatro profissionais, do que se deve fazer e o que é preciso evitar nesses eventos escolares.
Procure:
- Participar da reunião do começo ao fim.
- Levar suas dúvidas anotadas em um bloco ou caderno, para poder esclarecer todas e não correr o risco de se lembrar de alguma delas no caminho de volta para casa.
- Escutar até o fim eventuais críticas feitas ao seu filho e só então, com calma, argumentar e pedir sugestões de como melhorar o desempenho dele.
- Aceitar com naturalidade elogios feitos ao desempenho de seu filho.
- Usar linguagem adequada para um diálogo sério sobre a educação das crianças.
- Esperar o fim da reunião para falar com o professor sobre alguma questão particular do desempenho do seu filho.
- Abordar o pai ou a mãe de alguma criança com quem seu filho possa ter algum problema de relacionamento após o fim da reunião e com o intermédio do professor.
- Deixar o celular no modo silencioso.
- Contribuir com o relato de alguma experiência caso o condutor da reunião solicite diretamente que você o faça.
Evite:
- Chegar depois do começo ou ir embora antes do fim da reunião. Isso atrapalha seu andamento e demonstra falta de interesse pela educação da criança.
- “Atropelar” quem estiver com a palavra para fazer um comentário ou uma pergunta, mesmo que seja relacionado ao assunto. Espere uma brecha ou levante o braço como indicação de que gostaria de falar na sequência.
- Bater boca com o professor por causa de alguma crítica que tenha sido feita ao seu filho.
- Prolongar o assunto, depois de o professor já tê-lo encerrado, quando seu filho for elogiado. Isso é inconveniente e passa uma imagem arrogante.
- Usar muitas gírias ou palavrões ao se dirigir ao professor e a outros pais.
- Interromper a reunião para falar diretamente com o professor sobre algum assunto particular de seu filho ou de sua família.
- Abordar agressivamente, na reunião ou após seu final, o pai ou a mãe de alguma criança com quem seu filho possa ter algum problema de relacionamento.
- Atender o celular, acessar a internet ou mandar mensagens durante a reunião.
- Reclamar de problemas não pedagógicos da escola (o estacionamento ou a falta dele, por exemplo). Não se esqueça: o foco dessas reuniões é o ensino.
- Tentar alterar a ordem pré-determinada dos assuntos para chegar logo àquele que interesse mais a você.
- Levar presentes para o professor, a não ser que a reunião seja realizada em uma data festiva.
- Travar uma conversa paralela com pais sentados ao seu lado enquanto outra pessoa fala. 

30 de jul. de 2013

A nota de meus pais





PAI E MÃE - ACORDEMOS ENQUANTO TEMOS TEMPO...

LEIAM ESSE TEXTO COM MUITA ATENÇAO!!!!

...Era quarta-feira, 8:00 hs. Cheguei a tempo na escola do meu filho –“Não se esqueçam de vir à reunião de amanhã, é obrigatória” – Foi o que a professora tinha dito no dia anterior.

-“Que é o que essa professora pensa! Acha que podemos dispor facilmente do tempo que ela diz? Se ela soubesse quanto era importante a reunião que eu tinha as 8:30!” Dela dependia uma boa negociação e... tive que cancela-la!

Lá estávamos nós, mães e pais, e a professora.

Começou a tempo, agradeceu nossa presença e começou a falar. Não lembro o que ela dizia, minha mente estava pensando em como iria resolver esse negócio tão importante, já me imaginava comprando aquela televisão nova, com o dinheiro.

“João Rodrigues!” – escutei ao longe – “Não está o pai de João?” – diz a professora.

“Sim, eu estou aqui” – contestei indo para receber o boletim escolar do meu filho.

Voltei pro meu lugar e disse ao abrir o boletim.... –“Para isso foi que eu vim???? Que é isso???” O boletim estava cheio de seis e setes. Guardei rapidamente, para que ninguém pudesse ver como tinha se saído meu filho.

De volta para casa, aumentava ainda mais minha raiva, cada vez que pensava:

“Mas, se eu dou tudo para ele, não tem faltando nada!

Agora ele vai ver!” Cheguei, entrei a casa, fechei a porta de uma batida e gritei: “Vem aqui, João!”

João estava no quintal, correu para abraçar-me. –“Papai!”

– “Nada de papai!” o afastei de mim, tirei o meu cinturão e não lembro quantas vezes bati ao mesmo tempo em que falava o que pensava dele.

