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14 de fev. de 2011

Educaedu desembarca no Brasil

Educaedu desembarca no BrasilO portal Educaedu, o maior e mais completo diretório global online de educação, decidiu investir forte no mercado brasileiro e acaba de inaugurar um novo escritório em São Paulo. O objetivo da sede na capital paulista é estar mais próximo de seus clientes e usuários.
Fundada em 2001, a empresa de origem espanhola, vem registrando grande crescimento nos últimos anos. Presente em 20 países e com versões em nove idiomas, o site reúne mais de 103 mil ofertas de cursos em diversas áreas e níveis de ensino.
Em 2010, Educaedu registrou mais de cinco milhões e 200 mil acessos somente no Brasil. Atualmente a versão brasileira do portal tem cadastrados mais de 14 mil cursos de pós-graduação, graduação e extensão universitária ministrados em mais de 950 instituições de ensino.
A sede brasileira soma-se a outros quatro países onde a empresa já possui escritórios: Argentina (Buenos Aires), Espanha (Madri e Bilbao), Colômbia (Bogotá), México (Cidade do México) além de representantes no Chile (Santiago).



Lenice Laflor
Assessoria de Imprensa
lenice@educaedu.com

4 de fev. de 2011

Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA

DISCIPLINA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO - CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA
AULA 1
1- O QUE É SOCIOLOGIA?
A Sociologia é uma das Ciências Sociais, cujo objetivo mais amplo é descobrir a estrutura básica da sociedade humana, identificar as principais forças quemantêm os grupos unidos ou que os enfraquecem e verificar que condições transformam a vida social.

CONCEITOS BÁSICOS
FATO SOCIAL - São fatos exteriores e anteriores a existência do indivíduo e continuariam existindo mesmo que este não existisse ou deixasse de existir. São fatos que exercem coação ao indivíduo, ou seja, ao deixar de praticá-los o indivíduo sofreria pressão por parte da sociedade até que se enquadrasse nos padrões vigentes.
INTERAÇÃO SOCIAL - Uma ação coletiva entre dois ou mais indivíduos com objetivos em comum, que os faça conviver ou trabalhar juntos.
GRUPO SOCIAL - Conjuntos de indivíduos que interagem uns com os outros durante certo período de tempo. Se dividem em :
Grupos primários - família, amigos, amigos de infância, de escola, ou seja, pessoas com quem o indivíduo interaja mais pessoalmente.
Grupos Secundários - Colegas em geral, vizinhos, professores, patrões, motoristas, secretárias, ou seja, pessoas que o indivíduo trata de maneira impessoal por não ter pouco ou nenhum contato íntimo, restrito.
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Processo que coloca as pessoas de uma sociedade em camadas (estratos) sociais diferentes, segundo suas condições econômicas, sob a forma de uma pirâmide: no alto, os mais ricos (minoria) ; na base, os mais pobres (maioria).  
CLASSE SOCIAL
Cada um dos estratos (camadas) da pirâmide, que constituem a sociedade. Cada classe tem seus valores, crenças, ideais que as distinguem de outras classes.
COMUNIDADE E SOCIEDADE
COMUNIDADE –  Grupo local, bastante integrado, com predominância de grupos primários: pessoais, informais, sentimentais, tradicionais, que envolvem o indivíduo como um todo. A cultura de uma comunidade é geralmente tradicional e homogênea, passada de pai para filho e resistente a influências externas.
SOCIEDADE –  Conjunto de grupos de indivíduos e instituições cujos relacionamentos são impessoais, formais, utilitários, especializados e geralmente baseados em contratos escritos.

STATUS SOCIAL E PAPEL SOCIAL
STATUS SOCIAL - Posição que o individuo ocupa num grupo social ou na sociedade (filha, aluna, funcionária)
PAPEL SOCIAL – Conjunto de funções que cada indivíduo desempenha em conseqüência do status que ocupa – o PAPEL SOCIAL é o papel dinâmico do status. Se não desempenhado satisfatoriamente acarretará pressões, coerções.

23 de jan. de 2011

Educação em Tempos de Sorriso Azul


Educação em Tempos de Sorriso Azul
Profª Semíramis Franciscato Alencar Moreira

A importância dos Cursos a Distância no País e novas perspectivas educacionais
A primeira expressão do cosmonauta russo Yuri Gagarin em órbita na Terra deve ter agradado o espírito do unificador da Dinamarca -  Harald Blåtand, conhecido por Bluetooth; "A Terra é azul" disse pelo rádio, em russo, o precursor da era da comunicação, quando só os militares podiam botar a mão em computadores...Não sei como dizer isso em russo ou se ele sorriu ao dizer outras coisas quando passava sobre as cabeças dos americanos que, por sua vez, provavelmente torciam para a nave explodir naqueles tempos de guerra fria.
Dois anos depois, os valentes soviéticos, ateus convictos graças a Deus, puseram uma mulher em órbita – talvez porque falasse demais na Terra ou para testar se falaria menos em órbita – jamais saberemos, mas com certeza o marketing político e o espírito crítico são os pólos opostos que somente a educação, de maneira continuada, integrada ao dia a dia de uma sociedade complexa, pode esclarecer.
Eis aí uma armadilha: Se os políticos, dependentes químicos do poder, serviçais prestimosos da máquina econômica que não patrocina cursos de formação, que escolhe funcionários na medida inversa de suas responsabilidades sociais, como, então, confiar nos diversos ministérios e políticas de educação? Como esconder o sexo da mulher? Ela ganha menos pelo potencial maternal, dos meses que se afastará para renovar nossos quadros sociais... Como renovar, mesmo "à distância", conhecimentos que farão um empregado exigir mais por sua mão de obra? Sorria... "A Terra é azul!"
-" Coloca três turnos aí, encarregado, revezando a cada semana uma turma! Senão algum peão vai tomar seu lugar ou o meu com essa moda de estudar para melhorar de vida!". O verniz do crescimento econômico, principalmente no Brasil, está sobre, camarada Gagarin, um moedor de carne, daquele tipo que o Pink Floyd mostrou moendo crianças no pós guerra europeu; quem mandou aqueles órfãos perderem seus pais na guerra?
Quem mandou nascer no Brasil, país de propaganda premiada? Feita pela elite, onde uns poucos ganham bolsas universitárias federais para trabalhar a serviço do grande capitalismo de consumo e das contas oficiais do Governo Federal. Aliás, este é o ABCDE do mundo contemporâneo: Armas, Bancos, COMUNICAÇÃO, Drogas e Energia. Não raro, o verniz tem que ser passado também nos governos; estes sim, são o viés, de alto a baixo, dólar e bolsa na pechinchada política de educação que recebe muito menos recursos que os setores "produtivos", quando comparamos o orçamento brasileiro por setores; se comparamos o célebre "dólar/aluno/ano" também ficamos abaixo de muitos, muitos países, até mesmo vizinhos mais "pobres" como Argentina e Chile. Por quê? Qual é nossa percepção de riqueza? Quanto vale a vida?
Terá nossa educação, ou melhor, a falta dela, efeitos no "jeitinho" corrupto e impune – brasileiro – de julgar ricos e pobres? Será a educação um dos pilares de uma libertação que não interessa aos bancos que cobram juros escorchantes dos superendividados para darem dividendos aos acionistas dos países de origem? "Ora, que isso?" dirá você em um sorriso azul, "você está sério demais... Relaxa senão não encaixa!"

Muito tem sido falado sobre as novas metodologias de ensino, em especial, os cursos a distância, cada vez mais atraentes no que consiste à flexibilidade de tempo, baixo custo e qualidade de ensino. O número de cursos a distância oferecidos no Brasil cresceu quase 20 vezes entre 2002 e 2009, saltando de 46 graduações abertas para 844 no mesmo intervalo. Em porcentagem, representa 1.834% de crescimento em sete anos. As universidades, faculdades e outras instituições de ensino particular respondem pela maior oferta, segundo informações do MEC (Ministério da Educação), tendo reunido 444 cursos ou 52% do total da oferta em 2009. Os dados são do Censo do Ensino Superior, do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Vale lembrar que o ensino a distância (EAD),  fechou 2010 com cerca de 973 mil alunos, 30% de todos os universitários de instituições particulares, e movimentou cerca de R$ 2,2 bilhões em 2010. Para 2011, a expectativa, de acordo com a Associação Brasileira de Ensino a Distancia (Abed) é obter um crescimento de 8%, o que representaria uma injeção de R$ 176 milhões na movimentação do segmento.
 A chegada de uma nova geração, criada em meio a equipamentos eletrônicos, também é um grande diferencial para o EAD em 2011. "Este ano marca a chegada à universidade de crianças que já cresceram em contato com o computador, seja em lan houses ou em casa; esse aluno chegou à faculdade e já vem livre de preconceito para com qualquer contato virtual", afirma Renato Bulcão, diretor da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância).
Assim sendo, essa modalidade de ensino pode ser abrangente, o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente, conectados, interligados por meio das tecnologias– desde as telemáticas como a Internet até mesmo às mais simples, como o telefone, o fax, a vídeo-conferência, o rádio, entre outras formas.
A modalidade de ensino a distância EAD não é nova. O que tem mudado primordialmente  são as tecnologias que são utilizadas em diferentes projetos e cursos a distância. Esta modalidade de educação surgiu no final do século XIX, onde instituições particulares nos EUA e na Europa ofereciam cursos por correspondência destinados ao ensino de temas vinculados a ofícios de escasso valor acadêmico. Muitos não acreditavam no seu potencial, pois parecia que era um estudo para os que fracassaram na vida escolar convencional. Somente na década de 60, com a criação de universidades à distância que competiam com a modalidade presencial, foi possível superar muitos preconceitos da EAD. (LITWIN, 2001, p. 15).
Os cursos a distância tem como principal mediador o professor, responsável pela integração do aluno às atividades propostas; sua atuação deve ser dinâmica, cedendo estímulos e materiais de apoio diversos para que o aluno possa aprender e desenvolver suas atividades com a maior gama de informações possíveis, além do suporte constante do professor. Segundo dados dos REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA, definidos pelo MEC, em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de 2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007, consta que:
"Não há um modelo único de educação à distância, os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de linguagens, recursos educacionais e tecnológicos. A natureza do curso e as reais condições do cotidiano e necessidades dos estudantes são os elementos que irão definir a melhor tecnologia e metodologia a ser utilizada, bem como a definição dos momentos presenciais necessários e obrigatórios, previstos em lei, estágios supervisionados, práticas em laboratórios de ensino, trabalhos de conclusão de curso, quando for o caso, tutorias presenciais nos pólos descentralizados de apoio presencial e outras estratégias". (MEC, Brasília, agosto de 2007)

Com essa nova abordagem, o conceito de curso a distância, bem como o de aula, também muda. O tempo e espaço da aula poderão se tornar cada vez mais flexíveis. O professor continuará sendo o agente mediador e impulsionador da aprendizagem, e poderá enriquecer esse processo com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: através de e-mails, listas de discussão, alunos e professores podem fomentar debates e discussões através de textos e artigos provenientes de diversos sites de informação, transmissões ao vivo de seminários e palestras via streaming (o que possibilita imagem e som em tempo real com possibilidade de interação); poderá também ampliar seu foco através das redes sociais, desenvolvimento de blogs e vídeos sobre determinado aprendizado.
A partir dos acontecimentos em seu cotidiano, não apenas no horário da aula, poderá manter-se estudando, até mesmo nos momentos de lazer, ou seja, transformando seu aprendizado, escolar ou acadêmico, num aprendizado, constante, para a vida. Tenho, para esses objetivos, ferramentas pré-desenvolvidas à base de blogs coletivos.
Assim, os cursos a distância promovem a idéia de que tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Com isso o papel do professor se redimensiona, onde ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante jornada da aprendizagem. Tudo vai depender do espírito crítico que cada um de nós, educadores, individual e sinergicamente fizermos, nesse novo ciclo que se inicia.
Em tempos de aquecimento global, as máscaras podem cair e, de repente, a educação estará a bordo de uma sonda governamental, mundial, como o Nautilus do Capitão Nemo..."Humanos, bemvindos ao educado mundo novo"! "Bem Be Bês e mentirosos estão fora", isso inclui, claro, quase todos os políticos e grandes capitalistas da atual "civilização".




FONTES BIBLIOGRÁFICAS




MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA – Brasília, agosto de 2007

Ensino a distância prevê crescer 8% em 2011 e passar dos R$ 2,2 bilhões - http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=7&id_noticia=357023&editoria

Artigo publicado em Educando o Amanhã protegido pelas leis de Copyright.

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A obra Educação em Tempos de Sorriso Azul de Semíramis Alencar foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.

Permissões adicionais ao âmbito desta licença podem estar disponíveis em http://creativecommons.org.br/

Profª Semíramis Franciscato Alencar Moreira - Janeiro de 2011 

8 de jan. de 2011

O juízo moral na criança e ensino superior - uma analogia docente

O juízo moral na criança e ensino superior – uma analogia docente


Profª Semíramis Franciscato Alencar Moreira


O jogo de regras é para Jean Piaget uma condição fundamental para a atividade humana.
Os jogos coletivos de regras são paradigmáticos para a moralidade humana pois apresentam uma atividade interindividual necessariamente regulada por algumas normas que, embora herdadas por gerações anteriores, podem ser modificadas pelos membros de cada grupo de jogadores, o que os constitui de certa forma, “legisladores” de cada um deles.

Piaget diz que: “Toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”.

Embora essas normas não tenham um caráter moral em si, o respeito é a moral (os parâmetros de justiça e honestidade). Assim, o respeito provém de mútuos acordos entre os participantes do jogo e não da aceitação de regras impostas por autoridades estranhas a este grupo.
Num jogo de bolinhas de gude, pode-se observar a prática e a consciência da regra em cada indivíduo. Piaget pede num primeiro momento, que um menino o ensinasse a jogar e se punha a jogar com ele. Depois o perguntou de onde vinham essas regras, quem as havia determinado, se as regras poderiam ser modificadas, etc.
A evolução da prática e da consciência da regra pode ser dividida em três etapas. A primeira é a fase da anomia, a ausência total de regras, entre os 5, 6 anos de idade as crianças não seguem regras coletivas. Interessam-se pelos jogos para satisfazerem seus interesses motores ou fantasias simbólicas, e não para participar de uma atividade coletiva. As crianças podem estar em grupo, realizando uma mesma tarefa, mas estão agindo individualmente.
A Segunda etapa é a heteronomia, que abrange indivíduos de 9, 10 anos. Nesta fase, o surge no indivíduo o desejo de participar das atividades coletivas e regradas. Estes indivíduos não concebem as regras como um contrato firmado entre os jogadores, mas como uma lei, imutável, concebida e mantida pela tradição. Não concebem a si próprios como legisladores.
A terceira e última etapa é a da autonomia. Com características opostas às da fase heterônoma, esta fase representa a concepção adulta do jogo. Na autonomia, ocorre a plena maturação das regras do jogo. A criança já se concebe como possível legislador, capaz de criar novas regras que serão submetidas à aceitação ou a rejeição dos outros. Deste modo, a autonomia na prática da regra aparece mais cedo do que a revelada pela consciência da mesma.
Para cada uma dessas etapas devemos considerar as idéias de Henri Wallon, no que concerne às três dimensões do desenvolvimento humano: a afetividade, a linguagem, o movimento para a construção da personalidade.

Estes três fatores incidem drasticamente na formação interior do indivíduo e suas relações com os conjuntos de normas ditadas por diversos grupos. São constantes os casos de indivíduos ou grupos de indivíduos que se rebelam contra ordens pré-estabelecidas socialmente.
No estágio categorial do indivíduo por volta dos 6 anos, sob a concepção walloniana, o indivíduo volta sua atenção para o aprendizado e o conhecimento do mundo, este mesmo impulso se dá na adolescência, mas desta vez sob um impulso maior de uma gama de emotividade e questionamentos que provocam conflitos e o desejo de modificar as regras.