– “Agora vai para o teu quarto!”

João foi chorando, sua face estava vermelha e a sua boca tremia.

Minha esposa não falou nada, só mexeu a cabeça num gesto de negação e entrou na cozinha.

Quando fui para cama, já mais tranquilo, minha esposa me entregou o boletim do João, que tinha ficado dentro do meu casaco, e disse:

- “Leia devagar e depois pense numa decisão...”

Bem no começo estava escrito: BOLETIM DO PAPAI.

Pelo tempo que teu pai dedica a conversar contigo antes de dormir: 6

Pelo tempo que teu pai dedica para brincar contigo: 6

Pelo tempo que teu pai dedica para te ajuda com as tarefas: 6

Pelo tempo que teu pai dedica par te levar de passeio com a família: 7

Pelo tempo que teu pai dedica para te ler um livro antes de dormir: 6

Pelo tempo que teu pai dedica para te abraçar e te beijar: 6

Pelo tempo que teu pai dedica para assistir televisão contigo: 7

Pelo tempo que teu pai dedica para escutar tuas dúvidas ou problemas: 6

Pelo tempo que teu pai dedica para te ensinar coisas: 7

Média: 6,22

As crianças tinham qualificado os seus pais. O meu deu para mim 6 e 7 (sinceramente eu tinha merecido 5 ou menos)

Me levantei e corri para o quarto dele, o abracei e chorei.

Queria poder voltar no tempo... mas isso não é possível.

João abriu os olhos, ainda com os olhos inchados pelas lagrimas, sorriu, me abraçou e disse:

- “Eu te amo papai!” Fechou os olhos e dormiu.

Acordemos pais!!! Aprendamos a dar o valor certo aquilo que é mais importante em relação aos nossos filhos, já que disso depende o sucesso ou fracasso na suas vidas.

Já pensou qual seria a 'nota' que seu filho daria para você hoje?

Autor desconhecido.

28 de mai. de 2013

Durkheim e a Educação

Èmile Durkheim viveu num período em que a sociedade estava inteiramente ligada às transformações sociais advindas da Revolução Industrial.

Tais transformações foram tão fortes que Durkheim acreditava ser necessário criar um novo método, um novo sistema científico e moral que marchasse em harmonia com a nova ordem social instaurada, tarefa essa da ciência.

Posterior à Marx, Durkheim preocupava-se em combinar pesquisa empírica com teoria sociológica.
Durkheim entendia que a educação era um fator de coesão social.

Acreditava que a educação era elemento principal que recuperaria a ordem social e os professores teriam como função a constituição de uma moral quase que inexistente na sociedade de então.

Considerava que a educação em cada sociedade possuia aspectos múltiplos e uno ao mesmo tempo - pois em cada sociedade haveria um tipo específico de educação com múltiplos aspectos inerentes à ela mesma e aos costumes daquele povo.

A educação deveria de suscitar na criança

1- Um certo número de estados físicos e mentais, indispensáveis para a sua própria sociedade;
2- Um certo número de estados físicos e mentais que o grupo social particular (casta, classe, família, profissão) tenha como certo e indispensáveis á sua própria sociedade.

Assim, para Durkheim não havia um único tipo de educação. varia de acordo com as sociedades e suas necessidades e interesses em jogo.

Nas sociedades em que havia pouca divisão do trabalho e mais solidariedade mecânica coletiva era maior, atingindo um maior número de pessoas, posto que quando as pessoas desempenham as mesmas atividades, os indivíduos tendem a pensar de forma similar.

O conjunto de regras nas primeiras sociedades era melhor introjetado na sociedade por conta do maior compartilhamento dessas regras - até pelo número menor de pessoas envolvidas. Nas segundas sociedades, os conjuntos de regras ficam restritos a grupos mais específicos, variando de lugar e de grupos de pessoas. Nessas sociedades é maior a busca de satisfação social e individualismo, o que se fortaleceu com o capitalismo.

Em sociedades mais diversas, com acentuadas divisões do trabalho, a Solidariedade Orgânica, há um enfraquecimento dos laços sociais e da consciência coletiva, pois há maior distancia entre as pessoas e maior margem para interpretações pessoais.