A professora Izabel Galvão, analisa este princípio: ‘’importante recurso para a construção da identidade (individual ou coletiva), as condutas de oposição podem ser interpretadas também como indício de uma necessidade de autonomia”.


O indivíduo recém saído da adolescência, com conflitos pessoais e psíquicos é o mesmo que integrará os cursos de graduação nas diversas instituições de ensino.
Na formação do educando de ensino superior, é observado a entrada dos iniciantes em qualquer graduação: curiosos, muitas vezes sem a menor noção da estrutura acadêmica que terão de compreender e aceitar. Se encontram em estado de anomia acadêmica. Ele não tem consciência das normas e tenta se adequar.
Este estado se transforma à partir do momento em que os graduandos procuram estabelecer contato com os alunos veteranos, compreendem, então, as regras do jogo, conforme seu grau de envolvimento com o grupo.

As relações coletivas são essenciais para o entrosamento do graduando com as regras da instituição de ensino e o grupo a que pertence. Assim, passa a aceitar e aplicar tais procedimentos devotadamente. A fase heterônoma do indivíduo.

Vygostky, ilustra bem este raciocínio ao se referir as atividades de grupo como fator relevante para o bom desempenho das funções mentais: “O homem é um agregado de relações sociais. As funções mentais são relações sociais internalizadas”.

Enquanto compreende e apreende as regras impostas pelo grupo e pela instituição , ele também elabora e submete suas próprias regras ao grupo. Esta autonomia, o indivíduo a conquista na fase final de sua graduação. Neste momento, o indivíduo se sente mais seguro para reorganizar seu pensamento e reelaborar e reeditar as regras anteriormente propostas.

O papel do docente superior seria o de mediador deste encontro, um facilitador das interações sociais, através de um ensino dialético, que despertasse o auto-questionamento e o questionamento do mundo que o cerca.
Fontes bibliográficas

· GALVÃO. Izabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil. Petrópolis, Vozes, 2001.
· PIAGET. Jean O Julgamento Moral na Criança. São Paulo, Ed. Mestre Jou, 1977.
· PIAGET. Jean Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro, Ed.Forense, 1977
· TAILLE. OLIVEIRA. DANTAS. Yves de la, Marta Kohl, Heloysa. Piaget, Vygostky e Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo, Summus editorial, 2003
· VYGOTSKY. Lev Semeniovich. Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1998.

1 de ago. de 2010

Saúde Mental - Rubem Alves

Esse texto de Rubem Alves exorta-nos a pensar a sociedade e momento educacional atual.


Somos todos loucos, no final, pois a verdadeira loucura é nos encontrarmos enquanto seres humanos. Cada um de nós temos o tempo certo, o momento em que isso possa aflorar.

Aos que ainda se encantam

aos que ainda choram

aos que ainda são capazes de perceber a beleza

ainda que diante de tanta mediocridade

Pensando bem melhor ser louco

do que viver cultuando

tão fúnebre obviedade

abraços

Semíramis

28 de mar. de 2010

Escola de Tempo Integral - projeto do governo de MG

Escola de Tempo Integral
Acesse o ambiente virtual do Projeto Escola de Tempo Integral


O Projeto Escola de Tempo Integral é uma ação que nasceu de uma experiência feita dentro do projeto Escola Viva, Comunidade Ativa: o Aluno de Tempo Integral. O projeto tem como objetivo elevar a qualidade do ensino, ampliar a área de conhecimento do aluno, reduzir a possibilidade de reprovação e promover o atendimento do aluno com defasagem de aprendizagem, visando a ampliação do universo de experiências artísticas, culturais e esportivas, com extensão do tempo de permanência do aluno no ambiente escolar.

O Aluno de Tempo Integral foi implantado em 2005 nas escolas participantes do Projeto Escola Viva, comunidade Ativa e expandido para outras escolas da rede estadual em diversos municípios. No projeto, o aluno freqüenta as aulas em um turno, e participa de atividades complementares em outro.
O diferencial do projeto é a matriz curricular que envolve a linguagem e matemática, arte e cultua e formação social. O projeto beneficia cerca de 106 mil alunos, de 1.790 escolas em 550 municípios. A meta para 2008 é atender 110 mil alunos e a expectativa para 2011 é atender 205 mil alunos. Em 2007, foram investidos R$ 22,6 milhões e, em 2008, serão R$ 31,3 milhões.

Olimpíada de Língua Portuguesa é lançada em Belo Horizonte

Olimpíada de Língua Portuguesa é lançada em Belo Horizonte


Nesta quinta-feira (25) foi lançada na reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a segunda edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da Educação e Fundação Itaú Social em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O objetivo é ampliar as competências de leitura e escrita entre alunos a partir da formação e aperfeiçoamento didático dos professores de escolas públicas.As inscrições são gratuitas, estão abertas até o dia 14 de maio e devem ser feitas pelos professores pelo site www.cenpec.org.br.

O tema desta edição para todas as categorias é “O lugar onde vivo”. Podem ser inscritos trabalhos de estudantes do quinto e sexto anos do ensino fundamental, com textos do gênero poema; sétimo e oitavo anos, gênero memórias literárias; nono ano e primeiro ano do ensino médio, gênero crônica e alunos do segundo e do terceiro anos devem concorrer com artigos de opinião. Aluno e professor serão premiados. Os 500 escolhidos na fase estadual receberão medalhas e livros; os 152 finalistas, medalhas e aparelhos de som. Os 20 vencedores da etapa nacional ganharão medalhas, microcomputadores e impressoras.

Desenvolvimento Social - Para a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, a Olimpíada de Língua Portuguesa vai além de um simples concurso e se configura como um processo de formação e estímulo para professores. “(A Olimpíada de Língua Portuguesa) vai além do dia da premiação. Este é um projeto em que o maior viés é a formação dos professores, levando em consideração e respeitando os limites da sala de aula.” Em sua fala durante o lançamento, a secretária admitiu a dificuldade inicial de se promover um evento deste porte, mas destacou o seu valor social: “Apesar das aparentes dificuldades no início do projeto, o desenho inicial foi aproveitado para a Olimpíada. Nós (professores) temos muitas diferenças, mas o que nos une é o compromisso com uma qualidade da educação para todos os alunos como meio para o desenvolvimento social. A escola pública com qualidade só se realizará com comprometimento e com mobilização, o que a Olimpíada de Língua Portuguesa possibilita.”

Guiomar Lacerda, superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais de Ensino, da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE), representando o Consed durante o lançamento, também ressaltou a importância da Olimpíada no contexto da educação no Brasil. “O ensino da leitura e da escrita tem um papel importante na formação intelectual e social do indivíduo, no entanto não tem tido o destaque que merece. (A Olimpíada) representa um marco no contexto da educação brasileira.”

Metas - A meta em 2010 é a participação de 80 mil escolas públicas e 300 mil inscrições de professores de 5450 municípios de todo o país, envolvendo cerca de nove milhões de estudantes. Em Minas, a expectativa é de 80% de adesão entre as escolas. “As inscrições começaram agora e os números são promissores”, aposta Ana Beatriz Patricio, diretora da Fundação Itaú Social. Em 2008, ano da primeira edição da Olimpíada, foram inscritas 6.438 escolas mineiras, que correspondem a 56% do total.
Material Didático e Capacitação - Este ano, será oferecida ao professor a Coleção Olimpíada, material didático de apoio, organizado de maneira a possibilitar a incorporação das atividades ao planejamento do ano escolar. As escolas receberão também a revista periódica Na ponta do Lápis, com orientações metodológicas, entrevistas e dicas. E os professores poderão ainda participar de debates com pesquisadores da área em comunidade virtual acessível no site oficial da Olimpíada.

Além disso, ao longo de cada etapa serão realizados encontros regionais para reflexão sobre as práticas educativas. “Além do estímulo à leitura e à escrita, é muito importante a troca de experiências entre os professores. As Olimpíadas são mais uma oportunidade de capacitação inicial e continuada, ao lado de inúmeras outras oportunidades que são oferecidas aos professores da rede estadual pela SEE”, explica Soraya Hissa, diretora de Temáticas Especiais da SEE.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

18 de mar. de 2010

Suicídio na Adolescência

:


A escola deve assumir esse papel de elo propositor do diálogo para a compreensão e valorização da vida, pois é na escola onde tudo começa, formando cidadãos para a vida.