Para essas sociedades, onde os laços sociais são mais frouxos, há uma perda de sentimentos de união, co-participação e de respeito às normas sociais, a educação assume a condição de mantenedora da moral, elemento imprescindível de coesão social. Através da educação, a sociedade alcançaria a homogeneidade, de forma a fixar na criança os valores sociais e morais desejáveis na sociedade, ainda que as sociedades sejam muito diversas, sempre há valores e crenças básicas comuns à todos os membros.

Se uma sociedade visa preparar uma criança para uma determinada função a que será chamada a desempenhar, a educação não pode ser a mesma, deve ser diferenciada e comum à todos. Durkheim apontava para um tipo de educação diversificada e especializada, cada vez mais precoce. Para ele não haveria maneira de se obter uma educação totalmente igualitária e homogênea, uma vez que, para isso, deveria de se remontar desde os primórdios da humanidade, no seio das classes pré-históricas nas quais não houvesse nenhuma diferenciação. Dessa forma, a educação ( escola) seria a responsável por presidir e organizar o conhecimento direcionado a formar os indivíduos.

Durkheim acreditava que nem todos os seres humanos eram designados a ter o mesmo grau de importância ou desempenhar as mesmas funções (assim ter os mesmos gêneros de vida). Assim, se cada um de nós tem uma destinação diferente, funções diferentes à desempenhar, seria importante se atribuir estudos e capacitações inerentes à cada profissão.

Ou em suas próprias palavras:
"A educação não é, pois, para a sociedade, senão o meio pelo qual ela prepara, no íntimo das crianças, as condições essenciais da própria existência".

DURKHEIM, Èmile. Definição de Educação. In:. Educação e Sociologia, 3. Ed. Tradução de Lourenço Filho. São paulo, Melhoramentos, 1952.

24 de mai. de 2013

Aula 13 - A educação da superestrutura de Antonio Gramsci


Antonio Gramsci é um dos principais representantes do pensamento esquerdista mundiais no  século 20, co-fundador do Partido Comunista Italiano. Nasceu em Ales, na Sardenha, em uma família pobre e numerosa, filho de Francesco Gramsci,  Antonio, antes dos 2 anos, foi vitimado por  uma doença que o deixou corcunda e prejudicou seu crescimento, acarretando numa estatura baixa e uma vida repleta de fragilidades de saúde.
Entretanto, foi um estudante brilhante, e aos 21 anos conseguiu um prêmio para estudar Letras na universidade de Turim, onde trabalhou como jornalista de publicações de esquerda. Gramsci foi militante em comissões de fábrica e ajudou a fundar o Partido Comunista Italiano em 1921. Em Moscou, conheceu a futura esposa, Julia Schucht, enviado como representante da Internacional Comunista.

Em 1926, foi preso pelo regime fascista de Benito Mussolini. 
Fascismo – O que é?

Fascismo é uma doutrina totalitária orbitando a extrema-direita, desenvolvida por Benito Mussolini no Reino de Itália, a partir de 1919 e durante seu governo (1922–1943 e 1943–1945). A palavra "fascismo" deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo.  Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão "camisas negras", em virtude do uniforme que utilizavam. Benito Mussolini, professor primário e mais tarde jornalista, fundou o Partido Nacional Fascista. Mussolini se torna ditador em 1922.



Ficou célebre a frase dita pelo juiz que o condenou: "Temos que impedir esse cérebro de funcionar durante 20 anos".

Gramsci cumpriu dez anos, morrendo numa clínica de Roma em 1937. Na prisão, escreveu os textos reunidos em Cadernos do Cárcere e Cartas do Cárcere. O Euro comunismo foi inspirado em suas obras, a linha democrática seguida pelos partidos comunistas europeus na segunda metade do século 20 – tendo grande influência no Brasil nos anos 1970 e 1980. 
O filósofo italiano atribuía à escola a função de dar acesso à cultura das classes dominantes, para que todos pudessem ser cidadãos plenos. Alguns conceitos determinados por Gramsci hoje são usadas no mundo todo.
Um dos conceitos mais difundidos e conhecidos é o de cidadania. Foi ele quem trouxe à discussão pedagógica a conquista da cidadania como um objetivo da escola. Esta deveria ser orientada para a ideia de  elevação cultural das massas, ou seja, livrá-las de uma visão de mundo que, por se assentar em preconceitos e tabus, predispõe à interiorização acrítica da ideologia das classes dominantes. 
Gramsci ao contrário dos pensadores que deram continuidade a obra de Karl Marx, deteve-se particularmente no papel da cultura e dos intelectuais nos processos de transformação histórica. 
Suas ideias sobre educação surgem desse contexto. Todavia, ao contrário de Marx, Gramsci não crê no Estado como meio de coerção nas mãos das classes sociais dominantes, mas sim enquanto poder edificado justamente no acordo comum. Dessa forma, ele tece a concepção de Estado ampliado, o qual nasce do estabelecimento da hegemonia.