O silêncio sobre o suícídio deve e pode ser quebrado, é um assunto que deve ser enfrentado sem preconceitos ou medos, pelas famílias e a sociedade sob forma de se obter maior diálogo e compreensão do tema.

O campo emocional de qualquer pessoa é barreira intransponível à qualquer ser humano. Por mais que o ser humano transmita uma imagem de sucesso, de autoconfiança e total felicidade, nem sempre essa imagem corresponde a realidade de seu interior. Se no ser humano adulto, de campo emocional formado, certo de sua realidade, essas sensações são tão fáceis de serem mascaradas, o que não dizer dos adolescentes, cuja aparência e distração naturais passam às demais pessoas meros aspectos de sua própria natureza em tranformação.


A sociedade cada vez mais distanciada dos valores humanitários, onde o capitalismo desenfreado invade até mesmo o seio das mais unidas e amorosas famílias, vem separando entes queridos. Anualmente são pais, mães, jovens que apelam ao suicídio como forma definitiva de acabarem com seus problemas. Porém, nada nos causa tamanha comoção que o suicídio na adolescência

Consta que em novembro de 2008, através de dados cedidos pelo Ministério da Justiça, mostra que a taxa de suicídio no Brasil tem se elevado nos últimos anos, mais ainda entre os jovens com idades entre 15 e 24 anos, passando de 4,0 por 100 mil habitantes em 2000 para 4,7 em 2005. Essa diferença é substancial porque os números apontam para taxas juvenis 45% superiores às não-jovens , bem diferente de outras regiões do mundo, como Ásia e a Europa, onde o suicídio apresenta-se como fenômeno específico da idade adulta.

Isso sem contar com os suicídios indiretos, as mortes por acidentes automobilísticos, pegas, roletas-russa, overdoses de drogas e de remédios. À princípio, tais desconhecidas pelos pais ou mesmo até mesmo os pais estando conscientes dessas ações, são encaradas como meros passageiros arroubos da juventude.

Em dados publicados pelo Centers for Disease Control and Prevention (Department of Health and Human Services), United States, 1997. MMWR 1998;47 (No. SS-3), pode-se entender que a tentativa de suicídio é mais freqüente em adolescentes femininas (27,1%) que masculinos (15,1%). Também se vê que 20,5% dos jovens examinados tinham considerado seriamente tentar o suicídio nos últimos 12 meses e, destes, 15,7% tinham feito uma plano específico para o suicídio, além disso, 7,7% dos adolescentes pesquisados tentaram o suicídio uma ou mais vezes nos 12 meses que precedem a pesquisa.

O adolescente com tendência suicida costuma ser um indivíduo repleto de culpa, sensível e emotivo ao extremo, passivo, de baixa-estima, impulsivo, instável, sentindo-se muitas vezes indesejável, incompreendido, desacreditado de seu potencial. Não tem qualquer controle sobre seu sentimento, dando mostras de impulsividade. Dessa maneira, costuma se afastar de sua comunidade, de seus colegas e amigos, passando a maior parte de seu tempo num lugar onde possa se manter introspectivo, com o pensamento introgetado em sua própria amargura, recluso em sua própria solidão.

As causas de suicídio na adolescência são as mais diversas, motivadas pelos mais diferentes fatores, dentre os quais são destacados:

  • a solidão,
  • o amor não correspondido,
  • a ansiedade,
  • fatores estéticos,
  • bullying,
  • a desigualdade social,
  • a discriminação social, sexual, racial ou comportamental
  • a não compreensão de sua própria existência.
Segundo Ghislaine Bouchard " O suicídio na adolescência denota a presença de um mal-estar importante, é um grito de dor, de desespero, um pedido de ajuda" que nem sempre ouvimos por achar normal e de profunda carga dramática a incerteza e timidez dos adolescentes, tantas vezes ironizada e estigmatizada nos filmes norte-americanos. Ainda segundo a autora " A explicação da causa do suicídio não pode ser encontrada apenas em um fator precipitante, mas na história pregressa nos problemas vividos no passado, nos conflitos anteriores. É como se houvesse uma escalada que desde cedo foram se acumulando, até atingir o ponto culminante na adolescência. Então, um último problema desencadeia a crise e a tentativa de suicídio"

Como diagnosticar se a pessoa em sentimentos suicidas? Consta na crença popular que quem quer atentar contra a própria vida não anuncia, entretanto esse mito cai por terra quando deparamo-nos com poesias depressivas, canções e literaturas as quais a tristeza profunda e o sentimento de desordem emocional povoam os quartos, armários, mp4´s e cadernos de nossos jovens, sem que ao menos saibamos o porquê ou não darmos a devida atenção ao fato, pensando em se tratar de modismo. Os sinais são surdos, tal como a própria natureza do adolescente, àvido por descobertas e por atenção, porém suficientemente tímidos para confrontar seu pensamento com a própria tradição familiar ou mesmo o próprio ritmo de vida da família. Assim, TEIXEIRA, C. M. F. S. - Tentativa de suicídio na adolescência enfoca que :

"Relatos constantes na literatura sobre o assunto indicam que a grande maioria das pessoas que tentou morrer anunciou sua intenção. Todavia, seus sinais de alerta não foram reconhecidos, o que indica, quase sempre, despreparo dos profissionais e familiares.


A tentativa de suicídio por jovens mostra-se como sinal de alarme. Traduz fracasso no processo da adolescência, contrapondo-se à essência do existir dessa fase. A opção pela morte surge como a negação do desejo de viver. É preciso, pois, aprofundar os estudos sobre o problema, de forma a ampliar o conhecimento acerca de dois temas fascinantes: a adolescência e as manifestações suicidas nessa fase. Ambos se apresentam como grandes desafios para os profissionais da saúde, da educação, sem deixar de ser, talvez, o mais incômodo problema para pais e familiares. Essas inquietações remetem-nos a algumas questões: Qual o significado da tentativa de suicídio em adolescentes? Como identificar sinais de alerta de suicídio ou como conhecer/ diagnosticar adolescentes potencialmente suicidas?"

O adolescente em risco são aqueles que::
  • Tem um relacionamento familiar conturbado;
  • Sofreram violência física ou emocional grave;
  • Perda recente de pessoa significativa em suas vidas; acontecimento traumático;
  • Ter presenciado suicídio de algum familiar ou pessoa próxima ao seu ciclo de conhecimento;
  • Ter alguma identidade com o suícida, tê-o como modelo ou grande afinidade;
  • Dficuldade de identificação sexual, a não-aceitação ou o medo de manifestar seu homossexualismo
  • Consumo de alcool, drogas, medicamentos;
  • Fugas sem motivo aparente;
  • Comportamento delinquente e prostituíção,
  • Tentativas anteriores de suicídio.

O que mais preocupa é que na adolescência todo o processo de suicídio pode ser muito curto, durando apenas algumas horas, ou na calada da noite, quando não há meio de alguém intervir em sua ação. O adolescente apresenta sinais que geralmente passam desapercebidos pelas familias, os quais são definidos como mensagens indiretas:
Fazer alusão ao suícidio de modo indireto : "Em breve encontrarei a paz!" "sou um inútil, não sei o que estou fazndo aqui", "vejo coragem em quem se suicida" "vou fazer uma longa viagem" fazer piadas com o suicídio etc.