Para Gramsci, hegemonia cultural não é sinônimo de poder dominador, pois uma classe social não pode se sobrepor ideologicamente sobre outra esfera da sociedade sem recorrer às famosas alianças e articulações e sem o consentimento, mesmo que seja um tanto inconsciente, da massa por ela liderada.
Assim, se a burguesia, por exemplo, quer se impor às classes populares, não o poderá fazer, a não ser em uma etapa inicial de um novo regime político, ou excepcionalmente em Estados terroristas ou sob intensa ditadura. Na tentativa de estabelecer um papel de liderança sobre as camadas oprimidas, a classe que se candidata à hegemonia cultural necessita abrir mão de algumas de suas conveniências, para obter o poder desejado.


A leitura de Gramsci é fácil de ser compreendida quando o conceito de hegemonia é compreendido, pois se trata de um dos pilares do pensamento gramsciano.

A hegemonia é obtida, segundo Gramsci, por meio de uma luta “de direções contrastantes, primeiro no campo da ética, depois no da política”. Dessa maneira,  o importante é primeiro conquistar as mentes,para depois se chegar ao poder. O que não se refere diretamente com propaganda ou inculcação ideológica. Para Gramsci, a função do intelectual (e da escola) é mediar uma tomada de consciência (do aluno, por exemplo) que passa pelo autoconhecimento individual e implica reconhecer, nas palavras do pensador, “o próprio valor histórico”.

Gramsci era um homem que pensava em termos de relaçõesseu entendimento sobre as formações sociais era global. Escrevera sobre o fordismo, reconhecendo explicitamente que a homogeneidade, a padronização e as economias e empresas de escala são símbolos "inseparáveis de um modo específico de viver, de pensar e de sentir a vida"(Gramsci), e não apenas da esfera econômicaEsta visão de mundo refletia em sua prática políticae como Deputado e Secretário do Partido Comunista Italiano sempre pregou a busca dos elementos revolucionários e inovadores "onde quer que se evidenciassem: no operariado,mesmo não sendo comunista, no sofrido homem dos campos do sul da Itáliae nos intelectuais e artistas mais vivos e inteligentes mesmo sendo liberais"( In: Nosella). Sua compreensão ampla das coisas e sua luta contra o que ele chamava de "monótona repetição dos velhos e gastos chavões teórico-políticos", nunca foram entendidas por boa parte do partido comunista italiano.

A maior parte da obra de Gramsci foi escrita na prisão e só foi difundida depois de sua morte. Gramsci adota uma linguagem cifrada, sobre diversos temas, para não despertar a censura fascista, seu pensamento e estilística são desenvolvidas em torno de conceitos originais (como bloco histórico, intelectual orgânico, sociedade civil e a citada hegemonia, para mencionar os mais célebres) ou de expressões novas em lugar de termos tradicionais (como filosofia da práxis para designar o marxismo). 
O pensamento de Gramsci ocorre de maneira estruturalista, posto que seus escritos tem forma fragmentária, com muitos trechos que apenas indicam reflexões a serem desenvolvidas. 

Gramsci e a Superestrutura

Gramsci se dedicou em analisar os elementos superestruturais do capitalismo e da sua necessidade de superação, atribuindo a superestrutura grande peso no processo de transformação social. Em seus escritos se preocupa em desvendar as formas de dominação do capitalismo, através das artes, da educação, da literatura ou dos meios de comunicação.


Gramsci tende a considerar abstrata a distinção entre estrutura (as relações sociais de produção) e superestrutura (as idéias, os costumes, os comportamentos morais, a vontade humana). Na concretude histórica, há convergência entre os dois níveis, uma convergência que conhece a distinção e a dialética, mas que se resolve numa “unidade real”.

"A pretensão (apresentada como postulado essencial do materialismo histórico) - escreve Gramsci - de apresentar e expor toda flutuação da política e da ideologia como uma expressão imediata da estrutura deve ser combatida, no plano teórico, como um infantilismo primitivo, ou, no plano prático, valendo-se do testemunho autêntico de Marx, escritor de obras políticas e históricas concretas".




Fontes Bibliográficas 




21 de mai. de 2013

Conselho de Serviço Social é condenado a R$ 100 mil por preconceito contra o ensino a distância

Uma vitória para quem se dedica a educação a distância nacional!


Conselho de Serviço Social é condenado a R$ 100 mil por preconceito contra o ensino a distância
Intitulada Educação não é fast-food - diga não à graduação à distância em Serviço Social, CFESS veiculava campanha preconceituosa em rádios e na internet
O juiz federal Raul Mariano Junior, titular da 8ª Vara da Subseção Judiciária de Campinas, interior de São Paulo, condenou o Conselho Federal de Serviço Social a pagar R$ 100 mil por danos morais e multa diária de R$ 5 mil caso o material preconceituoso contra o ensino a distância não seja definitivamente recolhido. A ação foi promovida pela ANATED - Associação Nacional dos Tutores da Educação a Distância, que saiu em defesa de tutores e alunos que estavam sendo ridicularizados com a campanha promovida pelo órgão de classe.
Inicio da campanha
A campanha publicitária "Educação não é fast-food - diga não à graduação à distância em serviço social", foi desencadeada pelo CFESS em maio de 2011, passando a ser veiculada por meio de vídeos no youtube, materiais gráficos disponível de forma impressa e online e em rádios comunitárias por todo o país, com o objetivo de desqualificar e impedir a graduação a distância em serviço social. No mesmo ano a ANATED entrou com o pedido de liminar para suspender a campanha.
Condenação por danos morais
Segundo a decisão do juiz federal, "a campanha publicitária, da forma como veiculada, mostrou-se preconceituosa e leviana, na medida em que deixou de observar a excelência de alguns cursos não presenciais, verdadeiras referências de eficiência, praticados, inclusive em grandes universidades como UNIBO, MIT, Harvard, Oxford, para citar apenas algumas", fundamentou Nader, em sua decisão.
De acordo com o presidente da Anated, Luis Gomes, o material possuía teor altamente pejorativo e expunha ao ridículo tutores e alunos que optaram pela modalidade do ensino a distância. "Tínhamos que dar um basta nisso", afirma Gomes.
A sentença foi proferida em primeira instância, cabendo recurso da decisão.
Para ler a noticia inteira clique aqui: http://blog.anated.org.br/?p=545
Release - Anated
Secretária: Priscilla Evilin Pauletto
Contato: (19) 3329-2139 / 3329-2138
Presidente: Luis Gomes (19) 9187-5811
Contato do Conselho Federal de Serviço Social: (61) 3223.1652 Fax: (61) 3223.2420


Não deseja mais receber nossas mensagens? Acesse este link.


20 de mai. de 2013

20 de maio - Dia do Pedagogo


Em 2003 escolhi uma carreira para seguir. Não era bem o que eu queria na época, mas descobri enamorada dessa profissão fantástica, trabalho a trabalho, ano após ano.
Ser pedagogo é conduzir o saber, mais do que criar métodos de ensino-aprendizagem, elaborar grades curriculares, planos de ensino e de curso, o pedagogo é responsável por criar sistemas que possam orientar saberes, desenvolvendo estratégias educativo-pedagógicas.
Ser pedagogo é saber acolher, respeitando as diversidades dentro e fora do ambiente educativo; saber elaborar avaliações desafiadoras do conhecimento e situações de aprendizagem condizentes ao processo de crescimento cognitivo do indivíduo, sem jamais oprimir ou coibir injustamente seus educandos.
Ser pedagogo também é administrar ambientes escolares, mas sua missão fundamental é tornar a escola mais humana, mais envolvida com os problemas da sociedade. O pedagogo é aquele profissional responsável pela humanização da educação, base de toda a sociedade.
Obrigada Deus, pelo dom de educar!
Semíramis.

10 de mai. de 2013

Aula 9.1 - Karl Marx e a Educação

Para Marx, a história da humanidade é permeada pelas lutas de classes, afirmando o caráter social dessas construções e passíveis de serem transformadas pelas ações dos homens não podendo ser eternizadas. Para isso, os homens deveriam de estar conscientes do processo de alienação e essa necessidade de luta o que deveria em parte ser feito pela educação, de forma a promover a emancipação humana.