  • Preparar-se para uma viagem, deixar cartas de despedida, últimos pedidos, testamentos;
  • Doar objetos de valor pessoal importante, interessar-se pelo tema Morte;
  • Atração subita por armas de fogo e produtos tóxicos, sinais de depressão;
  • Transtornos de sono (insônia/ hipersônia)
  • Transtornos de apetite (anorexia/bulimia)
  • Falta de energia, fadiga extrema ou grande agitação em alguns momentos . Nenhuma capacidade de ter satisfação ou prazer em qualquer atividade
  • Tristeza, choro, falta de coragem
  • Indecisão, inconstância de pensamentos
  • Irritabilidade, cólera, raiva
  • baixa estima acentuada
  • desânimo em cuidar de si
  • ansiedade aumentada
  • Isolamento físico e psicológico (introspecção)
  • Ruptura de contatos com a família, amigos, grupos etc.
  • mutismo
  • ausência de diálogo, de emoção
  • retraimento, busca pela solidão

Comportamentos

  • Ausência das aulas; notas baixas; desinteresse pelas aulas
  • diminuição do rendimento escolar
  • não realiza as tarefas de casa, trabalhos
  • Hiperatividade ou lentidão extremas
  • Desinteresse geral e interesse acentuado nos assuntos relacionados à morte e as formas de morrer.
Sudbrack & Costa (1992) lembram que “mais importante do que procurar a causa do problema é identificar como seus efeitos são vividos no contexto sócio-familiar [...] qual a função do significado que o sintoma adquire no contexto das interações onde ele se produz e se mantém” (p.27) . Uma outra alternativa apresentada por Neuburger (1999). é a que propõe a discussão entre o suicídio de adolescentes e a situação vivenciada de despertencimento, ou seja, a relação entre o desejo de morrer e o sentimento de "não mais ser reconhecido como pertencente a um grupo ou pelo risco de perder seu pertencimento a um grupo" (p.181).

TEIXEIRA, C. M. F. S afirma ainda que " Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) referem que cerca de 815.000 pessoas se mataram no ano de 2000 em todo o mundo, uma taxa de 14,5 para cada 100.000 habitantes, significando um suicídio a cada 40 segundos. Nos últimos 40 anos as taxas de suicídio aumentaram em 60% no mundo todo. Os dados da OMS referem ainda que o suicídio é a 3ª causa de morte entre as idades de 15-44 anos, em ambos os sexos, sem incluir as tentativas de suicídio, que são 20 vezes mais freqüentes que o suicídio. A OMS (1996) define, pois, o suicídio como um problema de saúde pública. O tabu da morte ainda se faz presente na sociedade do século XXI e, em especial, no tocante ao suicídio, engendrando concepções que dificultam reflexões, atuação e ações.

Em pesquisa realizada para o Doutoramento em Psicologia2 (Teixeira, 2003) com estudantes escolares e adolescentes atendidos em contexto de tratamento, foi possível identificar sujeitos cujas histórias eram reveladoras de que pensar sobre a morte ou passar para ação o desejo de autodestruição, de aniquilamento do ser são expressões máximas da vontade de por fim ao sofrimento psíquico.



Família e escola foram apontados pelos adolescentes como fator de risco e, paradoxalmente fator de proteção ao suicídio.



A família representa a condição necessária para o crescimento e desenvolvimento de vínculos que garantam a sobrevivência física, social e afetiva das pessoas. Contudo, os adolescentes da pesquisa apontaram o contexto familiar como fator desencadeante para a tentativa de suicídio e, por vezes como o lugar seguro para crescer."




Aos pais fica o alerta para que observem a conduta de seus filhos; professores e pedagogos , que observem as tendências de seu alunado.
Nem sempre um rosto apagado num mar de rostos felizes é sinônimo de estranheza adolescente.

Abraços Fraternos

Semíramis Alencar
Fontes de pesquisa:
Projeto Conviver
Psiquiatria da Infância e adolescência
Tentativa de suicídio na adolescência



Outro Artigo para pesquisar
http://cemhomens.com/2012/10/bullying-e-suicidio-parte-i/

Dica de Livro

Suicídio – O Futuro Interrompido
O livro da jornalista Paula Fontenelle, Suicídio: o futuro interrompido, lançado este mês pela Geração Editorial, mostra o outro lado dessa história. Com uma visão otimista, a autora traz uma ampla abordagem do assunto com foco na prevenção. Para isso, Paula esclarece como identificar uma pessoa que esteja pensando em tirar a própria vida, os sinais de alerta mais comuns, os fatores de risco associados ao suicídio. Com depoimentos comoventes e histórias de superação, o livro traz exemplos de como se aproximar dessas pessoas e o que fazer para evitar o pior. A própria autora passou pela experiência da morte voluntária do pai, em janeiro de 2005, e sentiu o peso do tabu que cerca o assunto. Ela não conseguiu encontrar no Brasil uma publicação que tratasse do tema numa linguagem para leigos. Por isso a decisão de contribuir para um debate que pode salvar vidas e ajudar a sociedade a entender o que leva um indivíduo a desistir do amanhã.
Autor: Paula Fontenelle – Reportagem

Formato 16×23 cms, 260 págs.

ISBN: 978-85-6150-107-5

Cód. barra: 978-85-6150-107-5

Peso: 0.35 kg.

R$ 34,90

15 de mar. de 2010

O Melhor conselho que recebi

"Se conselho fosse bom não se dava, se vendia" diz a máxima popular



Porém, se aprendemos mais uns com os outros e a vivência de cada um de nós


pode auxiliar o outro no processo de aprendizagem para a vida


porque não aproveitar as impressões dessas celebridades do cenário brasileiro?

Abraços fraternos
Semíramis



Matéria da Revista Época em 29/01/2010


O melhor conselho que recebi

21 personalidades brasileiras de sucesso revelam as ideias que nortearam sua vida
Kátia Mello. Com Martha Mendonça, Solange Azevedo, Lívia Deodato, Mariana Shirai, Fernanda Colavitti, Francine Lima, Mariana Sanches, Paulo Moreira Leite e Luís Antônio Giron

Uma das primeiras fontes de conselhos de que há registro foram os oráculos da Grécia Antiga. A eles recorriam reis e generais antes de tomar decisões de vida ou de morte. O mais famoso de todos os oráculos era o de Delfos. Ao pé do Monte Parnaso, era considerado pelos gregos o centro do Universo. Lá, as sacerdotisas de Apolo revelavam suas profecias. Ao perguntar se deveria atacar os persas, o rei Creso, de Lídia, recebeu o seguinte conselho: “Se você o fizer, destruirá um grande império”. Creso lançou-se à batalha sem entender que o império derrotado seria o dele. Não basta, portanto, receber um bom conselho. É preciso interpretá-lo de forma correta.
Nas próximas páginas, ÉPOCA revela o melhor conselho que 21 brasileiros de sucesso afirmam ter recebido na vida. Eles também contam de quem receberam o conselho e em que situações ele foi útil. Os presidenciáveis José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva revelam o norte de sua vida e de sua paixão pela política; a atriz Juliana Paes traz na memória um dito do pai; o escritor Paulo Coelho fala sobre a magia ensinada por seu mestre no início da carreira; a modelo Gisele Bündchen conta a lição de vida que recebeu de um médico. Muitos dos conselhos a seguir são universais – e os personagens desta reportagem decidiram compartilhá-los com você.

Pare e respire

"Um profissional naturopata (que trabalha com medicina natural) me disse: ‘Pare e respire’. Ele me mostrou a importância que essa atitude tinha. Isso foi há cinco anos. Desde então, aprendi quão valioso é parar e estar consciente sobre minha respiração. Quando estamos muito ansiosos, não conseguimos nos centrar. Ao nos concentrarmos na respiração, vivemos muito mais o momento e temos mais consciência de nossas atitudes e de nosso corpo. Com certeza, a respiração correta ajuda a nos manter em equilíbrio. Hoje em dia, uso essa prática e sinto a diferença. Controlo mais a ansiedade, minhas emoções e aproveito muito mais cada momento da minha vida."
Gisele Bündchen, 29 anos, gaúcha, top model



Cumpra metas traçadas com disciplina e constância

"Minha mãe, Jutta Batista, me fez entender que ter disciplina faz uma enorme diferença na vida. Eu tinha por volta de 13 anos quando ela conversou comigo sobre o assunto. Acordar cedo, cumprir as tarefas, os horários, ser sempre pontual nos compromissos. No fundo, tudo é disciplina, e ela me ajudou em todos os aspectos. Eu sofria de asma quando criança. Minha mãe sabia que uma das maneiras de me curar era nadando. Então, ela me incentivou na natação, me fez ter disciplina e dedicação. Segui o conselho e me curei da asma. O que ela me ensinou também foi absolutamente vital para meu trabalho, como empreendedor e criador de novos negócios. Cumprir as metas traçadas, com disciplina e constância, e executar os projetos até o fim. Cumprir todas as regras, sem pular etapas. Graças a esse conselho, também continuo a fazer exercício pelo menos duas vezes por semana. Tenho 52 anos e uma saúde de ferro."  - Eike Batista, 52 anos, carioca, empresário


Nada acontece sem esforço

"O melhor conselho que recebi veio do meu pai. Eu sempre uso a frase que ele me dizia: ‘Peça a Nossa Senhora e não saia correndo atrás, para ver o que acontece’. Não acontece nada se a gente não se esforçar, se não trabalhar, não tiver um planejamento. Ou seja, só ficar na expectativa e não mergulhar, não encarar, não enfrentar os problemas. Minha primeira atitude é sempre correr atrás, não fugir do problema, ir atrás dele para resolvê-lo. Eu sempre procuro entender as questões com profundidade e ver quais são as soluções. Procuro adotar uma estratégia para resolver, ver todas as formas e os ângulos de determinado problema para depois pedir a Nossa Senhora e sair correndo atrás. Outra frase que meu pai dizia é: ‘Nunca chame o lobo para se defender do cão’. Se você não é suficientemente apto para lidar com um problema, não se meta nele. Não pense que, ao chamar alguém mais esperto do que você, ele vai te ajudar. Pode até atrapalhar." - Roger Agnelli, 50 anos, paulista, empresário


Nunca se explique
"Era 1964. Eu tinha 30 anos e estava fazendo pós-graduação nos Estados Unidos. No Brasil, o golpe militar trouxe um clima em que qualquer coisa era subversão. Não era preciso fazer nada para ir preso. Muitos amigos meus foram assassinados. Eu escrevia artigos falando de liberdade, nada explícito contra o regime, mas é claro que eu era contra ele. E assim ganhei inimigos. Eu tinha sido pastor. Pessoas que não gostavam de mim dentro da igreja começaram a me fazer acusações. Nada era claro. Nunca sabemos direito como são as coisas. Chegavam mensagens do tipo ‘consta que existe um documento contra você’ e tal. Eram ameaças. E, naquela época, até provar que focinho de porco não era tomada elétrica... Eu quis me defender. Publiquei artigos em revistas americanas para me explicar. Não houve repercussão. Foi então que meu professor de filosofia na universidade, muito sábio, me deu o melhor conselho que já me deram na vida. Ele me disse: ‘Rubem, nunca se explique. Para seus amigos, não é preciso se explicar. Para seus inimigos, é inútil se explicar’. Eu tentei seguir o conselho. Sempre tento, mas muitas vezes eu desobedeço. Ninguém segue conselho, né?"  - Rubem Alves, 76 anos, paulista, escritor, educador


O estudo traz uma releitura da vida
"Dos 5 aos 14 anos, morei com minha avó Julia, em Mecejana, no Ceará. Eu morava numa casinha de palha, a 10 quilômetros da casa do meu pai. Ficava numa capoeira. Minha avó era uma pessoa muito inteligente, capaz de decorar um livro inteiro de cordel apenas de ouvir a história umas duas vezes. Como ela não sabia ler, meu pai lia para ela, e ela me contava as histórias. Ou as cantava em forma de cantoria, como os repentistas. Foi com ela que aprendi os rudimentos do cristianismo. Ela tinha um catecismo feito de papel-cuchê, com umas ilustrações belíssimas da Capela Sistina, que mostrava desde a Criação até o Apocalipse, o fim do mundo. O livro não tinha escrita, só ilustração. Era feito para analfabetos. Minha avó dizia que no Ceará havia padres, freiras e tudo isso. No meu imaginário de criança, ao ouvir tudo isso, eu comecei a dizer que, quando eu crescesse, seria freira. Todas as vezes que eu dizia isso, ela me aconselhava a estudar. Dizia que freira não podia ser analfabeta. E cresci com esse conselho. Quando fiquei doente, resolvi cuidar da minha saúde e ser freira. Fui para um convento, onde fiquei dois anos e oito meses. Foi assim que comecei a estudar. Para ser freira, eu tinha de aprender a ler. Eu tinha 16 anos e meio quando fui para Rio Branco para ser freira. E continuo tentando me curar do analfabetismo até hoje. Analfabeto é também quem não consegue fazer uma leitura em relação aos tempos que está vivendo, quem não consegue ler os valores que se quer reforçar ou outros que a gente precisa mudar. Enfim, a alfabetização é um processo contínuo; é dar outra significação à vida." - Marina Silva, 51 anos, acreana, senadora


Pense em como ajudar as crianças
"Eu era viúva havia cinco anos e estava tomando lanche com meus cinco filhos à noite, quando o telefone tocou. Era maio de 1982. No telefone, estava o meu irmão dom Paulo Evaristo Arns, na época o cardeal de São Paulo. Ele me contou que vinha de uma reunião da ONU. Eles pediram a dom Paulo que pensasse sobre como a Igreja poderia ajudar a expandir o uso do soro oral para as mães, com o intuito de evitar a desidratação, causada pela diarreia. E ele me aconselhou a pensar em como fazer isso. Foi, para mim, um momento de muita emoção. Na ocasião, eu era diretora da Saúde Materna Infantil do Estado do Paraná e o partido político no governo havia mudado. Apesar de eu não pertencer a nenhum partido político, eles me tiraram da direção da Secretaria da Saúde. Eu me sentia subutilizada quando dom Paulo me telefonou, parecia que Deus estava me abrindo uma grande porta: ensinar as mães a cuidar melhor de seus filhos. Depois que meus filhos foram dormir naquela noite, eu planejei a Pastoral da Criança inteira. Eu queria salvar vidas." - Zilda Arns, 75 anos, médica, sanitarista



Cuide mais das qualidades

"Certa vez, eu estava conversando com o Robert Gallo, que descobriu o vírus da aids, e ele disse: ‘Você é um rapaz criativo. E nós, pessoas criativas, temos de tomar mais cuidado com nossas qualidades que com nossos defeitos’. Porque os defeitos você sabe quais são e pode se defender deles, mas, das qualidades, não. Os criativos criam tantas coisas que depois não conseguem levar adiante o que criam, e isso pode ser uma arma contra a própria pessoa. O Gallo me disse isso na casa dele, num almoço, em 1995. Ele me conhece, sabe sobre meu trabalho aqui no Brasil, e a gente vivia trocando ideias. Ele falou por experiência própria, porque, esse tipo de conselho, nunca ouvi em lugar nenhum. Ele é muito entusiasmado com suas ideias e toma esse conselho para si mesmo. Eu também tenho essa tendência de pensar coisas diferentes, de ser empreendedor, de pensar assim: ‘Vamos fazer’. Ao mesmo tempo, reflito: ‘Será que tenho condição de levar até o fim?’. Se você é preguiçoso, toma precauções contra a preguiça. É mais fácil. Agora, se você é generoso, essa generosidade pode te destruir também. Hoje, sou muito cuidadoso e, quando surge algo novo, penso no tempo que aquilo me tomará e de onde eu vou tirar tempo para aquilo. Porque pode chegar uma hora em que não haja tempo para mais nada. Então é preciso decidir, pensar bem." - Drauzio Varella, 66 anos, médico


Na vida, às vezes o ótimo é inimigo do bom

"Quando eu era presidente da UNE, em 1963, conheci o Juscelino e visitei-o algumas vezes. Ele pretendia se candidatar a presidente em 1965 e, numa das conversas, puxou o assunto. Eu disse, e estava certo, que a UNE e o movimento estudantil não tinham maior importância eleitoral (apesar de que, na época, eram muitíssimo mais fortes do que hoje), nem se engajavam em eleições, mas que, se isso fosse acontecer, nosso candidato seria o Miguel Arraes, então governador de Pernambuco. Ele comentou, muito amavelmente, sorrindo: ‘Na vida, às vezes, o ótimo é inimigo do bom. O Arraes é ótimo, eu sou bom. Cuidado que podemos ficar sem os dois. Ficar com o ruim’. Aludia a Lacerda, a quem combatíamos diariamente. Se fosse mais pessimista, poderia ter aludido ao golpe e à ditadura que o cassou (e me condenou e exilou). Não foi bem um conselho, foi uma reflexão, que assimilei na hora, até porque correspondia à minha forma de analisar e fazer política." - José Serra, 67 anos, paulistano, governador do Estado de São Paulo