Karl Marx enxergou além das aparências o sistema capitalista se comporta por dentro e a sua necessidade de sua superação, o que o torna sempre atual.
Seu pensamento influenciou não só a economia, mas a filosofia, a sociologia, a história, etc. além de ter influenciado a formação do ideário esquerdista de diversos países.

Marx ao explicar o mundo materialista da produção do trabalho afeta ao mundo da consciência, as representações, o conhecimento e as crenças.

Para ele a consciência está diretamente ligada às condições materiais de vida, a qual aparece de forma invertida numa falsa consciência, conforme Marx denominou, os homens são incapazes de captar a essência das relações.

Em cada sociedade há a divisão do trabalho, estabelecendo onde cada indivíduo irá atuar, como vai viver, trabalhar e agir.

Na sociedade capitalista a divisão do trabalho põe de um lado, os que detém os meios de produção e de outro os que oferecem sua mão de obra, seu trabalho para os proprietários dos meios de produção em troca de um salário.

São os burgueses e os proletários

Burgueses - Cidadãos no uso de privilégios especiais.
Pessoas que pertencem à classe média ou dirigente (por oposição à classe dos operários e camponeses)

Proletários - Proletário é uma classe social dentro do Capitalismo que trabalha com os instrumentos de outra pessoa, isso é, destituídos dos meios de produção, eles possuem a penas a venda de sua força de trabalho para sobreviverem. Substantivo derivado de prole (muitos filhos).

Muito embora essa relação pareça justa, Marx demonstrou que nem sempre essa relação tinha um saldo positivo para ambas as partes, uma vez que o processo de divisão do trabalho e apropriação dos meios de produção nunca foi justo. O fato de pensarmos estas relações como normais ou próprias do gênero humano é meramente uma ideia inculcada pela classe dominante.

A burguesia além de possuir os meios de produção comprava a força de trabalho por um valor sempre muito menor do que o proletário produz, ou seja, a extração da mais-valia.

Mais-Valia - Na doutrina marxista, a remuneração do capitalista, consequência de uma espoliação dos trabalhadores assalariados, que, em troca de sua força de trabalho, recebem apenas o valor das mercadorias e serviços indispensáveis à sua subsistência. (A diferença entre o valor dos bens produzidos e os salários recebidos constitui a "mais-valia", de que se apropriam os capitalistas.)

A burguesia com esse sistema faz com que a sociedade acredite que o capitalismo é o única possibilidade possível, pois sempre esteve presente na humanidade e ainda é a melhor maneira de conduzi-la.

Para chegar à essa conclusão, Marx procurou entender o funcionamento da educação no modo de produção capitalista, observando como as escolas inglesas funcionavam e constatou a precariedade do ensino, a insalubridade do ambiente de estudo, a incapacidade docente em lidar com os alunos, enfim, às péssimas condições à que os alunos enfrentavam. 

25 de abr. de 2013

Aula 12 - O Pensamento Comunicativo de Habermas

O pensamento comunicativo de Jürgen Habermas

Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo alemão. Advindo da Escola de Frankfurt (uma das principais correntes do marxismo cultural) procurou superar  o pessimismo dos fundadores da escola quando adota o paradigma comunicacional, assim ele tem como ponto de partida:
  1.         A ética comunicativa de Otto Von Apel
  2.        O Conceito de ação objetiva – T. Adorno
  3.        Ética de Platão e a lógica de Aristóteles
  4.        Idealismo Alemão (Hegel)
  5.       Reconhecimento intersubjetiva
  • Razão Comunicativa / Ação Comunicativa
Habermas apresenta a comunicação livre, racional e crítica como alternativa à razão instrumental e superação da razão iluminista, aprisionada pela lógica instrumental, que encobre a dominação.

Razão instrumental – Segundo Aurélio Buarque Ferreira de Holanda, teria uma das conotações como “Sistema de princípios a priori cuja verdade não depende de experiência.”
Convém já explicitar sobre a “A noção de razão instrumental” no dizer de Chauí “[que] nos permite compreender”

  • a transformação de uma ciência em ideologia e mito social, isto é, em senso comum cientificista;
  • que a ideologia da ciência não se reduz à transformação de uma teoria cientifica em ideologia, mas encontra-se na própria ciência, quando esta é concebida como instrumento de dominação, controle e poder sobre a Natureza e a sociedade;
  • que as idéias de progresso técnico e neutralidade cientifica pertencem ao campo      da ideologia cientificista.
 Razão iluminista – a razão iluminista é uma razão independente das verdades religiosas e das verdades inatas dos racionalistas. Assim, a noção de autonomia iluminista se refere a uma razão que se dobra a evidências empíricas e matemáticas. 
O iluminismo proclama tanto para a natureza quanto para o conhecimento o princípio da imanência (Imanência – Filosofia: Diz-se da atividade ou casualidade cujos efeitos não passam do agente). Filosofia. Diz-se de um ser que se identifica a outro ser. (Na filosofia de Spinoza, Deus é imanente ao mundo.) A natureza e o espírito são concebidos como plenamente acessíveis, não como algo obscuro e misterioso.
     
     Lógica Instrumental – Adequação dos meios aos fins.


Habermas explica que a teoria crítica precisa romper com Marx em três dimensões:
  1.    Deixar de lado a tendência evolucionista inserida no marxismo- as sociedades passariam por estágios de desenvolvimento bastante específicos, o qual teria início com o capitalismo e culminaria num modelo de organização social comunista;
  2.    O viés economicista observado na obra de Marx se consagra uma evidência de forças produtivas e de trabalho em relação às outras esferas da sociedade
  3.    Considera uma perspectiva reducionista a tendência de olhar o sistema social através da separação da dominação.


A sobreposição da burocratização e da monetarização das esferas do cotidiano social em detrimento da argumentação e participação pública; interfere no processo de interações sociais.
Habermas observa que na segunda metade do século XX, o que é visível é uma privatização e mercantilização do espaço público. A argumentação pública cede lugar aos interesses administrativos e econômicos. O mesmo pode ser observado  em relação às instituições privadas, as quais são invadidas gradativamente e cada vez regulamentadas pelo Estado ou pelo dinheiro. Assim as atividades culturais, científicas ou educacionais passam a ser mediadas por instrumentos e normas que desconstroem as formas tradicionais dos laços sociais.

A ética do discurso
As fundamentações morais dependem da efetiva realização das argumentações, não por razões pragmáticas relativas ao equilíbrio de poder, mas por razões internas relativas à possibilidade de discernimentos morais.
As interações nas quais as pessoas envolvidas se põem de acordo para coordenar seus planos de ação são denominadas comunicativas – é o acordo alcançado em cada caso medindo-se pelo reconhecimento intersubjetivo das pretensões de validez.
Enquanto que no agir estratégico um atua sobre o outro para dar ensejo à continuação desejada de uma interação, no agir comunicativo um é motivado racionalmente pelo outro para uma ação de adesão  - e isso em virtude do efeito ilocucionário de comprometimento que a oferta de um ato de fala suscita - Que um falante possa motivar racionalmente um ouvinte à aceitação de semelhante oferta [se explica] pela garantia assumida pelo falante, tendo um efeito de coordenação, de que se esforçará, se necessário, para resgatar a pretensão erguida... Tão logo o ouvinte confie na garantia oferecida pelo falante, entram em vigor aquelas obrigações relevantes para a sequência da interação que estão contidas no significado do que foi dito2...

Pretensões de validez - significa coisas diferentes segundo o tipo de ato de fala de que se trate. Nos atos de fala constatadores (afirmar, narrar, referir, explicar, prever, negar, impugnar e etc.), o falante pretende que o seu enunciado (aquilo que é pronunciado) seja verdadeiro. Portanto, se eu narro alguma coisa, ou explico algo para alguém eu pretendo que aquilo que narro, ou explico seja considerado verdadeiro, o que para Habermas só ocorre se houver o assentimento potencial de todos aqueles que estão me ouvindo. Sendo assim, se um dos meus ouvintes não aceitar o que falo por não acreditar no que digo, ou por outro motivo qualquer, o conteúdo que é transmitido não poderá ser tido como verdadeiro, pois não houve o consentimento de todos sobre a veracidade de meu ato de fala1.

Ação comunicacional
No início de sua obra principal, Teoria do agir comunicativo, Habermas afirma que “o pensamento filosófico se originou na reflexão sobre a razão encarnada na cognição, fala e ação; e a razão permanece sendo seu tema básico”. Não seria uma surpresa, então, descobrir que o conceito de racionalidade é o fio condutor para sua análise de processos de aprendizagem3.