A magia está nas coisas simples da vida

"J., meu mestre e amigo, no início do ano de 1986 me disse para fazer o caminho de Santiago de Compostela. Até aquele momento, eu achava que o mundo do oculto era cheio de mistérios, merecia uma vida inteira de dedicação e um considerável afastamento da realidade. Quando comecei a peregrinação, acreditava que estava prestes a realizar um dos maiores sonhos da minha juventude. Meu guia, Petrus (nome fictício), era para mim o bruxo D. Juan, e eu revivia a saga de Castañeda em busca do extraordinário. Petrus, entretanto, resistiu bravamente a todas as minhas tentativas de transformá-lo em herói. Isso tornou muito difícil nosso relacionamento, até que entendi que o extraordinário reside no caminho das pessoas comuns. O mágico reside nas coisas simples da vida – é apenas uma questão de estar aqui e agora, conectado com tudo o que nos rodeia. Hoje em dia, essa compreensão é o que possuo de mais precioso, me permite fazer qualquer coisa, e vai me acompanhar para sempre."-  Paulo Coelho, 62 anos, carioca, escritor


Seja política
"Quando minha mãe, Cláudia, entrou no meu quarto numa manhã sugerindo que eu me candidatasse a vereadora, dei risada. Nove anos depois de sofrer o acidente de carro que me deixou tetraplégica, dedicava quase todo o meu tempo à ONG Próximo Passo, que criei para promover pesquisas para a cura de paralisias. E eu odiava política. Era daquele tipo de leitor que pulava a seção de política do jornal. Minha mãe passou quase um ano repetindo aquele que, descobri tempos depois, foi o conselho mais importante da minha vida. Acabei me filiando ao PSDB apenas para agradá-la e ver se ela se esquecia do assunto. Ao contrário, ela passou a insistir mais. Comecei a campanha só 40 dias antes da eleição. Todo o material que eu tinha eram uns santinhos impressos por ela. Eu mesma distribuía nas calçadas de São Paulo, com alguém me empurrando na cadeira de rodas. Acabei tendo votos o bastante para ser a terceira suplente do partido. Dois anos depois, ocupei uma cadeira na Câmara. E percebi que poderia ampliar o meu trabalho com a política. Hoje, já sou autora de três leis para melhorar o acesso aos 3 milhões de deficientes que vivem em São Paulo. Em 2008, me candidatei a vereadora outra vez. Fui a mulher que conquistou o maior número de votos, 79.912, em disputa para a Câmara dos Vereadores do Brasil. Tudo por causa da insistência da minha mãe." - Mara Cristina Gabrilli, 41 anos, psicóloga, publicitária e vereadora paulistana


Sucesso ou fracasso não são para sempre

"Em 1998, eu fazia um espetáculo chamado Um tal de Dom Quixote, com a Companhia Bando de Teatro Olodum. Meu papel era o de Sancho Pança. Quando a crítica do espetáculo saiu na imprensa, me fazia enormes elogios. Disse que eu havia roubado a cena. O título era: ‘Um tal de Sancho Pança’. Fiquei exultante e fui mostrar a crítica à minha diretora, Cica Carelli. Ela me disse: ‘Mas por que você está comemorando tanto? Saiba que não existem nem sucesso nem fracasso permanentes’. Na hora, fiquei chateado por ela ter cortado a minha onda. De lá para cá, vi que é exatamente assim. Devemos ser comedidos nas alegrias e nas tristezas da profissão. O conselho que ela me deu, na verdade, formou parte de minha personalidade, pauta quem sou hoje. Depois de fazer televisão e de ficar mais popular, com novelas de grande sucesso, sempre penso nisso e comento sobre o que faço com o máximo de normalidade. Eu me tornei realmente consciente da possibilidade desses altos e baixos. Isso me ajuda muito a ter equilíbrio no trabalho e na vida." - Lázaro Ramos, 30 anos, baiano, ator



Somos todos seres iguais

"Certa vez, eu estava melindrada por ter de conversar com o reitor da universidade onde estudava. Eu tinha 19 anos, e meu pai me disse: ‘Nunca tenha medo ou timidez ao falar com quem quer que seja. Lembre-se sempre de que somos todos homens mortais, iguais, acima de qualquer cargo, profissão e status. Mesmo se estiver diante da maior autoridade que você reconheça, encare-a de igual para igual. Nem de cabeça baixa, pois não deve ter vergonha, nem de nariz em pé, pois tem de manter a humildade. Encare-a de frente, como iguais que são’. Essas palavras me acompanham sempre, são como um eco do meu pai em mim. Sempre fui muito respeitosa, quase tímida quando mais menina, e sempre tive medo de dizer não, de desagradar. Uma terapeuta me disse uma vez que eu sou uma pessoa que gosta de agradar. É verdade. Mas o conselho do meu pai me ajuda até hoje a não ter medo de me colocar, de questionar. Ele me fez ser mais forte e confiante." - Juliana Paes, 30 anos, fluminense, atriz


Só você pode se derrotar

"Na época da ditadura, eu estava presa no Dops, em São Paulo. Como as celas estavam lotadas de presos políticos e havia menos mulheres do que homens, botavam a gente nas solitárias. Então, fui parar em uma solitária. Estávamos eu e uma jovem de 21 anos chamada Leslie Denise, a Lelé. Um dia bateram na nossa porta com uma caneca. Pela janelinha, vimos um velhinho de olhos azuis. Com bandagens nos pulsos, ele disse assim: ‘Oi, meu nome é Jacob Gorender. Como é que vocês se chamam?’. Entre os presos havia dois estrangeiros do Al Fatah (facção palestina). Um deles nos contou que o velhinho era o doutor Jacob Gorender. Fizeram barbaridades com ele e passamos a cuidar dele. Lavávamos sua roupa, amassávamos abacate, botávamos açúcar, limãozinho. Ficamos amicíssimas dele. A gente o achava velho, mas ele tinha 47 anos. Um dia, ele me deu um conselho: ‘Só tem uma coisa que você não pode fazer’, disse para mim e para Lelé. ‘Vocês não podem achar antecipadamente que eles (do Dops) sabem tudo, porque, se você achar que eles sabem tudo, que entendem tudo e são tão poderosos, vocês já se derrotaram’. Então, na vida, você não pode achar nunca que as pessoas sabem tudo ou são tudo. Se você não for capaz de entender o que a outra pessoa quer de ti, como é que ela te atinge, se você não for capaz de fazer isso, você já perdeu. E a frase dele era a seguinte: ‘Cuidado. Só você pode se derrotar’." - Dilma Rousseff, 61 anos, mineira, ministra-chefe da Casa Civil


A vida é o trabalho do artista

"Minha carreira como artista plástico estava prestes a acabar em 1994. Logo após a dura recessão dos anos 90, a decisão de me reinventar como fotógrafo parecia não me levar a lugar nenhum. Embora trabalhasse intensamente, estava sem galeria em Nova York, e o que ganhava mal dava para sobreviver. Além disso, torturava-me imaginar como sustentar e educar meu filho, na época com 4 anos. Eu era também professor de fotografia e desenho na New School for Social Research, em Nova York. Lembro-me claramente do dia em que comentei com a amiga e curadora americana Tricia Collins que eu estava pensando em dar mais aulas e encarar uma carreira como educador e abandonar esse sonho de viver de arte. Tricia me disse que a pior coisa a fazer é deixar de ser o que somos para ser algo para nossos filhos. Que o meu filho seria mais orgulhoso de mim como artista do que como o infeliz que deixou de ser o que queria ser por sua causa. Ela também me ofereceu um projeto na pequena sala alternativa que dirigia no Soho. Eu disse a Tricia que trabalharia como um louco para seu projeto. Aí ela me deu um conselho: ‘A vida é o trabalho do artista. Saia de férias!’. Segui seu conselho à risca e embarquei para o Caribe, onde conheci as crianças da série de fotografias que me consagraram. As fotos também fizeram parte da minha primeira retrospectiva, em Nova York, estabelecendo definitivamente minha identidade pública como artista plástico e fotógrafo. Meu filho, hoje com 19 anos, é o meu maior fã e amigo." - Vik Muniz, 47 anos, paulistano, artista plástico


Celebre sua comunhão com o mundo

"Entrei em crise aos 20 anos. Eu havia sofrido muitas perdas e acreditava que precisava de psicanálise para resolver minhas questões. Para mim, era hora de olhar para dentro. Fui atrás de terapia e consegui uma entrevista com o famoso Hélio Pellegrino, psicanalista e intelectual brilhante. No dia marcado, fui feliz da vida a seu consultório, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Por uma hora, desfilei todos os problemas que tinha e outros que achava que tinha. A conversa foi ótima, e eu, ainda estudante, acabei contando para ele sobre minha paixão pela física e pela natureza. No fim, me surpreendi com o que ele me disse: ‘Marcelo, acho que você não precisa de análise. Para mim, a análise é a pró-cura. E você, através de sua procura, vai se autocurar. E você está já no seu caminho de busca. Continue nutrindo essa paixão, buscando e celebrando sua comunhão com o mundo, que estará sempre bem’. Eu nem cheguei a me deitar no divã. Passados 30 anos, eu posso dizer que encontrei meus caminhos e que ele tinha toda a razão." - Marcelo Gleiser, 50 anos, carioca, astrofísico, professor, escritor e roteirista


Mostre suas glórias com simplicidade e humildade

"Estava à beira-mar, numa praia de Varberg, na Suécia, aguardando o início de uma regata. Era final de manhã e ventava muito. Eu tinha 20 anos e acabara de participar da minha primeira Olimpíada (Los Angeles, em 1984). O dinamarquês Paul Elvström, o velejador mais importante de todos os tempos, tinha então 57 anos. Sua simplicidade – apesar das quatro medalhas de ouro olímpicas e dos 13 títulos mundiais – chamou minha atenção e eu resolvi lhe fazer um elogio. Paul respondeu que o mais importante na vida de um campeão não deve ser ostentar seus grandes resultados. E que as glórias de um vencedor podem ser mostradas com simplicidade e humildade. Hoje, Paul está com mais de 80 anos e ainda mantemos contato. Provavelmente, ele não sabe quanto esse conselho foi importante na minha vida. E procuro passá-lo adiante. Faço palestras por todo o Brasil e, quando alguém me trata como celebridade, tento mostrar que estamos no mesmo patamar e que a simplicidade é um valor fundamental na vida de qualquer ser humano. Isso não deve se aplicar apenas aos campeões no esporte. Mas também àquelas pessoas que se destacam, seja na política, na economia ou em qualquer outra área." - Lars Grael, 45 anos, velejador, campeão olímpico



Planeje sua vida

"Eu tinha 16 anos e meus pais tinham se separado. Minha mãe assumiu praticamente sozinha minha criação e a de minhas irmãs. Como qualquer garoto da minha idade, comecei a namorar muito. Ela via aquilo e temia que eu engravidasse alguma das moças. Na minha família e na minha comunidade, era muito comum os jovens terem filhos cedo, perdendo muitas oportunidades na vida. Meu pai parecia não ligar para isso. Ele teve, ao todo, 12 filhos com mulheres diferentes. E sempre repetia que queria que eu desse muitos netos a ele. Minha mãe pensava diferente: ela queria que eu fosse além. Um dia cheguei tarde em casa e ela foi enfática. Me disse: previna-se sempre, planeje sua vida. E comentou sobre todos os nossos conhecidos que haviam estragado o futuro por causa de uma gravidez indesejada. Senti que a coisa era séria e percebi tudo o que ela havia superado para falar daquele assunto comigo, já que sexo e drogas eram tabus na minha casa. Por isso, sempre pensei nela e me cuidei. Pude seguir meu caminho sem barreiras. Tive liberdade para investir na minha carreira, arriscar, sem a preocupação de ter de sustentar uma criança, que é algo de uma enorme responsabilidade. Na hora certa, vou planejar ter um filho. Tenho três sobrinhos e adoro crianças. E vou ser o maior pai babão, com toda a tranquilidade." - MV Bill, 35 anos, carioca, compositor, rapper, escritor



Deixe de lado a opinião dos outros

"Desde que decidi ser piloto, recebi orientações bastante úteis. Meu pai logo me alertou que eu precisaria abrir mão de muita coisa se quisesse realmente chegar aonde pretendia. Na minha adolescência e juventude, cansei de abrir mão de festas e baladas. Mas acredito que o melhor conselho partiu do piloto Michael Schumacher. Eu já o conhecia bem desde 2003, ano em que passei como piloto de testes da Ferrari. Em 2006, fui seu companheiro de equipe na sua despedida da Fórmula 1. Eu correria ao lado simplesmente do cara que virou uma lenda e quebrou praticamente todos os recordes da categoria. Foi quando ele disse para jamais me preocupar com o que as pessoas, e principalmente a imprensa, falassem a meu respeito: ‘Eles vão falar bem um dia e falarão mal depois, mas você não deve dar importância. O que vale mesmo é se concentrar em fazer o seu trabalho da melhor forma possível, deixando de lado a opinião dos outros’. Foi o que passei a fazer a partir de então. Essa postura me deixou mais forte mentalmente e me ajudou a superar os momentos difíceis na F-1." - Felipe Massa, 28 anos, paulistano, piloto de F-1

O tempo atenua a dor

"Eu tinha uns 11 anos quando uma amiga muito próxima perdeu a mãe. Foi triste demais. Ela estava muito triste, e eu não sabia o que escrever para atenuar sua dor. Chamei meu pai, e ele mandou que eu escrevesse que, para aquela dor, não havia remédio e que o tempo traria um conforto da saudade. Tomei isso para minha vida. Daquilo que não pode ser resolvido, imediatamente o tempo dará conta." - Ivete Sangalo, 37 anos, baiana, cantora







Decisões, só de cabeça fria

"Um dos melhores conselhos que já recebi foi de um grande amigo, Paulo Borges. Ele me disse para nunca decidir nada no calor das emoções. Sempre diga: ‘Vou pensar e respondo amanhã’. Junto com esse conselho, que lembro sempre, ele me apresentou sua advogada, que passou a advogar para mim também, isso 12 anos atrás. Ela reforçou o conselho dado por Paulo e acrescentou: ‘Nunca assine nada sem eu ler’. Sigo os dois conselhos e sou muito feliz. - Alexandre Herchcovitch, 38 anos, paulista, estilista








Invista no seu potencial

"Minha professora de violoncelo, Nydia Otero, me disse para estudar na Europa. Muitos foram contra minha saída do país aos 16 anos. Eu nem tinha terminado a escola. Ela foi firme em me convencer a ir para a Alemanha, estudar com o italiano Antonio Janigro. Na época, eu era músico profissional de orquestra. Ela achava que, se eu ficasse no Brasil, entraria numa rotina brasileira e não chegaria ao máximo do meu potencial. Segui seu conselho. Meu pai me apoiou porque via essa possibilidade como a melhor. Minha mãe foi contra. Era o receio típico de mãe, de ver o primogênito ir embora, sem saber falar alemão, inglês. Eu não tinha bolsa de estudos. Por dois anos, trabalhei na Orquestra Sinfônica Brasileira. Todo o dinheirinho que ganhava, poupava. Foi com isso que vivi durante os primeiros meses fora. Depois, tive de me virar. Meu pai mandava o que podia, mas era pouco. Toquei em enterros, casamentos, onde era necessário um violoncelista, eu tocava. A vida era cara, mas nem por um segundo eu me arrependi. O único momento em que fiquei receoso foi quando o avião começou a subir. Olhei para baixo e comecei a chorar. Estava indo embora e não voltaria tão cedo. Se tivesse ficado, minha vida teria sido outra." - Antonio Meneses, 52 anos, recifense, músico e compositor

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