A esfera pública para Habermas não pode ser confundido como a oposição clássica entre sociedade civil e Estado; ao contrário, a esfera pública representa nesta perspectiva metodológica  um terceiro momento das sociedades modernas, não podendo ser confundida nem com o Estado nem com o Mercado, ou seja, “Uma esfera composta de sujeitos privados com opinião própria, o que assegura a possibilidade da contraposição coletiva a decisões discricionárias do poder público” (Souza,2000:60).

Assim, o agir comunicacional representa todas as interações em que os membros de uma determinada sociedade discutem coletiva e publicamente questões relativas a seus planos de ação. Tais decisões tomadas em conjunto, constituem o princípio de universalização, para que tal aconteça é necessário a obtenção de um consenso, não que os indivíduos pensem da mesma forma, mas baseadas na ideia do debate democrático e dessa forma, construir um conjunto de regras legitimadas socialmente.
Portanto, são “comunicativas as interações nas quais as pessoas envolvidas se põem de acordo para coordenar os seus planos de ação, o acordo alcançado em cada caso medindo-se pelo reconhecimento intersubjetivo das pretensões de validez” (Habermas:2003:78-9)

O Projeto da Modernidade
Outra característica marcante do pensamento de Habermas é sua defesa do “projeto da modernidade” diante das críticas feitas pelos pensadores pós-modernos. Por mais que a modernidade tenha trazido problemas para a humanidade, Habermas tenta analisar, no que ele chama (seguindo Weber) “o processo da racionalização da sociedade moderna”, um potencial para a emancipação humana. 

Esse projeto necessita de ser completado sem abrir mão do que já  foi alcançado, não apenas no conhecimento, mas também de liberdade subjetiva, da autonomia ética e da autorrealização, do direito igual de participação na formação de uma vontade política e do “processo formativo que se realiza através da apropriação de uma cultura que se tornou reflexiva”. 

É esse processo, compreendido como processos de aprendizagem desencadeados ao longo da História, mas especificamente na modernidade, que poderia ser considerado um dos fios condutores do pensamento desse filósofo e teórico social3.

Assim, o projeto da Modernidade tem por objetivo compreender as normas válidas em uma sociedade e suas consequências a partir da análise de uma ética discursiva, ou seja, através da discussão pública sobre os valores, as normas e suas consequências, constituindo assim uma ética laica, fundamentada em uma sociedade centrada na ciência.

Habermas se diferencia de Durkheim por ver a síntese fundada em valores e não em elementos empíricos, não como uma verdade positiva, mas como uma verdade definida pelo uso argumentativo da razão.

Muito embora a teoria da solidariedade de Durkheim ofereça a Habermas uma teoria social que relaciona integração social e integração do sistema. Durkheim vê no conceito de "obrigação" um dos traços constitutivos da norma moral

Entretanto, a sanção é apenas um aspecto da aceitação da norma; é preciso levar em conta também o desejo de obedecer. Estas duas características do fato moral - o desejo e o dever - levam Durkheim a propor uma analogia entre esfera da moralidade e a do sagrado. Desse modo, a antropologia durkeiminiana oferece a Habermas um modelo para integrar à sua análise as ações rituais, que se movem em um nível pré-linguístico, expressando um consenso normativo atualizado regularmente.

No entanto, o consenso normativo garantido pelo rito e mediado pelo símbolo constitui o "núcleo arcaico" da solidariedade coletiva. Em contextos modernos de ação os símbolos religiosos não são mais capazes por si só de expressar o coletivo. O consenso normativo que era garantido pelo rito, ancorado nos símbolos religiosos e interpretado pela "semântica do sagrado" se dissolve e dá lugar à "verbalização do sagrado”, isto é, estruturas de ação orientadas para a intercompreensão. A autoridade do sagrado é, assim, gradualmente substituída pela autoridade do consenso 4.

Portanto, a autoridade moral, apenas se torna válida quando possui uma “... pretensão a uma validez universal que vem a conferir a um interesse, uma vontade ou uma norma”(Habermas 2003:68)
  

Fontes pesquisadas

Sandalowki. Mari Cleise – Guia de estudos Sociologia III  - Universidade Federal de Santa Maria

ACOMPANHAR

Tindin é destaque de educação financeira em plataforma do grupo SOMOS

Com cursos variados, Plurall Store impacta mais de 1 milhão de alunos por ano O grupo SOMOS conta com uma base de  1,5M de alunos dos Ensino...

Arquivo do blog